Salmo Responsorial: 32
R/. Feliz o povo que o Senhor
escolheu para sua herança.
Louvai o
Senhor com a cítara, cantai-Lhe salmos ao som da harpa. Cantai-Lhe um cântico
novo, cantai-Lhe com arte e com alma.
A palavra
do Senhor é reta, da fidelidade nascem as suas obras. Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
Feliz a
nação que tem o Senhor por seu Deus, o povo que Ele escolheu para sua herança.
Desça sobre nós a vossa bondade, porque em Vós esperamos, Senhor.
Aleluia. As vossas
palavras, Senhor, são espírito e vida: Vós tendes palavras de vida eterna.
Aleluia.
Evangelho (Lc
7,31-35): Naquele tempo, disse Jesus: «Com
quem, então, vou comparar as pessoas desta geração? Com quem são parecidas? São
parecidas com crianças sentadas nas praças, que gritam umas para as outras:
Tocamos flauta para vós e não dançastes! Entoamos cantos de luto e não chorastes!
Veio João Batista, que não come, nem bebe vinho, e dizeis: Tem um demônio! Veio
o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: É um comilão e beberrão, amigo de
publicanos e de pecadores! Ora, a sabedoria é reconhecida graças a todos os
seus filhos».
«Com quem, então, vou
comparar as pessoas desta geração?»
Rev. D. Xavier SERRA i Permanyer (Sabadell, Barcelona,
Espanha)
Nós também
temos esse perigo. Quantas vezes criticamos tudo: se a Igreja diz isso, por que
diz isso, se diz o contrário... E até mesmo, poderíamos criticar nos referindo
a Deus ou aos outros. No fundo, talvez inconscientemente, queremos justificar
nossa preguiça e falta de desejo de uma verdadeira conversão, justificar nossa
comodidade e falta de docilidade. Disse São Bernardo: «Há algo mais lógico que
não ver as próprias chagas, especialmente se as tapou com a finalidade de não
poder vê-las? Disso resulta que, ainda que outro as ache, defenda com teimosia
que não são chagas, deixando que seu coração se abandone a palavras falsas».
Deixemos
que a Palavra de Deus chegue ao nosso coração e nos converta, nos mude, nos
transforme com sua força. Mas para isso, peçamos o dom da humildade. Somente o
humilde pode aceitar a Deus; e permitir que se aproxime de nós, que como
publicanos e pecadores necessitamos que nos cure. Ai daquele que creia que não
necessita do médico! O pior para um doente é acreditar-se sadio, porque o mal
avançará e nunca será medicado. Todos estamos doentes de morte, e somente
Cristo pode nos salvar, sejamos ou não conscientes disso. Demos graças ao
Salvador, acolhendo-o como tal!
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 7,31: Com que vou comparar
vocês?
Jesus
estranha a reação do povo e diz: "Com quem eu vou comparar os homens desta
geração? Com quem se parecem eles?”
Quando uma coisa é evidente e as pessoas, ou por ignorância ou por má
vontade, não o percebem nem querem perceber, é bom encontrar uma comparação
evidente que lhes revele a incoerência e a má vontade. E Jesus é mestre em
encontrar comparações que falam por si.
* Lucas 7,32: Com crianças sem juiz
A
comparação que Jesus encontrou é esta. Vocês se parecem com “crianças que se
sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: Tocamos flauta, e vocês
não dançaram; cantamos música triste, e vocês não choraram”. No mundo inteiro
crianças mimadas têm a mesma reação. Reclamam quando os outros não fazem e agem
como elas querem. O motivo da queixa de Jesus é a maneira arbitrária como, no
passado, reagiram diante de João Batista e, agora no presente, diante do
próprio Jesus.
* Lucas 7,33-34: A opinião deles
sobre João e Jesus
“Pois veio
João Batista, que não comia nem bebia, e vocês disseram: 'Ele tem um demônio!'
Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vocês dizem: Ele é um comilão e
beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores!” Jesus foi discípulo de João Batista,
acreditava nele e se fez batizar por ele. Foi por ocasião do batismo no Jordão,
que ele teve a revelação do Pai a respeito da sua missão como Messias Servo (Mc
1,10). Ao mesmo tempo, Jesus ressalta a diferença entre ele mesmo e João. João
era mais severo, mais ascético, não comia nem bebia. Ficava no deserto e
ameaçava o povo com os castigos do Juízo final (Lc 3,7-9). Por isso diziam que
ele tinha um demônio, era possesso. Jesus era mais acolhedor, comia e bebia
como todo mundo. Andava pelos povoados e entrava nas casas do povo, acolhia
cobradores de impostos e prostitutas. Por isso diziam que era comilão e
beberrão. Apesar de generalizar ao falar dos “homens desta geração” (Lc 7,31),
provavelmente, Jesus tem em mente a opinião das autoridades religiosas que não
acreditavam em Jesus (Mc 11,29-33).
* Lucas 7,35: A conclusão óbvia a
que Jesus chega
E Jesus
termina tirando a conclusão: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus
filhos” A falta de seriedade e de coerência aparece claramente na opinião que
emitem sobre Jesus e João. A má vontade é tão evidente que não precisa de
prova. Isto faz lembrar a resposta de Jó aos amigos que pretendiam ser sábios:
“Oxalá vocês ficassem calados! Seria o melhor ato de sabedoria!” (Jó 13,5).
Para um confronto pessoal
1) Quando emito opinião sobre os outros sou como os
fariseus e escribas que opinavam sobre João e Jesus? Eles apenas expressavam
seus próprios preconceitos e nada informavam sobre as pessoas que por eles eram
julgados.
2) Você conhece grupos na igreja de hoje que mereceriam a
parábola de Jesus?
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