Sto. Expedito de Mitilene, mártir
Salmo Responsorial:
118
R. Ditosos os que seguem a lei do
Senhor.
Ainda que
os príncipes conspirem contra mim, o vosso servo meditará os vossos decretos.
As vossas ordens são as minhas delícias e os vossos decretos meus conselheiros.
Expus meus
caminhos e destes-me ouvidos: ensinai-me os vossos decretos. Fazei-me
compreender o caminho dos vossos preceitos para meditar nas vossas maravilhas.
Afastai-me
do caminho da mentira e dai-me a graça da vossa lei. Escolhi o caminho da
verdade e decidi-me pelos vossos juízos.
Aleluia. Nem só de pão
vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Aleluia.
Evangelho (Jo
6,22-29): No dia seguinte, a multidão que
tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que
Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido
sozinhos. Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde
tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão
percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e
foram procurar Jesus em Cafarnaum. Encontrando-o do outro lado do mar,
perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu: «Em verdade,
em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque
comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas
pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará.
Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo». Perguntaram então: «Que devemos
fazer para praticar as obras de Deus?». Jesus respondeu: «A obra de Deus é que
acrediteis naquele que ele enviou».
«Trabalhai (…) mas
pelo alimento que permanece até à vida eterna»
Rev. D. Jacques FORTIN (Alma - Quebec, Canadá)
Mas algumas
pessoas quiseram someter o divino a suas próprias necessidades humanas. De
fato, a história nos revela que algumas vezes tentou-se usar o divino para fins
políticos ou outros. Hoje a multidão deslocou-se para Jesus. Por quê? É a
pergunta que faz Jesus afirmando: «Em verdade, em verdade, vos digo: estais me
procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes
saciados» (Jo 6,26). Jesus não se engana. Sabe que não foram capazes de ler os
sinais do pão multiplicado. Anuncia-lhes que o que sacia o homem é um alimento
espiritual que nos permite viver eternamente (cf. Jo 6,27). Deus é o que dá
esse alimento, o dá através de seu Filho. Tudo o que faz crescer a fé Nele é um
alimento ao que temos que dedicar todas nossas energias.
Então
compreendemos porque o Papa nos anima a esforçar-nos para ré evangelizar nosso
mundo que frequentemente não acode a Deus pelos bons motivos. Na constituição
“Gaudium et Spes” (A Igreja no mundo atual”) os Padres do Concílio Vaticano II
nos lembra: “só Deus, a quem Ela serve, satisfaz os desejos mais profundos do
coração humano, que nunca se sacia plenamente só com alimentos
terrestres". E nós, por que ainda seguimos Jesus? O que é o que nos
proporciona a Igreja? Lembremos o que disse o Concílio Vaticano II! Estamos
convencidos do bem-estar que nos proporciona este alimento que podemos dar ao
mundo?
«A obra de Deus é que
acrediteis naquele que ele enviou»
Rev. D. Josep GASSÓ i Lécera (Ripollet, Barcelona,
Espanha)
A pergunta
é: Onde está Jesus? Os discípulos partiram sem Jesus, e, sem dúvida, Jesus não
está lá. Onde está então? Felizmente, as pessoas podem subir nas barcas que vão
chegando, e zarpam em busca do Senhor a Cafarnaum.
E,
efetivamente, ao chegar do outro lado do lago, o encontram. Ficaram
surpreendidos com a sua presença ali, e lhe perguntam: «Rabi, quando chegaste
aqui?» (Jo 6,25). A realidade é que as pessoas não sabiam que Jesus havia
caminhado em cima das águas milagrosamente e Jesus não dá respostas diretas às
perguntas que lhe fazem.
Que direção
e que esforço nos levam a encontrar a Jesus verdadeiramente? Nos responde o
próprio Senhor: «Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que
permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus
Pai o assinalou com seu selo» (Jo 6,27).
Atrás de
tudo isso continua estando a multiplicação dos pães, sinal da generosidade
divina. As pessoas insistem e continuam perguntando: «Que devemos fazer para
praticar as obras de Deus?» (Jo 6,28). «A obra de Deus é que acrediteis naquele
que ele enviou» (Jo 6,29).
Jesus não
pede uma multiplicação de obras boas, e sim que cada um tenha fé naquele que
Deus Pai enviou. Porque com fé, o homem realiza a obra de Deus. Por isso
designou a mesma fé como obra. Em Maria temos o melhor modelo de amor
manifestado em obras de fé.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* É bom ter presente a divisão do
capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:
6,1-15: o
grande da multiplicação dos pães
6,16-21: a
travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas
6,22-71: o
diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos
1º diálogo: 6,22-27 - com o povo: o povo procura Jesus e
o encontra em Cafarnaum
2º diálogo: 6,28-34 - com o povo: a fé como obra de
Deus e o maná no deserto
3º diálogo: 6,35-40 - com o povo: o pão verdadeiro é
fazer a vontade de Deus
4º diálogo: 6,41-51 - com os judeus: murmurações dos
judeus
5º diálogo: 6,52-58 - com os judeus: Jesus e os judeus
6º diálogo: 6,59-66 - com os discípulos: reação dos
discípulos
7º diálogo: 6,67-71 - com os discípulos: confissão de
Pedro
* A conversa de Jesus com o povo,
com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do
povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve
tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o
pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística
não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez
mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as
exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é
cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze,
e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa.
Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.
* João 6,22-27: O povo procura Jesus
porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não
tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele
tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da
multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo
como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na
fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo,
Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no
deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas
Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que
perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será
dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura
para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e
sobre Deus.
* João 6,28-29: Qual é a obra de
Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para
realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que
Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou”. Ou seja, crer em Jesus!
Para um confronto pessoal
1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais
pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O
que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal?
2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?”
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