Sta. Isabel da Hungria, viúva
1ª Leitura (Ap 5,1-10): Eu, João,
vi na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono um livro escrito por
dentro e por fora, selado com sete selos. Vi também um Anjo poderoso, que
proclamava em alta voz: «Quem é digno de abrir o livro e quebrar os seus
selos?». Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia
abrir o livro nem olhar para ele. Eu chorava muito, porque não se encontrava ninguém
que fosse digno de abrir o livro nem de olhar para ele. Disse-me então um dos
Anciãos: «Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou
a vitória; Ele abrirá o livro e os seus sete selos». Vi então, entre o trono e
os quatro Seres Vivos e os Anciãos, um Cordeiro de pé, que parecia ter sido
imolado. Tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus,
enviados por toda a terra. O Cordeiro foi receber o livro da mão direita
d’Aquele que estava sentado no trono. Quando o Cordeiro recebeu o livro, os
quatro Seres Vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante d’Ele, cada
um com uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos
santos. E cantavam um cântico novo, dizendo: «Sois digno de receber o livro e
de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso
sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação, e fizestes deles, para o
nosso Deus, um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra».
R. Fizestes de nós, para Deus, um reino de sacerdotes.
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor na assembleia dos santos. Alegre-se Israel em seu Criador, rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças, cantem ao som do tímpano e da cítara, porque o Senhor ama o seu povo, coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis, cantem jubilosos em suas casas; em sua boca os louvores de Deus. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Aleluia. Se hoje ouvirdes a voz
do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.
Evangelho (Lc 19,41-44): Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: «Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».
«Se (...) tu compreendesses hoje
o que te pode trazer a paz!»
Rev. D. Blas RUIZ i López (Ascó,
Tarragona, Espanha)
Hoje, a imagem que nos apresenta
o Evangelho é a de um Jesus que «chorou» (Lc 19,41) pela sorte da cidade
escolhida, que não reconheceu a presença do seu Salvador. Conhecendo as
notícias que se deram nos últimos tempos, seria fácil para nós aplicar essa lamentação
à cidade que é —à vez— santa e fonte de divisões.
Mas, olhando mais para a frente,
podemos identificar esta Jerusalém com o povo escolhido, que é a Igreja, e —por
extensão— com o mundo em que esta levará a termo a sua missão. Se assim o
fazemos, encontraremos uma comunidade que, ainda que tenha alcançado o topo no
campo da tecnologia e da ciência, geme e chora, porque vive rodeada pelo
egoísmo dos seus membros, porque levantou ao seu redor os muros da violência e
do desordem moral, porque atira no chão os seus filhos, arrastando-os com as
cadeias de um individualismo desumanizador. Definitivamente, o que
encontraremos é um povo que não soube reconhecer o Deus que o visitava (cf. Lc
19,44).
Porém, nós os cristãos, não podemos ficar na pura lamentação, não devemos ser profetas de desventuras, mas homens de esperança. Conhecemos o final da história, sabemos que Cristo fez cair os muros e rompeu as cadeias: as lágrimas que derrama neste Evangelho prefiguram o sangue com o qual nos salvou.
De fato, Jesus está presente na sua Igreja, especialmente através daqueles mais necessitados. Temos de advertir esta presença para entender a ternura que Cristo tem por nós: é tão excelso o seu amor, diz-nos Santo Ambrósio, que Ele se fez pequeno e humilde para que cheguemos a ser grandes; Ele deixou-se amarrar entre as fraldas como um menino para que nós sejamos liberados dos laços do pecado; Ele deixou-se cravar na cruz para que nós sejamos contados entre as estrelas do céu... Por isso, temos de dar graças a Deus, e descobrir presente no meio de nós aquele que nos visita e nos redime.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Correi todos juntos até Jesus Cristo como ao único templo de Deus, como ao único altar: Ele é um, e procedente do único Pai, permaneceu unido a Ele, e a Ele voltou na unidade» (Santo Inácio de Antioquia)
«Correi todos juntos até Jesus Cristo como ao único templo de Deus, como ao único altar: Ele é um, e procedente do único Pai, permaneceu unido a Ele, e a Ele voltou na unidade» (Santo Inácio de Antioquia)
«O Templo com o seu culto ficou “demolido” na crucificação de Cristo; no seu lugar agora está a Arca da Aliança viva de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado» (Bento XVI)
«Jesus subiu ao Templo como quem sobe ao lugar privilegiado de encontro com Deus. O templo é para Ele a casa do seu Pai (…). Depois da ressurreição, os Apóstolos guardaram para com o Templo um respeito religioso (cf. Hch 2,46)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 584)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Lucas 19,41-42 Jesus chora
sobre Jerusalém. “Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a
chorar. E disse: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz!
Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua
pátria, o seu povo, a capital da sua terra, o Templo. Chora, porque sabe que
tudo vai ser destruído por culpa do próprio povo que não soube perceber nem
avaliar o apelo de Deus dentro dos fatos. O povo não percebeu o caminho que
pudesse levar à Paz, Shalôm. Agora, porém, isso está escondido aos seus
olhos! Esta afirmação evoca a crítica de
Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente
enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é
capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?" (Is 44,20). A
mentira estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a
verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para
obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça.
Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher
a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e
apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos,
como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que
a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).
Para um confronto pessoal
1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.
2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus. Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?
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