domingo, 10 de dezembro de 2023

12 de dezembro: Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas


Primeira Leitura (Gl 4,4-7)
- Irmãos, 4 quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5 a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6 E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7 Assim, já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
 
Responsório Sl 95(96),1-2a.2b-3.10 (R. 3a)
R. Manifestai a sua glória entre as nações.
 
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu Santo nome.
 
— Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!
 
— Publicai entre as nações: “Reina o Senhor! Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça”.
 
Aleluia. Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! Aleluia.
 
Evangelho (Lc 1,39-48): Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!». Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz».
 
«Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada»
 
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, o México celebra solenemente a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, venerada como Rainha do povo mexicano. Toda a América a celebra também como sua Padroeira. Mas ainda há mais: todo o mundo se alegra com esta festa da nossa Mãe. Não foi em vão que o Espírito Santo lhe inspirou estas palavras: «Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada» (Lc 1,48).
 
Todas as gerações e de todo o mundo! Parece exagero? Pois não é. Perguntemo-nos, por exemplo: quantas vezes hoje mesmo repetiremos no mundo inteiro “bendita és tu entre as mulheres”? Milhões e milhões de vezes. Num só dia! E assim todos os dias! Afinal, o Espírito Santo não se enganou!
 
Santa Maria é um caso único: nenhuma outra pessoa é tão recordada como ela em todos os lugares do mundo. É um “caso único”, como o é também o seu Filho Jesus, pois «debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos» (At 4,12).
 
Em relação à Virgem ainda há outro facto impressionante: Ela é venerada em tantas regiões e lugares diferentes do mundo e, por vezes, frequentemente, é representada de acordo com a fisionomia e os traços próprios do lugar. Isto acontece porque Maria é Mãe de todos e, logicamente, cada um, cada povo a representa de acordo com a sua própria imagem. Os filhos parecem-se fisicamente com a sua Mãe! Por isso, no México, a vemos morena e com traços mestiços. E também não foi por acaso que Maria tenha falado a Juan Diego na língua asteca.
 
Mas tratemos de nos parecer a Ela, sobretudo, espiritualmente. A Virgem de Guadalupe reflete nos seus olhos o seu querido filho Juan Diego. A Nossa Mãe observa-nos! Que responsabilidade tão grande temos! - Mãe, quisera que nos teus preciosos olhos só se refletissem coisas boas, como a piedade, humildade e obediência de S. Juan Diego… e as flores que tu própria lhe deste e de que tanto gostas…
 
Deixe-te visitar por Maria como Isabel
 
Do site da Canção Nova
 
Todo aquele intercâmbio de vida, todo aquele diálogo de amor à luz do Espírito Santo, leva Maria a um canto de ação de graças e de louvor, inspirado no canto de Ana, a mãe de Samuel (cf. Sm 2,1-10). É que tanto lá como aqui, se realimenta a esperança dos pobres por uma intervenção de Deus Salvador. Jesus, de fato, significa – Deus Salva! A primeira parte do canto apresenta o louvor e a santificação do nome de Deus por parte de Maria. Na verdade, Deus pôs seu olhar sobre aquela humilde jovem de Nazaré, fazendo grandes coisas em seu favor. Deus exalta sua humildade, de tal modo que todas as gerações têm a obrigação de chamar a Mãe de Deus de Bem-Aventurada, ou seja, de Santa.
 
Assim, Jesus é concebido como a misericórdia de Deus em ação, trazendo vida para todos, restaurando a fraternidade entre os filhos de Deus.
 
Ao descrever a visita de Maria a Isabel, Lucas quer mostrar Maria como um modelo de solidariedade, da comunidade fiel que atende a todos os irmãos necessitados. O serviço de Maria a Deus se concretiza no serviço aos irmãos e irmãs necessitadas. Descrevendo a visita de Maria a Isabel, Lucas quer ensinar como as pequenas comunidades devem fazer para transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e irmãs. Nossa acolhida à Palavra de Deus concretiza-se no serviço concreto às pessoas mais carentes.
 
Lucas acentua a prontidão de Maria em atender ao apelo de Deus contido nas palavras do anjo. O anjo tinha lhe falado da gravidez de Isabel. Imediatamente, Maria sai de sua casa para se colocar a serviço de Isabel. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros de caminhada. Tal atitude de Maria frente ao apelo da Palavra quer nos ensinar que não devemos nos fechar sobre nós mesmos, atendendo apenas as pessoas que nos são conhecidas ou que estão mais perto de nós. Devemos sair de casa, e estar bem atentos e atentas às necessidades concretas das pessoas e procurar ajudar na medida de nossas capacidades e possibilidades.
 
Até pouco tempo Maria levava uma vida “normal”; porém, depois do grande anúncio tudo muda; só Deus sabe o que passou em seus pensamentos, talvez muitas preocupações diante de um fato tão grandioso, do qual estava participando diretamente. Porém, uma coisa é certa: ela confia no Senhor. Não ficou presa no fato em si, mas põe-se, como nos diz a leitura, a caminho.
 
No diálogo que teve com o anjo, ‘na anunciação’, Maria fica sabendo que também Isabel foi agraciada milagrosamente: Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Maria vai visitar sua parenta e ao vê-la confirma-se o que anjo já lhe havia falado.
 
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.
 
Ao chegar na casa de Isabel, após uma longa viagem de pouco mais de cem quilômetros, as duas mulheres se encontram, e não só elas, também os frutos da bondade e do amor de Deus. Aqui aproveito para abrir um pequeno parêntese: Maria estava com poucos dias de gestação, e ainda assim o seu filho foi percebido por Isabel, e o ainda não nascido João Batista. Como é que podem alguns ainda colocar em dúvida se o feto não constitui ainda um ser humano, capaz de reconhecer as grandes maravilhas de Deus, mesmo que estes sejam de poucos centímetros?
 
Maria foi a primeira anunciadora da boa nova, junto com ela, leva a mesma alegria recebida do anjo, leva também o Cristo e o Espírito Santo. Como não querer bem a uma mulher que soube realizar a vontade do Pai? Maria é aquela que conduz Jesus até aquela família, mais tarde será ela também que pede a Jesus para que ajude os noivos nas bodas de Caná; e ainda hoje ela continua atenta as nossas necessidades, com seu olhar materno.
 
Diante de tudo que recebeu, ela não se exalta, mas bendiz o Senhor: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Este canto, que Lucas colocou nos lábios de Maria, relembra o que Deus fez em Maria, a Serva do Senhor. Mas recorda também o que Deus fez pelos pobres através de Jesus. Ele inverte as falsas situações humanas no campo religioso, político e social.
 
Pois Sua misericórdia perdura para sempre para os que o temem. Aos que não o temem – os orgulhosos – Ele dispersou com a força do seu braço. Ele derrubou do trono os poderosos. Quanto aos humildes, submissos e oprimidos, Ele os exaltou. Ele cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Deixemo-nos visitar por Deus! Mas estejamos atentos com a mesma sensibilidade de Isabel e João Batista. Que possamos reconhecê-lo, acolhê-lo e com Ele alegrar-se.
 
Pai conduza-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a comunhão plena contigo.

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