Bto
Isidoro Bakanja, Leigo, mártir, Patrono do Laicato Carmelita
Bta
Victoria Diez y Bustos de Molina, Virgem e Mártir do Instituto Teresiano
1ª
Leitura (Dt 6,4-13): Moisés falou ao povo, dizendo: «Escuta, Israel: o
Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu
coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. As palavras que hoje
te prescrevo ficarão gravadas no teu coração. Hás de recomendá-las a teus
filhos e delas falarás, quer estando sentado em casa quer andando pelos
caminhos, quando te deitas e quando te levantas. Hás de atá-las ao braço como
um sinal, prendê-las na fronte diante dos teus olhos e gravá-las nos umbrais da
tua casa e nas portas da tua cidade. Quando o Senhor teu Deus te introduzir na
terra que a teus pais Abraão, Isaac e Jacob, jurou dar-te, terás grandes e
belas cidades que tu não construíste, casas repletas de toda a espécie de bens
que tu não acumulaste, cisternas abertas que tu não escavaste, vinhas e olivais
que tu não plantaste. Quando tiveres comido até à saciedade, não te esqueças do
Senhor, que te fez sair da terra do Egipto, da casa da escravidão. Só ao Senhor
teu Deus deves temer, só a Ele servir e só pelo seu nome jurar».
Salmo
Responsorial: 17
R. Eu Vos amo, Senhor: Vós
sois a minha força.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador, meu Deus, auxílio em que ponho a
minha confiança, meu protetor, minha defesa e meu salvador.
Na minha aflição invoquei o
Senhor e clamei pelo meu Deus. Do seu templo Ele ouviu a minha voz e o meu
clamor chegou aos seus ouvidos.
Viva o Senhor, bendito seja o meu
protetor; exaltado seja Deus, meu Salvador. O Senhor dá ao seu Rei grandes
vitórias e usa de bondade para com o seu Ungido.
Aleluia. Jesus Cristo, nosso
Salvador, destruiu a morte e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Aleluia.
Evangelho
(Mt 17,14-20): Naquele tempo, alguém se aproximou de Jesus, caiu de
joelhos e disse: «Senhor, tem compaixão do meu filho. Ele tem crises de
epilepsia e passa mal. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Levei-o aos teus
discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!». Jesus tomou a palavra: «Ó
geração sem fé e perversa! Até quando vou ficar convosco? Até quando vou
suportar-vos? Trazei aqui o menino». Então Jesus repreendeu o demônio, e este
saiu do menino, que ficou curado a partir dessa hora. Então, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: «Por que nós não
conseguimos expulsar o demônio?». Ele respondeu: «Por causa da fraqueza de
vossa fé! Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de
mostarda, direis a esta montanha: 'Vai daqui para lá', e ela irá. Nada vos será
impossível».
«Se tiverdes fé do tamanho de
um grão de mostarda (...) nada vos será impossível»
Rev. D. Fidel CATALÁN i Catalán (Terrassa,
Barcelona, Espanha)
Hoje, uma vez mais, Jesus dá a
entender que a medida dos milagres é a medida de nossa fé: «Eu vos asseguro: se
tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: Vai
daqui para lá, e ela irá» (Mt 17,20). De fato, como fazem notar São Jerônimo e
Santo Agostinho, na obra de nossa santidade (algo que claramente supera as
nossas forças) se realiza esse deslocar-se o monte. Por tanto, os milagres aí
estão e, se não vemos mais é porque não lhe permitimos os fazer por nossa pouca
fé.
Ante uma situação desconcertante
e para todos incompreensível, o ser humano reage de diversas maneiras. A
epilepsia era considerada como uma doença incurável e que sofriam as pessoas
que se encontravam possuídas por algum espírito maligno.
O pai daquela criatura expressa
seu amor para o filho buscando sua cura integral, e vai a Jesus. Sua ação é
mostrada como um verdadeiro ato de fé. Ele se ajoelha ante Jesus e o impreca
diretamente com a convicção interior de que sua petição será escutada
favoravelmente. A maneira de expressar a demanda mostra, ao mesmo tempo, a
aceitação de sua condição e, o reconhecimento da misericórdia Daquele que pode
sentir compaixão dos outros.
Aquele pai menciona o fato de que
os discípulos não puderam jogar àquele demônio. Esse elemento introduz a
instrução de Jesus fazendo notar a pouca fé dos discípulos. Segui-lo a Ele, se
fazer discípulo, colaborar em sua missão pede uma fé profunda e bem
fundamentada, capaz de suportar adversidades, contratempos, dificuldades e
incompreensões. Uma fé que é efetiva porque está solidamente enraizada. Em
outros fragmentos evangélicos, Jesus Cristo mesmo lamenta a falta de fé de seus
seguidores. A expressão «nada vos será impossível» (Mt 17,20) expressa com toda
a força a importância da fé no seguimento do Mestre.
A Palavra de Deus põe na nossa
frente a reflexão sobre a qualidade de nossa fé e, a maneira como a
aprofundamos e, nos lembra aquela atitude do pai de família que se aproxima a
Jesus e lhe roga com a profundidade do amor de seu coração.
Reflexão
* Contexto. Esta passagem
apresenta Jesus em sua atividade de curar. Depois de sua permanência com os
discípulos na região de Cesareia de Filipe (16,13-28), Jesus vai a um alto
monte e transfigurou-se diante de três dos seus discípulos (17,1-10), e depois
encontra pessoas (17,14.21) e de novo se dirige para a Galileia (17,22). O que
pensar destes deslocamentos geográficos Jesus? Não é de excluir que eles
poderiam ter um valor de ordem geográfica, mas Mateus quer expressar a sua
função num itinerário espiritual. Em seu caminho de fé, a comunidade está
sempre chamada a percorrer o itinerário espiritual traçado pela vida de Jesus:
partindo da Galileia de sua atividade pública e desta até a sua ressurreição,
atravessando o caminho da cruz. Um itinerário espiritual em que a força da fé
desempenha um papel essencial.
* A força da fé. Depois de
sua transfiguração, Jesus e a pequena comunidade dos seus discípulos se volta
para as pessoas antes de regressar para a Galileia (v. 22) e chegar a Cafarnaum
(v. 24). Enquanto Jesus está entre as pessoas, se aproxima dele um homem e pede
com insistência para que intervenha sobre o mal que mantém aprisionado o filho.
A descrição anterior à intervenção de Jesus é verdadeiramente precisa: é um
caso de epilepsia com todas as suas consequências patológicas em um nível
psíquico. No tempo de Jesus, esse tipo de doença era atribuído a forças do mal,
e, especificamente como obra de Satanás, o inimigo de Deus e do homem e,
portanto, a origem do mal e de todos os males. Neste caso, onde as forças do
mal emergem persistentemente acima da capacidade humana, os discípulos se
sentem incapazes de curar o jovem (vv.16-19) por causa de sua pouca fé (v. 20).
* Para
o evangelista, este jovem epiléptico é símbolo daqueles que desprezam o poder
da fé (v. 20), aqueles que não estão cientes da presença de Deus entre eles (v.
17). A presença de Deus em Jesus, que é o Emmanuel, não é reconhecida; não é
suficiente entender algo sobre Jesus, é necessária a verdadeira fé. Jesus,
depois de repreender as pessoas, manda trazer o jovem: "Traga-o aqui"
(v. 17), cura-o e o liberta no momento em que o demônio grita. Não basta o
milagre da cura de uma única pessoa, é também necessário curar a fé incerta e
fraca dos discípulos. Jesus se aproxima deles, que estão confusos ou atordoados
com sua impotência: “Por que não pudemos nós expulsar este demônio?” (v. 20). A
resposta de Jesus é clara: “Por causa de vossa falta de fé.” Jesus pede uma fé
capaz de mover montanhas do próprio coração para se identificar com sua pessoa,
com sua missão, com seu poder divino.
* É verdade que os discípulos
deixaram tudo para seguir a Jesus, mas não puderam curar o menino epiléptico
por causa de sua "pouca fé". Não se trata falta de fé e sim de fé
fraca, hesitante para os céticos, com predomínio da desconfiança e da dúvida. É
uma fé não se enraizada plenamente no relacionamento com Cristo. Jesus se
excede na linguagem, quando ele diz: "Se tiverdes fé, como um grão de
mostarda", poderão mover montanhas; é uma exortação para deixar-se a
conduzir na ação pelo poder da fé, o que se torna especialmente forte nos
momentos de provação e sofrimento, e atinge a maturidade, quando não se
escandaliza mais com o escândalo da cruz. A fé pode fazer qualquer coisa, desde
que se renuncie a confiar nas próprias capacidades humanas, pode mover
montanhas. Os discípulos e a comunidade primitiva experimentaram que a
incredulidade não se vence só através da oração e do jejum, mas que é
necessário unir-se à morte e ressurreição de Jesus.
Para um confronto pessoal
1) Na meditação desta
passagem, observamos como os discípulos se situam diante do epilético e diante
de próprio Jesus. Você descobre o seu caminho de relacionamento com Jesus e com
outros pela força da fé?
2) Jesus, desde a cruz, dá
testemunho do Pai e o revela totalmente. A palavra de Jesus que você tem
meditado te pede uma adesão total: Você se sente comprometido cada dia em mover
as montanhas do seu coração que se interpõem entre o seu egoísmo e a vontade de
Deus
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