segunda-feira, 8 de agosto de 2022

10 de agosto: São Lourenço, diácono e mártir

1ª Leitura (2Cor 9,6-10): Quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente. Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama aquele que dá com alegria. E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras, como está escrito: «Repartiu com largueza pelos pobres; a sua justiça permanece para sempre». Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para alimento também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça.

Salmo Responsorial: 111
R. Ditoso o homem de coração bondoso e compassivo.

Feliz o homem que teme o Senhor e ama ardentemente os seus preceitos. A sua descendência será poderosa sobre a terra, será abençoada a geração dos justos.

Ditoso o homem que se compadece e empresta e dispõe das suas coisas com justiça. Este jamais será abalado; o justo deixará memória eterna.

Ele não receia más notícias, seu coração está firme, confiado no Senhor, O seu coração é inabalável, nada teme e verá os adversários confundidos.

Reparte com largueza pelos pobres, a sua generosidade permanece para sempre e pode levantar a cabeça com dignidade.

Aleluia. Quem Me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida, diz o Senhor. Aleluia.

Evangelho (Jo 12,24-26): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará».

«Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja por meio da Liturgia Eucarística que celebra o mártir romano São Lourenço nos lembra que «Existe um testemunho de coerência que todos os cristãos devem estar dispostos a dar cada dia, inclusive à custa de sofrimentos e de grandes sacrifícios» (S. João Paulo II).

A Lei Moral é santa e inviolável. Esta afirmação, certamente, contrasta com o ambiente relativista que impera em nossos dias, onde com facilidade cada um adapta as exigências éticas à própria comodidade pessoal ou às suas próprias debilidades. Não encontraremos ninguém que diga: Eu sou imoral; Eu sou um inconsciente; Eu sou uma pessoa sem verdade... Qualquer pessoa que dissesse isso se desqualificaria a si mesma imediatamente.

Mas a pergunta relevante seria: de que moral, de que consciência e de que verdade estamos falando? É evidente que a paz e a sadia convivência sociais não se podem basear em uma moral à la carte, onde cada um tira conforme lhe pareça, sem levar em conta as inclinações e as aspirações que o Criador dispôs para nossa natureza. Esta moral, longe de nos conduzir por «caminhos seguros» para os «verdes prados» que o Bom Pastor deseja para nós (cf. Sal 23, 1-3), nos levaria irremediavelmente às areias movediças do relativismo moral, onde absolutamente tudo se pode pactuar e justificar.

Os mártires são testemunhas inapeláveis da santidade da lei moral: há exigências de amor básicas que não admitem nunca exceções nem adaptações. De fato, «Na Nova Aliança encontram-se numerosas testemunhas de seguidores de Cristo que (...) aceitaram as perseguições e a morte antes de fazer o gesto idólatra de queimar incenso diante a estátua do Imperador (S. João Paulo II).

No ambiente da Roma do imperador Valeriano, o diácono «São Lourenço amou a Cristo na vida, imitou a Cristo na morte» (Santo Agostinho). E, uma vez mais, cumpriu-se que «quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna» (Jo 12, 25). Felizmente para nós, a memória de São Lourenço, ficará para sempre, como sinal de que o seguimento de Cristo merece que se dê a própria vida e, não admitir frívolas interpretações do seu caminho.

Pensamentos para o Evangelho de hoje
«São Lourenço amou Cristo durante a sua vida, imitou-o na sua morte. A melhor prova que podemos dar do nosso amor é imitar o seu exemplo, porque Cristo sofreu por nós, deixando-nos um exemplo para que possamos seguir as suas pegadas» (Santo Agostinho)

«Ao diácono Lorenzo, como responsável pela assistência aos pobres de Roma, lhe foi dado um certo tempo para recolher os tesouros da Igreja e entregá-los às autoridades. Lorenzo distribuiu o dinheiro disponível aos pobres e depois os apresentou às autoridades como o verdadeiro tesouro da Igreja» (Bento XVI)

«Outra dificuldade, especialmente para os que querem rezar com sinceridade, é a aridez (...). Se a aridez for devida à falta de raiz, por a Palavra ter caído em terreno pedregoso, o combate entra no campo da conversão» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.731)

“Ouçam com atenção: se um grão de trigo lançado à terra não morrer, não dá fruto. Mas se morrer dá muito fruto.”

Do site: Lugar Sagrado: A sua oração diária online

Hoje ouvimos uma passagem que pode ser entendida como referindo-se à morte de Jesus dando muito fruto; que é a divulgação da mensagem do Evangelho em todo o mundo. Se, como servos do Senhor, o seguirmos completamente, e Cristo estiver onde estão seus servos, isso evidenciará que a morte de Jesus continua a dar frutos. Sim, alguns seguidores morrem por sua fé, mas a maioria faz enormes sacrifícios pessoais, morrendo para si mesmos e suas próprias necessidades, para semear as pequenas sementes que podem para que o Reino de Deus cresça na terra.

Onde você está plantando as sementes do Reino de Deus em sua vida? Se você sente que há maneiras pelas quais o Senhor pode lavrar o solo para ajudá-lo, reserve um tempo para pedir sua ajuda hoje.

Algumas pistas sobre a leitura de hoje
1. A opção por Jesus é uma opção segura, mas muitas vezes dura. É preciso saber morrer para muitas das nossas seguranças, gostos e fantasias. É um caminho baseado na confiança e no desapego. É um caminho de enorme liberdade.

2. Estar centrado em nós mesmos é tantas vezes redutor. Só quando nos abrimos aos outros conseguimos perceber a verdadeira dimensão do amor fraterno.

3. Saber que Deus estará conosco é razão suficiente para conseguir afrontar todas as dificuldades e problemas venham eles de onde vierem.

4. Eu sou “semente” e a semente é “fruto” em potência. É necessário que Eu me entregue ao reino de Deus, que me deixe “regar” na oração e na palavra de Deus, para que a minha vida se multiplique em Graça e Amor.

5. Se, pelo contrário, guardar a minha vida só para mim e não a entregar fecundamente em serviço ao reino de Deus, afasto-me da comunhão com Jesus e com o Pai.

6. Onde ponho o meu centro de interesses?

7. Estou disposto a seguir o caminho de Jesus que deu a vida pelos seus amigos, até ao fim?

8. Aquele que aprender a morrer para si mesmo e a abrir-se aos outros, esse dará muitos frutos. Frutos de Vida Eterna!

9. Quem vive para si, centrado nos seus interesses, esse estiola e morre sem encontrar o sentido da sua vida.

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