Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra
e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Os 6,1-6):
Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele
nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas feridas.
Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo; ao terceiro dia nos levantará
e viveremos na sua presença. Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa
como a aurora. Virá a nós como o aguaceiro de Outono, como a chuva da Primavera
sobre a face da terra. «Que farei por ti, Efraim? Que farei por ti, Judá?» –
diz o Senhor – «O vosso amor é como o nevoeiro da manhã, como o orvalho da
madrugada que logo se evapora. Por isso os castiguei por meio dos Profetas e os
matei com palavras da minha boca; e o meu direito resplandece como a luz.
Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus,
mais que os holocaustos».
Salmo Responsorial: 50
R. Eu quero a misericórdia e não os
sacrifícios.
Compadecei-Vos
de Mim, ó Deus, por vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os
meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Não é do
sacrifício que Vos agradais e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é o espírito arrependido: não desprezareis, Senhor,
um espírito humilhado e contrito.
Pela vossa
bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém. Então
Vos agradareis dos sacrifícios devidos, oblações e holocaustos, então serão
oferecidas vítimas sobre o vosso altar.
Se hoje ouvirdes a voz
do Senhor, não fecheis os vossos corações.
Evangelho (Lc
18,9-14): Para alguns que confiavam na sua
própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: «Dois
homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano. O
fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou
como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo
duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’. O publicano,
porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas
batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!’ Eu
vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem
se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».
«Eu vos digo: este
último voltou para casa justificado»
Fr. Gavan JENNING (Dublín, Irlanda)
Hoje em dia
tendemos a considerar os sentimentos de culpa – os remorsos — como algo próximo
de uma aberração psicológica. Contudo, o sentimento de culpa permite ao
publicano sair reconfortado do Templo, uma vez que «este voltou para casa
justificado, mas o outro não» (Lc 18,14). «O sentimento de culpa», escreveu
Bento XVI, quando ainda era Cardeal Ratzinger (“Consciência e verdade”), afasta
a falsa tranquilidade de consciência e podemos chamar-lhe “protesto da
consciência” contra a minha existência auto-satisfeita. É tão necessário para o
homem como a dor física, que significa uma alteração corporal do funcionamento
normal».
Jesus não
nos induz a pensar que o fariseu não esteja a dizer a verdade quando afirma que
não é ladrão, nem desonesto, nem adúltero e paga o dízimo no Templo (cf. Lc 18,11);
nem que o cobrador de impostos esteja a delirar ao considerar-se a si próprio
como um pecador. A questão não é essa. O que realmente acontece é que «o
fariseu não sabe que também tem culpas. Ele tem uma consciência plenamente
clara. Mas o “silêncio da consciência” fá-lo impenetrável perante Deus e
perante os homens, enquanto que o “grito de consciência”, que inquieta o
publicano, o torna capaz da verdade e do amor. Jesus pode remover os
pecadores!» (Bento XVI).
«Quem se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona,
Espanha)
Na passagem
que contemplamos vemos que na pessoa há um nó com três cordas, de maneira que é
impossível desfazê-lo se não temos presentes as três cordas mencionadas. A
primeira nos relaciona com Deus; a segunda, com os outros; e a terceira com nós
mesmos. Reparemos nisto: aqueles a quem dirige-se Jesus «que confiavam na sua
própria justiça e desprezavam os outros» (Lc 18,9) e, desta maneira, rezavam
mal. As três cordas estão sempre relacionadas!
Como
fundamentar bem essas relações? Qual é o segredo para desfazer o nó? Nos diz a
conclusão dessa incisiva parábola: a humildade. Assim mesmo expressou Santa
Teresa de Ávila «A humildade é a verdade».
É certo: a
humildade nos permite reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nem
envaidecer-nos, nem menosprezar-nos. A humildade nos faz reconhecer como tal os
dons recebidos, e permite-nos apresentar ante Deus o trabalho da jornada. A
humildade reconhece também os dons dos outros. E mais ainda, alegra-se deles.
Finalmente,
a humildade é também a base da relação com Deus. Pensemos que, na parábola de
Jesus, o fariseu leva uma vida irrepreensível, com as práticas religiosas
semanais e, inclusive, exerce a esmola! Mas não é humilde e isto carcome todos
os seus atos.
Temos perto
a Semana Santa. Prontamente contemplaremos –uma vez mais! - a Cristo na Cruz.
«O Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde
mansidão» (João Paulo II). Ali veremos como, ante a súplica de Dimas –«Jesus,
lembra-te de mim, quando começares a reinar» (Lc 23,42) — o Senhor responde com
uma “canonização fulminante”, sem precedentes: «Em verdade te digo: hoje
estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43). Esta personagem era um assassino que
fica, finalmente, canonizado pelo próprio Cristo antes de morrer.
É um caso
inédito e, para nós, um consolo...: nós não “fabricamos” a santidade, mas antes
é entregada por Deus, se Ele encontra em nós um coração humilde e convertido.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* A maneira de apresentar a parábola
é muito didática.
Lucas dá uma breve introdução que serve como chave de leitura. Em seguida,
Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio Jesus faz a aplicação da parábola
na vida.
* Lucas 18,9: A introdução. A parábola é apresentada com a
seguinte frase: "Jesus contou ainda esta parábola para alguns que,
convencidos de serem justos, desprezavam os outros!" A frase é de Lucas.
Ela se refere, ao tempo de Jesus. Mas ela também se refere ao tempo do próprio
Lucas e ao nosso tempo. Sempre há pessoas e grupos de pessoas que se consideram
justos e fiéis e que desprezam os outros como ignorantes e infiéis.
* Lucas 18,10-13: A parábola. Dois homens sobem ao templo para
rezar: um fariseu e um publicano. Na opinião do povo daquela época, os
publicanos não prestavam para nada e não podiam dirigir-se a Deus, pois eram
pessoas impuras. Na parábola, o fariseu agradece a Deus por ser melhor do que
os outros. A sua oração nada mais é do que um elogio de si mesmo, uma
auto-exaltação das suas boas qualidades e um desprezo pelos outros e pelo
próprio publicano. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate no peito e apenas
diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!" Ele se coloca no
seu lugar diante de Deus.
* Lucas 18,14: A aplicação. Se Jesus tivesse deixado ao povo
opinar para dizer quem dos dois voltou justificado para casa, todos teriam
respondido: "É o fariseu!" Pois esta era a opinião comum naquela
época. Jesus pensa diferente. Para ele, quem voltou justificado para casa, isto
é, em boas relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou
tudo pelo avesso. As autoridades religiosas da época não devem ter gostado da
aplicação que ele fez desta parábola.
* Jesus Orante. É sobretudo Lucas que nos informa
sobre a vida de oração de Jesus. Ele apresenta Jesus em constante oração. Eis
uma lista de textos do evangelho de Lucas, nos quais Jesus aparece em oração:
Lc 2,46-50; 3,21: 4,1-12; 4,16; 5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32;
22,7-14; 22,40-46; 23,34; 23,46; 24,30. Lendo o evangelho de Lucas você poderá
encontrar outros textos que falam da oração de Jesus. Jesus vivia em contato
permanente com o Pai. A respiração da vida dele era fazer a vontade do Pai (Jo
5,19). Jesus rezava muito e insistia, para que o povo e seus discípulos
fizessem o mesmo, pois é no contato com Deus que a verdade aparece e que a
pessoa se encontra consigo mesma em toda a sua realidade e humildade. Em Jesus,
a oração estava intimamente ligada aos fatos concretos da vida e às decisões
que ele devia tomar. Para poder ser fiel ao projeto do Pai, ele buscava estar a
sós com Ele para escutá-lo. Jesus rezava os Salmos. Como todo judeu piedoso,
conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o seu próprio salmo. É o Pai
Nosso. Sua vida era uma oração permanente: "Eu a cada momento faço o que o
Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). A ele se aplica o que diz o
Salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4).
Para um confronto pessoal
1. Olhando no espelho desta parábola, eu sou como o
fariseu ou como o publicano?
2. Tem pessoas que dizem que não sabem rezar, mas elas
conversam com Deus o tempo todo. Você conhece pessoas assim?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria,
rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das virgens,
...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso
Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo.
Amém.
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