Santa Josefina Bakhita, virgem
Beato
Pio IX, papa
Salmo Responsorial:
103
R. Rejubile o Senhor nas suas obras.
Bendiz, ó
minha alma, o Senhor. Senhor, meu Deus, como sois grande! Revestido de
esplendor e majestade, envolvido em luz como num manto!
Fundastes a
terra sobre alicerces firmes: não oscilará por toda a eternidade. Vós a
cobristes com o manto do oceano, por sobre os montes pousavam as águas.
Transformais
as fontes em rios que correm entre as montanhas. Nas suas margens habitam as
aves do céu; por entre a folhagem fazem ouvir o seu canto.
Como são
grandes as vossas obras! Tudo fizestes com sabedoria: a terra está cheia das
vossas criaturas. Glória a Deus para sempre.
Aleluia. Jesus
proclamava o Evangelho do reino e curava todas as doenças entre o povo.
Aleluia.
Evangelho (Mc
6,53-56): Tendo atravessado o lago, foram para
Genesaré e atracaram. Logo que desceram do barco, as pessoas reconheceram
Jesus. Percorriam toda a região e começaram a levar os doentes, deitados em
suas macas, para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, em toda parte
onde chegava, povoados, cidades ou sítios do campo, traziam os doentes para as
praças e suplicavam-lhe para que pudessem ao menos tocar a franja de seu manto.
E todos os que tocavam ficavam curados.
«Todos os a tocavam [a
franja de seu manto] ficavam salvados »
Fr. John GRIECO (Chicago, Estados Unidos)
Esta
passagem pode nos ajudar a meditar como estamos recebendo ao Nosso Senhor na
Sagrada Comunhão. Comungamos com fé de que este contato com Cristo pode obrar
milagres em nossas vidas? Mais que um simples tocar «a franja de seu manto»,
nós recebemos realmente o Corpo de Cristo em nossos corpos. Mais que uma
simples cura de nossas doenças físicas, a Comunhão cura nossas almas e lhes
garanta a participação na própria vida de Deus. São Inácio de Antioquia, assim,
considerava à Eucaristia como a «medicina da imortalidade e o antídoto para
prevenir-nos da morte, de modo que produz o que eternamente nós devemos viver
em Jesus Cristo».
O
aproveitamento desta «medicina da imortalidade» consiste em ser curados de
todos aqueles que nos separa de Deus e dos outros. Ser curados por Cristo na
Eucaristia, por tanto, implica superar nosso ensimesmamento. Tal como ensina
Bento XVI, «Nutrir-se de Cristo é o caminho para não permanecer alheios ou
indiferentes diante da sorte dos irmãos (...). Uma espiritualidade eucarística,
então, é um autêntico antídoto diante o individualismo e o egoísmo que com frequência
caracterizam a vida cotidiana, levam ao redescobrimento da gratuidade, da
centralidade das relações, a partir da família, com particular atenção em aliviar
as feridas de aquelas desintegradas».
Igual que
aqueles que foram curados de suas doenças tocando seus vestidos, nós também
podemos ser curados de nosso egoísmo e de nosso isolamento dos outros mediante
a recepção de Nosso Senhor com fé.
«Logo que desceram do
barco, as pessoas reconheceram Jesus»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
Quando se
trata de uma “enfermidade” da alma (habitualmente, palpável externamente), como
pode ser que um filho, um irmão, um parente não assista à Missa aos domingos,
além de rezar convém falar do remédio, talvez lhe transmitindo a palavra algum
pensamento ou alguma orientação motivadora que nós mesmos possamos extrair do
Magistério (por exemplo, da Carta apostólica O dia do Senhor de João Paulo II,
ou de algum dos pontos do Catecismo da Igreja).
Se o irmão
“enfermo” é alguém constituído em pública autoridade que justifica ou mantém
uma lei injusta —como pode ser a falta de penalização do aborto—, não duvidemos
—além de orar— em buscar a oportunidade para transmitir-lhe —de palavra ou por
escrito— nosso testemunho sobre a verdade.
«Nós não
podemos deixar de anunciar o que vimos e ouvimos» (At 4,20). Todas as pessoas
têm necessidade do Salvador. Quando não atendem ao seu chamado é porque ainda
não o reconheceram, talvez porque nós ainda não soubemos anunciar-lhe. O fato é
que, enquanto o reconheciam, «colocavam os enfermos nas praças e lhe pediam que
tocara somente um pedacinho do seu manto» (Mc 6,56). Jesus curava tanto mais
quanto havia alguns que «colocavam» (punham ao alcance do Senhor) aos que mais
urgentemente necessitavam remédio.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Marcos 6,53-56. A busca do povo.
“Acabando de atravessar, chegaram à terra, em
Genesaré, e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas
imediatamente reconheceram Jesus”. O povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm
de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o
entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás dele. O que o move nesta
busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com ele, de estar com ele, mas
também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam de toda a região,
levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que
Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos
campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a
barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados”. O evangelho
de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do Servo de Javé, do
qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades” (Is 53,4 e Mt
8,16-17)
* Ensinar e curar, curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade
apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galileia para falar ao povo
sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente
para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os
doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra nos
sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (Mc
2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23);
ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no deserto para onde se
refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde
proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde
povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião
das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e
curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc
10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em
massa.
* Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um
lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do
povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação
daquilo que o animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o
revelava. Comunicava algo do que ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só
anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do
Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus
reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e
sobretudo o testemunho, o gesto concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!
Para um confronto pessoal
1. O entusiasmo do povo em busca de Jesus, em busca de um
sentido para a vida e uma solução para os seus males. Onde existe isto hoje?
Existe em você, existe em mim?
2. O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus
para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas
excluídas da sociedade?
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