quarta-feira, 15 de maio de 2024

MÊS DE MARIA – Sexta-feira da 7ª semana da Páscoa

São Pascoal Bailão, religioso
 
ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (At 25,13-21): Naqueles dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram apresentar cumprimentos ao governador Festo. Como se demoraram ali muitos dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: «Há aqui um homem, que Félix deixou preso, e contra o qual, estando eu em Jerusalém, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, pedindo a sua condenação. Respondi-lhes que não era costume dos romanos conceder a entrega de qualquer homem, antes de o réu ter na sua frente os acusadores e poder defender-se da acusação. Vieram então aqui a Cesareia e, sem mais demoras, logo no dia seguinte, sentei-me no tribunal e mandei comparecer o homem. Postos frente a frente, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes de que eu suspeitava. Só tinham com ele discussões acerca da sua religião e especialmente a respeito de um certo Jesus que morreu e que Paulo afirma estar vivo. Eu fiquei embaraçado perante um debate deste género e perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém, para lá ser julgado. Mas como Paulo apelou, para que a sua causa fosse decidida pelo imperador, mandei que o conservassem preso, até o enviar a César».
 
Salmo Responsorial: 102
R. O Senhor tem no Céu o trono da sua glória.
 
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
 
Como a distância da terra aos céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem.
Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
 
O Senhor fixou no Céu o seu trono e o seu reino estende-se sobre o universo. Bendizei o Senhor, todos os seus Anjos, poderosos executores das suas ordens.
 
Aleluia. O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Aleluia.
 
Evangelho (Jo 21,15-19): Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?». Pedro respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que te amo». Jesus lhe disse: «Cuida dos meus cordeiros». E disse-lhe, pela segunda vez: «Simão, filho de João, tu me amas?». Pedro respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que te amo». Jesus lhe disse: «Sê pastor das minhas ovelhas». Pela terceira vez, perguntou a Pedro: «Simão, filho de João, tu me amas?». Pedro ficou triste, porque lhe perguntou pela terceira vez se era seu amigo. E respondeu: «Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo». Jesus disse-lhe: «Cuida das minhas ovelhas. Em verdade, em verdade, te digo: quando eras jovem, tu mesmo amarravas teu cinto e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te porá o cinto e te levará para onde não queres ir». Disse isso para dar a entender com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: «Segue-me».
 
«Você me ama mais que estes?»
 
Fr. Habel JADERA (Bogor, Indonésia)
 
Hoje, o Evangelho nos fala sobre outra aparição de Jesus aos seus discípulos. De maneira profunda, o diálogo entre o Senhor e Pedro mostra-nos a misericórdia de Deus como seu grande amor pelos discípulos e pelo mundo. Este não é qualquer diálogo entre Jesus e seu discípulo Pedro. Tanto Jesus Cristo quanto Pedro falam de amor, cada um de sua perspectiva. As três perguntas de Jesus: "Você me ama mais do que essas?" (Jo 21,15) pode ser considerada como uma reafirmação do duplo estatuto de Pedro, a saber: por um lado, como discípulo que o ama mais do que os outros, e, por outro, como discípulo que o ama mais do que os seus pares. Em todo caso, o grande ato de amor de Jesus Cristo suscita uma profunda resposta da parte de Pedro.
 
Senhor, tu sabes que te amo", Simão parece ter consciência das três quedas, negando Jesus, o Filho de Deus que está diante dele e que diz aos discípulos: "não se perturbem os vossos corações", "a paz esteja convosco" (cf. Jo 14,27; 20,19).
 
Jesus conclui este diálogo tão importante com a confirmação da missão de Pedro e do primado que anteriormente lhe tinha concedido (cf. Mt 16,18-20), especialmente quando Cristo lhe diz: "Apascenta as minhas ovelhas". O cumprimento das ordens de Jesus exige um amor extraordinário, um amor missionário na alma. Este amor missionário deve ir “in crescendo”. Como afirmou o Papa Francisco, “o amor cria laços e expande a existência quando atrai a pessoa de si mesma para a outra”.
 
Para se tornar seus pastores, Jesus Cristo exige a seguinte característica básica do amor missionário: amá-lo mais do que a qualquer outra pessoa. Finalmente, como discípulos de Jesus, somos solicitados a tornar a "lei do êxtase" operativa. Ou seja, o amante deve “sair de si para encontrar no outro o crescimento do seu ser” (Francisco). O amor missionário nos leva a ir além de nós mesmos!
 
«‘Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo’. Jesus disse-lhe: ‘Cuida das minhas ovelhas’»
 
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
 
Hoje agradecemos a São João que nos deixe constância da íntima conversa entre Jesus e Pedro: «Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?». Pedro respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que te amo». Jesus lhe disse: «Cuida dos meus cordeiros» (Jo 21,15). —Desde os menores, recém-nascidos à Vida da Graça... Tem que ter cuidado como se fosse Ele mesmo... Quando por segunda vez... «Jesus lhe diz: `Cuida das minhas ovelhas´», Ele está dizendo a Simão Pedro: — A todos os que me sigam, tu vais presidir no meu Amor, deveis procurar que eles tenham a caridade ordenada. Assim, todos saberão que por vos que seguem-Me; que a minha vontade é que passes por diante sempre, administrando os méritos que —para cada um— Eu tenho ganho.
 
«Pedro ficou triste, porque lhe perguntou pela terceira vez se era seu amigo. E respondeu: `Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo´» (Jo 31,17). Faz-lhe retificar sua tripla negação, e só ao lembrar-se dela, o entristece. —Eu te amo totalmente, porém te tenha negado..., já sabes quanto chorei a minha traição, já sabes que encontrei consolo somente estando com tua Mãe e com os irmãos.
 
Encontramos consolo ao recordar que o Senhor estabeleceu o poder de apagar o pecado que nos separa, muito ou pouco, de seu Amor e o amor dos irmãos. —Encontro consolo quando admito a certeza do meu afastamento de teu lado, e ao sentir de teus lábios sacerdotais o «Eu te absolvo» "poder de jurisdição".
 
Encontramos consolo neste poder das chaves que Jesus Cristo dá a todos os seus sacerdotes-ministros, para reabrir as portas de sua amizade. —Senhor, vejo que um ato de desamor se ajeita com um ato de imenso amor. Tudo isso, leva-nos a valorar a joia imensa do sacramento do perdão para confessar os nossos pecados, que realmente são "desamor".
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O amor não é uma questão de milagres, mas simplesmente de virtudes: 'O amor cumpre toda a lei' (Rm 13,10). Amai-vos uns aos outros e assim assemelhar-vos-eis aos apóstolos, estareis em primeiro lugar» (São João Crisóstomo)
 
«"Tu Amas-me?" tem um significado universal, um valor duradouro. Constrói, na história da humanidade, o mundo do bem» (S. João Paulo II)
 
«Jesus confiou a Pedro uma autoridade específica (...). O «poder das chaves» designa a autoridade para governar a Casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, o «bom Pastor» (Jo 10, 11), confirmou este cargo depois da sua ressurreição: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21, 15-17)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 553)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
* Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes.
Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).
 
* Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!
 
* João 21,15-17: O amor no centro da missão. Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
 
*  João 21,18-19: A previsão da morte. Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."
 
*  O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado. A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed. É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos” (1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade” (1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.
 
Para confronto pessoal
1. Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as ideias?
2. A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construindo?
 
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
 
LADAINHA DE NOSSA SENHORA, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

 
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
 
Deus Pai do Céu, TENDE PIEDADE DE NÓS.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria, ROGAI POR NÓS.
Imaculada Esposa do Espírito Santo,
Puríssima Esposa do Espírito Santo,
Devotíssima Esposa do Espírito Santo,
Piedosíssima Esposa do Espírito Santo,
Benigníssima Esposa do Espírito Santo,
Amabilíssima Esposa do Espírito Santo,
Amadíssima Esposa do Espírito Santo,
Esposa eleita do Espírito Santo,
Esposa formosíssima do Espírito Santo,
Esposa graciosíssima do Espírito Santo,
Esposa santíssima do Espírito Santo,
Esposa ilibada do Espírito Santo,
Esposa admirabilíssima do Espírito Santo,
Esposa humilíssima do Espírito Santo,
Verdadeiro Templo do Espírito Santo,
Modelo da alma agradável a Deus,
Exemplo maravilhoso de vida piedosa,
Bendita entre todos os descendentes de Eva,
Mãe cheia de graça,
Virgem coberta com a sombra do Espírito Santo,
Virgem repleta do Espírito Santo,
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós!
 
V. Rogai por nós, ó Maria, Esposa do Espírito Santo!
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!
 
ORAÇÃODeus Todo Poderoso, que enviastes o Espírito Santo sobre os Apóstolos, reunidos em oração com Maria, Mãe de Jesus, concedei, por intercessão da Virgem Santíssima, que nos consagremos fielmente ao Vosso serviço e proclamemos a glória do Vosso Nome em palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
 
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

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