sexta-feira, 22 de agosto de 2025

XXI do Tempo Comum

São Bartolomeu, Apóstolo
 
1ª Leitura (Is 66,18-21):
Eis o que diz o Senhor: «Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória. Eu lhes darei um sinal e de entre eles enviarei sobreviventes às nações: a Társis, a Fut, a Lud, a Mosoc, a Rós, a Tubal e a Javã, às ilhas remotas que não ouviram falar de Mim nem contemplaram ainda a minha glória, para que anunciem a minha glória entre as nações. De todas as nações, como oferenda ao Senhor, eles hão de reconduzir todos os vossos irmãos, em cavalos, em carros, em liteiras, em mulas e em dromedários, até ao meu santo monte, em Jerusalém – diz o Senhor – como os filhos de Israel trazem a sua oblação em vaso puro ao templo do Senhor. Também escolherei alguns deles para sacerdotes e levitas».
 
Salmo Responsorial: 116
R. Ide por todo o mundo, anunciai a boa nova.
 
Louvai o Senhor, todas as nações, aclamai-O, todos os povos.
 
É firme a sua misericórdia para conosco, a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
 
2ª Leitura (Hb 12,5-7.11-13): Irmãos: Já esquecestes a exortação que vos é dirigida, como a filhos que sois: «Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, nem desanimes quando Ele te repreende; porque o Senhor corrige aquele que ama e castiga aquele que reconhece como filho». É para vossa correção que sofreis. Deus trata-vos como filhos. Qual é o filho a quem o pai não corrige? Nenhuma correção, quando se recebe, é considerada como motivo de alegria, mas de tristeza. Mais tarde, porém, dá àqueles que assim foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos vacilantes e dirigi os vossos passos por caminhos direitos, para que o coxo não se extravie, mas antes seja curado.
 
Aleluia. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor: ninguém vai ao Pai senão por Mim. Aleluia. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 13,22-30): Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: «Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’. Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade!’ E ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no Reino de Deus, enquanto vós mesmos sereis lançados fora. Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos».
 
«Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?»
 
Rev. D. Pedro IGLESIAS Martínez (Ripollet, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho situa-nos diante o tema da salvação das almas. Esse é o núcleo da mensagem de Cristo e a “lei suprema da Igreja” (assim o afirma o Código de Direito Canônico). A salvação da alma é uma realidade enquanto é um dom de Deus, mas para quem ainda não tem ultrapassado os limites da morte é apenas uma possibilidade. Salvar-nos ou condenar-nos, ou seja, aceitar ou rejeitar a oferta do amor de Deus pela eternidade toda.
 
Santo Agostinho dizia que «se tornou digno dum mal eterno aquele que em si destruiu um bem que poderia ser eterno». Nesta vida existem apenas duas possibilidades: com Deus ou, a nada, porque sem Ele nada tem sentido. Desse jeito, vida, morte, alegria, dor, amor, etc. são conceitos que não tem lógica quando não participam do ser de Deus. Quando o homem peca, esquiva o olhar do Criador e centra o seu olhar em si mesmo. Deus olha incessantemente com amor o pecador e, para não forçar sua liberdade, espera um mínimo gesto de vontade de retorno.
 
«Senhor é verdade que são poucos os que se salvam?» (Lc 13,23). Cristo, não responde à pergunta. Então a pergunta fica sem resposta, e também hoje, pois «é um mistério inescrutável entre a santidade de Deus e a consciência do homem. O silêncio da “Igreja é, pois, a única posição do cristão» (João Paulo II). A Igreja não fala sobre os que habitam o inferno, mas —baseando-se nas palavras de Jesus Cristo— fala sobre sua existência e sobre o fato de que haverá condenados no juízo final. E todo aquele que negar isso, seja clérigo ou laico, incorre em heresia.
 
Somos livres para tornar o olhar com nossa alma ao Salvador e, também somos livres para obstinar-nos na sua rejeição. A morte petrificará essa opção pela eternidade toda...
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O Cristiano não é questão de persuasão, senão de grandeza» (Santo Inácio de Antioquia)
 
«A igreja não cresce por proselitismo senão “por atração”» (Francisco)
 
«Entra-se na oração como se entra na liturgia: pela porta estreita da fé. Através dos sinais da sua presença, é a face do Senhor que nós buscamos e desejamos, é a sua palavra que nós queremos escutar e guardar» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2656)
 
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”
 
Pe. Orlandino Bom - Site da Diocese de Leiria-Fátima
 
* Jesus está a caminho de Jerusalém e aproveita esta pergunta que lhe é colocada: «Senhor, são poucos os que se salvam?», para falar da salvação.
Para o discípulo de Jesus Cristo a curiosidade em saber se são muitos que se salvam pode servir como distracção do que é essencial. A pergunta mais importante não é se são muitos ou poucos os que se salvam, mas o que devo fazer para alcançar a vida eterna. Mesmo com uma pergunta mal formulada, Jesus dá a resposta certa e necessária para quem o questiona. Ele diz qual o caminho a percorrer para chegar à vida em Deus, à Salvação. E utiliza a imagem da porta estreita para falar das dificuldades que enfrentamos para ser seus discípulos. Se a salvação é um dom de Deus, é também uma tarefa para cada ser humano. Jesus não esconde o que espera quem quer ser seu discípulo.
 
* Podemos andar muito pelos espaços da Igreja e nunca chegar a um verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Para isso necessitamos de tempos e espaços de intimidade com o Senhor. Precisamos de, ao longo do dia e em tempos especiais, desligar do que nos ocupa a mente e o coração para nos centrarmos no Senhor. Não esqueçamos que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração”, como nos dizia Jesus ainda há 15 dias.
 
Ser salvo é centrar o coração no Senhor. Deixar de ter um tesouro perecível para acumular um tesouro “onde o ladrão não chega nem a traça rói”.
 
* A salvação não é um privilégio de predestinados: “Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus.”
 
* «…Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava.»  Em todos os momentos Jesus vive a urgência do anúncio do Evangelho. Está focado na sua caminhada para Jerusalém, mas não perde cada oportunidade para ensinar.
 
* «…Senhor, são poucos os que se salvam?»  Esta pergunta é colocada por um anónimo. Pela resposta de Jesus, parece uma pergunta desfocada.
 
* «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita…»  Jesus dá a volta à pergunta. Diz o que interessa e não responde à mera curiosidade se são muitos ou poucos os que se salvam. Convida-nos a manter o foco na caminhada iniciada no nosso baptismo.
 
* “‘Não sei donde sois” Resposta estranha dada a quem comeu e bebeu com o Senhor, a quem conviveu com Ele nas praças. Provavelmente a quem o escutou e o recebeu em tantas Eucaristias.
 
* «Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus.» Jesus diz que a salvação é para todos. É universal e de todos os povos virão pessoas participar da mesa do Reino. Não há privilegiados. Se todos são convidados, todos se devem esforçar. O facto de ser batizado e possivelmente ter nascido numa família deve ser para mim grande fonte de alegria, mas não me dá qualquer privilégio diante de Deus.
 
MEDITAÇÃO
1– Sinto a urgência do apostolado, de dar a conhecer Jesus Cristo e a Sua mensagem? Como posso ser mais apóstolo?
2– Que perguntas eu faço a Jesus? Em que medida as minhas perguntas me ajudam a caminhar?
3– Que pontos de esforço o Senhor me tem apresentado? Em que preciso colocar mais atenção na minha vida espiritual?
4– Como conheço e sou conhecido pelo Senhor? Procuro, na minha oração, na participação eucarística, crescer em intimidade com o Senhor?
5– Tenho consciência que é quando vivo a palavra de Deus que me torno discípulo de Jesus Cristo? Para mim ser batizado é uma tarefa a realizar em cada dia da minha vida?

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