MÊS DE MARIA
S. Jorge
Preca, Presbítero e terceiro carmelita
1ª Leitura (At
10,25-26.34-35.44-48): Naqueles dias, Pedro chegou a casa
de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés. Mas Pedro
levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem». Pedro
disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas,
mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável».
Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir
a palavra. E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com
Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também
sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a
Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Baptismo aos que
receberam o Espírito Santo, como nós?». E ordenou que fossem batizados em nome
de Jesus Cristo. Então, pediram-Lhe que ficasse alguns dias com eles.
Salmo Responsorial: 97
R. O Senhor manifestou a salvação a
todos os povos.
Cantai ao
Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo
braço Lhe deram a vitória.
O Senhor
deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os confins
da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
2ª Leitura (1Jo
4,7-10): Caríssimos: Amemo-nos uns aos
outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e
conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se
manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho
Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que
amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de
expiação pelos nossos pecados.
Aleluia. Se alguém Me
ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
Aleluia.
Evangelho (Jo
15,9-17): Naquele tempo, Jesus falou assim aos
seus discípulos: «Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no
meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim
como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse
isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este
é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém
tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vos sois meus
amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo
não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer
tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos
escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça.
Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos
mando é que vos ameis uns aos outros».
«Eu vos chamo amigos»
Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu (Sabadell,
Barcelona, Espanha)
Naturalmente,
no seu Coração só encontramos amor. O que constitui o mistério mais profundo de
Deus é que é Amor. Tudo o que fez desde a criação até a redenção é por amor.
Tudo o que espera de nós como resposta à sua ação é amor. Por isso, as suas
palavras ressoam hoje: «Permanecei no meu amor» (Jo 15,9). O amor pede
reciprocidade, é como um diálogo que nos faz corresponder com um amor crescente
ao seu amor primeiro.
Um fruto do
amor é a alegria: «Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós»
(Jo 15,11). Se nossa vida não reflete a alegria de acreditar, se nos deixamos
afogar pelas contrariedades sem ver que o Senhor também está aí presente e nos
consola, é porque não conhecemos Jesus suficientemente.
Deus sempre
toma a iniciativa. Dizemo-lo expressamente ao afirmar que «fui eu que vos
escolhi» (Jo 15,16). Sentimos a tentação de pensar que escolhemos, mas não
fizemos nada mais que responder a um chamamento. Escolheu-nos gratuitamente
para sermos amigos: «Já não vos chamo servos, (...); Chamo-vos amigos» (Jo
15,15).
Nos
começos, Deus fala com Adão como um amigo fala com seu amigo. Cristo, novo
Adão, recuperou-nos não apenas a amizade anterior, mas a intimidade com Deus,
já que Deus é Amor.
Tudo se
resume nesta palavra: “amar”. Recorda-nos Sto. Agostinho: «O Mestre bom
recomenda-nos tão frequentemente a caridade como o único mandamento possível.
Sem a caridade todas as outras boas qualidades não servem para nada. A
caridade, em efeito, conduz o homem necessariamente a todas as outras virtudes
que o fazem bom».
Vivência da caridade.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Em primeiro
lugar, consideremos a caridade e o amor que teve e tem Deus conosco.
Características: amor sem fronteira, universal, eterno, infinito, sem
arrependimentos e gratuito. Manifestações: criou-nos por amor; conserva-nos por
amor: cuida de nós com a sua providência por amor. Atrevo-me a me encarar com
este Deus rico em misericórdia, para não cair em ingenuidade e abusarmos assim
Dele. Vós, ó Deus, é possível que acrediteis que o vosso amor mexa com o homem
e com a mulher destes tempos? No passado mais crente, piedoso e praticante, até
vai! Mas não errastes de calendário, com todo respeito? Eu, como o novo Abraão (cf. Gn 18) volto a
perguntar ao Deus infinito no seu amor: Deus, o vosso amor faz feliz o homem e
a mulher de hoje, enfrascado noutras coisas mais importantes da vida que em
estar olhando para cima? Se isto fosse o paraíso terrenal, até passaria! Se
nós, os cidadãos, fossemos anjos, os políticos arcanjos, o governo um querubim
e o presidente um serafim, opa! Mas… Pois sim, apesar dessas perguntas quase
blasfemas temos que dizer: sim, Deus nos quer ao seu estilo eterno, glorioso,
infinito; isto é, como Deus manda; como Deus é. Ninguém pode duvidar do amor de
Deus para conosco, as suas criaturas, os seus filhos, os seus amigos.
Em segundo
lugar, consideremos a caridade que nos manifestou Cristo Jesus.
Características: amor pessoal, apaixonado, misericordioso, paciente. O Filho de
Deus por amor deixou o céu serenamente e desceu a esta terra que não o recebeu
e o tratou com desprezo. Por amor passou fazendo o bem pelo nosso mundo,
pregando, curando, ensinando, derramando a ternura de Deus. Por amor afrontou
os sofrimentos sem muita história e sem muito lero-lero durante as horas da sua
amarga Paixão. Por amor nos fez estes presentes no dia da Quinta-feira Santa: a
Eucaristia, o Sacerdócio e o Mandamento da caridade. E na Sexta-feira Santa
abriu o seu lado e nos ofereceu o perdão, a sua Mãe Santíssima, a fundação da
Igreja e os sacramentos. Por amor, já ressuscitado, envia-nos no dia de
Pentecostes o seu Santo Espírito que nos explicará tudo com paciência e
bondade, e nos santificará. E desde o céu, por amor, Ele será o nosso eterno
intercessor e mediador diante do Pai para que todos nos salvemos. Cristo foi, é
e será a caridade visível do Pai eterno e invisível. Cristo nos marcou a medida
da caridade: como Ele nos amou. Por tanto, sem medida. E não deixou uma opção,
mas um imperativo: “Amai-vos uns aos outros”.
Finalmente,
consideremos a caridade que devemos ter entre nós. Nisto demonstramos que somos
cristãos, seguidores de Cristo. Com a caridade e o amor elevaríamos este mundo.
Com este amor divino, posto no nosso coração, construiríamos famílias
esplêndidas, comunidades unidas. Acabariam as guerras e as fomes e os crimes e
os ódios e as vinganças. E haveria paz, alegria, convivência. Não, este amor do
qual falamos não é o amor que alguns dos namorados cacarejam desde o pau mais
alto do galinheiro das suas ingenuidades. Não é o amor do garotinho que para
conseguir as suas balinhas e chocolates diz para o papai que o ama. Não é o
amor que sussurram às vezes alguns maridos para conseguir as relações íntimas e
sagradas- às vezes sem o verdadeiro amor- com a sua esposa que sim esperava
algo mais do isso. Não é o amor do que dá para receber em troca. Não. O amor
cristão é outra coisa e tem umas características bem precisas enunciadas por
São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios no capítulo 13: amor paciente,
prestativo, sem inveja nem aparências, sem orgulho nem baixeza, sem ira e sem
interesse de por meio; amor que tudo perdoa; que não se alegra com o mal do
próximo e sempre desfruta com o triunfo do outro. Amor que tudo aguenta, tudo
espera, tudo suporta.
Para refletir: Se for verdade que no final da vida
serei julgado por como vivi a caridade com Deus e com os meus irmãos, vou desde
agora preparando essa prova final? Como é o meu amor com os irmãos: universal,
delicado, paciente, misericordioso? Tenho guetos no meu coração, isto é, grupos
fechados onde não podem entrar outras pessoas? A quem não alcançou ainda a
minha caridade cristã? Por quê?
Para rezar: Senhor, dilatai o meu coração para
que eu possa amar com as mesmas entranhas com que Vós amais. Senhor, perdoai-me
tanto egoísmo e fechamento de coração. Senhor, dai-me a vossa caridade e isso
me basta.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
ORAÇÃO COMPOSTA POR
SANTO AFONSO DE LIGÓRIO: Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar
tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a
Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a
graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver
servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna
dos eleitos. Amém.
LADAINHA DE NOSSA
SENHORA
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo ouvi-nos.
Jesus
Cristo atendei-nos.
Deus Pai do
Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do mundo, ...
Deus
Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria
rogai
por nós.
Santa Mãe
de Deus,
Santa
Virgem das virgens,
Mãe de
Jesus Cristo,
Mãe da
Igreja,
Mãe da
Misericórdia
Mãe da Divina
Graça,
Mãe
puríssima,
Mãe
castíssima,
Mãe
imaculada,
Mãe sempre
virgem,
Mãe amável,
Mãe
admirável,
Mãe do bom
conselho,
Mãe do
Criador,
Mãe do
Salvador,
Virgem
prudentíssima,
Virgem
venerável,
Virgem
louvável,
Virgem
poderosa,
Virgem
benigna,
Virgem
fiel,
Espelho de justiça,
Sede da
sabedoria,
Causa da
nossa alegria,
Vaso
espiritual,
Vaso
honorífico,
Vaso
insigne de devoção,
Rosa
mística,
Torre de
Davi,
Torre de
marfim,
Casa de Ouro,
Arca da Aliança,
Porta do
Céu,
Estrela da
Manhã,
Saúde dos
enfermos,
Refúgio dos
pecadores,
Conforto
dos migrantes,
Consoladora
dos aflitos,
Auxílio dos
cristãos,
Esperança
dos carmelitas,
Rainha dos
anjos,
Rainha dos
patriarcas,
Rainha dos
profetas,
Rainha dos
apóstolos,
Rainha dos
mártires,
Rainha dos
confessores,
Rainha das
virgens,
Rainha de
todos os santos,
Rainha
concebida sem pecado original,
Rainha
assunta ao céu,
Rainha do
sacratíssimo Rosário,
Rainha das
famílias,
Rainha e
esplendor do Carmelo,
Rainha da
paz,
Cordeiro de
Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós.
V. – Rogai
por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos
dignos das promessas de Cristo.
ORAÇÃO - Infundi, Senhor, como vos
pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo
viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua
paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo
Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO
BERNARDO: Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a
vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó
Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo
encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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