São
Fernando III, rei de Castela e de Leão.
Santa
Joana d’Arc, virgem
ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e
infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas
devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que
em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em
honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade,
recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para
mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os
benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos,
guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio,
pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (Ex 24,3-8): Naqueles dias, Moisés veio comunicar ao povo todas
as palavras do Senhor e todas as suas leis. O povo inteiro respondeu numa só
voz: «Faremos tudo o que o Senhor ordenou». Moisés escreveu todas as palavras
do Senhor. No dia seguinte, levantou-se muito cedo, construiu um altar no sopé
do monte e ergueu doze pedras pelas doze tribos de Israel. Depois mandou que
alguns jovens israelitas oferecessem holocaustos e imolassem novilhos, como
sacrifícios pacíficos ao Senhor. Moisés recolheu metade do sangue, deitou-o em
vasilhas e derramou a outra metade sobre o altar. Depois, tomou o Livro da
Aliança e leu-o em voz alta ao povo, que respondeu: «Faremos quanto o Senhor
disse e em tudo obedeceremos». Então, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele
o povo, dizendo: «Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco,
mediante todas estas palavras».
Salmo
Responsorial: 115
R. Tomarei o cálice da
salvação e invocarei o nome do Senhor.
Como agradecerei ao Senhor tudo
quanto Ele me deu? Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor.
É preciosa aos olhos do Senhor a
morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva: quebrastes
as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de
louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas promessas ao
Senhor, na presença de todo o povo.
2ª
Leitura (Heb 9,11-15): Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens
futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por
mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no
Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio
Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos
e de toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os
santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa
consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é
mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão
das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados
recebam a herança eterna prometida.
Aleluia. Eu sou o pão vivo
descido do Céu, diz o Senhor. Quem comer deste pão viverá eternamente. Aleluia.
Evangelho
(Mc 14,12-16.22-26): No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se
sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres
que façamos os preparativos para comeres a páscoa?» Jesus enviou então dois dos
seus discípulos, dizendo-lhes: «Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de
água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar:
‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal
com os meus discípulos? ’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma
grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!» Os discípulos
saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a
ceia pascal. Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção,
partiu-o e lhes deu, dizendo: «Tomai, isto é o meu corpo». Depois, pegou o
cálice, deu graças, passou-o a eles, e todos beberam. E disse-lhes: «Este é o
meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos. Em verdade, não beberei
mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de
Deus». Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras
«Tomai, isto é o meu corpo.
Este é o meu sangue»
Mons. José Ángel SAIZ Meneses,
Arcebispo de Sevilha (Sevilla, Espanha)
Hoje, celebramos solenemente a
presença eucarística de Cristo entre nós, o “dom por excelência”: «Durante a
refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo:
Tomai, isto é o meu corpo. (...). » (Mc 14,22.24). Disponhamo-nos a suscitar na
nossa alma o “assombro eucarístico” (S. João Paulo II).
O povo judeu na sua ceia pascal
comemorava a história da salvação, as maravilhas de Deus para com o seu povo,
especialmente a libertação da escravidão do Egipto. Nesta comemoração, cada
família comia o cordeiro pascal. Jesus Cristo converte-se no novo e definitivo
cordeiro pascal sacrificado na cruz e comido em Pão Eucarístico.
A Eucaristia é sacrifício: é o
sacrifício do corpo imolado de Cristo e do seu sangue derramado por todos nós,
antecipado na Última Ceia. Ao longo da história irá sendo atualizado em cada
Eucaristia. Nela temos o alimento: é o novo alimento que dá vida e força ao
cristão enquanto caminha em direção ao Pai.
A Eucaristia é presença de Cristo
entre nós. Cristo ressuscitado e glorioso permanece entre nós de maneira
misteriosa, mas real na Eucaristia. Esta presença provoca uma atitude de
adoração por nossa parte e uma atitude de comunhão pessoal com Ele. A presença
eucarística garante-nos que Ele permanece entre nós e opera a obra da salvação.
A Eucaristia é mistério de fé. É
o centro e a chave da vida da Igreja. É a fonte e raiz da existência cristã.
Sem vivência eucarística a fé cristã ficaria reduzida a uma filosofia.
Jesus dá-nos o mandamento do amor
de caridade na instituição da Eucaristia. Não se trata da última recomendação
do amigo que parte para longe ou do pai que vê a morte aproximar-se. É a
afirmação do dinamismo que Ele nos oferece. Pelo Baptismo começamos uma vida
nova, que é alimentada pela Eucaristia. O dinamismo desta vida leva a amar os
outros, e é um dinamismo em crescimento até dar a vida: nisto se verá que somos
cristãos.
Cristo ama-nos porque recebe a
vida do Pai. Nós amaremos recebendo do Pai a vida, especialmente através do
alimento eucarístico.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Cristo instituiu este sacramento
como o memorial perene da sua paixão, sendo a mais maravilhosa das suas obras.
E deixou-o aos seus como uma singular consolação nas tristezas da sua ausência»
(São Tomás de Aquino)
«A Eucaristia é verdadeiramente
um vestígio do céu que se abre na terra. É um raio de glória da Jerusalém
celeste que penetra as nuvens da nossa história e lança luz sobre o nosso
caminho» (S. João Paulo II)
«Tendo passado deste mundo para o
Pai, Cristo deixou-nos na Eucaristia o penhor da glória junto d'Ele: a
participação no santo sacrifício identifica-nos com o seu coração, sustenta as
nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida
eterna e desde já nos une à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos os
santos» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.419).
“Isto é o meu corpo. Este é o
meu sangue”
Do site da Ordem do Carmo em
Portugal.
* Hoje, Solenidade do Corpo de
Cristo, a Igreja coloca diante de nós a Última Ceia, o último encontro de Jesus
com os seus discípulos. Foi um encontro tenso e cheio de contradições.
Judas já tinha decidido atraiçoar Jesus (Mc 14, 10). Pedro negou-o (Mc 14, 30).
Jesus sabia tudo, mas não perdeu a calma nem o sentido de amizade. Pelo
contrário, precisamente nesta Última Ceia instituiu a Eucaristia e realizou o
supremo gesto de amor pelos seus (Jo 13, 1).
* Os quatro versículos que
descrevem a Eucaristia (Mc 14, 22-25) fazem parte de um contexto mais amplo (Mc
14, 1-31). Os diversos acontecimentos narrados antes e depois da
Eucaristia, ajudam muito a compreender melhor o significado do gesto de Jesus.
Antes do gesto da Eucaristia, Marcos narra a decisão tomada pelas autoridades
de matar Jesus (Mc 14, 1-2), o gesto de fidelidade da mulher anónima que unge
Jesus em vista da sua sepultura (Mc 14, 3-9), o pacto de traição de Judas (Mc
14, 10-11), a preparação da Páscoa (Mc 14, 12-16) e a indicação de quem será o
traidor (Mc 14, 17-21). Depois deste gesto segue-se o aviso da fuga por parte
de todos (Mc 14, 26-28), e o anúncio da negação de Pedro (Mc 14, 29-31).
* No decurso da leitura pensemos
que estamos com Jesus e os seus discípulos na sala, participando na Última Ceia
e procuremos fixara a atenção no que mais nos chama a atenção e toca o coração.
* Estamos na sala da Última
Ceia. Os acontecimentos dos dois dias anteriores aumentaram a tensão entre
Jesus a as autoridades. A entrada solene de Jesus em Jerusalém (Mc 11, 1-11), a
expulsão dos vendedores do Templo (Mc 11, 12-26), as discussões com os
sacerdotes, os escribas e os anciãos (Mc 11, 27 a 12, 12), com os fariseus e os
herodianos (Mc 12, 13-17), com os saduceus (Mc 12, 18-27), com os escribas (Mc
12, 28-40), a reflexão sobre as ofertas dos ricos e dos pobres (Mc 12, 41-44),
o anúncio da destruição do Templo (Mc 13, 1-13) e o discurso do juízo final (Mc
13, 4-37): tudo isto faz crescer a oposição dos grandes contra Jesus. Por um
lado, a mulher anónima, uma discípula fiel, que aceitava Jesus como Messias e
crucificado (Mc 14, 2-9) e, por outro, os discípulos que não conseguiam entender
e muito menos aceitar a Cruz, e que queriam fugir, negar e atraiçoar (Mc 14,
17-21. 27-31). No meio deste ambiente tenso e ameaçador, está o gesto de amor
de Jesus que se dá totalmente partindo o pão para os seus discípulos.
* Nos anos 70, época de
Marcos, muitos cristão por medo, tinham rejeitado, negado o atraiçoado a sua
fé. E agora punham a pergunta: «Rompemos a relação com Jesus. Não
acontecerá que também Ele rompa a sua relação conosco? Talvez possamos voltar».
Não havia uma resposta clara. Jesus não deixou nada escrito. Foi refletindo
sobre os factos e recordando o amor de Jesus, que os cristãos descobriram a
resposta. Como veremos no comentário, Marcos, no modo como escreve a Última
Ceia, dá a resposta a estas perguntas das comunidades que é: o acolhimento e o
amor de Jesus ultrapassam o abatimento e o fracasso dos discípulos. O regresso
é sempre possível!
* Marcos 14, 12-16: Preparação
da Ceia Pascal. Em total contraste com a discípula anónima que ungiu Jesus,
Judas, um dos doze, decide atraiçoá-lo e conspirou com os inimigos que lhe
prometeram dinheiro (Mc 24, 10-12). Jesus sabe que será atraiçoado. Mesmo
assim, trata de confraternizar com os discípulos na Última Ceia. Seguramente
que gastaram muito dinheiro para alugar «aquela sala grande, no piso superior,
com tapetes» (Mc 14, 15). Além disso, sendo a noite de Páscoa, a cidade está a
transbordar de pessoas que estão de passagem. A população triplicava. Não era
fácil encontrar uma sala para se reunir.
* Na noite de Páscoa, as
famílias chegadas de todas as partes do país, traziam o seu próprio cordeiro
para ser sacrificado no Templo, e depois, cada família, em casa, numa
celebração íntima e familiar, celebravam a Ceia Pascal e comiam o cordeiro. A
celebração da Ceia Pascal era presidida pelo pai de família. Por isto é que
Jesus presidiu à cerimónia e celebra a Páscoa com os seus discípulos, a sua
nova «família» (Mc 3, 33-35).
* A «sala grande no piso
superior» ficou na memória dos primeiros cristãos como o lugar da primeira
Eucaristia. É aí onde se reúnem depois da Ascensão do Senhor Jesus (At 1,
13) e é aí também onde estavam quando desceu o Espírito Santo no dia de
Pentecostes (At 2, 1). Pode ser a sala onde se reuniam para rezar durante a
perseguição (At 4, 23.31) e onde Pedro os encontrou depois da sua libertação (At
12, 12). A memória é concreta, ligada aos tempos e lugares da vida.
* Marcos 14, 22-26: A
Eucaristia: o gesto supremo de amor. O último encontro de Jesus com os
discípulos desenrola-se no ambiente solene da tradicional celebração da
Páscoa. O contraste é muito grande. Por um lado, os discípulos, que se sentem
inseguros e não entendem nada do que acontece e, por outro, Jesus, tranquilo e
senhor da situação, que preside à ceia e realiza o gesto de partir o pão,
convidando os amigos a tomar o seu corpo e o seu sangue. Ele faz aquilo que por
sempre orou: dar a sua vida a fim de que os seus amigos pudessem viver. E este
é o sentido profundo da Eucaristia: aprender de Jesus a dar-se, sem medo das
forças que ameaçam a vida, porque a vida é mais forte do que a morte. A fé na
ressurreição anula o poder da morte.
* Terminada a ceia, saindo com
os seus amigos para o Jardim das Oliveiras, Jesus anuncia que todos o
abandonarão. Fugirão ou dispersar-se-ão. Mas já os avisa: «Depois da
ressurreição preceder-vos-ei na Galileia»! Eles rompem com Jesus, mas Jesus não
rompe com eles. Ele espera-os na Galileia, no mesmo lugar onde três anos antes
os chamou pela primeira vez. Ou seja, a certeza da presença de Jesus na vida
dos discípulos é mais forte do que o abandono e a fuga! Jesus continua a
chamar. O retorno é sempre possível! Este anúncio de Marcos para os cristãos
dos anos setenta é também dirigido a todos nós.
* Pela maneira como Marcos
descreve a Eucaristia, ele acentua mais o contraste entre o gesto de Jesus e a
conduta dos discípulos. Antes do gesto de amor fala da traição de Judas
(Mc14, 17-21) e, depois do gesto de Jesus, fala do anúncio da negação de Pedro
e da fuga dos discípulos (Mc 14, 26-31). Deste modo acentua o amor
incondicional de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. É
a revelação do amor gratuito do Pai! Quem o experimentou pode dizer: «nem as
potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem nenhuma outra criatura poderá
jamais separar-nos do amor de Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor»! (Rom 8, 39).
* A celebração da Páscoa no
tempo de Jesus. A Páscoa era a festa principal dos judeus. Nela
comemorava-se a libertação da escravidão do Egipto, libertação essa que está na
origem do Povo de Deus. Mas mais do que uma simples recordação do Êxodo, a
Páscoa era uma porta que se abria de novo em cada ano a fim de que todas as
gerações pudessem aceder àquela ação libertadora de Deus, que no passado, tinha
gerado o povo. Mediante a celebração da Páscoa, cada geração, cada pessoa,
bebia da mesma fonte da qual tinham bebido no passado os seus pais quando foram
libertados da escravidão do Egipto. A celebração era como um renascimento
anual.
* No tempo de Jesus, a
celebração da Páscoa fazia-se de tal modo que os participantes podiam percorrer
o mesmo caminho que fora percorrido pelo povo, depois da libertação do Egito.
Para que isto pudesse acontecer, a celebração desenrolava-se com muitos
símbolos: ervas amargas, cordeiro mal assado, pão sem levedura, cálice de vinho
e outros. Durante a celebração o filho mais novo perguntava ao pai: «Pai, por
que é que esta noite é diferente das outras? Por que é que comemos ervas
amargas? Por que é que o cordeiro está meio assado? Por que é que o pão não tem
levedura?». E o pai respondia, narrando livremente os acontecimentos do
passado: «As ervas amargas lembram-nos a dureza e a amargura da escravidão. O
cordeiro malcozinhado evoca a rapidez da ação divina que liberta o povo. O pão
não fermentado indica a necessidade de renovação e de permanente conversão.
Lembra também a falta de tempo para preparar tudo, sendo muito rápida a ação divina». Este modo de celebrar a Páscoa,
presidida pelo pai de família, dava liberdade e criatividade ao presidente no
modo de orientar a celebração.
* Eucaristia: a Páscoa
celebrada por Jesus na Última Ceia. Foi com a intenção de celebrar a Páscoa
dos judeus que Jesus, nas vésperas da sua morte, se reuniu com os seus
discípulos. Era o último encontro com eles. Por isso chamamo-lo encontro da
«Última Ceia» (Mc 14, 22-26; Mt 26, 26-29; Lc 22, 14-20). Muitos aspectos da
Páscoa dos judeus continuam a ser válidos para a celebração da Páscoa de Jesus
e são o seu fundo. Ajudam a compreender todo o alcance da Eucaristia.
* Aproveitando a liberdade que
o ritual lhe dava, Jesus deu um novo significado aos símbolos do pão e do
vinho. Ao distribuir o pão diz: «Tomai e comei, isto é o meu corpo entregue
por vós». Quando distribui o cálice com vinho, diz: «Tomai e bebei, este é o
meu sangue derramado por vós e por todos». E, finalmente, sabendo que se
tratava do último encontro, a «Última Ceia», Jesus diz: «Já não beberei mais do
fruto da vide até ao dia em que o beberei de novo no reino de Deus» (Mc 14,
25). Deste modo Jesus unia a sua dedicação, simbolizada no pão partido e
compartilhado, à utopia do Reino.
* Eucaristia quer dizer
celebrar a memória de Jesus que dá a sua vida por nós, a fim de que possamos
viver em Deus e ter acesso ao Pai. Eis aqui expresso o sentido profundo da
Eucaristia: tornar presente no nosso meio e experimentar na própria vida, a
experiência de Jesus que se oferece, morrendo e ressuscitando.
* A celebração da Eucaristia
por parte dos primeiros cristãos. Nem sempre os cristãos conseguiram manter
este ideal da Eucaristia. Nos anos cinquenta, Paulo critica a comunidade de
Corinto porque, quando celebra a ceia do Senhor, fazia exatamente o contrário:
alguns comem primeiro a sua ceia, outros têm fome e outros estão bêbados (1Cor
11, 20-22). Celebrar a Eucaristia como memorial de Jesus significa assumir e
assimilar o projeto de Jesus. Quer dizer imitar a sua vida compartilhada, posta
completamente ao serviço dos pobres.
* No final do primeiro século,
o evangelho de João, em vez de descrever o rito da Eucaristia, mostra Jesus a
ajoelhar-se para realizar o serviço mais comum daquele tempo: lavar os pés.
No fim daquele serviço, Jesus não diz: «Fazei isto em minha memória» (como na
instituição da Eucaristia em Lc 22, 19; 1Cor 11, 24) mas diz: «Fazei vós também
o que vos fiz» (Jo 13, 15). Em vez de ordenar que se repita o rito, o evangelho
de João pede atitudes de vida que mantenham viva a memória do dom sem limites
que Jesus faz de si mesmo. Os cristãos da comunidade de João sentiam a
necessidade de insistir mais no significado da Eucaristia como serviço, do que
no rito em si.
* Esquecer a riqueza da Páscoa
dos judeus, quando se celebra a Eucaristia, é como deitar por terra a parede
onde está pendurado o quadro. A riqueza da celebração da Páscoa, tal como
se celebrava no Antigo Testamento e no tempo de Jesus, ajuda a aprofundar o
sentido da Eucaristia e evita a rotina que tudo banaliza. Fazendo um resumo de
tudo o que foi visto, eis alguns aspectos que podem enriquecer as nossas
celebrações: tomar consciência da opressão em que todos vivíamos (mastigar
ervas amargas); recordar a libertação da opressão (a resposta do pai à pergunta
do filho); experimentar a rapidez da força libertadora de Deus (carne mal
cozinhada e pão sem levedura); celebrar a aliança, assumir de novo o
compromisso (comprometer-se comendo o pão que Jesus oferece); dar graças a Deus
pelas maravilhas realizadas em nosso favor (gestos de louvor); reanimar a fé, a
esperança e o amor (animação recíproca); recordar tudo o que aconteceu e o que
ainda não está realizado (recordar o que Deus fez por nós); recriar em nós o
mesmo dom que Jesus fez de si mesmo (lavar os pés); viver a paixão, a morte e a
ressurreição (o mistério permanente da vida); receber a comunhão, geradora de
fraternidade (gestos de paz e ajuda).
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do
Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como
vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse
período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser
sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha
fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel
e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o
coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de
nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
...
Deus Espírito Santo Paráclito,
...
Santíssima Trindade, que sois
um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna
glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem
pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo
Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, santa Mãe de
Deus.
R. Para que sejamos dignos
das promessas de Cristo.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima
Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm
recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido
por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo
debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das
virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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