sexta-feira, 19 de março de 2021

Mês de São José – V Domingo da Quaresma

ORAÇÃO PREPARATÓRIA

Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos.

1ª Leitura (Jer 31,31-34): Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito, aliança que eles violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.

Salmo Responsorial: 50

R. Dai-me, Senhor, um coração puro.

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.

Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso. Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos e os transviados hão de voltar para Vós.

2ª Leitura (Heb 5,7-9): Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.

Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo.

Evangelho (Jo 12,20-33): Havia alguns gregos entre os que tinham subida a Jerusalém para adorar durante a festa. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Bestada da Galileia, e disseram: «Senhor, queremos ver Jesus». Filipe conversou com André, e os dois foram falar com Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Sinto agora grande angústia. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora’? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai glorifica o teu nome!» Veio, então, uma voz do céu: «Eu já o glorifiquei, e o glorificarei de novo». A multidão que ali estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um anjo que falou com ele». Jesus respondeu: «Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por vossa causa. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim». Ele falava assim para indicar de que morte iria morrer.

«Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto»

Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell (Agullana, Girona, Espanha)

Hoje a Igreja, no último trecho da Quaresma, o que nos propõe este Evangelho para ajudar-nos a chegar ao Domingo de Ramos bem preparados em vistas a vivermos estes mistérios tão centrais na vida cristã. A Via Crucis é para o cristão uma “via lucis”, morrer é um tornar a nascer, e ainda mais, é necessário morrer para viver de verdade.

Na primeira parte do Evangelho, Jesus diz aos Apóstolos: «Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto» (Jo 12,24). Santo Agostinho comenta ao respeito: «Jesus diz de si mesmo “grão”, que havia de ser mortificado, para depois multiplicar-se; que tinha que ser mortificado pela infidelidade dos judeus e ser multiplicado para a Fe de todos os povos». O pão da Eucaristia, feito do grão de trigo, multiplica-se e parte-se para alimento de todos os cristãos. A morte de martírio é sempre fecunda. Por isso, «os que se apegam à vida», simultaneamente, a «perdem». Cristo morre para dar, com o seu sangue, fruto: nós temos de imitá-lo para ressuscitar com Ele e dar fruto com Ele. Quantos dão no silêncio da sua vida para o bem dos irmãos? Desde o silêncio e da humildade temos de aprender a ser grão que morre para tornar à Vida.

O Evangelho deste domingo acaba com uma exortação a caminhar à luz do Filho exaltado no alto da terra: «E quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim» (Jo 12,32). Temos que pedir ao bom Deus que em nós só haja luz e que Ele nos ajude a dissipar toda sombra. Agora é o momento de Deus, não lhe deixemos perder! «Estais dormidos? No tempo que se vos concedeu!» (São Ambrósio de Milão). Não podemos deixar de ser luz no nosso mundo. Como a lua recebe a sua luz do sol, em nós se há de ver a luz de Deus.

Se participarmos da Cruz de Cristo nesta vida mortal, tomaremos também parte na sua glória por toda a eternidade.

FERNANDO SILVA

a) É preciso a mudança de vida. «Dias virão em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova.»

Cristo foi atendido, como nos ensina o autor da Carta aos Hebreus. É Ele que ora em nós ao Pai. Por isso, temos a certeza de que levaremos avante esta mudança de vida, por Ele está conosco.

Não devemos perder demasiado tempo a olhar para o passado, para a situação em que nos encontramos, mas alimentar a esperança de que seremos renovados.

Poderíamos ser tentados a alimentar a falta de esperança, pensando que a nossa vida já não tem remédio, por causa dos nossos muitos pecados; ou que os nossos defeitos estão já muito enraizados em nós e já não somos capazes de nos emendarmos; ou porque nos domina a preguiça ao empreender o trabalho da mudança.

Apoiemo-nos filialmente numa grande confiança em Jesus Cristo para chegarmos ao Pai.

b) Piedade de filhos. «Hei de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração»

A piedade é a virtude que regula as relações entre pais e filhos. Quando a desdobramos, encontramos o amor, o respeito e a obediência.

Deus quer libertar-nos das nossas fealdades e restituir-nos a beleza recebida no Baptismo. (Quando a mãe encontra o filho cheio de sujidade e com a roupa em trapos não deixa de gostar dele. O seu amor materno, ao contrário, move-a a restituir-lhe a beleza quando antes). De modo semelhante, o Senhor deseja ardentemente a nossa conversão pessoal, seja qual for a situação em que nos encontremos. Basta – para nos convencermos desta verdade – ler as três Parábolas da misericórdia narradas por S. Lucas – ovelha tresmalhada, dracma perdida e filho pródigo – para compreendermos esta «impaciência» divina.

Na verdade, a maior alegria que podemos dar a Deus é deixá-lo perdoar os nossos pecados, libertar-nos dos nossos defeitos para nos revestir de novo do esplendor de filhos de Deus.

c) Fortaleza para mudar. «Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.»

É verdade que encontramos em nós apegos de que temos de nos libertar e hábitos que é urgente combater até os eliminar.

(Qualquer tratamento a que nos submetemos exige de nós sofrimento, disponibilidade e mudança de hábitos. Até por razões de desporto os atletas submetem-se aos maiores sacrifícios).

A Sagrada Escritura apresenta-nos Deus como a águia que esvoaça sobre o ninho os seus filhos, incitando-os a tentar o voo (cf Cântico de Moisés, Deut 32, 11). Podemos imaginar o nosso Pai do Céu animando-nos continuamente a deixar a preguiça e a comodidade, para empreender a conquista das alturas da santidade.

Os milagres de lemos no Evangelho enchem-nos de esperança. O Senhor está disponível para nos ajudar. Basta uma pequena diligência da nossa parte.

Jesus Cristo é fonte de Vida e de Salvação. Quando recebemos um Sacramento, vamos à fonte das águas vivas.

2. A CONVERSÃO E A CONFISSÃO

a) Desejo do encontro com Deus. «Havia alguns gentios […]. Foram ter com Filipe, […], e fizeram este pedido: ‘Senhor, nós queremos ver Jesus.’»

A Confissão sacramental é um encontro pessoal com Jesus Cristo. Ele está misteriosamente presente no sacerdote que nos acolhe, seja qual for a sua situação espiritual.

O Senhor estabeleceu esta mediação por misericórdia para conosco. Se fosse Ele visivelmente a acolher-nos, talvez nos sentíssemos dominados pelo sentimento de indignidade do centurião romano de Carfarnaúm, quando implorou a cura do servo, mas não queria que Jesus entrasse em sua casa.

Coloca-nos perante um sacerdote – homem com experiência do que é a fraqueza humana – para nos ajudar fraternalmente.

Este homem «empresta-Lhe» uma visibilidade. Se não fora este sinal externo, quando poderíamos saber que havíamos já preenchido todas as condições para sermos perdoados?

b) Glorificar Cristo em nós. «Então, Jesus tomou a palavra e disse-lhes: “Chegou a hora de o Filho do homem ser glorificado.»

Glorificamos Jesus Cristo na medida em que aceitamos a Sua vontade, ao estabelecer as condições para a conversão e consequente perdão dos nossos pecados.

Temos de estar dispostos a morrer, como o grão de trigo, para que ressuscite em nós o homem novo e demos fruto. Esta morte concretiza-se:

– na humildade, reconhecendo, sem descontos nem desculpas, os nossos pecados. Somos tentados a procurar uma desculpa no comportamento dos outros, no nosso modo de ser, etc., mas devemos renunciar a tudo isso para carregar generosamente a responsabilidade dos pecados cometidos.

– Na sinceridade. Trata-se de acusar os pecados segundo o número, a espécie e as circunstâncias que mudam a espécie. O Senhor pede-nos que encaremos o sacerdote que nos atende como um médico. Ele precisa saber a nossa situação concreta, não por curiosidade, mas para nos ajudar na libertação.

– Na verdade com que fazemos um propósito de lutar para não recair em tentação e nos apresentamos arrependidos dos passos mal dados. Há quem, por uma falsa noção de sinceridade, se afaste da confissão: «Não vou, porque voltarei, talvez, a cair… e não quero ser mentiroso!»

O que verdadeiramente prometemos não é não cair, mas lutar para que isso não volte a acontecer. Para conseguir esta finalidade, propomo-nos rezar com maior frequência, frequentar mais o Sacramentos e fugir das ocasiões.

c) Renascerá a alegria. «É agora o julgamento deste mundo. É agora que o Príncipe deste mundo vai ser lançado fora.»

Muitos empobrecem, de algum modo, a riqueza do Sacramento da Reconciliação, reduzindo os seus frutos exclusivamente ao perdão dos pecados. Na verdade, por ele é expulso o Demónio. Este é para o Inimigo o mais doloroso exorcismo.

Mas não fica por aqui a magnanimidade do nosso Deus, ao restituir-nos a graça baptismal ou ao purificar-nos das manchas contraídas. Entre outras graças podemos recordar:

– A alegria e a paz, fruto deste encontro pessoal com Jesus Cristo. Qual de nós não sentiu já este dom? A festa com que o pai do filho pródigo acolhe o jovem tresmalhado sentimo-la também dentro de nós.

– A graça sacramental. Todos os sacramentos têm uma graça própria. A deste Sacramento é uma ajuda especial para vencer as resistências que nos dificultam o caminho da santidade. Sentimos maior força para perdoar, abandonar as ocasiões, mais devoção para rezar…

– Oportunidade para receber um bom conselho. Sentimo-nos inibidos de partilhar os nossos problemas e dificuldades com outras pessoas, porque não confiamos na sua discrição, receamos a sua imparcialidade ao aconselhar-nos, etc. Encontramos na confissão um sigilo sacramental que coloca uma rocha sobre o que apresentámos que ninguém mais poderá remover, nem mesmo depois da nossa morte. E confiamos que o sacerdote nos aponte o que Deus quer para a nossa vida.

À semelhança de Filipe que diligenciou para que estes gregos se encontrassem com Jesus, também nós havemos de procurar que muitas e bem preparadas pessoas se aproximem do sacramento da reconciliação e Penitência.

Maria, como a melhor das mães, olhará com particular carinho os que ajudam os seus filhos e nossos irmãos a este encontro pessoal com Jesus Cristo.

ORAÇÃO

Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, escutai-nos.

Pai Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós.

São José, rogai por nós.

Ilustre Filho de Davi, ...

Luz dos Patriarcas, ...

Esposo da Mãe de Deus, ...

Guarda da puríssima Virgem, ...

Sustentador do Filho de Deus, ...

Estrênuo defensor de Jesus Cristo, ...

Chefe da Sagrada Família, ...

José justíssimo, ...

José castíssimo, ...

José prudentíssimo, ...

José fortíssimo, ...

José obedientíssimo, ...

José fidelíssimo, ...

Espelho de paciência, ...

Amante da pobreza, ...

Modelo dos artistas, ...

Honra da vida de família, ...

Guarda das virgens, ...

Sustentáculo das famílias, ...

Alívio dos miseráveis, ...

Esperança dos doentes, ...

Patrono dos moribundos, ...

Terror dos demônios, ...

Protetor da Santa Igreja, ...

Patrono da Ordem Carmelita, ...

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.

R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO

Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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