Salmo Responsorial: 125
R. O Senhor fez
maravilhas em favor do seu povo.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho. Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de
nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes
coisas». Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de
alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as
torrentes do deserto. Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a
cantar, trazendo os molhos de espigas.
Aleluia. Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
Evangelho (Lc 13,18-21): Naquele tempo, Jesus
dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? É como
um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu jardim: cresceu, tornou-se
um arbusto, e os pássaros do céu foram fazer ninhos nos seus ramos. Jesus disse
ainda: Com que mais poderei comparar o Reino de Deus? É como o fermento que uma
mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até tudo ficar fermentado.
«A que é semelhante o Reino de Deus»
+ Rev. D. Francisco
Lucas MATEO Seco (Pamplona, Navarra, Espanha)
O Reino de Deus prossegue Nosso Senhor, é semelhante, é
semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de
farinha e toda a massa ficou levedada (Lc 13,21). Também aqui se fala da
capacidade que tem a levedura de fazer fermentar toda a massa. Assim sucede com
o resto de Israel, de que se fala no Antigo Testamento: o resto salvará e
fermentará a todo o povo. Seguindo com a parábola, só é necessário que o
fermento esteja dentro da massa, que chegue ao povo, que seja como o sal capaz
de preservar da corrupção e de dar bom sabor a todo alimento (cf. Mt 5,13).
Também é necessário dar tempo para que a levedura realize seu labor.
Parábolas que animam a paciência e a esperança; parábolas
que se referem ao Reino de Deus e à Igreja, e que se aplicam também ao
crescimento deste mesmo Reino em cada um de nós.
Reflexão do Portal Dehonianos
Entre as várias narrativas parabólicas que Lucas coloca ao
narrar a caminhada de Jesus para Jerusalém, apenas estas duas se referem ao
reino de Deus. Esse reino tem uma grande expansão no mundo, graças à pregação
dos discípulos. Os modestos começos do ministério de Jesus têm um grande
desenvolvimento: a sua palavra que ecoa no mundo inteiro e da qual todos
recebem vida, é comparável à árvore cósmica de Daniel (4,7a-9), cuja imagem é
evocada no crescimento do arbusto de mostarda (vv. 18s.).
Outra característica do reino de Deus é a sua força
intrínseca, que realiza um crescimento qualitativo no mundo. Como um pouco de
fermento escondido na massa inerte de farinha provoca o seu crescimento, assim
o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma
todo o mundo, sem qualquer discriminação.
As parábolas sobre o Reino animam-nos à confiança e à
paciência. À confiança, porque o Senhor nos revela que o reino de Deus cresce
em nós. É semelhante a uma pequena semente, mas tem uma grande força, semelhante
à de um pouco de fermento que faz levedar três medidas de farinha. O fermento
não se vê, mas atua em segredo, tal como a semente está escondida na terra, mas
está viva e pode dar origem a uma grande árvore.
O Reino tem, pois, uma grande força dinâmica. Ora, esta
força está em nós, porque Deus está em nós, atua em nós para transformar a
nossa vida. Por enquanto não vemos o que faz: está escondido, é segredo, mas
certamente faz grandes coisas.
A única condição é misturar o fermento em todas as medidas
de farinha, como faz a mulher ao amassar. Fora de comparações: devemos guardar
em nós este fermento e misturá-lo na nossa vida na oração, na reflexão, na
decisão firme; devemos amassar sempre em nós o bom trigo do Evangelho com a
nossa vida, não separar a nossa vida da palavra do Senhor, confrontar-nos em
todas as situações com as propostas de Jesus, com a sua presença em nós.
O fermento é, também, o pão eucarístico que cada dia nos é
oferecido. Recebendo o Corpo real de Cristo, podemos deixar-nos transformar em
cada vez mais, e mais profundamente, no Corpo Místico de Cristo.
Acolhendo em nós o Palavra e o Pão, podemos caminhar com
confiança e paciência rumo à santidade e pôr-nos ao serviço do Senhor,
«contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo»
(Cst. 32), para que, «a comunidade humana, santificada pelo Espírito Santo, se
torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rm 15,16)» (Cst. 31). Assim seremos
fermento, luz, sal, testemunhas da «presença de Cristo» entre os homens e do «Reino
de Deus que vem» (Cst. 50) ou, «com a graça de Deus, pela nossa vida religiosa,
dar um testemunho profético, empenhando-nos sem reserva, no advento da nova
humanidade em Jesus Cristo» (Cst n. 39).
Para um confronto
pessoal
1) Estou ciente
de que o Reino de Deus está presente entre nós e que cresce misteriosamente e
se espalha na história de cada homem, na igreja?
2) Percebi das
duas parábolas que o Reino não pode ser
vislumbrado por si se eu não tomar uma atitude de escuta humilde e silenciosa?
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