Santa Margarida Maria Alacoque, virgem
Santa Edwiges, viúva e religiosa
São Geraldo Majella, religioso
Salmo Responsorial: 104
R. O Senhor recorda a
sua aliança para sempre.
Descendentes de Abraão, seu servo, filhos de Jacob, seu
eleito, O Senhor é o nosso Deus e as suas sentenças são lei em toda a terra.
Ele recorda sempre a sua aliança, a palavra que empenhou
para mil gerações, o pacto que estabeleceu com Abraão, o juramento que fez a
Isaac.
Não Se esqueceu da palavra sagrada que dera a Abraão, seu
servo, e fez sair o povo com alegria, os seus eleitos com gritos de júbilo.
Aleluia. O Espírito da verdade dará testemunho de Mim, diz o Senhor, e
vós também dareis testemunho. Aleluia.
Evangelho (Lc 12,8-12): Naquele tempo, o Senhor
disse aos seus discípulos: Eu vos digo: todo aquele que se declarar por mim
diante do povo, o Filho do Homem também se declarará a favor dele diante dos
anjos de Deus. Aquele, porém, que me renegar diante do povo será renegado
diante dos anjos de Deus. Todo aquele que falar uma palavra contra o Filho do Homem
será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando
vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não vos
preocupeis com os argumentos para vos defender, nem com o que dizer. Pois nessa
hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer.
«Aquele que se declarar por mim diante do povo, o Filho do Homem também
se declarará a favor»
P. Alexis MANIRAGABA (Ruhengeri,
Ruanda)
Esta interpelação à confissão é ainda mais necessária e
urgente em nossos tempos, nos que há pessoas que não querem escutar a voz de
Deus nem seguir seu caminho de vida. No entanto, a confissão de nossa fé terá a
um forte seguimento. Portanto, não sejamos confessores nem por medo de um
castigo, que será mais severo para os apóstatas, nem pela abundante recompensa
reservada aos fiéis. Nosso testemunho é necessário e urgente para a vida do
mundo, Deus mesmo nos pede, tal como disse São Juan Crisóstomo: «Deus não se
contenta com a fé interior; Ele pede a confissão exterior e pública, e nos move
assim a uma confiança e a um amor maior».
Nossa confissão é sustentada pela força e pela garantia de
seu Espírito que está ativo dentro de nós e que nos defende. O reconhecimento
de Jesus Cristo ante seus anjos é de vital importância já que este feito nos
permitirá vê-lo cara a cara, viver com Ele e ser inundados de sua luz. Ao mesmo
tempo, o contrário não será outra coisa que sofrer e perder a vida, ficar
privado da luz e despojado de todos os bens. Peçamos, pois, a graça de evitar
toda negação nem que seja por medo ao suplício ou por ignorância; pelas
heresias, pela fé estéril e pela falta de responsabilidade, ou porque queremos
evitar o martírio. Sejamos fortes, o Espírito Santo está conosco! E «com o
Espírito Santo está sempre Maria (…) e Ela tem feito possível a explosão
missionária produzida em Pentecostes» (Papa Francisco).
«O Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer»
+ Rev. D. Albert TAULÉ
i Viñas (Barcelona, Espanha)
As agressões que fazem aos cristãs, têm uma gravidade
diferente, já que não é o mesmo falar mal de um membro da Igreja (às vezes com
razão, por causa de nossas deficiências), que agredir a Jesus Cristo (se o veem
somente em sua dimensão humana), ou injuriar ao Espirito Santo, já seja
blasfemando, já seja negando a existência e os atributos de Deus.
Também refere-se ao perdão da ofensa, até mesmo quando o
pecado é leve, é preciso uma atitude prévia que é o arrependimento. Se não
houver arrependimento, o perdão é inviável, já que a ponte está quebrada por um
lado. Por isso, Jesus diz que existem pecados que nem Deus perdoará, se não
existe por parte do pecador a atitude humilde de reconhecer seu pecado (cf. Lc
12,10).
Reflexão
• Saber reconhecer
Jesus. O compromisso corajoso em reconhecer publicamente a amizade com
Jesus comporta como consequência a comunhão pessoal com ele quando ele vier
para julgar o mundo. Ao mesmo tempo, "aquele que me nega", o que tem
medo de confessar e reconhecer publicamente a Jesus, se condena sozinho. O
leitor é convidado a refletir sobre a importância crucial de Jesus na história
da salvação: é preciso se decidir estar com Jesus ou contra ele e sua palavra
de graça; desta decisão, reconhecer ou negar a Jesus depende a nossa salvação.
Lucas evidencia que a comunhão oferecida por Jesus no tempo presente aos seus
discípulos será confirmada e alcançará a perfeição no momento de sua vinda na
glória (“quando vier na sua glória, na do Pai e dos santos anjos”: 9,26). O
apelo às comunidades cristãs é muito evidente: mas se se é exposto às hostilidades
do mundo, é indispensável dar um testemunho corajoso de Jesus, de comunhão com
Ele e não se envergonhar de ser e se mostrar cristão.
• A blasfêmia contra
o Espírito Santo. Blasfemar é aqui entendido por Lucas como o falar
ofensivo ou falar contra. Este verbo foi aplicado a Jesus quando em 5,21 ele
tinha perdoado os pecados. A questão levantada nesta passagem pode apresentar
alguma dificuldade para o leitor: é menos grave blasfêmia contra o Filho do
homem do que a contra o Espírito Santo? A linguagem de Jesus pode parecer um
pouco forte para o leitor do Evangelho de Lucas: ao longo do evangelho vê-se
Jesus mostrando a atitude de Deus que vai em busca do pecador, que é exigente,
mas que sabe esperar o momento do retorno a Ele ou o amadurecimento do pecador.
Em Marcos e Mateus, a blasfêmia contra o Espírito Santo é a falta de
reconhecimento do poder de Deus nos exorcismos de Jesus. Mas em Lucas mais
precisamente significa a rejeição consciente e livre de Espírito profético que
atua nas obras e ensinamento de Jesus, ou seja, a rejeição ao encontro com o
agir misericordioso e salvífico do Pai. A falta de reconhecimento da origem
divina da missão de Jesus, a ofensa direta à pessoa de Jesus, podem ser
perdoadas, mas aquele que nega o Espírito Santo trabalhando na missão de Jesus
não será perdoado. Não se trata da oposição entre a pessoa de Jesus e do
Espírito Santo, ou dum contraste ou símbolo de dois períodos distintos da
história, o de Jesus e da comunidade pós-pascal, mas em última análise, o
evangelista trata de demonstrar que negar a pessoa de Cristo equivale a
blasfemar contra o Espírito Santo.
Para um confronto
pessoal
1) Você está
ciente de que de ser cristão comporta dificuldades, perigos e riscos, a ponto
de arriscar a própria vida para testemunhar a amizade pessoal com Jesus?
2) Você se
vergonha de ser cristão? Você prefere o julgamento dos homens, sua aprovação,
ou o fato de não perder sua amizade com Cristo?
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