São
Bertoldo, Primeiro Prior Geral de Nossa Ordem
Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra
e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Is
42,1-7): «Eis o meu servo, a quem Eu protejo,
o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para
que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará
ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda
fumega: mas proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá,
enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas
esperam». Assim fala o Senhor Deus, que criou e estendeu os céus, consolidou a
terra e o que ela produz, dá vida ao povo que a habita e respiração aos que
sobre ela caminham: «Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça;
tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão
os que habitam nas trevas».
Salmo Responsorial: 26
R. O Senhor é a minha luz e a minha
salvação.
O Senhor é
minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo?
Quando os
malvados me assaltaram para devorar a minha carne, foram eles, meus inimigos e
adversários, que vacilaram e caíram.
Se um
exército me vier cercar, o meu coração não temerá. Se contra mim travarem
batalha, mesmo assim terei confiança.
Espero vir
a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê
forte. Tem coragem e confia no Senhor.
Salve, Senhor, nosso
Rei; só Vós tivestes piedade dos nossos erros.
Evangelho
(Jo 12,1-11): Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava
Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Lá, ofereceram-lhe um jantar.
Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Maria, então,
tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus
e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume.
Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim:
“Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos
pobres?». Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era
ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. Jesus, porém,
disse: «Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres,
sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis». Muitos judeus
souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas
também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Os
sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro, pois por causa dele
muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus».
«Ungiu os pés de Jesus
e os enxugou com os cabelos»
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi Desvalls,
Girona, Espanha)
Qualquer
protesto deve ser um ato de responsabilidade: ao protestar devemos pensar como
seria se nós o tivéssemos feito, o que estamos dispostos a fazer. Caso
contrário o protesto pode ser apenas — como neste caso — a queixa dos que atuam
mal perante os que procuram fazer as coisas o melhor que conseguem.
Maria unge
os pés de Jesus e seca-os com os seus cabelos, porque acredita ser o que deve
fazer. É uma ação pintada de excelente magnanimidade: fê-lo tomando meio litro
de perfume de nardo puro e muito caro» (Jo 12,3). É um ato de amor e, como todo
o ato de amor, difícil de entender pelos que não o partilham. Creio que a
partir daquele momento, Maria entendeu o que séculos mais tarde Santo Agostinho
escreveria: «provavelmente, nesta terra, os pés do Senhor ainda estejam
necessitados. Pois, quem, fora dos seus membros, disse: “Tudo o que fizerdes a
um destes mais pequenos… é a mim que o fazeis? Vós gastais aquilo que vos
sobra, mas fizestes o que é de agradecer aos meus pés».
O protesto
de Judas não tem nenhuma utilidade, apenas leva à traição. A ação de Maria
leva-a a amar mais ao seu Senhor e, como consequência, a amar mais os “pés” de
Cristo que existem neste mundo.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* João 12,1-2: Jesus, perseguido
pelos judeus, vai a Betânia.
Seis dias antes da páscoa, Jesus vai a Betânia na casa das suas amigas Marta e
Maria e de Lázaro. Betânia significa Casa da Pobreza. Ele estava sendo
perseguido pela polícia (Jo 11,57). Queriam matá-lo (Jo 11,50). Mesmo sabendo
que a polícia estava atrás de Jesus, Maria, Marta e Lázaro receberam Jesus em
casa e ofereceram um jantar para ele. Acolher em casa uma pessoa perseguida e
oferecer-lhe um jantar era perigoso. Mas o amor faz superar o medo
* João 12,3: Maria unge Jesus. Durante o jantar, Maria unge os pés
de Jesus com meio litro de perfume de nardo puro (cf. Lc 7,36-50). Era um
perfume cheiroso, caríssimo, de trezentos denários. Em seguida, ela enxuga os
pés de Jesus com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume. Em todo
este episódio, Maria não fala. Só age. O gesto cheio de simbolismo fala por si
mesmo. Lavando os pés, Maria se faz servidora. Jesus vai repetir o gesto na
última ceia (Jo 13,5).
* João 12,4-6: Reação de Judas. Judas critica o gesto de Maria.
Acha que é um desperdício. De fato, trezentos denários eram o salário de
trezentos dias! O salário de quase um ano inteiro foi gasto de uma só vez!
Judas acha que o dinheiro deveria ser dado aos pobres. O evangelista comenta
que Judas não tinha nenhuma preocupação com os pobres, mas que era um ladrão.
Tinha a bolsa comum e roubava dinheiro. Julgamento forte que condena Judas. Não
condena a preocupação com os pobres, mas sim a hipocrisia que usa os pobres
para se promover e se enriquecer. Nos seus interesses egoístas, Judas só
pensava em dinheiro. Por isso não percebeu o que estava no coração de Maria.
Jesus enxerga o coração e defende Maria.
* João 12,7-8: Jesus defende a
mulher. Judas olha o gasto e critica a mulher. Jesus olha o gesto e defende a
mulher: “Deixa-a! Ela o conservou para o dia da minha sepultura!" Em seguida, Jesus diz: "Pobres sempre
tereis, mas a mim nem sempre tereis!"
Quem dos dois vivia mais perto de Jesus: Judas ou Maria? Como discípulo,
Judas convivia com Jesus há quase três anos, vinte e quatro horas por dia.
Fazia parte do grupo. Maria só o encontrava uma ou duas vezes ao ano, por
ocasião das festas, quando Jesus vinha a Jerusalém e visitava a casa dela. Só a
convivência sem o amor não faz conhecer. Tolhe o olhar. Judas era cego. Muita
gente convive com Jesus e até o louva com muito canto, mas não o conhece de
verdade nem o revela (cf. Mt 7,21). Duas afirmações de Jesus merecem um
comentário mais detalhado: (1) “Pobres sempre tereis”, e (2) “Ela guardou o
perfume para me ungir no dia do meu sepultamento”.
*
1. “Pobres sempre tereis”
- Será que Jesus quis dizer que não devemos preocupar-nos com os pobres, visto
que sempre vai haver gente pobre? Será que a pobreza é um destino imposto por
Deus? Como entender esta frase? Naquele tempo, as pessoas conheciam o Antigo
Testamento de memória. Bastava Jesus citar o começo de uma frase do AT, e as
pessoas já sabiam o resto. O começo da frase dizia: “Vocês vão ter sempre os
pobres com vocês!” (Dt 15,11a). O resto da frase que o povo já conhecia e que
Jesus quis lembrar, era este: “Por isso, eu ordeno: abra a mão em favor do seu
irmão, do seu pobre e do seu indigente, na terra onde você estiver!” (Dt
15,11b). Conforme esta Lei, a comunidade deve acolher os pobres e partilhar com
eles seus próprios bens. Mas Judas, em vez de “abrir a mão em favor do pobre” e
de partilhar com ele seus próprios bens, queria fazer caridade com o dinheiro
dos outros! Queria vender o perfume de Maria por trezentos denários e usá-los
para ajudar os pobres. Jesus cita a Lei de Deus que ensinava o contrário. Quem,
como Judas, faz campanha com o dinheiro da venda dos bens dos outros, não
incomoda. Mas aquele que, como Jesus, insiste na obrigação de acolher os pobres
e de partilhar com eles os próprios bens, este incomoda e corre o perigo de ser
condenado.
*
2. "Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu
sepultamento" -
A morte na cruz era o castigo terrível e exemplar, adotado pelos romanos para
castigar os subversivos que se opunham ao império. Uma pessoa condenada à morte
de cruz não recebia sepultura e não podia ser ungida, pois ficava pendurada na
cruz até que os animais comessem o cadáver, ou recebia sepultura rasa de
indigente. Além disso, conforme a Lei do Antigo Testamento, ela devia ser
considerada como "maldita por Deus" (Dt 21, 22-23). Jesus ia ser
condenado à morte de cruz, consequência do seu compromisso com os pobres e da
sua fidelidade ao Projeto do Pai. Não ia ter enterro. Por isso, depois de
morto, não poderia ser ungido. Sabendo disso, Maria se antecipa e o unge antes
de ser crucificado. Com este gesto, ela mostra que aceitava Jesus como Messias,
mesmo crucificado! Jesus entende o gesto
dela e o aprova.
* João 12,9-11: A multidão e as autoridades. Ser amigo de Jesus pode ser
perigoso. Lázaro corre perigo de morte por causa da vida nova que recebeu de
Jesus. Os judeus decidiram matá-lo. Um Lázaro vivo era prova viva de que Jesus
era o Messias. Por isso, a multidão o procurava, pois o povo queria
experimentar de perto a prova viva do poder de Jesus. Uma comunidade viva corre
perigo de vida porque é prova viva da Boa Nova de Deus!
Para um confronto pessoal
1) Maria foi mal interpretada por Judas. Você já foi mal
interpretado/a alguma vez? Como você reagiu?
2) O que nos ensina o gesto de Maria? Que alerta nos traz
a reação de Judas?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das
virgens, ...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO