Senhor, todo poderoso e
infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as
criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de
devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior
glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com
piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe,
volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez
mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus
passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do
demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (At 16,11-15): Naqueles dias, deixámos Trôade e navegámos diretamente
para Samotrácia. No dia seguinte, fomos para Neápoles e de lá para Filipos,
cidade principal daquela região da Macedónia e colónia romana. Estivemos nesta
cidade durante alguns dias. No sábado, saímos pelas portas da cidade, em direção
à margem do rio, onde julgávamos que havia um lugar de oração. Sentámo-nos e
começámos a falar às mulheres ali reunidas. Uma delas, chamada Lídia,
escutava-nos com atenção; era negociante de púrpura, natural da cidade de
Tiatira, e adorava o verdadeiro Deus. O Senhor abriu-lhe o coração, para aderir
ao que Paulo dizia. Quando recebeu o Baptismo, juntamente com toda a sua
família, fez-nos este pedido: «Se me considerais fiel ao Senhor, vinde
hospedar-vos em minha casa». E obrigou-nos a aceitar.
R. O Senhor ama o seu povo.
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor na assembleia dos santos. Alegre-se Israel em seu Criador, rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças, cantem ao som do tímpano e da cítara, porque o Senhor ama o seu povo, coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis, cantem jubilosos em suas casas; em sua boca os louvores de Deus. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Aleluia. O Espírito da verdade
dará testemunho de Mim, diz o Senhor, e vós também dareis testemunho. Aleluia.
Evangelho (Jo 15,26—16,4): «Quando, porém, vier o Defensor que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós, também, dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Eu vos disse estas coisas para que vossa fé não fique abalada. Sereis expulsos das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos matar, julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim por não terem conhecido nem ao Pai, nem a mim. Eu vos falei assim, para que vos recordeis do que eu disse, quando chegar a hora. Eu não vos disse isso desde o começo, porque eu estava convosco».
«Também vocês darão
testemunho»
Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN
IVE (Cobourg, Ontario, Canadá)
Hoje, no evangelho Jesus anuncia
e promete a vinda do Espírito Santo, «Quando venha o Paráclito (…) que procede
do Pai, Ele dará testemunho de mim» (Jo 15,26). “Paráclito” literalmente
significa “aquele que é chamado junto a um”, e habitualmente é traduzido como
“Consolador”. Deste modo, Jesus nos lembra a bondade de Deus, pois sendo o
Espírito Santo o amor de Deus, Ele infunde em nossos corações a paz, a
serenidade nas adversidades e a alegria pelas coisas de Deus. Ele nos faz ver
as coisas de cima e nos unir a Deus.
Além disso, Jesus diz aos
Apóstolos, «Também vocês darão testemunho» (Jo 15,27). Para dar testemunho é
necessário:
1º Ter comunhão e intimidade
com Jesus. Isto nasce do trato cotidiano com ler o Evangelho, escutar suas
palavras, conhecer seus ensinamentos, frequentar seus sacramentos, estar em
comunhão com sua Igreja, imitar seu exemplo, cumprir os mandamentos, vê-lo nos
santos, reconhecê-lo em nossos irmãos, ter seu espírito e amá-lo. Trata-se de
ter uma experiência pessoal e viva de Jesus.
2º Nosso testemunho é acreditado se aparece em nossas obras. Uma testemunha não é só uma pessoa que algo é verdade, mas também que está disposta a dizê-lo e vivê-lo. O que experimentamos e vivemos em nossa alma devemos transmitir ao exterior. Somos testemunhas de Jesus não só por conhecermos seus ensinamentos, mas principalmente quando queremos e fazemos que outros o conheçam e o amem. Como diz o dito: «As palavras movem, os exemplos arrastam».
O Papa Francisco nos dizia: «Agradeço o maravilhoso exemplo que me dão tantos cristãos que oferecem sua vida e seu tempo com alegria”. Esse testemunho me faz muito bem e me sustenta em meu próprio desejo de superar o egoísmo para entregar-me. E adicionando: «Quero pedir especialmente um testemunho de comunhão fraterna que se mostre atrativo e resplandecente». Isso é sempre uma luz que atrai.
«Quando vier o Defensor (...),
o Espírito da Verdade (...), ele dará testemunho de mim»
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant
Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho é quase tão
atual como nos anos finais do evangelista São João. Ser cristão então não
estava na moda (melhor era bastante perigoso), como também não o está agora. Se
alguém quiser ser bem considerado pela nossa sociedade, melhor que não seja
cristão —porque em muitas coisas— tal como os primeiros cristãos judeus,
«Sereis expulsos das sinagogas» (Jo 16,2).
Sabemos que ser cristão é viver
na contracorrente: o tem sido sempre. Inclusive em épocas em que “todo mundo”
era cristão: os que queriam sê-lo de verdade não eram demasiado bem-vistos por
alguns. O cristão é, se vive segundo Jesus Cristo, um testemunho do que Cristo
tinha previsto para todos os homens; é uma testemunha de que é possível imitar
Jesus Cristo e viver com toda dignidade como homem. Isso não gostará a muitos,
como Jesus mesmo não gostou a muitos e foi levado à morte. Os motivos da
rejeição serão variados, mas devemos ter presente que em ocasiões o nosso
testemunho será tomado como uma acusação.
Não se pode dizer que São João, pelos seus escritos, fosse pessimista: nos faz uma descrição vitoriosa da Igreja e do triunfo de Cristo. Também não se pode dizer que Ele não tivesse tido que sofrer as mesmas coisas que descreve. Não esconde a realidade das coisas nem a substância da vida cristã: a luta.
Uma luta que é para todos, porque não temos que vencer com as nossas forças. O Espírito Santo luta conosco. É Ele quem nos dá as forças. É Ele, o Protetor, quem nos libera dos perigos. Com Ele ao lado nada temos que temer.
João confiou plenamente em Jesus, lhe fez a entrega de sua vida. Assim não lhe custou depois confiar em Aquele que foi enviado por Ele: O Espírito Santo.
«Eu vos enviarei (...) o
Espírito da Verdade»
Pe. D. Luis A. GALA Rodríguez (Campeche,
México)
Hoje, o texto evangélico contém o
aviso de Jesus das dificuldades que encontrará todo aquele que seja seu
discípulo: «Inclusive chegará a hora em que todo aquele que os mate pense que
dá culto a Deus» (Jo 16,2). Humanamente é normal que o medo possa abraçar-nos,
mas também é verdade que nos conforta o saber que não estamos sozinhos, senão
que contamos com o Paráclito, o Espírito da Verdade, que é quem dará testemunho
(cf. Jo 15,26).
Devemos ter presente que o
Espírito vive em cada batizado, pois somos por adoção "filhos de
Deus" e "Templo vivo do Espírito": quanta verdade! e muitas
vezes o esquecemos ou já não acreditamos, porque não conhecemos nem ao Pai nem
ao Filho (cf. Jo 16,3). Vivemos uma crise de valores e de fé, pensamos que a
mudança está fora e que teria que ser somente obra de Deus, algo mágico. Mas o
Evangelho nos recorda que a mudança opera em nós e por nós na ação do Espírito
Santo. O “Paráclito” não vem a solucionar nossos problemas, mas nos ensina a
analisá-los e, a saber, descobrir o que é o que verdadeiramente temos que
trabalhar em nós para poder manter e intensificar o testemunho de uma vida em
Cristo.
Devemos deixar tocar pelo Espírito de Deus para que diante e tanta dor, sofrimento e impotência de um mundo tão materialista —e ainda quando pareça que Deus não está presente ou é inalcançável— não tenhamos medo, e sem que aprendamos a pedir a ajuda do Paráclito: «Vem Espírito Santo e transforma a tua Igreja segundo tua vontade!».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«E assim como a virtude da santa humanidade de Cristo faz com que todos aqueles em que se encontra formem o mesmo corpo, acho que do mesmo modo o Espírito de Deus que habita em todos, único e indivisível, reduz todos a unidade espiritual» (São Cirilo de Alexandria)
«Peçam ao Senhor a graça de receber o Espírito Santo que nos fará lembrar das coisas de Jesus, que nos guiará a toda a verdade e nos preparará todos os dias para testemunhar, segundo a vontade do Senhor» (Francisco)
«Jesus Cristo, tendo entrado, uma vez por todas, no santuário dos céus, intercede incessantemente por nós, como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 667)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Nos capítulos 15 a 17 do Evangelho de João, o horizonte
se amplia para além do momento histórico da Ceia. Jesus reza ao Pai “não só por
estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra
deles” (Jo 17,20). Nestes capítulos, é constante a alusão à ação do Espírito na
vida das comunidades depois da Páscoa.
* João 15,26-27: A ação do Espírito Santo na
vida das comunidades, A primeira coisa que o Espírito faz é dar testemunho
de Jesus: “Ele dará testemunho de mim”. O Espírito não é um ser espiritual sem
definição. Não! Ele é o Espírito da verdade que vem do Pai, será enviado pelo
próprio Jesus e nos introduzirá na verdade plena (Jo 16,13). A verdade plena é
o próprio Jesus: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14,6). No fim do
primeiro século, havia alguns cristãos de tal modo fascinados pela ação do
Espírito que já não olhavam para Jesus. Afirmavam que agora, depois da
ressurreição, já não era preciso fixar-se em Jesus de Nazaré, aquele “que veio
na carne”. Dispensavam Jesus e ficavam só com o Espírito. Diziam: “Anátema seja
Jesus!” (1Cor 12,3). O Evangelho de João toma posição e não permite separar a
ação do Espírito da memória de Jesus de Nazaré. O Espírito Santo não pode ser
isolado como uma grandeza independente, separada do mistério da encarnação. O
Espírito Santo está inseparavelmente unido ao Pai e a Jesus. É o Espírito de
Jesus que o Pai nos envia, aquele mesmo Espírito que Jesus nos conquistou pela
sua morte e ressurreição. E nós, recebendo este Espírito no batismo, devemos
ser o prolongamento de Jesus: “E vós também dareis testemunho!” Não podemos
esquecer nunca que foi precisamente na véspera da sua morte que Jesus nos
prometeu o Espírito. Foi quando ele se entregava pelos irmãos. Hoje em dia, o
movimento carismático insiste na ação do Espírito, e faz muito bem. Deve
insistir cada vez mais. Mas deveria ter a mesma insistência para afirmar que se
trata do Espírito de Jesus de Nazaré que, por amor aos pobres e marginalizados,
foi perseguido, preso e condenado à morte e que, por isso mesmo, nos prometeu o
seu Espírito, para que nós, depois da sua morte, continuássemos a sua ação e
fôssemos para a humanidade a mesma revelação do amor preferencial do Pai pelos
pobres e oprimidos.
* João 16,1-2: Não ter medo. O evangelho adverte que ser fiel a este Jesus vai trazer dificuldades. Os discípulos vão ser expulsos da sinagoga. Vão ser condenados à morte. Com eles vai acontecer o mesmo que aconteceu com Jesus. Por isso mesmo, no fim do primeiro século, havia pessoas que, para evitar a perseguição, diluíam a mensagem de Jesus transformando-a numa mensagem gnóstica, vaga, sem definição, que não contrastava com a ideologia do império. A estes se aplica o que Paulo dizia: “Eles têm medo da cruz de Cristo” (Gl 6,12). E o próprio João, na sua carta, dirá a respeito deles: “Há muitos impostores espalhados pelo mundo, que não querem reconhecer que Jesus Cristo veio na carne (se fez homem). Quem assim procede é impostor e Anticristo” (2Jo 1,7). A mesma preocupação transparece na exigência de Tomé: "Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei." (Jo 20,25) O Cristo ressuscitado que nos prometeu o dom do Espírito é Jesus de Nazaré que continua até hoje com os sinais da tortura e da cruz no seu corpo ressuscitado.
* João 16,3-4: Não sabem o que fazem. Tudo isso acontece “porque não reconhecem o Pai nem a mim”. Estas pessoas não têm a imagem correta de Deus. Têm uma imagem vaga de Deus na cabeça e no coração. O Deus deles já não é o Pai de Jesus Cristo que congrega todos na unidade e na fraternidade. No fundo, é o mesmo motivo que levou Jesus a dizer: “Pai, perdoa, eles não sabem o que estão fazendo’ (Lc 23,34). Jesus foi condenado pelas autoridades religiosas porque, de acordo com o pensamento deles, ele teria uma falsa imagem de Deus. Nas palavras de Jesus não transparece ódio nem vingança, mas compaixão: são irmãos ignorantes que não sabem nada do nosso Pai.
Para confronto pessoal
1) O mistério da Trindade está presente nas afirmações de Jesus, não como uma verdade teórica, mas como expressão do compromisso do cristão com a missão de Jesus. Como vivo em minha vida este mistério central da nossa fé?
2) Como vivo a ação do Espírito na minha vida?
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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