Sto. Irineu
de Lyon, bispo, mártir e doutor da Igreja
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo,
unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo
rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o
mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu
vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do
Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as
minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas
obras e palavras. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (2Re 25,1-12):
No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor,
rei de Babilónia veio atacar Jerusalém com todo o seu exército. Acampou diante
da cidade e levantou trincheiras ao seu redor. Jerusalém ficou sitiada até ao
undécimo ano do reinado de Sedecias. No dia nove do quarto mês, enquanto a fome
se agravava na cidade e o povo já não tinha alimento, abriram uma brecha nas
muralhas da cidade. Então o rei fugiu de noite, com todos os guerreiros, pela
porta entre os dois muros, que ficava junto do jardim real, – enquanto os
caldeus cercavam a cidade – e seguiu pelo caminho de Arabá. O exército caldeu
perseguiu o rei e alcançou-o na planície de Jericó, onde os seus soldados o
abandonaram e se dispersaram. Os caldeus prenderam o rei e levaram-no a Ribla,
à presença do rei de Babilónia, que pronunciou a sentença contra ele.
Nabucodosor mandou degolar os filhos de Sedecias à vista do pai; depois
vazou-lhe os olhos, algemou-o com duas cadeias de bronze e levou-o para
Babilónia. No dia sete do quinto mês, no décimo nono ano de Nabucodosor, rei de
Babilónia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei de Babilónia,
entrou em Jerusalém. Incendiou o templo do Senhor, o palácio real e todas as
casas nobres de Jerusalém. O exército caldeu, às ordens do comandante da
guarda, arrasou as muralhas que rodeavam Jerusalém. Nabuzardã, comandante da
guarda, deportou o resto do povo que ficara na cidade e os desertores que se
tinham passado para o rei de Babilónia, enfim, toda a população. Deixou apenas
alguma gente humilde da terra, para cultivar as vinhas e os campos.
Salmo Responsorial:
136
R. Se eu me não
lembrar de ti, Jerusalém, fique presa a minha língua.
Sobre os rios de
Babilónia nos sentámos a chorar, com saudades de Sião. Nos salgueiros das suas
margens, dependurámos as nossas harpas.
Aqueles que nos levaram
cativos queriam ouvir os nossos cânticos e os nossos opressores uma canção de
alegria: «Cantai-nos um cântico de Sião».
Como poderíamos nós
cantar um cântico do Senhor em terra estrangeira? Se eu me esquecer de ti,
Jerusalém, esquecida fique a minha mão direita.
Apegue-se-me a língua ao
paladar, se não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém a maior das minhas
alegrias.
Aleluia. Cristo
suportou as nossas enfermidades e tomou sobre Si as nossas dores. Aleluia.
Evangelho
(Mt 8,1-4): Quando
Jesus desceu da montanha, grandes multidões o seguiram. Nisso, um leproso se
aproximou e caiu de joelhos diante dele, dizendo: «Senhor, se queres, tens o
poder de purificar-me». Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: «Eu quero,
fica purificado». No mesmo instante, o homem ficou purificado da lepra. Então
Jesus lhe disse: «Olha, não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao
sacerdote e apresenta a oferenda prescrita por Moisés; isso lhes servirá de
testemunho».
«Senhor, se queres,
tens o poder de purificar-me»
Rev. D. Xavier ROMERO i
Galdeano (Cervera, Lleida, Espanha)
Hoje, o Evangelho nos
mostra um leproso, cheio de dor e consciente de sua enfermidade, que chega a
Jesus pedindo-lhe: « Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me» (Mt 8,2).
Também nos, ao ver tão próximo o Senhor e tão longe de nossa cabeça, nosso coração
e nossas mãos de seu projeto de salvação, teríamos que sentir-nos ávidos e
capazes de formular a mesma expressão do leproso: «Senhor, se queres podes
limpar-me».
Pois bem, se impõe uma
pergunta: Uma sociedade que não tem consciência do pecado pode pedir perdão ao
Senhor? Pode pedir alguma purificação? Todos conhecem muita gente que sofre e
cujo coração está ferido, mas seu drama é que não sempre é consciente de sua
situação pessoal. Apesar de tudo, Jesus continua passando para o nosso lado, a
cada dia (cf. Mt 28,20), e espera a mesma petição: «Ensinai-lhes a observar
tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim
dos tempos». No entanto, nos também devemos colaborar. Santo Agostinho nos
lembra em sua clássica sentença: «Aquele que te criou sem ti, não te salvará
sem ti». É necessário, pois, que sejamos capazes de pedir ao Senhor que nos
ajude, que queremos mudar com sua ajuda.
Alguém se perguntará:
por que é tão importante notar, converter-se e desejar mudar? Simplesmente
porque, do contrário, continuaríamos sem poder dar uma resposta afirmativa à
pergunta anterior, na que dizíamos que una sociedade sem consciência do pecado
dificilmente sentirá desejos ou necessidade de procurar o Senhor para formular
sua petição de ajuda.
Por isso, quando chega o
momento do arrependimento, o momento da confissão sacramental, é preciso
desfazer-se do passado, das manchas que infectam nosso corpo e nossa alma. Não
duvidemos: pedir perdão é um grande momento de iniciação cristã, porque é o momento
em que nos cai a venda dos olhos. E se alguém nota a sua situação e não quer
converter-se? Diz um ditado popular: «Não há pior cego do que aquele que não
quer ver».
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Na pessoa deste leproso
o Senhor quer exortar-nos a sermos humildes e a fugir da vanglória; exorta-nos
a sermos gratos» (S João Crisóstomo)
«Jesus recebe a nossa
humanidade enferma, e nós d´Ele a Sua humanidade sã e que cura. Isto acontece
sempre que recebemos um sacramento com fé, especialmente o sacramento da
Reconciliação, que nos cura da lepra e do pecado» (Francisco)
«O nome de “Senhor”
significa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer na
sua divindade. Ninguém pode dizer Jesus é Senhor´, a não ser pela ação do
Espírito Santo´» (1 Co 12, 3)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 455)
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Nos capítulos 5 a 7 ouvimos as palavras da
nova Lei proclamada por Jesus no alto da Montanha. Agora, nos capítulos 8 e 9, Mateus
mostra como Jesus praticava aquilo que acabava de ensinar. Nos evangelhos de
hoje (Mt 8,1-4) e de amanhã (Mt 8,5-17), vamos ver de perto os seguintes
episódios que revelam como Jesus praticava a lei: a cura de um leproso (Mt
8,1-4), a cura do servo do centurião romano (Mt 8,5-13), a cura da sogra de
Pedro (Mt 8,14-15) e a cura de inúmeros doentes (Mt 8,14-17).
* Mateus 8,1-2: O leproso pede: “Senhor, basta
querer para eu ser curado!” Um
leproso chega perto de Jesus. Era um excluído. Quem tocasse nele também ficava
impuro! Por isso, os leprosos deviam viver afastados (Lv 13,45-46). Mas aquele
leproso teve muita coragem. Ele transgrediu as normas da religião para poder
entrar em contato com Jesus. Chegando perto, ele diz: Se queres, podes
curar-me! Ou seja: “Não precisa tocar-me! Basta o senhor querer para eu ficar
curado!” Esta frase revela duas doenças: 1) a doença da lepra que o tornava
impuro; 2) a doença da solidão a que era condenado pela sociedade e pela
religião. Revela também a grande fé do homem no poder de Jesus.
* Mateus 8,3: Jesus tocou nele e disse: Quero!
Seja purificado. Profundamente
compadecido, Jesus cura as duas doenças. Primeiro, para curar a solidão, antes
de dizer qualquer palavra, ele toca no leproso. É como se dissesse: “Para mim,
você não é um excluído. Não tenho medo de ficar impuro tocando em você. Eu te
acolho como irmão!” Em seguida, cura a lepra dizendo: Quero! Seja curado! O leproso, para poder entrar em contato com
Jesus, tinha transgredido as normas da lei. Da mesma forma, Jesus, para poder
ajudar aquele excluído e, assim, revelar um novo rosto de Deus, transgrede as
normas da sua religião e toca no leproso.
* Mateus 8,4: Jesus manda o homem conversar com
os sacerdotes. Naquele
tempo, para um leproso poder ser readmitido na comunidade, ele precisava ter um
atestado de cura confirmado por um sacerdote. É como hoje. O doente só sai do
hospital com o documento assinado pelo médico de plantão. Jesus obrigou o
fulano a buscar o documento, para que ele pudesse conviver normalmente. Obrigou
as autoridades a reconhecerem que o homem tinha sido curado. Jesus não só cura,
mas também quer que a pessoa curada possa conviver. Reintegra a pessoa na
convivência fraterna. O evangelho de Marcos acrescenta que o homem não se
apresentou aos sacerdotes. Pelo contrário, “assim que partiu, (o leproso)
começou a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar
publicamente numa cidade. Permanecia fora, em lugares desertos (Mc 1,45). Por
que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade? É que ele tinha tocado
no leproso e tornou-se impuro perante as autoridades religiosas e perante a lei
da época. Por isso, agora, o próprio Jesus era um impuro e devia viver afastado
de todos. Já não podia entrar nas cidades. Mas Marcos mostra que o povo pouco
se importava com estas normas oficiais, pois de toda a parte vinham a Jesus!
Subversão total! O recado que Marcos nos dá é este: para levar a Boa Nova de
Deus ao povo, não se deve ter medo de transgredir normas religiosas que são
contrárias ao projeto de Deus e que impedem a fraternidade e a vivência do
amor. Mesmo que isto traga dificuldades para a gente, como trouxe para Jesus.
* Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o
anima por dentro! Ele não só anuncia a Boa Nova do Reino. Ele mesmo é uma
amostra, um testemunho vivo do Reino, uma revelação de Deus. Nele aparece
aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua
vida.
Para um confronto
pessoal
1) Em nome da Lei de Deus, os leprosos
eram excluídos e não podiam conviver. Na nossa igreja existem costumes e normas
não escritas que, até hoje, marginalizam pessoas e as excluem da convivência e
da comunhão. Você conhece pessoas assim? Qual a sua opinião a respeito disso?
2) Jesus teve coragem de tocar no
leproso. Você teria essa coragem?
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo, tende
piedade de nós.
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor
do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo,
tende piedade de nós.
Santíssima Trindade,
que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho
do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus,
formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido
substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus,
de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo
santo de Deus, ...
Coração de Jesus,
tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa
de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus,
fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus,
receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus,
abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus,
digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus,
rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no
qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus,
no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no
qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus,
de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo
das colinas eternas,...
Coração de Jesus,
paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico
para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus,
fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus,
propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus,
saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus,
atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus,
feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus,
atravessado pela lança,...
Coração de Jesus,
fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa
vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus,
nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima
dos pecadores, ...
Coração de Jesus,
salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus,
esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus,
delícia de todos os Santos,...
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e
humilde de coração,
R. — Fazei o nosso
coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno
Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e
satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam
vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo,
vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por
todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e
consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha
vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de
meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade
irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando
completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó
Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida,
segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância,
reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de
bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os
castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança,
pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade.
Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro
amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me
esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por
vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer
consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na
qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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