S. Turíbio de Mogrovejo,
Bispo de Lima e Patrono do Episcopado Latino-Americano
ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó
Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança
aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em
vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja
agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria,
vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Ex 32,7-14): Naqueles dias, o Senhor falou a
Moisés, dizendo: «Desce depressa, porque o teu povo, que tiraste da terra do
Egipto, corrompeu-se. Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei.
Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe
sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, aquele que te fez sair da
terra do Egipto’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é
um povo de dura cerviz. Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles
e os destrua. De ti farei uma grande nação». Então Moisés procurou aplacar o
Senhor seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há de inflamar a vossa
indignação contra o vosso povo, que libertastes da terra do Egipto com tão
grande força e mão tão poderosa? Porque hão de dizer os egípcios: ‘Foi com má
intenção que o Senhor os fez sair, para lhes dar a morte nas montanhas e os
exterminar da face da terra’? Abandonai o furor da vossa ira e desisti do mal
contra o vosso povo. Lembrai-Vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos
servos, a quem jurastes pelo vosso nome: ‘Farei a vossa descendência tão
numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a
terra que vos prometi’». Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o
seu povo.
Salmo Responsorial: 105
R. Para glória do vosso nome, salvai-nos, Senhor.
Fizeram um bezerro no Horeb e adoraram um ídolo de metal
fundido. Trocaram a sua glória pela figura de um boi que come feno.
Esqueceram a Deus que os salvara, que realizara prodígios no
Egipto, maravilhas na terra de Cam, feitos gloriosos no Mar Vermelho.
E pensava já em exterminá-los, se Moisés, o seu eleito, não
intercedesse junto d’Ele e aplacasse a sua ira para os não destruir.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigênito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
Evangelho (Jo 5,31-47): «Se
eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Um outro é
quem dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é
verdadeiro. Vós mandastes perguntar a João, e ele deu testemunho da verdade.
Ora, eu não recebo testemunho da parte de um ser humano, mas digo isso para a
vossa salvação. João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente, e vós gostastes,
por um tempo, de alegrar-vos com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior
que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço
dão testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou. Sim, o Pai que me
enviou dá testemunho a meu favor. Mas vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes
a sua face, e não tendes a sua palavra morando em vós, pois não acreditais
naquele que ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando ter nelas a vida
eterna, e são elas que dão testemunho de mim. Vós, porém, não quereis vir a mim
para terdes a vida! Eu não recebo glória que venha dos homens. Pelo contrário,
eu vos conheço: não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome do meu Pai, e
vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a esse
receberíeis. Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e
não buscais a glória que vem do Deus único? Não penseis que eu vos acusarei
diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa
esperança. Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a
meu respeito que ele escreveu. Mas, se não acreditais nos seus escritos, como
podereis crer nas minhas palavras?».
«Se eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não
é verdadeiro»
Rev. D. Miquel MASATS i Roca (Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho ensina-nos como Jesus enfrenta a seguinte
objeção: segundo a lei em Dt 19,15, para que um testemunho tivesse valor, era
necessário que fosse corroborado por duas ou três testemunhas. Jesus alega a
seu favor o testemunho de São João Batista, o testemunho do Pai —que se
manifesta nos milagres operados por Ele— e, finalmente, o testemunho das
Escrituras.
Jesus Cristo repreende os que O escutam, denunciando três
impedimentos ao Seu reconhecimento como o Messias Filho de Deus: a falta de
amor a Deus; a ausência de reta intenção —buscam só a glória humana— e a
interpretação interesseira das Escrituras.
O Santo Padre João Paulo II escreveu-nos: «À contemplação do
rosto de Cristo, só se pode chegar escutando no Espírito a voz do Pai, ninguém
conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a
quem o Filho o quiser revelar. (cf. Mt 11,27). Assim, portanto, é necessária a
revelação do Altíssimo. Mas, para acolhê-la, é indispensável colocar-se em
atitude de escuta».
Portanto há que ter em conta que, para confessar Jesus
Cristo como verdadeiro Filho de Deus, não bastam as provas externas que nos
sejam propostas; é muito importante a retidão da vontade, ou seja, as boas
disposições.
Neste tempo de Quaresma, intensificando as obras de
penitência que facilitam a renovação interior, melhoremos as nossas disposições
para contemplar o verdadeiro rosto de Cristo. Por isso, São Josemaria diz-nos:
«Esse Cristo, que tu vês, não é Jesus. —Será, contudo, a triste imagem que os
teus olhos turvos podem formar...— Purifica-te. Torna claro o teu olhar, com a
humildade e com a penitência. Então... não te faltarão as luzes limpas do Amor.
E terás uma visão perfeita. A tua imagem será então, realmente, a Sua: Ele!»
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Não se trata de conhecer alguma coisa sobre Deus, mas de
ter a Deus na nossa alma» (São Gregório de Nisa)
«Deixai que brilhe a vossa luz na nossa sociedade, na política,
no mundo da economia, no mundo da cultura e da investigação. Mesmo que seja uma
pequena luzinha no meio de tantos fogos artificiais, recebe a força e o
esplendor da grande Estrela da Manhã, Cristo ressuscitado» (Benedito XVI)
«Os sinais realizados por Jesus testemunham que o Pai O
enviou. Convidam a crer n'Ele (...). Assim, os milagres fortificam a fé
n'Aquele que faz as obras do seu Pai (...). Mas também podem ser «ocasião de
queda» (Mt 11,6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos
mágicos. Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por
alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demónios» (Catecismo
da Igreja Católica, nº 548)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* João, intérprete de Jesus. João é um bom intérprete
das palavras de Jesus. Um bom intérprete deve ter uma dupla fidelidade.
Fidelidade às palavras de quem fala, e fidelidade à linguagem de quem escuta.
No Evangelho de João, as palavras de Jesus não são transmitidas materialmente
ao pé da letra, mas são traduzidas e transpostas na linguagem do povo das
comunidades cristãs do fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Por este
motivo, as reflexões do Evangelho de João nem sempre são fáceis de serem
entendidas. Pois nelas se misturam as palavras de Jesus e as palavras do
próprio evangelista que reflete a linguagem da fé das comunidades da Ásia
Menor. Por isso mesmo, não basta o estudo erudito ou científico das palavras
para podermos captar o sentido pleno e profundo das palavras de Jesus. É
necessário ter em nós também a vivência comunitária da fé. O evangelho deste
dia de hoje é um exemplo típico da profundidade espiritual e mística do
evangelho do discípulo amado.
* Iluminação mútua entre vida e fé. Aqui vale repetir
o que João Cassiano disse a respeito da descoberta do sentido pleno e profundo
dos salmos: “Instruídos por aquilo que nós mesmos sentimos, já não percebemos o
texto como algo que só ouvimos, mas sim como algo que experimentamos e tocamos
com nossas mãos; não como uma história estranha e inaudita, mas como algo que
damos à luz desde o mais profundo do nosso coração, como se fossem sentimentos
que formam parte do nosso ser. repitamo-lo: não é a leitura (estudo) que nos faz penetrar no sentido das
palavras, mas sim a própria experiência nossa adquirida anteriormente na vida
de cada dia” (Collationes X,11). A vida ilumina o texto, o texto ilumina a
vida. Se, por vezes, o texto não nos diz nada, não é por falta de estudo nem
por falta de oração, mas simplesmente por falta de aprofundar a própria vida.
* João 5,31-32: O valor do testemunho de Jesus. O testemunho de Jesus é verdadeiro, porque
ele não faz autopromoção, nem exaltação de si mesmo. “Um outro dá testemunho de
mim”, isto é, o Pai. E o testemunho dele é verdadeiro e merece fé.
* João 5,33-36: O valor do testemunho de João Batista e
das obras de Jesus. João Batista
também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresentou ao povo como o enviado
de Deus que devia vir a este mundo (cf. Jo 1,29.33-34; 3,28-34). Porém, por
mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele tem
um testemunho a seu favor que é maior do que o testemunho de João, a saber, as
obras que o Pai realiza por meio dele (cf. Jo 14,10-11).
* João 5,37-38: O Pai dá testemunho em favor de Jesus.
Anteriormente, Jesus tinha dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo
8,47). Os judeus que acusam Jesus não têm a mente aberta para Deus. Por isso,
eles não conseguem perceber o testemunho do Pai que chega até eles através de
Jesus.
* João 5,39-41: A própria escritura dá testemunho em
favor de Jesus. Os judeus dizem ter
fé nas escrituras, mas, mas realidade, eles não entendem a Escritura, pois a
própria Escritura fala de Jesus (cf. Jo 5,46; 12,16.41; 20,9).
* João 5,42-47: O Pai não julga, mas confiou o julgamento
ao Filho. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por isso,
condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de Jesus e
pedem para crer nele.
Para um confronto pessoal
1) A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Já
experimentou isto alguma vez?
2) Procure aprofundar o valor do testemunho de Jesus
ORAÇÃO - Ó glorioso
S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que
a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as
vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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