S.
Bernadete Soubirous, virgem
Sta Engrácia de Braga, virgem e mártir
S. Bento José Labre, leigo
Salmo Responsorial: 26
R. Uma só coisa peço ao Senhor:
habitar na sua morada.
O Senhor é
minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é a defesa da minha vida:
de quem hei de ter medo?
Uma coisa
peço ao Senhor, por ela anseio: habitar na casa do Senhor todos os dias da
minha vida, para gozar da suavidade do Senhor e visitar o seu santuário.
Espero vir
a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê
forte. Tem confiança e confia no Senhor.
Aleluia. Nem só de pão
vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Aleluia.
Evangelho (Jo 6,1-15):
Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia,
ou seja, de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele
fazia a favor dos doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus
discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e
vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: «Onde vamos
comprar pão para que estes possam comer?». Disse isso para testar Filipe, pois
ele sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: «Nem duzentos denários de
pão bastariam para dar um pouquinho a cada um”. Um dos discípulos, André, irmão
de Simão Pedro, disse: «Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois
peixes. Mas, que é isso para tanta gente?». Jesus disse: «Fazei as pessoas
sentar-se». Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os homens em
número de aproximadamente cinco mil. Jesus tomou os pães, deu graças e
distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os
peixes. Depois que se fartaram, disse aos discípulos: «Juntai os pedaços que
sobraram, para que nada se perca!». Eles juntaram e encheram doze cestos, com
os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram. À vista do sinal
que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: «Este é verdadeiramente o
profeta, aquele que deve vir ao mundo». Quando Jesus percebeu que queriam
levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.
«Disse isso para
testar Filipe, pois ele sabia muito bem o que ia fazer»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Ao
contemplar esses “sinais dos tempos”, não queremos passividade (preguiça,
fraqueza por falta de luta…), mas esperança: o Senhor, para fazer o milagre,
quer a dedicação dos Apóstolos e a generosidade do jovem que entrega alguns
pães e peixes. Jesus aumenta nossa fé, obediência e audácia, embora não vejamos
logo o fruto do trabalho, da mesma forma como o camponês não vê brotar a planta
logo depois da semeadura. «Fé, portanto, sem permitir que o desalento nos desanime;
sem que paremos em cálculos meramente humanos. Para superar os obstáculos, há
que se começar trabalhando, empenhando-nos inteiramente na tarefa, de modo que
o nosso próprio esforço nos leve a abrir novos caminhos» (São Josemaria
Escrivá), que aparecerão de forma insuspeita.
Não
esperemos o momento ideal para fazer a nossa parte: devemos fazê-la o quanto antes!
pois Jesus nos espera para fazer o milagre. «As dificuldades que o panorama
mundial apresenta neste começo do novo milênio nos induzem a pensar que só uma
intervenção do alto pode fazer-nos esperar um futuro menos obscuro», escreveu
João Paulo II. Acompanhemos, pois, esse panorama com o Rosário da Virgem, pois
sua intercessão se tem feito notar em muitos momentos delicados sobre quais tem
deixado sua marca profunda a história da Humanidade.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* João 6,1-4: A situação.
Na antiga páscoa, o povo atravessou o Mar Vermelho. Na nova páscoa,
Jesus atravessa o Mar da Galileia. Uma grande multidão seguia a Moisés. Uma
grande multidão segue Jesus neste novo êxodo. No primeiro êxodo, Moisés subiu a
Montanha. Jesus, o novo Moisés, também sobe à montanha. O povo seguia Moisés
que realizou grandes sinais. O povo segue a Jesus porque tinha visto os sinais
que ele fazia para os doentes.
* João 6,5-7: Jesus e Filipe.
Vendo a multidão, Jesus confronta os discípulos com a fome do povo e
pergunta a Filipe: "Onde vamos comprar pão para esse povo poder
comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo
faminto. Jesus, o novo Moisés, irá fazer a mesma coisa. Mas Filipe, em vez de
olhar a situação à luz da Escritura, olhava a situação com os olhos do sistema
e respondeu: "Duzentos denários não bastam!" Um denário era o salário
mínimo de um dia. Filipe constata o problema e reconhece a sua total
incapacidade para resolvê-lo. Faz o lamento, mas não apresenta nenhuma solução.
* João 6,8-9: André e o menino. André, em vez de lamentar, busca
solução. Ele encontra um menino com cinco pães e dois peixes. Cinco pães de
cevada e dois peixes eram o sustento diário do pobre. O menino entrega o seu
sustento! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, o que é isso
para tanta gente? Não vai dar para nada! Vamos partilhá-los aqui entre nós com
duas ou três pessoas!" Em vez disso, ele teve a coragem de entregar os
cinco pães e os dois peixes para alimentar 5000 pessoas (Jo 6,10)! Quem faz isso, ou é louco ou tem muita fé,
acreditando que, por amor a Jesus, todos se disponham a partilhar sua comida
como fez o menino!
* João 6,10-11: A multiplicação. Jesus pede para o povo se acomodar
na grama. Em seguida, multiplicou o sustento, a ração do pobre. Diz o texto:
"Jesus tomou os pães e, depois de ter dado graças, distribuiu-os aos
presentes, assim como os peixes, tanto quanto queriam!" Com esta frase,
escrita no ano 100 depois de Cristo, João evoca o gesto da Última Ceia (1Cor
11,23-24). A Eucaristia, quando celebrada como deve, levará as pessoas à
partilha como levou o menino a entregar seu sustento para ser partilhado.
* João 6,12-13: A sobra dos doze
cestos. O número
doze evoca a totalidade do povo com suas doze tribos. João não informa se
sobrou algo dos peixes. O que interessa a ele é evocar o pão como símbolo da
Eucarística. O evangelho de João não tem a descrição da Ceia Eucarística, mas
descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas
comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos
cristãos houvesse real partilha, haveria comida abundante para todos e
sobrariam doze cestos para muitos outros povos!
* João 6,14-15: Querem fazê-lo rei. O povo interpreta o gesto de Jesus
dizendo: "Esse é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo!" A
intuição do povo é correta. Jesus de fato é o novo Moisés, o Messias, aquele
que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Mas esta intuição tinha sido
desviada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e
dominador. Por isso, vendo o sinal, o povo proclama Jesus como Messias e avança
para fazê-lo rei! Jesus percebendo o que ia acontecer, refugia-se sozinho na
montanha. Não aceita esta maneira de ser messias e aguarda o momento oportuno
para ajudar o povo a dar um passo.
Para um confronto pessoal
1) Diante do problema da fome no mundo, você age como
Filipe, como André ou como o menino?
2) O povo queria um messias que fosse rei forte e
poderoso. Hoje, muitos vão atrás de líderes populistas. O que o evangelho de
hoje nos tem a dizer sobre isto?
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