Salmo Responsorial -
22/23
R. O Senhor é o pastor que me
conduz; não me falta coisa alguma.
Pelos
prados e campinas verdejantes Ele me leva a descansar. * Para as águas
repousantes me encaminha e restaura as minhas forças.
Preparais à
minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo, * E com óleo vós ungis minha
cabeça; o meu cálice transborda.
Felicidade
e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; * E, na casa do Senhor,
habitarei pelos tempos infinitos.
2a Leitura (1Cor
15,20-26.28): Mas não! Cristo ressuscitou dentre
os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a
morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos
morrem, assim em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como
primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda.
Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver
destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário
que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último
inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus
pés. E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá
homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo
em todos.
Aleluia. É bendito
aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o reino que vem, seja
bendito; ao que vem e a seu reino, o louvor! Aleluia.
Evangelho (Mt
25,31-46): Naquele tempo, Jesus disse aos
discípulos: «Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos
os anjos, ele se sentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão
reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa
as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua
esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de
meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do
mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me
destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me
vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me. Então os
justos lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de
comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro,
e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos
doente ou preso, e fomos te visitar? Então o Rei lhes responderá: Em verdade,
vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais humildes, que são
meus irmãos, foi a mim que o fizestes! Depois, o Rei dirá aos que estiverem à
sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado
para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome, e não me destes de
comer; com sede, e não me destes de beber; eu era forasteiro, e não me
recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes
visitar-me. E estes responderão: Senhor, quando foi que te vimos com fome ou
com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos? Então, o Rei
lhes responderá: Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a
um desses mais humildes, foi a mim que o deixastes de fazer! E estes irão para
o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna».
«Todas as vezes que
fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o
fizestes»
P. Antoni POU OSB Monge de Montserrat (Montserrat,
Barcelona, Espanha)
Como diz
outro místico, Santo Inácio de Loyola na sua meditação Contemplação para
alcançar amor, devemos pôr o amor mais nas obras que nas palavras. E o
Evangelho de hoje é muito ilustrativo. Cada obra de caridade que fazemos, a
fazemos ao próprio Cristo: «(...)Então o Rei dirá aos que estão à direita: -
Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a
criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes
de beber; era peregrino e me acolhestes; estava nu e me vestistes; enfermo e me
visitastes; estava na prisão e viestes a mim» (Mt 25,34-36). Mais ainda:
«Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes
isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes»
(Mt 25,40).
Esta
passagem evangélica, que nos faz tocar o chão com os pés, põe a festa do juízo
de Cristo Rei em seu lugar. A realeza de Cristo é uma coisa bem diferente da
prepotência, é simplesmente a realidade fundamental da existência: o amor terá
a última palavra.
Jesus nos
mostra que o sentido da realeza -a potestade- é o serviço aos outros. Ele
afirmou de si mesmo que era Mestre e Senhor (cf. Jo 13,13), e também que era
Rei (cf. Jo 18,37), mas exerceu seu mestrado lavando os pés aos discípulos (cf.
Jo 13,4 ss.) e, reinou dando sua vida. Jesus Cristo reina, primeiro, desde um
humilde berço (um presépio!) e, depois, desde um trono muito incômodo, isto é,
a Cruz.
Acima da
cruz estava a inscrição que rezava «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus» (Jo 19,19):
o que a aparência negava era confirmado pela realidade profunda do mistério de
Deus, já que Jesus reina na Cruz e nos julga no seu amor. «Seremos examinados
sobre o amor»
Cristo é Rei… Mas bem
diferente dos nossos reis e chefes de estado.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Em primeiro
lugar, Jesus falou muitas vezes- 90 vezes, somente no evangelho de são Mateus-
“do Reino dos Céus”. E isso porque não podia dizer o que queria- “O Reino de
Deus”-, e isso porque o judeu tinha tal piedade, respeito e medo de Deus que
nem mencionar o seu nome se atrevia. Mas Jesus fugia do título de rei. Depois
da multiplicação dos pães, os estômagos agradecidos quiseram nomeá-lo rei, mas
Ele, abrindo caminho entre a multidão, perdeu-se na montanha. De reis, chefes
de estado, presidentes de nações, políticos… Jesus tinha má opinião; chamou-os
“tiranos” e “opressores” (cf. Mt 20, 25). Outro dia, incitou as pessoas contra
o seu próprio rei, Herodes: “Ide e dizei a essa raposa…” (Lc 13, 32). Cristo só
uma vez aceitou a coroa, o cetro e o manto, e isso porque o manto era um trapo
velho, o cetro, uma cana quebrada e a coroa era de espinhos. Assim Pilatos o
apresentou publicamente: “Aqui tendes o vosso Rei”.
Em segundo
lugar, Cristo quer instaurar o verdadeiro reinado na consciência, no coração e
na vida dos homens, de todo homem. Esse é o único Cristo Rei, essa é a única
vitória, reino e império que importam ao mundo, à Igreja e a Deus. Cristo quer
reinar em cada família e colocar o seu reinado de amor e de paz, desterrando
toda briga, divisões e egoísmo. Cristo quer reinar em cada jovem e colocar o
seu reinado de pureza e honestidade. Cristo quer reinar em cada comunidade
eclesial e colocar o seu reinado de união, desterrando invejas, ciúmes,
murmurações e ânsias de protagonismo. Cristo quer reinar em cada bispo,
sacerdote, diácono e colocar o seu reinado de serviço humilde, desterrando todo
autoritarismo e ânsias de fazer carreira e ambições. Cristo quer reinar em cada
leigo, embora seja incrédulo, ateu, agnóstico. Cristo quer reinar em cada asilo
de anciãos e colocar ternura e cuidado amoroso, desterrando a ideologia do
descarto. Cristo quer reinar em cada hospital e colocar paciência, alivio e
interesse pelo enfermo. Cristo quer reinar em cada Parlamento e colocar o seu
reinado de justiça e de verdade, desterrando toda exploração, vingança e ânsias
de domínio. Cristo quer reinar em cada nação, instaurando a sua liberdade neste
mundo que quer levantar bem alto a bandeira do liberalismo; vencendo, com a fé
e o amor, o marxismo comunista que deixou milhões de mortes e nações inteiras
devastadas e sem fé. E diante desta Nova Ordem Mundial que quer nos explorar
(aborto, eutanásia, homossexualidade aprovada e incentivada, engenharia genética
sem limites…), Cristo quer reafirmar o seu Reinado verdadeiro, conseguido com o
seu bendito sangue.
Finalmente,
Cristo, sobretudo, quer reinar na nossa vida. Sobre a nossa mente, para termos
os critérios de Cristo. Sobre a nossa afetividade, para que os nossos desejos
sejam os desejos de Cristo. Sobre a nossa vontade, para que as nossas decisões
sejam como as de Cristo.
Para refletir: Vamos deixar Cristo reinar na nossa
vida ou preferimos ser nós os reis das nossas decisões? O que ganhamos se
Cristo for nosso Rei? O que perdemos se Ele não for o nosso Rei?
Para rezar: Senhor, quero gritar como os nossos
irmãos mártires da Espanha e do México quando foram torturados: “Viva Cristo
Rei!”. Obrigado por terdes me escolhido como súdito do vosso Reinado.
Perdoai-me pelas vezes em que segui outros reis: o rei dos momentos de prazer;
o rei de espadas da violência; o rei de ouro do dinheiro. Prometo neste dia
ser-vos fiel até a morte, com a ajuda da vossa graça.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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