ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó
Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a
confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Num 21,4-9): Naqueles
dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o Mar Vermelho,
contornando a terra de Edom. No caminho o povo impacientou-se e falou contra
Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste
deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento
miserável». Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam
nas pessoas e morreu muita gente de Israel. O povo dirigiu-se a Moisés,
dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do
Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um
poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado». Moisés fez
uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma
serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.
Salmo Responsorial: 101
R. Ouvi, Senhor, a minha oração, chegue até Vós o meu
clamor.
Ouvi, Senhor, a minha oração e chegue até Vós o meu clamor.
Não escondais o vosso rosto no dia da minha aflição. Inclinai para mim o vosso ouvido;
no dia em que chamar por Vós respondei-me sem demora.
Os povos temerão, Senhor, o vosso nome, todos os reis da
terra a vossa glória. Quando o Senhor reconstruir Sião e manifestar a sua
glória, atenderá a súplica do infeliz e não desprezará a sua oração.
Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras e o povo que
se há de formar louvará o Senhor. Debruçou-Se do alto da sua morada, lá do Céu
o Senhor olhou para a terra, para ouvir os gemidos dos cativos, para libertar
os condenados à morte.
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo. Quem
O encontra viverá eternamente.
Evangelho (Jo 8,21-30): De
novo, Jesus lhes disse: «Eu me vou, e vós me procurareis; mas morrereis no
vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir». Os judeus, então,
comentavam: «Acaso ele irá se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não
podeis ir’». Ele continuou a falar: «Vós sois daqui de baixo; eu sou do alto.
Vós sois deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu vos disse que morrereis nos
vossos pecados. De fato, se não acreditais que ‘eu sou’, morrereis nos vossos
pecados». Eles lhe perguntaram: «Quem és tu, então? Jesus respondeu: «De
início, isto mesmo que vos estou falando». Tenho muitas coisas a dizer a vosso
respeito, e a julgar também. Mas, aquele que me enviou é verdadeiro, e o que
ouvi dele é o que eu falo ao mundo”. Eles, porém, não compreenderam que estava
lhes falando do Pai. Por isso, Jesus continuou: «Quando tiverdes elevado o
Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’, e que nada faço por mim mesmo, mas
falo apenas aquilo que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo. Ele
não me deixou sozinho, porque eu sempre faço o que é do seu agrado». Como
falasse estas coisas, muitos passaram a crer nele.
«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis
que ‘Eu Sou’»
Rev. D. Josep Mª MANRESA Lamarca (Valldoreix, Barcelona,
Espanha)
Hoje, Terça-feira V da Quaresma, a uma semana da
contemplação da Paixão do Senhor, Ele nos convida a olhar-lhe antecipadamente
redimindo-nos desde a Cruz. «Jesus Cristo é nosso pontífice, seu corpo precioso
é nosso sacrifício que Ele ofereceu na ara da Cruz para a salvação de todos os
homens» (São João Fisher).
«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem...» (Jo 8,28).
Efetivamente, Cristo Crucificado —Cristo “levantado”!— é o grande e definitivo
signo do amor do Pai à Humanidade caída. Seus braços abertos, estendidos entre
o céu e a terra, traçam o signo indelével da sua amizade conosco os homens. Ao
lhe ver assim, alçado ante o nosso olhar pecador, saberemos que Ele é (cf. Jo
8,28), e então, como aqueles judeus que o escutavam, também nós creremos Nele.
Só a amizade de quem está familiarizado com a Cruz pode
proporcionar-nos o adequado para adentrar-nos no Coração do Redentor. Pretender
um Evangelho sem Cruz, despojado do sentido cristão da mortificação, ou
contagiado do ambiente pagão e naturalista que nos impede entender o valor
redentor do sofrimento, colocar-nos-ia na terrível possibilidade de ouvir dos
lábios de Cristo: «Depois de tudo, para que seguir falando-vos?».
Que o nosso olhar à Cruz, olhar sossegado e contemplativo,
seja uma pergunta ao Crucificado, em que sem o ruído de palavras lhe digamos:
«Quem és tu, então?(Jo 8,25).Ele nos responderá que é «Eu sou o Caminho, a
Verdade e a Vida»(Jo 14,6), a Videira à qual sem estar unidos, nós, pobres
ramos, não poderemos dar fruto, porque só Ele tem palavras de vida eterna. E
assim, se não cremos que Ele é, morreremos pelos nossos pecados. Viveremos, no
entanto, e viveremos já nesta terra vida de céu se aprendemos Dele a gozosa
certeza de que o Pai está conosco, não nos deixa sozinhos. Assim imitaremos o
Filho em fazer sempre o que lhe agrada ao Pai.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Consegues atrair a todos, Senhor, porque a devoção de todas
as nações da terra pode agora celebrar, com sacramentos eficazes, o que antes
só se celebrava no templo de Jerusalém e apenas por meio de símbolos e figuras»
(São Leão Magno)
«Aqueles que dizem: —Sim, sim, sim, quero ser salvo, mas...:
é o coração dos “cristãos mornos”! Que sempre têm alguma coisa da qual se
arrepender. E como o Senhor resolve isso? A cura só vem olhando a cruz»
(Francisco)
«O nome divino “Eu sou” ou “Ele é”, exprime a fidelidade de
Deus, que, apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que merece,
‘conserva a sua benevolência em favor de milhares de pessoas’ (Ex 34, 7). Deus
revela que é ‘rico em misericórdia’ (Ef 2,4), ao ponto de entregar o seu
próprio Filho. Dando a vida para nos libertar do pecado, Jesus revelará que Ele
mesmo é portador do nome divino: ‘Quando elevardes o Filho do Homem, então
sabereis que Eu sou’ (Jo 8,28)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 211)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Na semana passada, a liturgia nos levava a meditar o
capítulo 5 do Evangelho de João. Esta semana ela nos confronta com o
capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 contém
reflexões profundas sobre o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus.
Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os
fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam por ele dar testemunho de
si mesmo sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante do povo (Jo
8,13). Jesus responde dizendo que ele não fala a partir de si mesmo, mas sempre
a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).
* Na realidade, os diálogos são também expressão de
como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no
fim do primeiro século. Eles refletem a leitura orante que os cristãos faziam
das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e
resposta ajudava-os a encontrar a resposta para os problemas que, naquele fim
de século, os judeus levantavam para os cristãos. Era uma maneira concreta de
ajudar a comunidade a ir aprofundando sua fé em Jesus e sua mensagem.
* João 8,21-22: Aonde eu vou, vocês não podem me seguir.
Aqui João aborda um novo assunto ou um outro aspecto do mistério que envolve a
pessoa de Jesus. Jesus fala da sua partida e diz que, para onde ele vai, os
fariseus não podem segui-lo. “Eu vou e vocês me procuram e vão morrer no seu
pecado”. Eles procuram Jesus, mas não vão encontrá-lo, pois não o conhecem e o
procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e vão morrer no pecado.
Viver no pecado é viver afastado de Deus. Eles imaginam Deus de um jeito, e
Deus é diferente do que eles o imaginam. Por isso não são capazes de reconhecer
a presença de Deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e
tomam tudo ao pé da letra: “Será que ele vai se matar?”
* João 8,23-24: Vocês são aqui de baixo e eu sou lá de
cima. Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. “Vocês
são deste mundo e eu não sou deste mundo!” O quadro de referências que orienta
Jesus em tudo que ele diz e faz é o mundo lá de cima, isto é, Deus, o Pai, e a
missão que recebeu do Pai. O quadro de referências dos fariseus é o mundo cá de
baixo, sem abertura, fechado nos seus próprios critérios. Por isso, eles vivem
em pecado. Viver em pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida. O olhar de
Jesus é totalmente aberto para Deus a ponto de Deus estar nele em toda a sua
plenitude (cf. Col 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a
dizer: “Deus é Jesus!”. Por isso, Jesus diz. “Se vocês não acreditarem que EU
SOU, vocês vão morrer em seus pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se
apresentou a Moisés no momento de libertar o seu povo da opressão do Egito (Ex
3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de
nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco,
Emanuel.
* João 8,25-26: Quem é você? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos
critérios com que os fariseus olham para Jesus. De novo perguntam: “Quem é
você?” Eles nada entenderam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus
teria muito a falar a eles a partir de tudo que ele experimentava e vivia em
contato com o Pai e a partir da consciência da sua missão. Jesus não se autopromove.
Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura
e total obediência.
* João 8,27-30: Quando vocês tiverem elevado o Filho do
Homem saberão que EU SOU. Os fariseus
não entendem que Jesus, em tudo que diz e faz, é expressão do Pai. Só vão
compreendê-lo depois que tiverem elevado o Filho do Homem. “Aí vocês saberão
que EU SOU”. A palavra elevar tem o duplo sentido de elevar sobre a Cruz e de
ser elevado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e ressurreição vai revelar
quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O
fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza de que o
Pai está sempre com Jesus e nunca o deixa sozinho e, de outro lado, a radical e
total obediência de Jesus ao Pai, pela qual ele se torna abertura total e total
transparência do Pai para nós
Para um confronto pessoal
1) Quem se fecha nos seus critérios e acha que já
sabe tudo, nunca será capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus
frente a Jesus. E eu frente aos outros, como me comporto?
2) Jesus é radical obediência ao Pai e por isso é
total revelação do Pai. E eu, que imagem de Deus se irradia a partir de mim?
ORAÇÃO - Ó
glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste
mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem
as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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