Sto. Antônio (Antão) do Egito, o Grande - Abade
Salmo Responsorial: 39
R. Eu disse: “Eis que venho,
Senhor!” * Com prazer faço a vossa vontade.
Esperando,
esperei no Senhor e, inclinando-se, ouviu meu clamor. * Canto novo ele pôs em
meus lábios, um poema em louvor ao Senhor.
Sacrifício
e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; * não pedistes
ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados.
E então eu
vos disse: “Eis que venho!” Sobre mim está escrito no livro: * “Com prazer faço
a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!”
Boas novas
de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; * vós sabeis: não fechei os
meus lábios!
2a Leitura (1 Cor
6,13-15.17-20): Os alimentos são para o estômago e o
estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo,
porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo: Deus,
que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não
sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de
Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Pelo contrário,
quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito. Fugi da fornicação.
Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca
contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do
Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso
mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço.
Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.
Aleluia. Encontramos o
Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de sua imensa riqueza
graças, sem fim, recebemos. Aleluia.
Evangelho (Jo
1,35-42): No dia seguinte, João estava lá, de
novo, com dois dos seus discípulos. Vendo Jesus caminhando, disse: «Eis o
Cordeiro de Deus»! Os dois discípulos ouviram esta declaração de João e
passaram a seguir Jesus. Jesus voltou-se para trás e, vendo que eles o seguiam,
perguntou-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi (que quer dizer
Mestre), onde moras?». Ele respondeu: «Vinde e vede»! Foram, viram onde morava
e permaneceram com ele aquele dia. Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido a declaração de
João e seguido Jesus. Ele encontrou primeiro o próprio irmão, Simão, e lhe
falou: «Encontramos o Cristo!» (que quer dizer Messias). Então, conduziu-o até
Jesus, que lhe disse, olhando para ele: «Tu és Simão, filho de João. Tu te
chamarás Cefas!» — que quer dizer Pedro».
«Rabi
"Mestre", onde moras?»
Rev. D. Lluís RAVENTÓS i Artés (Tarragona, Espanha)
Também eu
sigo a Jesus, mas… o que quero? O que procuro? É ele quem o pergunta: «De
verdade, o que queres?» Oh! Se eu fosse suficientemente audaz para lhe dizer:
«Procuro-te a ti, Jesus», com certeza já o teria encontrado, «pois todo aquele
que busca, encontra». Mas, sou demasiado cobarde e respondo-lhe com palavras
que não me comprometem demasiado: «Onde vives?». Jesus não se conforma com a
minha resposta, sabe muito bem que não é de um monte de palavras que necessito,
mas de um amigo, o Amigo: Ele. Por isso diz-me: «Vem e verás», «Vinde e
vereis».
João e
André, os dois moços pescadores, foram com Ele, «viram onde vivia e ficaram com
Ele aquele dia» (Jo 1,39). Entusiasmado pelo encontro, João escreverá: «A graça
e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo» (Jo 1,17b). E André? Correrá a
procurar o seu irmão para lhe dar a conhecer: «Encontramos o Messias» (Jo
1,41). «Então, conduziu-o até Jesus, que lhe disse, olhando para ele: «Tu és
Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas, que quer dizer “Pedra”» (Jo 1,42).
Pedro,
Simão, uma pedra? Nenhum deles está preparado para compreender estas palavras.
Não sabem que Jesus veio para levantar a sua Igreja com pedras vivas. Ele tem
já escolhidos os primeiros silhares, João e André, e dispôs que Simão fosse a
rocha em que todo o edifício se apoiará.
E antes de
subir para o Pai, dá-nos a resposta à pergunta: «Rabi, onde vives?». Bendizendo
a sua Igreja dirá: «Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos»
(Mt 28,20).
“Quem buscais?”
Pe. Antonio Rivero, L.C.
“Quem
buscais?” São as primeiras palavras de Cristo no evangelho de são João; quer
averiguar a reta intenção destes primeiros seguidores. O jovem Samuel na
primeira leitura também buscava Deus, por isso o servia feliz no templo dia e
noite às ordens do sacerdote Eli. São Paulo nos lembra na segunda leitura de
que quem busca e encontra o Senhor tem que levar uma vida digna, porque somos
do Senhor e o nosso corpo se converte em templo do Espírito.
Em primeiro
lugar, três vezes na sua vida Jesus fez a mesma pergunta: “Quem buscais?”. A de
hoje, no início do seu ministério apostólico, a estes dois que seriam os seus
primeiros discípulos. Na última noite da sua vida mortal fez a mesma pergunta
ao policial que o deteve no horto de Getsemani (Jo 18, 4-5). E a Maria
Madalena, na manhã da Páscoa (Jo 20, 15-16). E quando Jesus faz essa pergunta é
porque nos vê famintos de felicidade, de sentido, de orientação, de harmonia
interior. E quando Jesus faz essa pergunta é para nos dizer que a iniciativa
sempre vem Dele e que espera uma resposta livre, consciente, amorosa e sincera.
E Jesus faz essa pergunta quando e onde Ele quiser: no nosso trabalho, na
faculdade, no namoro, no meio da tormenta de uma crise ou da calma, num momento
de oração ou de retiro, na infância, na adolescência, na juventude ou na idade
adulta ou na velhice. E Jesus faz essa pergunta com grande esperança, sim, mas
também com sumo respeito, sem forçar ninguém, sem obrigar ninguém.
Em segundo
lugar, esta pergunta “Quem buscais?”, pede e exige uma resposta como a dos
primeiros apóstolos. Resposta que é seguimento de Jesus: já seja para uma vida
cristã comprometida no matrimonio e na educação dos filhos; já seja também numa
vida totalmente entregue com alegria no corpo e na alma a Cristo na Igreja como
consagrada, missionário ou sacerdote. Estes primeiros seguidores de Cristo
buscavam primeiro um Jesus mestre (Rabi) para que lhes ensinasse o caminho
reto; e depois descobriram também o Jesus Senhor e Salvador. É o momento de nos
perguntar: já escutamos também nós esta pergunta “Quem buscais?” … Nos momentos
de oração, de silencio contemplativo, de deserto da alma, de fracassos
aparentes, de êxitos retumbantes, de doença incurável? Se ainda não escutamos é
porque talvez estamos muito absortos e atarefados nas nossas redes e na nossa
pesca, ou estamos atordoados pelo barulho das moedas nas nossas bolsas de
valores e no nosso talão de cheque, ou cochilando preguiçosamente debaixo da
figueira, com os olhos fechados pela soberba e pelos ouvidos obstruídos pela
sensualidade, ou talvez, construindo castelos no ar com sonhos de grandeza,
ambição, fazer carreira.
Finalmente,
e depois de termos nos encontrado com Cristo, temos que transmitir essa
experiência aos demais, como fizeram os primeiros discípulos: “encontramos o
Messias”. Não esqueçamos, o cristianismo cresce não por proselitismo, mas por
atração e pelo testemunho da própria vida. Que todos nos vejam alegres, felizes,
contentes, porque seguimos Cristo. Se o papa Francisco nos disse aos religiosos
na carta apostólica com a que inaugurava o ano da vida consagrada- primeiro
domingo do Advento 2014-: “Onde estão os religiosos há alegria”, eu me atrevo a
parafraseá-lo dizendo: “onde há um cristão que se encontrou com Cristo, há
alegria e contagio”.
Para refletir: Sigo Cristo por Ele mesmo ou por
vantagens temporais? O que espero de Jesus: felicidade terrena ou vida eterna?
A minha vida como seguidor de Cristo é coerente e alegre, e por isso atraio
outras pessoas para Cristo?
Para rezar: Que todos os dias na nossa oração,
Senhor, possamos escutar a vossa pergunta: “Quem buscais?”. E que a nossa
resposta seja: Senhor e Mestre, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.
Senhor, o que realmente buscamos é contemplar o vosso rosto cara a cara no céu,
pois enquanto estivermos neste mundo vos vemos de costas, pela fé, na
escuridão.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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