São Maximiliano Mª Kolbe, presbítero e mártir
Salmo Responsorial: Is
R. Passou a vossa ira e Vós me consolastes, Senhor.
Deus é o meu Salvador, tenho confiança e nada temo. O Senhor é a minha força e o meu louvor. Ele é a minha salvação.
Tirareis água com alegria das fontes da salvação. Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai aos povos a grandeza das suas obras, proclamai a todos que o seu nome é santo.
Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas, anunciai-as em toda a terra. Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.
Aleluia. Escutai o que diz o Senhor, não como palavra dos homens, mas como palavra de Deus. Aleluia.
Evangelho (Mt 19,3-12): Naquele tempo, alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e, para experimentá-lo, perguntaram: «É permitido ao homem despedir sua mulher por qualquer motivo?». Ele respondeu: «Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe». Perguntaram: «Como então Moisés mandou dar atestado de divórcio e despedir a mulher?». Jesus respondeu: «Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio. Ora, eu vos digo: quem despede sua mulher fora o caso de união ilícita e se casa com outra, comete adultério». Os discípulos disseram-lhe: «Se a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar-se». Ele respondeu: «Nem todos são capazes de entender isso, mas só aqueles a quem é concedido. De fato, existem homens impossibilitados de casar-se, porque nasceram assim; outros foram feitos assim por mão humana; outros ainda, por causa do Reino dos Céus se fizeram incapazes do casamento. Quem puder entender, entenda».
«Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe»
Fr. Roger J. LANDRY (Hyannis, Massachusetts, Estados Unidos)
Sua resposta, no entanto, também proporciona a base adequada para que nós, cristãos, possamos responder a aqueles cujos corações teimosos os obrigam a procurar a ampliação da definição de matrimônio para os casais homossexuais.
Ao fazer retroceder o matrimônio ao plano original de Deus, Jesus ressalta quatro aspectos relevantes pelos quais só se pode unir em matrimônio a um homem e uma mulher:
1) «O Criador, desde o início, os fez macho e fêmea» (Mt 19,4). Jesus nos ensina que, no plano divino, a masculinidade e a feminilidade têm um grande significado. Ignorar, pois, é ignorar o que somos.
2) «Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher» (Mt 19,5). No plano de Deus não é que o homem abandone os seus pais e vá embora com quem ele queira, mas sim com uma esposa.
3) «De maneira que já não são dois, e sim uma só carne» (Mt 19,6). Esta união corporal vai mais além da pouco duradoura união física que ocorre no ato conjugal. Refere-se à união duradoura que se apresenta quando um homem e uma mulher, através do seu amor, concebem uma nova vida que é o matrimônio perdurável ou união dos seus corpos. Logicamente, que um homem com outro homem, ou uma mulher com outra mulher, não pode ser considerado um único corpo dessa maneira.
4) «Pois o que Deus uniu, o homem não separe» (Mt 19,6). Deus mesmo uniu em matrimônio ao homem e à mulher e, sempre que tentamos separar o que Ele uniu, estaremos fazendo por nossa própria conta e por conta da sociedade.
Em sua catequese sobre Gênesis, o Papa João Paulo II disse: «Em sua resposta aos fariseus, Jesus Cristo comenta aos interlocutores a visão total do homem, sem o qual não é possível oferecer uma resposta adequada às perguntas relacionadas com o matrimônio».
Reflexão
• Encontro com os fariseus. Passando pela
Transjordânia (19,1), o primeiro encontro é com os fariseus e o tema de
discussão de Jesus com ele se torna motivo de reflexão para o grupo dos discípulos.
A pergunta dos fariseus é sobre o divórcio e, especialmente, coloca Jesus em
dificuldade sobre o amor dentro do casamento, a realidade mais sólida e estável
para toda a comunidade judaica. A intervenção dos fariseus quer acusar o
ensinamento de Jesus. Trata-se de um verdadeiro processo: Mateus o considera
como "colocar à prova", "um tentar". A pergunta é realmente
crucial: “É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?”
(19,3). Ao leitor não escapa a tentativa equivocada dos fariseus de interpretar
o texto de Dt 24,1 para colocar Jesus em dificuldade: “Se um homem toma uma
mulher e se casa com ela, e esta depois não lhe agrada porque descobriu nela
algo inconveniente, ele lhe escreverá uma certidão de divórcio e assim
despedirá a mulher”. Este texto deu origem ao longo dos séculos a inúmeras
discussões: a admitir o divórcio por qualquer motivo, exigir um mínimo de mau
comportamento, um verdadeiro adultério.
• É Deus que une. Jesus responde aos fariseus recorrendo a Gn 1,17; 2,24, trazendo o assunto à vontade primária de Deus criador. O amor, que une o homem e a mulher, vem de Deus e por essa origem, unifica e não pode separar. Se Jesus cita Gênesis 2,24: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne” (19,5), é porque ele quer enfatizar um princípio particular e absoluto: é a vontade criadora de Deus que une um homem e uma mulher. Quando um homem e uma mulher se unem em matrimônio, é Deus que os une; o termo "cônjuge" vem do verbo conjungir (ligar intimamente), conjugar (associar, ligar e unir), ou seja, que a conjunção dos dois parceiros sexuais é o efeito da palavra criadora de Deus. A resposta de Jesus aos fariseus atinge o seu cume: o casamento é indissolúvel na sua constituição original. Jesus continua desta vez tempo de Ml 2,13-16: repudiar a própria mulher é romper a aliança com Deus e segundo os profetas, esta aliança é vivida principalmente pelos esposos em sua união conjugal (Os 1-3; Is 1,21-26; Jr 2,2; 3,1.6-12; Ez 16; 23; Is 54,6-10; 60-62). A resposta de Jesus aparece em contradição com a lei de Moisés, que dá a possibilidade de conceder um certificado de divórcio. No motivar a sua resposta, Jesus lembra aos fariseus: se Moisés deu essa possibilidade é por causa da dureza dos vossos corações (v. 8), mais especificamente por causa da vossa desobediência à Palavra de Deus. A lei de Gn 1,26; 2,24 nunca foi modificada, mas Moisés foi forçado a adaptá-la a uma atitude de desobediência. O primeiro casamento não foi anulado pelo adultério. Ao homem de hoje e, especialmente, às comunidades eclesiais a palavra de Jesus diz claramente que não deve haver divórcio, e, no entanto, vemos que existem; na vida pastoral das pessoas divorciadas são acolhidas, às quais está sempre aberta à possibilidade de entrar no reino. A reação dos discípulos foi imediata: “Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!” (v.10). A resposta de Jesus continua a sustentar a indissolubilidade do matrimônio, impossível para a mentalidade humana, mas possível para Deus. O eunuco de que Jesus fala não é aquele que não pode gerar, mas aquele que, separado de sua esposa, continua a viver em continência, mantendo-se fiel ao primeiro vínculo conjugal: é eunuco em relação a todas as outras mulheres.
Para um confronto pessoal
1) Em relação ao casamento sabemos acolher o ensinamento
de Jesus com simplicidade, sem adaptá-lo às nossas próprias escolhas legítimas
de conveniência?
2) O Evangelho recorda-nos que o plano do Pai para o
homem e a mulher é um maravilhoso projeto de amor. Você está ciente de que o
amor tem uma lei imprescindível: implica o dom total e cheio da própria pessoa
para o outro?
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