São Brás, Bispo e Mártir
Salmo Responsorial: 1 Cr
R. Meu Deus, Vós sois
o Senhor de todo o universo.
Bendito sejais, Senhor, para todo o sempre, Deus do nosso
pai, Israel. A Vós, Senhor, a grandeza e o poder, a honra, a majestade e a
glória.
Tudo, no céu e na terra, Vos pertence, sois o Rei soberano
de todas as coisas. De Vós nos vem a riqueza e a glória, sois Vós o Senhor de
todo o universo.
Na vossa mão está o poder e a força, em vossas mãos tudo se
afirma e cresce. Nós Vos louvamos, Senhor, nosso Deus, e celebramos o vosso
nome glorioso.
Aleluia. Está próximo o reino de Deus: arrependei-vos e acreditai no
Evangelho. Aleluia.
Evangelho (Mc 6,7-13): Ele chamou os Doze, começou
a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. Mandou que
não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem
dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas.
Dizia-lhes ainda: «Quando entrardes numa casa, permanecei ali até a vossa
partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem vos escutarem, saí de lá e
sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de testemunho contra eles». Eles
então saíram para proclamar que o povo se convertesse. Expulsavam muitos demônios,
ungiam com óleo numerosos doentes e os curavam.
«Ele chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois. Eles então saíram
para proclamar que o povo se convertesse»
+ Rev. D. Josep VALL i
Mundó (Barcelona, Espanha)
O mundo atual necessita —como dizia Gustave Thibon— um
“suplemento de alma” para poder regenerá-lo. Só Cristo com sua doutrina é
medicina para as enfermidades de todo o mundo. Este tem suas crises. Não se
trata somente de uma parcial crise moral, ou de valores humanos: é uma crise de
todo o conjunto. E o término mais exato para defini-la é o de uma “crise de
alma”.
Os cristãos com a graça e a doutrina de Jesus, estão no meio
das estruturas temporais para vivificá-las e ordená-las para o Criador: «Que o
mundo, pela predicação da Igreja, escutando possa crer, crendo possa esperar, e
esperando possa amar» (Santo Agostinho). O cristão não pode fugir deste mundo.
Tal como escrevia Bernanos: «Nos lançastes no meio da massa, no meio da
multidão como levedura; reconquistaremos, palmo a palmo, o universo que o pecado
nos arrebatou; Senhor: devolver-te-emos tal e como o recebemos aquela primeira
manhã dos dias, em toda sua ordem e em toda sua santidade».
Um dos segredos está em amar ao mundo com toda a alma e
viver com amor a missão encomendada por Cristo aos Apóstolos e a todos nós. Com
palavras de São Josemaria, «o apostolado é amor de Deus, que se desborda, com
entrega de nós mesmo aos outros (...). E a ânsia do apostolado é a manifestação
exata, adequada, necessária, da vida interior». Este será nosso testemunho
cotidiano no meio dos homens e ao longo de todas as épocas
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Que o mundo, pela predicação da Igreja, ouvindo, possa
acreditar, acreditando, possa esperar e esperando, possa amar» (Santo
Agostinho)
«Devemos reavivar em nós o sentimento de urgência que Paulo
tinha quando exclamava: `Aí de mim se não predicasse o Evangelho!´(1Cor 9,16).
Esta paixão suscitará na Igreja uma nova ação missionária, que não poderá ser
delegada nuns quantos “especialistas” mas, que acabará por implicar a
responsabilidade de todos os membros do Povo de Deus» (São João Paulo II)
«O dever dos cristãos, de tomar parte na vida da Igreja,
leva-os a agir como testemunhas do Evangelho e das obrigações que dele dimanam.
Este testemunho é transmissão da fé por palavras e obras» (Catecismo da Igreja
Católica, nº 2.472).
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Marcos 6,7. O
objetivo da Missão - O conflito cresceu e tocou de perto a pessoa de Jesus.
Como ele reage? De duas maneiras. 1) Diante do fechamento do povo da sua
comunidade, Jesus deixou Nazaré de lado e começou a percorrer os povoados nas
redondezas (Mc 6,6). 2) Ele alargou a missão e intensificou o
anúncio da Boa Nova chamando outras pessoas para envolve-las na missão. “Chamou
os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os
espíritos maus”. O objetivo da missão é simples e profundo. Os discípulos
participam da missão de Jesus. Não podem ir sozinhos, mas devem ir dois a dois,
pois duas pessoas representam melhor a comunidade do que uma só e podem
ajudar-se mutuamente. Eles recebem poder sobre os espíritos impuros, isto é,
devem aliviar o sofrimento do povo e, através da purificação, devem abrir as
portas do acesso direto a Deus.
* Marcos 6,8-11. As
atitudes a serem tomadas na Missão - As recomendações são simples:
“recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem
sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não
levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: "Quando vocês entrarem numa
casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo
não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra
eles". E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só
Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a
pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o
grupo. Se o mistério já era grande, ainda será maior com a missão
intensificada.
* Marcos 6,12-13. O
resultado da missão. - “Então os discípulos partiram e pregaram para que as
pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes,
ungindo-os com óleo”. Anunciar a Boa Nova, provocar conversão ou mudança nas
pessoas e aliviar a dor do povo, curando as doenças e expulsando os males.
* O envio dos
discípulos em Missão - No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de
renovação. Por exemplo, os essênios e os fariseus. Também eles procuravam uma
nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt
23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e
dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do
povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros
missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus recebem recomendações
diferentes que ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a
Boa Nova, que recebem de Jesus e que ainda é a nossa missão:
a) Deviam ir sem
nada. - Não podiam levar nada, nem bolsa, nem dinheiro na cintura, nem
bastão, nem pão, nem sandálias, nem sequer duas túnicas. Isto significa que
Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque
confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude criticavam as
leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova
prática, que tinham outros critérios de comunidade.
b) Deviam comer o que
o povo lhes dava. - Não podiam viver separados com sua própria comida mas
deviam aceitar a comunhão de mesa (Lc 10,8). Isto significa que, no contato com
o povo, não deviam ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época.
Com esta atitude criticavam as leis da pureza em vigor e mostravam, pela nova
prática, que tinham outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.
c) Deviam ficar
hospedados na primeira casa em que fossem acolhidos. - Deviam conviver de
maneira estável e não andar de casa em casa. Deviam trabalhar como todo mundo e
viver do que recebiam em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc
10,7). Com outras palavras, eles deviam participar da vida e do trabalho do
povo, e o povo os acolheria na sua comunidade e partilharia com eles casa e
comida. Significa que deviam confiar na partilha.
d) Deviam tratar dos
doentes, curar os leprosos e expulsar os demônios (Lc 10,9; Mc 6,7.13; Mt
10,8). - Deviam exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro
do clã, dentro da comunidade, os que viviam excluídos. Com esta atitude
criticavam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontavam
saídas concretas.
Estes eram os quatro pontos básicos que deviam animar a
atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus
em nome de Jesus: hospitalidade, comunhão de mesa, partilha e acolhida aos
excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas,
eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc
10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois o Reino de Deus que Jesus nos
revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus
acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus,
decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que
Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns
dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão
da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e
irmãs.
Para um confronto
pessoal
1. Você participa
da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
2. Qual o ponto
da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO