Sta
Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, viúva
Bta Maria Crocifissa Curcio Virgem de nossa Ordem
Dom Vital Maria, bispo e mártir
Salmo Responsorial –
Salmo 122 (123)
R: Os nossos olhos estão postos no
Senhor, até que Se compadeça de nós.
Levanto os
olhos para Vós, para Vós que habitais no Céu, * como os olhos do servo se fixam
nas mãos do seu senhor.
Como os
olhos da serva se fixam nas mãos da sua senhora, * assim os nossos olhos se voltam
para o Senhor nosso Deus, até que tenha piedade de nós.
Piedade,
Senhor, tende piedade de nós, porque estamos saturados de desprezo. * A nossa
alma está saturada do sarcasmo dos arrogantes e do desprezo dos soberbos.
2ª Leitura (2Cor
12,7-10):
Irmãos: Para que a
grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne –
um anjo de Satanás que me esbofeteia – para que não me orgulhe. Por três vezes
roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha
graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de
boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder
de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas
perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou
fraco, então é que sou forte.
Aleluia. O Espírito do
Senhor está sobre mim: Ele me enviou a anunciar o Evangelho aos pobres. Aleluia
Evangelho (Mc 6,1-6): Naquele
tempo Jesus foi para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No
sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se
admiravam. «De onde lhe vem isso?», diziam. «Que sabedoria é esta que lhe foi
dada? E esses milagres realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o
filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão
aqui conosco?». E ele se tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então,
dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os
parentes e na própria casa». E não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não
ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles.
E percorria os povoados da região, ensinando.
«Ele se admirava da
incredulidade deles»
P. Joaquim PETIT Llimona, L.C. (Barcelona, Espanha)
A
estranheza de Jesus pela atitude da gente da sua terra mostra-nos um coração
que confia nos homens, que espera uma resposta e a quem a falta da mesma não
deixa indiferente, porque é um coração que se dá, procurando o nosso bem. S.
Bernardo expressa-o muito bem, quando escreve: «Veio o Filho de Deus e fez tais
maravilhas no mundo que afastou o nosso entendimento de tudo quanto é mundano,
para que meditemos e nunca cessemos de ponderar nas suas maravilhas. Deixou-nos
horizontes infinitos para ocupar a inteligência, e um rio tão caudaloso de ideias
que é impossível atravessá-lo. Existe alguém capaz de compreender por que quis
a majestade suprema morrer para nos dar a vida, servir Ele para que nós
reinemos, viver desterrado para nos levar à pátria, e rebaixar-se até ao mais
vil e ordinário para nos exaltar acima de tudo?»
Podemos
pensar como teria mudado a vida dos habitantes de Nazaré, se se tivessem
aproximado de Jesus com fé. Assim, temos de Lhe pedir dia a dia, como os seus
discípulos: «Senhor, aumenta a nossa fé» (Lc 17,5), para que nos abramos mais e
mais à sua ação amorosa.
Pelo batismo fomos
incorporados a Cristo Profeta.
Armando Rodrigues Dias
«O filho de Maria». Alguns deduzem daqui que S. José já
tinha morrido, o que é mais do que provável; com efeito, em todas as passagens
onde se fala de parentes de Jesus, nunca se nomeia S. José. Há porém aqui um
pormenor curioso: nos lugares paralelos de Mateus e Lucas, Jesus é chamado
«filho do carpinteiro» (Mt 13, 55) e «filho de José» (Lc 4, 22). No entanto,
não são os Evangelistas a designá-lo assim, mas os ouvintes do Senhor. Mateus e
Lucas, que já tinham deixado clara a virgindade de Maria, nos episódios da
infância de Jesus, não têm receio de recolher a designação corrente de «filho
de José». S. Marcos, que não tinha referido ainda a virgindade da Mãe de Jesus,
evita cuidadosamente a designação de «filho de José», para que os seus leitores
não venham a confundir as coisas. É pois destituído de fundamento afirmar que
S. Marcos ignorava a virgindade de Maria.
1. Vocação
e Missão do Profeta.
O profeta é
chamado por Deus para uma missão, quase sempre exigente, trabalhosa e difícil.
Ele deve
ter consciência da sua normalidade. Apesar da sua fragilidade, Deus o escolheu
e o enviou. A mensagem que irá transmitir não é sua. Por isso se lhe pede
escuta, docilidade e fidelidade no anúncio, no ensino e no testemunho.
Perante tal
missão e na consciência da sua pobreza e fragilidade ele deve munir-se de
profunda confiança em Deus; ser pessoa de oração e de escuta da Palavra de
Deus; deve possuir consciência de solidariedade e se preocupar com o destino
dos outros. E na fidelidade à verdade da mensagem, estar disponível para se
fazer doação total, dando se for necessário, a própria vida.
A mensagem
que Deus lhe pede é de convite à conversão, purificador da Aliança, anunciador
da santidade e beleza de Deus, trabalhador incansável da dignidade humana,
libertador dos esquemas de morte, dinâmico colaborador no apontar para Jesus
Cristo.
Quase
sempre, na boa tradição profética, o esperará o desprezo, a rejeição, a
eliminação, a perseguição e, às vezes, a própria morte.
2- Jesus Cristo: Profeta por excelência.
Jesus
Cristo apresenta-se com uma beleza magnífica. O quadro do Evangelho de hoje
apresenta-nos a sua dignidade humana, a serenidade e novidade das suas atitudes
e palavras, o cumprimento da mais genuína tradição profética.
O filho do
carpinteiro, sem nome, talvez a fazer referência a que José já não vivia. E o
salientar do «filho de Maria» em que o evangelista apela à sua concepção
virginal e sua divindade, realçam quanto o nosso Deus amou a nossa humanidade e
se fez igual a nós.
Depois a
força reveladora e dinamizadora desse gesto, o «filho do carpinteiro» a
traduzir que não são as roupas ou as profissões que traduzem a grandeza da
pessoa, mas a sua dignidade e o serviço. Neste gesto de Deus se revoluciona radicalmente
a sociedade.
Deus
fala-nos por seu Filho. E quantas vezes o Pai dá testemunho d’Ele e nos pede
para O escutarmos! E também o Espírito Santo dá testemunho ao conduzir-nos ao ato
mais belo da nossa fé: crer que Jesus Cristo é o verdadeiro Filho de Deus e
Filho de Maria. E Paulo nos dá um testemunho belo de profunda confiança e
entrega.
Em Cristo
mensageiro e mensagem se identificam. Ele comunica por palavras e por gestos a
novidade do amor de Deus.
3- A missão profética, hoje.
A Palavra
de Deus chega hoje até nós através da palavra humana, de pessoas que apresentam
garantias e são testemunhas credíveis.
Pelo
baptismo, em nós nasceu a vocação de profeta. Ser pessoa em quem Deus confia os
seus mistérios de amor: anunciando e denunciando; construindo e destruindo.
O encontro
com Cristo não é um acontecimento meramente pessoal, fechado no âmbito de uma
espiritualidade amuralhada e egoísta. Pelo contrário o encontro e a relação
pessoal com Cristo é dinamismo de caminhada, de construção e de anúncio de uma
maravilhosa notícia: o Evangelho ao serviço e como proposta para todos.
A nossa
vida e missão devem ser compromisso e consciência de que somos enviados a um
mundo, muitas vezes, fechado à fé, fechado a Cristo. E ter em conta que apesar
das nossas limitações e fragilidades Deus quer contar conosco, desde que nós
contemos com Ele.
Ao profeta
não se lhe pedem frutos, mas que seja fiel e que se apresente como profeta para
que vejam que há um profeta entre eles.
Também não
se pode esperar reconhecimento e gratidão. Esse, se Deus quiser, virá mais
tarde, traduzindo e gravando, como a palavra foi guardada, acolhida e
companheira de caminhada, no mais aparente fracasso!
É um
convite fantástico a aceitarmos a graça de Deus. Só n’Ele tudo podemos e a obra
não é nossa! Somos, tantas vezes, tentados em colocar o êxito nas técnicas e
nos talentos naturais, quando na verdade só Deus basta e quem a Deus tem nada
lhe falta.
Maria de
Nazaré é modelo de todo profeta. Ela ensina, educa, cultiva com a sabedoria
profunda e com um jeito magnífico de pedagoga: Mãe.
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