São
Bertoldo, ermita e 1º Prior Geral da nossa Ordem
ORAÇÃO
PREPARATÓRIA - Com humildade e
respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste
mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos
animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as
honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos
motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos
prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso
amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José
como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela
vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas
fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do
Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes
devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª
Leitura (Os 6,1-6): Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele
nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas feridas.
Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo; ao terceiro dia nos levantará
e viveremos na sua presença. Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa
como a aurora. Virá a nós como o aguaceiro de Outono, como a chuva da Primavera
sobre a face da terra. «Que farei por ti, Efraim? Que farei por ti, Judá?» –
diz o Senhor – «O vosso amor é como o nevoeiro da manhã, como o orvalho da
madrugada que logo se evapora. Por isso os castiguei por meio dos Profetas e os
matei com palavras da minha boca; e o meu direito resplandece como a luz.
Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus,
mais que os holocaustos».
Salmo
Responsorial: 50
R. Eu quero a misericórdia e
não os sacrifícios.
Compadecei-Vos de Mim, ó Deus,
por vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Não é do sacrifício que Vos
agradais e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis. Sacrifício
agradável a Deus é o espírito arrependido: não desprezareis, Senhor, um
espírito humilhado e contrito.
Pela vossa bondade, tratai Sião
com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém. Então Vos agradareis dos
sacrifícios devidos, oblações e holocaustos, então serão oferecidas vítimas
sobre o vosso altar.
Se hoje ouvirdes a voz do
Senhor, não fecheis os vossos corações.
Evangelho
(Lc 18,9-14): Para alguns que confiavam na sua própria justiça e
desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: «Dois homens subiram ao
templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano. O fariseu, de pé, orava
assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros,
ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por
semana e pago o dízimo de toda a minha renda’. O publicano, porém, ficou a
distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito,
dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador! ’ Eu vos digo: este
último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado».
«Eu vos digo: este último
voltou para casa justificado»
Fr. Gavan JENNINGS (Dublín,
Irlanda)
Hoje, Cristo apresenta-nos dois
homens que, a um observador casual, podiam parecer quase idênticos, já que se
encontram no mesmo lugar, realizando a mesma atividade: ambos «subiram ao
templo para orar» (Lc 18,10). Porém, para além das aparências, no mais profundo
das suas consciências, os dois homens são radicalmente diferentes: um, o
fariseu, tem a consciência tranquila, enquanto o outro, o publicano—cobrador de
impostos — está inquieto devido a sentimento de culpa.
Hoje em dia tendemos a considerar
os sentimentos de culpa – os remorsos — como algo próximo de uma aberração
psicológica. Contudo, o sentimento de culpa permite ao publicano sair
reconfortado do Templo, uma vez que «este voltou para casa justificado, mas o
outro não» (Lc 18,14). «O sentimento de culpa», escreveu Bento XVI, quando
ainda era Cardeal Ratzinger (“Consciência e verdade”), afasta a falsa
tranquilidade de consciência e podemos chamar-lhe “protesto da consciência”
contra a minha existência auto-satisfeita. É tão necessário para o homem como a
dor física, que significa uma alteração corporal do funcionamento normal».
Jesus não nos induz a pensar que
o fariseu não esteja a dizer a verdade quando afirma que não é ladrão, nem
desonesto, nem adúltero e paga o dízimo no Templo (cf. Lc 18,11); nem que o
cobrador de impostos esteja a delirar ao considerar-se a si próprio como um
pecador. A questão não é essa. O que realmente acontece é que «o fariseu não
sabe que também tem culpas. Ele tem uma consciência plenamente clara. Mas o
“silêncio da consciência” fá-lo impenetrável perante Deus e perante os homens, enquanto
o “grito de consciência”, que inquieta o publicano, o torna capaz da verdade e
do amor. Jesus pode remover os pecadores!» (Bento XVI).
«Quem se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu,
Barcelona, Espanha)
Hoje, imersos a cultura da
imagem, o Evangelho proposto tem uma profunda carga de conteúdo. Mas vamos por
partes.
Na passagem que contemplamos
vemos que na pessoa há um nó com três cordas, de maneira que é impossível
desfazê-lo se não temos presentes as três cordas mencionadas. A primeira nos
relaciona com Deus; a segunda, com os outros; e a terceira com nós mesmos.
Reparemos nisto: aqueles a quem dirige-se Jesus «que confiavam na sua própria
justiça e desprezavam os outros» (Lc 18,9) e, desta maneira, rezavam mal. As
três cordas estão sempre relacionadas!
Como fundamentar bem essas
relações? Qual é o segredo para desfazer o nó? No-lo diz a conclusão dessa
incisiva parábola: a humildade. Assim mesmo expressou Santa Teresa de Ávila «A
humildade é a verdade».
É certo: a humildade nos permite
reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nem nos envaidecer, nem nos menosprezar.
A humildade nos faz reconhecer como tal os dons recebidos, e permite-nos
apresentar ante Deus o trabalho da jornada. A humildade reconhece também os
dons dos outros. E mais ainda, alegra-se deles.
Finalmente, a humildade é também
a base da relação com Deus. Pensemos que, na parábola de Jesus, o fariseu leva
uma vida irrepreensível, com as práticas religiosas semanais e, inclusive,
exerce a esmola! Mas não é humilde e isto carcome todos os seus atos.
Temos perto a Semana Santa.
Prontamente contemplaremos –uma vez mais!- a Cristo na Cruz. «O Senhor
crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde mansidão»
(João Paulo II). Ali veremos como, ante a súplica de Dimas –«Jesus, lembra-te
de mim, quando começares a reinar» (Lc 23,42)— o Senhor responde com uma
“canonização fulminante”, sem precedentes: «Em verdade te digo: hoje estarás
comigo no Paraíso» (Lc 23,43). Esta personagem era um assassino que fica,
finalmente, canonizado pelo próprio Cristo antes de morrer.
É um caso inédito e, para nós, um
consolo...: nós não “fabricamos” a santidade, mas antes é entregue por Deus, se
Ele encontra em nós um coração humilde e convertido.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«O coração tem que ser
quebrantado. Não tenha medo de perder o coração ao quebrantá-lo, pois também
diz o salmo: Oh Deus, cria em mim um coração puro. Para que seja criado esse
coração puro, tem que quebrantar antes o impuro» (Santo Agostinho)
«Estamos sempre prontos para
passar por inocente, mas assim não se avança na vida cristã... Antes e depois
da confissão, em tua vida, em tua oração, você é capaz de se acusar a você
mesmo? Ou é mais fácil acusar aos outros?» (Francisco)
«Sem ser estritamente necessária,
a confissão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente
recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados
veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar contra as más
inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito.
Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai,
somos levados a ser misericordiosos» (Catecismo da Igreja Católica, n° 1458)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* No Evangelho de hoje, Jesus
conta a parábola do fariseu e do publicano para ensinar como rezar. Jesus
tinha outra maneira de ver as coisas da vida. Ele via algo de positivo no
publicano, de quem todo mundo dizia: “Ele nem sabe rezar!” Jesus vivia tão
unido ao Pai pela oração, que tudo se tornava expressão de oração para ele.
* A maneira de apresentar a
parábola é muito didática. Lucas dá uma breve introdução que serve como
chave de leitura. Em seguida, Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio Jesus
faz a aplicação da parábola na vida.
* Lucas 18,9: A introdução.
A parábola é apresentada com a seguinte frase: "Jesus contou ainda esta
parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os
outros!" A frase é de Lucas. Ela se refere, ao tempo de Jesus. Mas ela
também se refere ao tempo do próprio Lucas e ao nosso tempo. Sempre há pessoas
e grupos de pessoas que se consideram justos e fiéis e que desprezam os outros
como ignorantes e infiéis.
* Lucas 18,10-13: A parábola.
Dois homens sobem ao templo para rezar: um fariseu e um publicano. Na opinião
do povo daquela época, os publicanos não prestavam para nada e não podiam
dirigir-se a Deus, pois eram pessoas impuras. Na parábola, o fariseu agradece a
Deus por ser melhor do que os outros. A sua oração nada mais é do que um elogio
de si mesmo, uma auto-exaltação das suas boas qualidades e um desprezo pelos
outros e pelo próprio publicano. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate
no peito e apenas diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!"
Ele se coloca no seu lugar diante de Deus.
* Lucas 18,14: A aplicação.
Se Jesus tivesse deixado ao povo opinar para dizer quem dos dois voltou
justificado para casa, todos teriam respondido: "É o fariseu!" Pois
esta era a opinião comum naquela época. Jesus pensa diferente. Para ele, quem
voltou justificado para casa, isto é, em boas relações com Deus, não é o
fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou tudo pelo avesso. As autoridades
religiosas da época não devem ter gostado da aplicação que ele fez desta
parábola.
* Jesus Orante. É
sobretudo Lucas que nos informa sobre a vida de oração de Jesus. Ele apresenta
Jesus em constante oração. Eis uma lista de textos do evangelho de Lucas, nos
quais Jesus aparece em oração: Lc 2,46-50; 3,21: 4,1-12; 4,16; 5,16; 6,12;
9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,7-14; 22,40-46; 23,34; 23,46; 24,30. Lendo o
evangelho de Lucas você poderá encontrar outros textos que falam da oração de
Jesus. Jesus vivia em contato permanente com o Pai. A respiração da vida dele
era fazer a vontade do Pai (Jo 5,19). Jesus rezava muito e insistia, para que o
povo e seus discípulos fizessem o mesmo, pois é no contato com Deus que a
verdade aparece e que a pessoa se encontra consigo mesma em toda a sua
realidade e humildade. Em Jesus, a oração estava intimamente ligada aos fatos
concretos da vida e às decisões que ele devia tomar. Para poder ser fiel ao
projeto do Pai, ele buscava estar a sós com Ele para escutá-lo. Jesus rezava os
Salmos. Como todo judeu piedoso, conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o
seu próprio salmo. É o Pai Nosso. Sua vida era uma oração permanente: "Eu
a cada momento faço o que o Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). A ele
se aplica o que diz o Salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4).
Para um confronto pessoal
1. Olhando no espelho
desta parábola, eu sou como o fariseu ou como o publicano?
2. Tem pessoas que dizem
que não sabem rezar, mas elas conversam com Deus o tempo todo. Você conhece
pessoas assim?
ORAÇÃO
- Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível,
e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca
se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os
dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro;
Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos
possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se
apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e
morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo
de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de
nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
...
Deus Espírito Santo Paráclito,
...
Santíssima Trindade, que sois um
só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono
de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas
as suas possessões.
ORAÇÃO:
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o
bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós
vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos
na terra como nosso protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na
unidade do Espírito Santo. Amém.
LEMBRAI-VOS
Lembrai-vos ó puríssimo Esposo
de Maria Virgem, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado a vossa
proteção, implorado vosso socorro, não fosse por vós consolado e atendido. Com
esta confiança venho à vossa presença e a vós fervorosamente me recomendo. Não
desprezeis a minha súplica ó Pai virginal do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la
piedosamente. Amém.
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