Salmo Responsorial:
R/. Louvai o Senhor,
exaltai-O para sempre.
Sol e lua, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para
sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Fogo e calor, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para
sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para
sempre.
Aleluia. Sê fiel até à morte, diz o Senhor, e dar-te-ei a coroa da
vida. Aleluia.
Evangelho (Lc 21,12-19): Naquele tempo, Jesus
disse aos discípulos: «Antes disso tudo, porém, sereis presos e perseguidos;
sereis entregues às sinagogas e jogados na prisão; sereis levados diante de
reis e governadores por causa do meu nome. Será uma ocasião para dardes
testemunho. Determinai não preparar vossa defesa, porque eu vos darei palavras
tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis
entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. A alguns de
vós matarão. Sereis odiados por todos, por causa de meu nome. Mas nem um só fio
de cabelo cairá da vossa cabeça. É pela vossa perseverança que conseguireis
salvar a vossa vida!».
«É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!»
Rev. D. Antoni CAROL i
Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Por que o discípulo não é mais do que o Mestre —«sereis
odiados por todos, por causa de meu nome» (Lc 21,17) — e, se o Senhor foi sinal
de contradição, necessariamente o seremos nós, os seus discípulos. O Reino de
Deus será arrebatado pelos que se fazem violência, pelos que lutam contra os
inimigos da alma, pelos que combatem com bravura essa «belíssima guerra de paz
e de amor», como gostava de dizer São Josemaria Escrivá, em que consiste a vida
cristã. Não há rosas sem espinhos, e o caminho até ao Céu não é uma senda sem
dificuldades. De aí que sem a virtude cardeal da fortaleza nossas boas
intenções acabariam sendo estéreis. E a perseverança faz parte da fortaleza.
Anima-nos, em concreto, a ter as forças suficientes para tolerar com alegria as
contradições.
A perseverança em grau extremo dá-se na cruz. Por isso a
perseverança confere liberdade ao outorgar a possessão de si mesmo mediante o
amor. A promessa de Cristo é indefectível: «É pela vossa perseverança que
conseguireis salvar a vossa vida» (Lc 21,19) e isto é assim porque o que nos
salva é a Cruz. É a força do amor que nos dá a cada um a paciente e gozosa
aceitação da Vontade de Deus, quando esta —como acontece na Cruz— contraria num
primeiro momento a nossa pobre vontade humana.
Só num primeiro momento, porque depois se liberta a
desbordante energia da perseverança que nos leva a compreender a difícil
ciência da cruz. Por isso, a perseverança gera paciência, que vai muito mais
além do que a simples resignação. Mas, nada tem que ver com atitudes estoicas.
A paciência contribui decididamente para entender que a Cruz, muito mais do que
dor, é essencialmente amor.
Quem entendeu melhor que ninguém esta verdade salvadora, a
nossa Mãe do Céu, nos ajudará também a nós a compreendê-la.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);
2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);
3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra
outro reino (Lc 21,10);
4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);
5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11).
Até aqui foi o evangelho de ontem. Agora, no evangelho de
hoje, mais um sinal:
6º sinal: a perseguição dos cristãos (Lc 21,12-19)
* Lucas 21,12. O
sexto sinal da perseguição. Várias vezes, durante os poucos anos que passou
entre nós, Jesus tinha avisado aos discípulos que eles iam ser perseguidos.
Aqui, no último discurso, ele repete o mesmo aviso e faz saber que a
perseguição deve ser levada em conta no discernimento dos sinais dos tempos:
"Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos;
entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante
de reis e governadores, por causa do meu nome”. E destes acontecimentos,
aparentemente tão negativos, Jesus tinha dito: “Não fiquem apavorados. Primeiro
essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." (Lc 21,9). E o
evangelho de Marcos acrescenta que todos estes sinais são "apenas o começo
das dores de parto!" (Mc 13,8) Ora, dores de parto, mesmo sendo muito
dolorosas para a mãe, não são sinal de morte, mas sim de vida! Não são motivo
de medo, mas sim de esperança! Esta maneira de ler os fatos trazia tranquilidade
para as comunidades perseguidas. Assim, lendo ou ouvindo estes sinais,
profetizados por Jesus no ano 33, os leitores de Lucas dos anos oitenta podiam
concluir: "Todas estas coisas já estão acontecendo conforme o plano
previsto e anunciado por Jesus! Por tanto, a história não escapou da mão de
Deus! Deus está conosco!"
* Lucas 21,13-15: A
missão dos cristãos em época de perseguição. A perseguição não é uma
fatalidade, nem pode ser motivo de desânimo ou de desespero, mas deve ser vista
como uma oportunidade, oferecida por Deus, para as comunidades realizarem a
missão de testemunhar com coragem a Boa Nova de Deus. Jesus diz: “Isso
acontecerá para que vocês deem testemunho. Portanto, tirem da cabeça a ideia de
que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes
darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá
resistir ou rebater vocês”. Por meio desta afirmação Jesus anima os cristãos
perseguidos que viviam angustiados. Ele faz saber que, mesmo perseguidos, eles
tinham uma missão a cumprir, a saber: testemunhar a Boa Nova de Deus e, assim,
ser um sinal do Reino (At 1,8). O testemunho corajoso levaria o povo a repetir
o que diziam os magos do Egito diante dos sinais e da coragem de Moisés e
Aarão: “Aqui há o dedo de Deus!” (Ex 8,15). Conclusão: se as comunidades não
devem preocupar-se, se tudo está nas mãos de Deus, se tudo já era previsto por
Deus, se tudo não passa de dor de parto, então não há motivo para ficarmos
preocupados.
* Lucas 21,16-17:
Perseguição até dentro da própria família. “E vocês serão entregues até
mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de
vocês. Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome”. A perseguição não
vinha só de fora, da parte do império, mas também de dentro, da parte da
própria família. Numa mesma família, uns aceitavam a Boa Nova, outros não. O
anúncio da Boa Nova provocava divisões no interior das famílias. Havia até
pessoas que, baseando-se na Lei de Deus, chegavam a denunciar e matar seus
próprios familiares que se declaravam seguidores de Jesus (Dt 13,7-12).
* Lucas 21,18-19: A
fonte da esperança e da resistência. “Mas não perderão um só fio de
cabelo. É permanecendo firmes que vocês
irão ganhar a vida!" Esta
observação final de Jesus lembra a outra palavra que Jesus tinha dito: “nenhum
cabelo vai cair da cabeça de vocês!” (Lc 21,18). Esta comparação era um apelo
forte a não perder a fé e a continuar firme na comunidade. E confirma o que
Jesus já tinha dito em outra ocasião: “Quem quiser salvar a sua vida, vai
perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc
9,24).
Para um confronto
pessoal
1) Como você
costuma ler as etapas da história da sua vida e do seu país?
2) Olhando a
história da humanidade dos últimos 50 anos, a esperança aumentou em você, ou
diminuiu?
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