Salmo
Responsorial: 102
R. O Senhor é clemente e cheio
de compaixão.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e
todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não
esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e
misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade. Não está sempre a repreender nem guarda
ressentimento.
Como a distância da terra aos
céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem. Como o Oriente
dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Aleluia. A vossa palavra,
Senhor, é a verdade: consagrai-nos na verdade. Aleluia.
Evangelho
(Mc 10,1-12): Jesus se pôs a caminho e foi dali para a região da Judeia,
pelo outro lado do rio Jordão. As multidões mais uma vez se ajuntaram ao seu
redor, e ele, como de costume, as ensinava. Aproximaram-se então alguns fariseus
e, para experimentá-lo, perguntaram se era permitido ao homem despedir sua
mulher Jesus perguntou: «Qual é o preceito de Moisés a respeito?». Os fariseus
responderam: «Moisés permitiu escrever um atestado de divórcio e despedi-la».
Jesus então disse: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés
escreveu este preceito. No entanto, desde o princípio da criação Deus os fez
homem e mulher. e os dois formarão uma só carne; assim, já não são dois, mas
uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!». Em casa, os
discípulos fizeram mais perguntas sobre o assunto. Jesus respondeu: «Quem
despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. E
se uma mulher despede seu marido e se casar com outro, comete adultério também».
«Como de costume, as ensinava»
Rev. D. Miguel VENQUE i To (Solsona,
Lleida, Espanha)
Hoje, “pendurado” na Internet
digo-te: Fala-me, quero fazer um momento de oração como fiel discípulo. Em
primeiro lugar, queria pedir-te capacidade para aprender o que nos ensinas e em
segundo, para saber ensiná-lo. Reconheço que é muito fácil cometer o erro de
fazer-te dizer coisas que Tu não disseste e, com ousadia malévola, tentar que
Tu digas aquilo que eu gosto. Reconheço que provavelmente sou mais duro de
coração que esses ouvintes.
Eu conheço o teu Evangelho, o
Magistério da Igreja, o Catecismo, e recordo aquelas palavras do Papa João
Paulo II, na Carta às Famílias: «O projeto do utilitarismo assente numa
liberdade orientada segundo o sentido individualista, quer dizer, uma liberdade
vazia de responsabilidade, é o constitutivo da antítese do amor». Senhor, rompe
o meu coração desejoso de felicidade utilitarista e faz-me entrar dentro da tua
verdade divina, que tanto necessito.
Neste local de observação, como
desde o cimo da montanha, compreendo que Tu digas que o amor matrimonial é
definitivo, que o adultério —apesar de ser pecado como toda a ofensa grave
cometida contra ti, que és o Senhor da Vida e do Amor— é um caminho errado para
a felicidade: «Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério
contra a primeira» (Mc 10,11).
Recordo um jovem que dizia:
«Mossèn o pecado promete muito, não dá nada e rouba tudo». Que eu te compreenda
bom Jesus, e que o saiba explicar: Aquilo que Tu uniste, o homem não o pode
separar (cf. Mc 10,9). Fora daqui, fora dos teus caminhos, não encontrarei a
autêntica felicidade. Jesus ensina-me de novo!
Obrigado Jesus, sou duro de
coração, mas sei que tens razão.
Pensamentos para o Evangelho de
hoje
«Eis aqui como ele convence aos
judeus de que não deve se repudiar a esposa com as palavras de Moisés, quando
eles acreditavam que agiam segundo a sua lei ao repudiá-la. Do mesmo modo e
pelo mesmo testemunho de Cristo sabemos que foi Deus quem fez e uniu ao homem e
a mulher» (Santo Agostinho)
«Um dos maiores serviços que os
cristãos podem prestar aos nossos semelhantes é oferecer-lhes o nosso sereno e
firme testemunho de família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher,
salvaguardando-a e promovendo-a, visto que é da máxima importância para o
presente e o futuro da humanidade» (Bento XVI)
«O carácter imoral do divórcio
advém-lhe também da desordem que introduz na célula familiar e na sociedade.
Esta desordem traz consigo prejuízos graves: para o cônjuge que fica
abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais e, muitas
vezes, objeto de contenda entre eles; e pelo seu efeito de contágio, que faz
dele uma verdadeira praga social» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.385)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Marcos 10,1-2: A pergunta
dos fariseus: “o marido pode mandar a mulher embora?” - A pergunta é
maliciosa. Ela pretende colocar Jesus à prova: “É lícito a um marido repudiar
sua mulher?” Sinal de que Jesus tinha uma opinião diferente, pois do contrário
os fariseus não iriam interrogá-lo sobre este assunto. Não perguntam se é
lícito a esposa repudiar o marido. Isto nem passava pela cabeça deles. Sinal
claro da forte dominação machista e da marginalização da mulher na sociedade
daquele tempo.
* Marcos 10,3-9: A resposta de
Jesus: o homem não pode repudiar a mulher. - Em vez de responder, Jesus
pergunta: “O que diz a lei de Moisés?” A lei permitia o homem escrever uma
carta de divórcio e repudiar sua mulher. Esta permissão revela o machismo. O
homem podia repudiar a mulher, mas a mulher não tinha este mesmo direito. Jesus
explica que Moisés agiu assim por causa da dureza de coração do povo, mas a
intenção de Deus era outra quando criou o ser humano. Jesus volta ao projeto do
Criador e nega ao homem o direito de repudiar sua mulher. Ele tira o privilégio
do homem frente à mulher e pede o máximo de igualdade entre os dois.
* Marcos 10,10-12: Igualdade
homem e mulher. - Em casa, os discípulos fazem perguntas sobre este
assunto. Jesus tira as conclusões e reafirma a igualdade de direitos e deveres
entre homem e mulher. Ele propõe um novo tipo de relacionamento entre os dois.
Não permite o casamento em que o homem pode mandar a mulher embora, nem
vice-versa. O evangelho de Mateus acrescenta um comentário dos discípulos sobre
este assunto. Eles dizem: “Se a situação do homem com a mulher é assim, então é
melhor não se casar” (Mt 19,10). Preferem não se casar, do que se casar sem o
privilégio de poder continuar mandando na mulher e sem o direito de poder pedir
divórcio caso ela não lhe agradar mais. Jesus vai até o fundo da questão e diz
que há somente três casos em que se permite uma pessoa não se casar: "Nem
todos entendem isso, a não ser aqueles a quem é concedido. De fato, há homens
castrados, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram assim;
outros, ainda, se castraram por causa do Reino do Céu. Quem puder entender,
entenda" (Mt 19,11-12). Os três casos são: “(1)
impotência, (2) castração e (3) por causa do Reino. Não casar só porque o homem
se recusa a perder o domínio sobre a mulher, isto, a Nova Lei do Amor já não o
permite! Tanto o casamento como o celibato, ambos devem estar a serviço do
Reino e não a serviço de interesses egoístas. Nenhum dos dois pode ser motivo
para manter o domínio machista do homem sobre a mulher. Jesus modificou o
relacionamento homem-mulher, marido-esposa.
Para um confronto pessoal
1) Na minha vida pessoal,
como vivo o relacionamento homem-mulher?
2) Na vida da minha
família e da minha comunidade, como está sendo o relacionamento homem-mulher?
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