São Tomás Becket, Bispo e Mártir
Salmo Responsorial: 95
R. Alegrem-se os
céus, exulte a terra.
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra
inteira, cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação, publicai entre as nações
a sua glória, em todos os povos as suas maravilhas.
Foi o Senhor quem fez os céus: diante d’Ele a honra e a
majestade, no seu templo o poder e o esplendor.
Aleluia. Luz para se revelar às nações e glória do vosso povo Israel.
Aleluia.
Evangelho (Lc 2,22-35): E quando se completaram os
dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para
apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo
primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. Para tanto, deviam
oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, como está escrito na
Lei do Senhor. Ora, em Jerusalém vivia um homem piedoso e justo, chamado
Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito do Senhor estava com
ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação divina de que não
morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo.
Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições
da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor,
segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a
tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as
nações e glória de Israel, teu povo». O pai e a mãe ficavam admirados com
aquilo que diziam do menino. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: «Este
menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um
sinal de contradição — e a ti, uma espada traspassará tua alma! — e assim serão
revelados os pensamentos de muitos corações».
«Agora, Senhor, deixas (...) teu servo ir em paz, porque meus olhos
viram a tua salvação»
Chanoine Dr. Daniel
MEYNEN (Saint Aubain, Namur, Bélgica)
Hoje, eclipsa-se a velha profecia para dar passo à nova:
Aquele, a quem o Rei Davi tinha anunciado ao entonar seus salmos messiânicos,
entrou por fim no Templo de Deus! Hoje é o grande dia em que aquele que São
Lucas chama Simeão logo abandonará este mundo de obscuridade para entrar na
visão da Luz eterna: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo
ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de
todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo» (Lc
2,29-32).
Também nós, que somos o Santuário de Deus em que seu
Espírito habita (cf. 1Cor 3,16), devemos ficar atentos para receber a Jesus no
nosso interior. Se hoje temos a fortuna de comungar, peçamos a Maria, a Mãe de
Deus que interceda por nós ante seu Filho: que morra o homem velho e que novo
homem (cf) Col 3,10) nasça em todo nosso ser, a fim de converter-nos nos novos
profetas, os que anunciem ao mundo inteiro a presença de Deus três vezes, Pai,
Filho e Espírito Santo!
Como Simão, sejamos profetas pela morte do “homem velho”!
Como disse o Papa João Paulo II «a plenitude do Espírito de Deus vem
acompanhada (...) antes que nada pela disponibilidade interior que provém da
fé. Disso, o ancião Simeão “homem justo e piedoso”, teve a intuição no momento
da apresentação de Jesus no Templo».
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Terias morrido para sempre, se ele não tivesse nascido no
tempo. Comemoremos com alegria o advento de nossa salvação e redenção» (Santo
Agostinho)
«Simeão reconhece naquele Menino ao Salvador, mas intui
–graças ao Espírito- que em torno a Ele girará o destino da humanidade... Tendo
“tocado” a salvação, o entusiasmo de Simeão é tão grande, que para ele viver e
morrer são o mesmo» (Bento XVI)
«A apresentação de Jesus no Templo o mostra como o Primogênito
pertencente ao Senhor. Com Simeão e Ana (...) Jesus é reconhecido como o
Messias tão esperado, “luz das nações” e glória de Israel”, mas é também “sinal
de contradição”. A espada de dor predita a Maria anuncia esta outra oblação,
perfeita e única, da cruz, que dará a salvação que Deus “preparou diante de
todos os povos”» (Catecismo da Igreja Católica, n° 529)
«Meus olhos viram a tua salvação»
Rev. D. Joaquim MONRÓS
i Guitart (Tarragona, Espanha)
São Josemaria descreve esta situação no quarto mistério
gozoso do seu livro O Santo Rosário, convidando-nos a fazer parte da cena: «E
desta vez, meu amigo, hás de ser tu a levar a gaiola das rolas. – Estás a ver?
Ela – a Imaculada! – submete-se à Lei como se estivesse imunda. Aprenderás com
este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os
sacrifícios pessoais?
«Purificação! Tu e eu, sim, que realmente precisamos de
purificação! – Expiação e, além da expiação, o Amor. – Um amor que seja
cautério: que abrase a sujidade da nossa alma, que incendeie, com chamas
divinas, a miséria do nosso coração».
Vale a pena aproveitar o exemplo de Maria para “limpar” a
nossa alma neste tempo do Natal, fazendo uma confissão sacramental sincera,
para poder receber o Senhor com as melhores disposições. Assim, José apresenta
a oferenda de um par de rolas, mas oferece principalmente a sua capacidade de
realizar, com o seu trabalho e com o seu amor castíssimo, o plano de Deus para
a Sagrada Família, modelo de todas as famílias.
Simeão recebeu do Espírito Santo a revelação de que não
morreria sem ver Cristo. Vai ao Templo e, ao receber o Messias nos seus braços,
cheio de alegria, diz-lhe: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu
servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação» (Lc 2,29-30). Neste
Natal, contemplemos, com olhos de fé, Jesus que vem salvar-nos com o seu
nascimento. Assim como Simeão entoou um cântico de ação de graças, alegremo-nos
cantando diante do presépio, em família, e no nosso coração, pois sabemo-nos
salvos pelo Menino Jesus.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* Nestes dois
primeiros capítulos do evangelho de Lucas tudo gira em torno do nascimento de
duas crianças: João e Jesus. Os dois capítulos nos fazem sentir o perfume do
Evangelho de Lucas. Neles, o ambiente é de ternura e de louvor. Do começo ao
fim, se louva e se canta, pois, finalmente, a misericórdia de Deus se revelou
e, em Jesus, ele cumpriu as promessas feitas aos pais. E Deus as cumpriu em
favor dos pobres, dos anawim, como Isabel e Zacarias, Maria e José, Ana e
Simeão, os pastores. Estes souberam esperar pela sua vinda.
* A insistência
de Lucas em dizer que Maria e José cumpriram tudo aquilo que a Lei prescreve
evoca o que Paulo escreveu na carta aos Gálatas: “Quando chegou a plenitude do
tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para
resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados
como filhos” (Gal 4,4-5).
* A história do
velho Simeão ensina que a esperança, mesmo demorada, um dia se realiza. Ela não
se frustra nem se desfaz. Mas a forma de ela realizar-se nem sempre corresponde
à maneira como a imaginamos. Simeão esperava o Messias glorioso de Israel.
Chegando ao templo, no meio de tantos casais que trazem seus meninos ao templo,
ele vê um casal pobre lá de Nazaré. É neste casal pobre com seu menino ele vê a
realização da sua esperança e da esperança do povo: “Meus olhos viram a tua
salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações
e glória do teu povo, Israel."
* No texto do
evangelho deste dia, aparecem os temas preferidos de Lucas, a saber, uma grande
insistência na ação do Espírito Santo, na oração e no ambiente orante, uma
atenção contínua à ação e à participação das mulheres, e uma preocupação
constante com os pobres e com a mensagem a ser dada aos pobres.
Para um confronto
pessoal
1. Você seria
capaz de perceber numa criança pobre a luz para iluminar as nações?
2. Você seria
capaz de aguentar uma vida inteira esperando a realização da sua esperança?
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