Beata Teresa de S. Agostinho e Companheiras, Virgens e Mártires de nossa Ordem
Salmo Responsorial:
135
R. É eterna a sua bondade.
Dai graças
ao Senhor, porque Ele é bom: é eterna a sua bondade. Lembrou-Se de nós,
humilhados na desgraça: é eterna a sua bondade. E libertou-nos dos nossos
inimigos: é eterna a sua bondade.
Feriu os
primogénitos do Egito: é eterna a sua bondade. Tirou Israel do meio deles: é
eterna a sua bondade. Com mão forte e braço poderoso: é eterna a sua bondade.
Dividiu em
dois o Mar Vermelho: é eterna a sua bondade. E fez passar Israel pelo deserto:
é eterna a sua bondade. Precipitou no Mar Vermelho o faraó e o seu exército: é
eterna a sua bondade.
Aleluia. Em Cristo,
Deus reconcilia o mundo consigo e confiou-nos a palavra da reconciliação.
Aleluia.
Evangelho (Mt 12,14-21): Naquele
tempo, os fariseus saíram e tomaram a decisão de matar Jesus. Ao saber disso,
Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos.
Advertiu-os, no entanto, que não dissessem quem ele era. Assim se cumpriu o que
foi dito pelo profeta Isaías: «Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no
qual está meu agrado; farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará
às nações o direito. Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz
nas praças. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda
fumega, até que faça triunfar o direito. Em seu nome as nações depositarão sua
esperança».
«Ele curou a todos»
Frei Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona, Espanha)
Ele sabe
que estamos cansados e abatidos pelo peso das nossas debilidades físicas e de
carácter... E devido a esta cruz inesperada que nos visitou com toda a sua
aspereza, pelas contrariedades, pelos desenganos, pelas tristezas. De facto,
«conspiraram contra Ele para ver como eliminá-Lo» (Mt 12,14). E nós que sabemos
que o discípulo não é mais que o mestre (cf. Mt 10,24), devemos ser conscientes
de que também teremos de sofrer incompreensão e perseguição.
Tudo isso
constitui uma carga que pesa em cima de nós, um fardo que nos abate. E sentimos
como se Jesus nos dissesse: «Deixa o teu fardo a meus pés, e eu me ocuparei
dele; dá-me esse peso que te deixa abatido, e eu o levarei; alivia-te das tuas
preocupações e entrega-mas...».
É curioso:
Jesus convida-nos a deixar o nosso peso, mas oferece-nos outro: o seu jugo, com
a promessa, isso sim, de que é leve e delicado. Quer mostrar-nos que não
podemos ir pelo mundo sem peso nenhum. Uma ou outra carga teremos que levar.
Mas que o nosso fardo não seja cheio de materialidade; que seja o Seu peso, que
não oprime.
Na África,
as mães e irmãs mais velhas levam os mais pequenos às costas. Uma vez, um
missionário viu uma menina que levava o seu irmãozinho... E disse-lhe: «Não
achas que é um peso muito grande para ti?». Ela respondeu sem pensar: «Não é um
peso, é o meu irmãozinho e eu amo-o». O amor, o jugo de Jesus, não só não é
pesado, como nos liberta de tudo aquilo que nos oprime.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Mateus 12,14: A reação dos
fariseus: decidem matar Jesus. Este versículo é a conclusão do
episódio anterior, no qual Jesus desafiou a malícia dos fariseus curando o
homem que tinha a mão atrofiada (Mt 12,9-14). A reação dos fariseus foi esta:
“Eles saíram e fizeram um plano para matar Jesus”. Chegou-se, assim, à ruptura
entre Jesus e as autoridades religiosas. Em Marcos este episódio é bem mais
explícito e provocador (Mc 3,1-6). Ele diz que a decisão de matar Jesus não era
só dos fariseus, mas também dos herodianos (Mc 3,6). Altar e Trono se uniram
contra Jesus.
* Mateus 12,15-16: A reação do povo:
seguem Jesus. Quando
soube da decisão dos fariseus, Jesus foi embora desse lugar. O povo fez a sua
escolha. Mesmo sabendo que as autoridades religiosas decidiram matar Jesus, o
povo não se afastou de Jesus mas foi atrás dele. Numerosas multidões o seguiram,
e ele curou a todos. Jesus ordenou que não dissessem quem ele era. O povo sabe
discernir. Jesus pede apenas para que não divulguem demais o que ele está
fazendo. Contraste grande. De um lado, o conflito de vida e morte entre Jesus e
as autoridades religiosas. Do outro lado, o movimento do povo desejoso para
encontrar-se com Jesus! Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que
vinham a ele com seus males e suas enfermidades. Estes, que não eram acolhidos
na convivência social da sociedade e da religião, eram acolhidos por Jesus.
* Mateus 12,17: A preocupação de Mateus:
Jesus é o nosso Messias. Esta
reação diferente da parte dos fariseus e do povo levou Mateus a ver nisso uma
realização da profecia do Servo. De um lado, o Servo era perseguido pelas
autoridades a ponto de ser cuspido por elas no rosto, mas ele não voltava
atrás. Fazia cara dura como pedra, certo de não ser desmoralizado (Is 50,5-7).
Do outro lado, o Servo era procurado e aguardado pelo povo. As multidões das
ilhas distantes aguardavam o seu ensinamento (Is 42,4). Era exatamente isto que
estava acontecendo com Jesus.
* Mateus 12,18-21: Jesus realiza a
profecia do Servo. Mateus
traz por inteiro o primeiro cântico do Servo. Leia o texto bem devagar,
pensando em Jesus e nos pobres excluídos de hoje:
Eis aqui o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual minha alma se compraz. Colocarei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará o julgamento às nações. Não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que leve o julgamento à vitória. E em seu nome as nações depositarão a sua esperança."
Para um confronto pessoal
1) Conhece algum
fato em que as autoridades religiosas, em nome da sua religião, decidiram
perseguir e até matar pessoas que, como Jesus, faziam o bem ao povo?
2) Jesus é o Servo de Deus. E hoje, a nossa Igreja, nossa
comunidade, eu, somos servos de Deus para o povo? O que nos falta?
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