sexta-feira, 7 de maio de 2021

VI Domingo da Páscoa

 MÊS DE MARIA

S. Jorge Preca, Presbítero e terceiro carmelita

ORAÇÃO PREPARATÓRIA: Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.

1ª Leitura (At 10,25-26.34-35.44-48): Naqueles dias, Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Baptismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?». E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, pediram-Lhe que ficasse alguns dias com eles.

Salmo Responsorial: 97

R. O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai.

2ª Leitura (1Jo 4,7-10): Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.

Aleluia. Se alguém Me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Aleluia.

Evangelho (Jo 15,9-17): Naquele tempo, Jesus falou assim aos seus discípulos: «Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vos sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros».

«Eu vos chamo amigos»

Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu (Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, celebramos o último Domingo antes das solenidades da Ascensão e Pentecostes, que encerram a Páscoa. Se, ao longo destes Domingos, Jesus ressuscitado se manifestou como o Bom Pastor e a videira a quem há que estar unido como os sarmentos, hoje abre-nos de par em par o seu Coração.

Naturalmente, no seu Coração só encontramos amor. O que constitui o mistério mais profundo de Deus é que é Amor. Tudo o que fez desde a criação até a redenção é por amor. Tudo o que espera de nós como resposta à sua ação é amor. Por isso, as suas palavras ressoam hoje: «Permanecei no meu amor» (Jo 15,9). O amor pede reciprocidade, é como um diálogo que nos faz corresponder com um amor crescente ao seu amor primeiro.

Um fruto do amor é a alegria: «Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós» (Jo 15,11). Se nossa vida não reflete a alegria de acreditar, se nos deixamos afogar pelas contrariedades sem ver que o Senhor também está aí presente e nos consola, é porque não conhecemos Jesus suficientemente.

Deus sempre toma a iniciativa. Dizemo-lo expressamente ao afirmar que «fui eu que vos escolhi» (Jo 15,16). Sentimos a tentação de pensar que escolhemos, mas não fizemos nada mais que responder a um chamamento. Escolheu-nos gratuitamente para sermos amigos: «Já não vos chamo servos, (...); Chamo-vos amigos» (Jo 15,15).

Nos começos, Deus fala com Adão como um amigo fala com seu amigo. Cristo, novo Adão, recuperou-nos não apenas a amizade anterior, mas a intimidade com Deus, já que Deus é Amor.

Tudo se resume nesta palavra: “amar”. Recorda-nos Sto. Agostinho: «O Mestre bom recomenda-nos tão frequentemente a caridade como o único mandamento possível. Sem a caridade todas as outras boas qualidades não servem para nada. A caridade, em efeito, conduz o homem necessariamente a todas as outras virtudes que o fazem bom».

Vivência da caridade.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

O mandamento novo que Cristo nos deixou é este: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado”. É um imperativo, não uma opção. Não tem limites nem exclusão (1 leitura). E a medida está clara: como Cristo (evangelho).

Em primeiro lugar, consideremos a caridade e o amor que teve e tem Deus conosco. Características: amor sem fronteira, universal, eterno, infinito, sem arrependimentos e gratuito. Manifestações: criou-nos por amor; conserva-nos por amor: cuida de nós com a sua providência por amor. Atrevo-me a me encarar com este Deus rico em misericórdia, para não cair em ingenuidade e abusarmos assim Dele. Vós, ó Deus, é possível que acrediteis que o vosso amor mexa com o homem e com a mulher destes tempos? No passado mais crente, piedoso e praticante, até vai! Mas não errastes de calendário, com todo respeito?  Eu, como o novo Abraão (cf. Gn 18) volto a perguntar ao Deus infinito no seu amor: Deus, o vosso amor faz feliz o homem e a mulher de hoje, enfrascado noutras coisas mais importantes da vida que em estar olhando para cima? Se isto fosse o paraíso terrenal, até passaria! Se nós, os cidadãos, fossemos anjos, os políticos arcanjos, o governo um querubim e o presidente um serafim, opa! Mas… Pois sim, apesar dessas perguntas quase blasfemas temos que dizer: sim, Deus nos quer ao seu estilo eterno, glorioso, infinito; isto é, como Deus manda; como Deus é. Ninguém pode duvidar do amor de Deus para conosco, as suas criaturas, os seus filhos, os seus amigos.       

Em segundo lugar, consideremos a caridade que nos manifestou Cristo Jesus. Características: amor pessoal, apaixonado, misericordioso, paciente. O Filho de Deus por amor deixou o céu serenamente e desceu a esta terra que não o recebeu e o tratou com desprezo. Por amor passou fazendo o bem pelo nosso mundo, pregando, curando, ensinando, derramando a ternura de Deus. Por amor afrontou os sofrimentos sem muita história e sem muito lero-lero durante as horas da sua amarga Paixão. Por amor nos fez estes presentes no dia da Quinta-feira Santa: a Eucaristia, o Sacerdócio e o Mandamento da caridade. E na Sexta-feira Santa abriu o seu lado e nos ofereceu o perdão, a sua Mãe Santíssima, a fundação da Igreja e os sacramentos. Por amor, já ressuscitado, envia-nos no dia de Pentecostes o seu Santo Espírito que nos explicará tudo com paciência e bondade, e nos santificará. E desde o céu, por amor, Ele será o nosso eterno intercessor e mediador diante do Pai para que todos nos salvemos. Cristo foi, é e será a caridade visível do Pai eterno e invisível. Cristo nos marcou a medida da caridade: como Ele nos amou. Por tanto, sem medida. E não deixou uma opção, mas um imperativo: “Amai-vos uns aos outros”. 

Finalmente, consideremos a caridade que devemos ter entre nós. Nisto demonstramos que somos cristãos, seguidores de Cristo. Com a caridade e o amor elevaríamos este mundo. Com este amor divino, posto no nosso coração, construiríamos famílias esplêndidas, comunidades unidas. Acabariam as guerras e as fomes e os crimes e os ódios e as vinganças. E haveria paz, alegria, convivência. Não, este amor do qual falamos não é o amor que alguns dos namorados cacarejam desde o pau mais alto do galinheiro das suas ingenuidades. Não é o amor do garotinho que para conseguir as suas balinhas e chocolates diz para o papai que o ama. Não é o amor que sussurram às vezes alguns maridos para conseguir as relações íntimas e sagradas- às vezes sem o verdadeiro amor- com a sua esposa que sim esperava algo mais do isso. Não é o amor do que dá para receber em troca. Não. O amor cristão é outra coisa e tem umas características bem precisas enunciadas por São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios no capítulo 13: amor paciente, prestativo, sem inveja nem aparências, sem orgulho nem baixeza, sem ira e sem interesse de por meio; amor que tudo perdoa; que não se alegra com o mal do próximo e sempre desfruta com o triunfo do outro. Amor que tudo aguenta, tudo espera, tudo suporta.  

Para refletir: Se for verdade que no final da vida serei julgado por como vivi a caridade com Deus e com os meus irmãos, vou desde agora preparando essa prova final? Como é o meu amor com os irmãos: universal, delicado, paciente, misericordioso? Tenho guetos no meu coração, isto é, grupos fechados onde não podem entrar outras pessoas? A quem não alcançou ainda a minha caridade cristã? Por quê?

Para rezar: Senhor, dilatai o meu coração para que eu possa amar com as mesmas entranhas com que Vós amais. Senhor, perdoai-me tanto egoísmo e fechamento de coração. Senhor, dai-me a vossa caridade e isso me basta.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO: Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da Igreja,
Mãe da Misericórdia
Mãe da Divina Graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe sempre virgem,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de Ouro,
Arca da Aliança,
Porta do Céu,
Estrela da Manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Conforto dos migrantes,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Esperança dos carmelitas,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha das famílias,
Rainha e esplendor do Carmelo,
Rainha da paz,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós.
V. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

ORAÇÃO - Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO: Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

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