ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me
à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes
louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no
Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço
por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração
da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e
pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras.
Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (1Re 21,1-16): Naquele tempo, Nabot de Jezrael possuía uma vinha
ao lado do palácio de Acab, rei da Samaria. Acab falou a Nabot, dizendo:
«Cede-me a tua vinha, para eu fazer dela uma horta, porque está junto da minha
casa. Dar-te-ei em troca uma vinha melhor, ou, se preferes, pagarei o seu valor
em dinheiro». Nabot respondeu a Acab: «O Senhor me livre de te ceder a herança
de meus pais». Acab voltou para casa triste e irritado, por Nabot de Jezrael
lhe ter respondido: «Não te cederei a herança de meus pais». Deitou-se na cama
com o rosto voltado para a parede e não quis comer nada. Jezabel, sua mulher,
foi ter com ele e perguntou-lhe: «Porque estás tão perturbado que nem queres
comer?». Ele respondeu: «Falei com Nabot de Jezrael e disse-lhe: ‘Cede-me a tua
vinha pelo seu valor em dinheiro, ou então, se preferes, dar-te-ei outra em seu
lugar’. Mas ele respondeu-me: ‘Não te cederei a minha vinha’». Jezabel, sua
mulher, disse-lhe: «Não és tu o rei de Israel? Levanta-te, come e anima-te, que
eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael». Jezabel escreveu uma carta em nome de
Acab, selou-a com o selo real e enviou-a aos anciãos e aos nobres da cidade que
habitavam com Nabot. Eis o que ela escreveu na carta: «Proclamai um jejum e
fazei comparecer Nabot diante do povo. Colocai em frente dele dois homens sem
escrúpulos, que o acusem desta maneira: ‘Tu amaldiçoaste Deus e o rei’. Depois
levai-o para fora da cidade e apedrejai-o até morrer». Os homens da cidade de
Nabot, os anciãos e os seus concidadãos mais nobres, fizeram o que Jezabel lhes
tinha mandado dizer na carta. Proclamaram um jejum e fizeram comparecer Nabot
diante do povo. Os dois homens sem escrúpulos vieram colocar-se em frente de
Nabot e acusaram-no diante do povo, dizendo: «Nabot amaldiçoou Deus e o rei».
Levaram-no então para fora da cidade, apedrejaram-no e ele morreu. Depois mandaram
dizer a Jezabel: «Nabot foi apedrejado e morreu». Ao saber que Nabot tinha sido
apedrejado e morto, Jezabel foi dizer a Acab: «Levanta-te e vai tomar posse da
vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por dinheiro. Ele já não está
vivo; morreu». Quando ouviu dizer que Nabot tinha morrido, Acab levantou-se e
desceu à vinha de Nabot de Jezrael para tomar posse dela.
R. Escutai, Senhor, a voz da minha súplica.
Senhor, ouvi as minhas palavras, reparai no meu lamento. Atendei a voz do meu clamor, ó meu Rei e meu Deus.
Vós não sois um Deus que se agrade do mal, o perverso não tem aceitação junto de Vós, nem os ímpios suportam o vosso olhar.
Vós detestais todos os malfeitores e exterminais os que dizem mentiras: o Senhor abomina os sanguinários e fraudulentos.
Aleluia. A vossa palavra,
Senhor, é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos. Aleluia.
Evangelho (Mt 5,38-42): «Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’. Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado».
«Não ofereçais resistência ao
malvado»
Rev. D. Joaquim MESEGUER García (Rubí,
Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus nos ensina que o ódio
se supera no perdão. A lei de talião era um progresso, pois limitava o direito
de vingança a uma justa proporção: só podes fazer ao próximo o que ele te tem
feito a ti, caso contrário, cometerias uma injustiça; isto é o que significa o
ditado de «olho por olho, dente por dente». Mesmo assim, era um progresso
limitado, já que Jesus Cristo no Evangelho afirma a necessidade de superar a
vingança com o amor; assim Ele o expressou mesmo quando, na cruz, intercedeu
por seus carrascos: Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que
fazem!» (Lc 23,34).
No entanto, o perdão deve
acompanhar-se com a verdade. Não perdoamos somente porque nos vemos impotentes
ou complexados. Com frequência se tem confundido com a expressão “pôr o outro
lado do rosto” com a ideia da renúncia a nossos direitos legítimos. Não é isso.
Pôr o outro lado do rosto quer dizer denunciar e interpelar a quem o tem feito
com um gesto pacífico, mas decidido, a injustiça que se cometeu; é como
dizer-lhe: «Batestes num lado meu rosto, queres, bater também no outro? Você está
de acordo com essa maneira de proceder?» Jesus respondeu com serenidade ao
criado insolente do sumo sacerdote: «Jesus replicou-lhe: “Se falei mal, mostra
em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?» (Jo 18,23).
Vemos, pois, qual deve ser a conduta do cristão: não procurar revanche, mas manter-se firme; estar aberto ao perdão e dizer as coisas claramente. Certamente não é uma arte fácil, mas é a única maneira de frear a violência e manifestar a graça divina a um mundo frequentemente carente de graça. São Basílio nos aconselha: «Obedecei e esquecei as injurias e as ofensas que venham do próximo. Podemos ver os diversos nomes que teremos um e outro; a ele o chamarão colérico e violento, e a vocês mansos e pacíficos. Ele se arrependerá um dia de sua violência, e vocês não se arrependerão nunca de sua mansidão.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O amor basta-se a si próprio; não requer outro motivo fora de si, nem tem nenhum proveito; os seus frutos consistem na sua prática: “Amo porque amo”» (S. Bernardo)
«Porque é que Jesus nos pede para amarmos os nossos próprios inimigos, ou seja um amor que excede a capacidade humana? Porque sabe que no mundo há demasiada violência, demasiadas injustiças e, portanto, esta situação só é ultrapassável, contrapondo com um plus de amor» (Benedito XVI)
«Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: `Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito´ (Mt 5, 48)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.013)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje faz
parte de uma pequena unidade literária que vai desde Mt 5,17 até Mt 5,48, na
qual se descreve como passar da antiga justiça dos fariseus (Mt 5,20) para a
nova justiça do Reino de Deus (Mt 5,48). Descreve como subir a Montanha das
Bem-aventuranças, de onde Jesus anunciou a nova Lei do Amor. O grande desejo
dos fariseus era alcançar a justiça, ser justo diante de Deus. Este é também o
desejo de todos nós. Justo é aquele ou aquela que consegue viver no lugar onde
Deus o quer. Os fariseus se esforçavam para alcançar a justiça através da
observância estrita da Lei. Pensavam que era pelo próprio esforço que poderiam
chegar até o lugar onde Deus os queria, Jesus toma posição diante desta prática
e anuncia a nova justiça que deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20).
No evangelho de hoje estamos quase chegando no topo da montanha. Falta pouco. O
topo é descrita com a frase: “Sede perfeito como vosso Pai celeste é perfeito”
(Mt 5,48), que meditaremos no evangelho de amanhã. Vejamos de perto este último
degrau que nos falta para chegar ao topo da Montanha, da qual São João da Cruz
diz: “Aqui reinam o silêncio e o amor”.
* Mateus 5,38: Olho por olho, dente por dente. Jesus cita um texto da Lei antiga dizendo: "Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente!”. Ele abreviou o texto. O texto inteiro dizia: ”Vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21,23-25). Como nos casos anteriores, também aqui Jesus faz uma releitura inteiramente nova. O princípio “olho por olho, dente por dente” estava na raiz da interpretação que os escribas faziam da lei. Este princípio deve ser subvertido, pois ele perverte e estraga o relacionamento entre as pessoas e com Deus.
* Mateus 5,39ª: Não retribuir o mal com o mal. Jesus afirma exatamente o contrário: “Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês”. Diante de uma violência recebida, nossa reação natural é pagar o outro com a mesma moeda. A vingança pede “olho por olho, dente por dente”. Jesus pede para retribuir o mal não com o mal, mas com o bem. Pois, se não soubermos superar a violência recebida, a espiral da violência tomará conta de tudo e já não haverá mais saída. Lamec dizia: “Por uma ferida recebida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete” (Gn 4,24). Foi por causa desta vingança extremada que tudo terminou na confusão da Torre de Babel (Gn 11,1-9). Fiel ao ensinamento de Jesus, Paulo escreve na carta aos Romanos: “Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens. Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”. (Rm 12,17.21). Para poder ter esta atitude é necessário ter muita fé na possibilidade da recuperação do ser humano. Como fazer isto na prática. Jesus oferece 4 exemplos concretos.
* Mateus 5,39b-42: Os quatro exemplos para superar a espiral da violência. Jesus diz: “Pelo contrário: (1) se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! (2) Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto! (3) Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele. (4) Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado.” (Mt 5,40-42). Como entender estas quatro afirmações? Jesus mesmo nos ofereceu uma ajuda de como devemos entendê-las. Quando o soldado lhe deu uma bofetada numa face, ele não ofereceu a outra. Pelo contrário, ele reagiu energicamente: "Se falei mal, mostre o que há de mal. Mas se falei bem, por que você bate em mim?" (Jo 18,23) Jesus não ensina passividade. São Paulo acredita que, retribuindo o mal com o bem, “você fará o outro corar de vergonha” (Rm 12,20). Esta fé na possibilidade da recuperação do ser humano só é possível a partir de uma raiz que nasce da total gratuidade do amor criador que Deus mostrou para conosco na vida e nas atitudes de Jesus.
Para um confronto pessoal
1) Você já sentiu alguma vez uma raiva tão grande de querer aplicar a vingança “olho por olho, dente por dente”? Como fez para superá-la?
2) Será que a convivência comunitária hoje na igreja favorece a ter em nós o amor criador que Jesus sugere no evangelho de hoje?
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
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Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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