PRIMEIRA ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADO À MORTE
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus é condenado pelos seus, por aqueles mesmos a quem
tanto favoreceu. É condenado como sedicioso — quando é a própria Bondade. Como
ambicioso — quando se pôs em último lugar. E é condenado à morte da cruz, qual
último dos escravos. Jesus aceita com amor essa sentença de morte. Foi para
sofrer e morrer que baixou à terra e desta forma ensinar-nos a nós, também, a
sofrer e morrer.
Jesus é ainda condenado à morte na santa Eucaristia. É
condenado, nas suas Graças, que são desprezadas; no seu Amor, que é desconhecido;
no se estado sacramental, que é negado pela incredulidade e ultrajado pelo
sacrilégio. Pela Comunhão indigna, o mau cristão vende Jesus Cristo ao demônio,
entrega-o às suas paixões, põe- no aos pés de satanás, que reina no seu
coração, e crucifica-o no seu corpo de pecado. Os maus cristãos maltratam ainda
mais a Jesus que os judeus. Em Jerusalém, foi condenado uma só vez. No
Santíssimo Sacramento, no entanto, é condenado todos os dias, em milhares de
lugares e por um número assustador de juizes iníquos. E, todavia Jesus deixa-se
insultar, desprezar, condenar. E continua sempre sua Vida sacramental, a fim de
nos mostrar que o Amor que nos tem é incondicional e sem reserva.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó meu Jesus, perdão mil vezes perdão por tantos sacrilégios. Se minha
consciência me acusa de tão grande pecado, quero passar o resto de minha vida
em reparação, amando-vos e honrando-vos por aqueles que vos desprezam.
Concedei-me a Graça de morrer convosco!
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
SEGUNDA ESTAÇÃO: JESUS LEVA A CRUZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Em Jerusalém, os judeus impõem a Jesus uma cruz pesada e
ignominiosa. A cruz era, naquela época, o instrumento com que se supliciavam os
últimos dos homens. E Jesus acolhe tão pesada Cruz com júbilo. Recebe-a com
carinho. Beija-a com amor. Leva-a com doçura. Ele quer, deste modo, no-la
suavizar e moderar, no-la tornar doce e amável. Quer deificá-la com o seu
Sangue.
No divino Sacramento do Altar, os maus cristãos impõem a
Jesus uma cruz que, para o seu Coração, é bem mais pesada, bem mais ignominiosa
ainda. E esta cruz são as irreverências, nos santos lugares, a dissipação do
espírito, a frieza do coração em sua presença, a tibieza da devoção. Quão
humilhante é para Jesus essa cruz que se compõe de filhos tão pouco respeitosos,
de discípulos tão miseráveis. E no seu Sacramento, Jesus ainda leva as minhas
cruzes. Coloca-as no seu Coração para santificá-las. Cobre-as com seu Amor,
imprime-lhes o seu beijo, a fim de tomá-las amáveis, mas quer que eu as leve
para Ele e lhas ofereça. Aceita as confidências de minha dor, tolera as
lágrimas que derramo sobre minhas cruzes, agrada-se do amparo e do consolo que
lhe venho pedir. Quão leve se torna a cruz banhada na Eucaristia! Quão bela e
quão radiosa nos chega através do Coração de Jesus! Quão bom nos é recebê-la de
suas mãos, beijá-la ao seu exemplo. Na Eucaristia, irei, portanto, me refugiar
nas minhas aflições, irei procurar consolo e força e aprender a sofrer e a
amar.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Perdão, Senhor, perdão por aqueles que não têm respeito ao vosso
Sacramento do Amor. Perdão pelas minhas indiferenças e distrações em vossa
santa presença. Quero amar-vos e amo-vos de todo o coração.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
TERCEIRA ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus perdera tanto Sangue na sua agonia que durou três
horas, bem como na sua rude flagelação, e ficara tão enfraquecido no correr da
noite cruel que passara entregue aos seus inimigos que, depois de caminhar
alguns momentos, cai prostrado sol o peso da Cruz!
Se Jesus - Eucaristia cai por terra nas santas parcelas
tantas vezes sem que ninguém disto se aperceba, quantas vezes não cai de dor ao
ver o pecado mortal macular uma alma. E quão mais doloroso é ainda para Jesus
cair num coração infantil que o recebe indignamente quando a ele se chega pela
primeira vez. É cair num coração de gelo que o fogo do seu Amor não consegue
fundir, num espírito orgulhoso e dissimulado que seu poder não consegue tocar,
num corpo humano que não passa dum túmulo cheio de podridão. Jesus chega-se à
alma nesse primeiro encontro com tanto Amor e é tão mal recebido! Uma alma de
criança e já tão pecaminosa! Ser tão moço, e já ser um Judas! Ah! Quão sensível
é ao Coração de Jesus o crime duma Primeira Comunhão sacrílega!
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó Jesus! Obrigado pelo amor que me testemunhastes na Primeira Comunhão,
amor que nunca hei de esquecer. Sou vosso, todo vosso, e vós sois todo meu.
Fazei de mim o que quiserdes.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
QUARTA ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA SUA SANTA MÃE
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Maria acompanha a Jesus no caminho do Calvário, sua alma,
então, passa por um verdadeiro martírio. E, porque muito ama, muito também se
compadece.
Infelizmente, hoje em dia, Jesus-Eucaristia, não encontra
quem o console, como Maria. Encontra, pelo contrário, e por entre os filhos do
seu Amor; as esposas do seu Coração, os ministros de suas Graças, muitas almas
que se unem aos seus carrascos para humilhá-lo, blasfemando o seu Nome e
renegando a sua Pessoa. Quantos o renegam, quantos apostatam, quantos abandonam
o serviço e o amor da Eucaristia, se esse serviço lhes pedir um sacrifício
maior, um ato de fé prático!
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó Jesus! Salvador de minha alma, quero seguir-vos humilhado, insultado,
maltratado, a exemplo de Maria minha Mãe e reparar pelo meu amor tantos crimes!
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
QUINTA ESTAÇÃO: O CIRENEU AJUDA JESUS A LEVAR A CRUZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus, enfraquecido cada vez mais, dobra sob o seu fardo. Os
judeus, ansiosos por fazê-lo morrer na cruz, para que atingisse o auge da
humilhação, pediram a Simão, o Cireneu, que ajudasse a levar a Cruz. Simão quis
se esquivar, mas foi constrangido a carregar esse instrumento, que lhe parecia
tão ignominioso. Submeteu-se e mereceu que Jesus lhe tocasse o coração,
convertendo-o.
Jesus, no seu Sacramento, chama os homens a si e mui poucos
respondem ao seu apelo. Convida-os a participar do Banquete Eucarístico e eles
encontram mil pretextos para recusar. A alma ingrata e infiel também recusa a
Graça de Jesus Cristo, dom por excelência do seu Amor, deixando-o só e
abandonado, enquanto as suas Graças, que quisera derramar em abundância, são
desprezadas. Tem-se medo do seu Amor. Em lugar do respeito que lhe é devido,
Jesus só recebe a maior parte das vezes, irreverências. Envergonha-nos
encontrá-lo nas ruas e fugimos logo que o avistamos, por não ousarmos dar-lhe
um testemunho aberto da nossa fé.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó meu divino Salvador, será possível que assim seja? Infelizmente é
verdade e sinto já remorsos de consciência. Quantas vezes, preso ao que me
agradava, recusei ouvir vosso apelo. Quantas vezes, para não ser obrigado a me
corrigir, rejeitei o convite tão cheio de amor quanto honroso para mim, em que
pedíeis para assentar-me à vossa Mesa. Arrependo-me ‘do fundo do coração.
Compreendo que é melhor deixar tudo, a deixar, por culpa própria, uma só
Comunhão, a maior’ e mais amável das Graças. Esquecei o passado, doce Salvador,
e recebei e guardai vós mesmo as resoluções que faço para o futuro.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
SEXTA ESTAÇÃO: VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
A Face do Salvador não se assemelha mais a uma face humana.
Está coberta de sangue. Os carrascos cospem nela, cobrem-na com lodo. E, Ele, o
esplendor de Deus, toma-se irreconhecível. Seu rosto divino está todo maculado.
Mas, eis que, sob tão vil aspecto, Verônica reconhece o seu Salvador e seu
Deus, e, cheia de coragem, afronta a soldadesca. Vem, movida por compaixão,
enxugar a Face augusta de Jesus, que, para recompensá-la, imprime os seus
traços na toalha com que Verônica lhe presta tão piedoso serviço.
Divino Jesus, quão ultrajado, insultado e profanado sois no
vosso Adorável Sacramento! E onde encontrar as Verônicas compassivas que vêm
reparar tamanhas abominações? Quanto nos entristece e nos apavora tão grande
número de sacrilégios cometidos com tanta facilidade contra o augusto
Sacramento. Dir-se-ia que Jesus Cristo, entre nós, não passa, dum simples
estrangeiro, indiferente, desprezível, mesmo. Vela, é verdade, sua Face sob a
nuvem de espécies bem fracas e humildes. E faz isto para que nosso amor possa
descobrir, pela fé, seus traços divinais.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Creio, Senhor, que sois o Cristo, o Filho do Deus vivo, e adoro vossa
Face adorável, cheia de glória e de majestade, oculta pelo véu eucarístico.
Dignai-vos, Senhor, imprimir vossos traços no meu coração a fim de que, por
toda a parte, eu leve comigo a Jesus, e Jesus - Eucaristia.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
SÉTIMA ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Apesar de Simão ajudá-lo a carregar a Cruz, Jesus, pela sua
fraqueza, cai uma segunda vez, e isto lhe causa novos sofrimentos. Seus
joelhos, suas mãos se dilaceram por tantas quedas no caminho árduo que segue,
enquanto aumentam os maus-tratos ao aumentar a raiva dos carrascos.
Ah! Que vale o auxilio do homem se não tivermos o de Jesus
Cristo! E quantas quedas esperam aqueles que só se apóiam em meios humanos! Todos
os dias — e quantas vezes por dia! — o Deus da Eucaristia cai pela Comunhão em
corações covardes e tíbios, que o recebem sem preparo, guardam-no sem piedade,
deixam-no ir sem um ato sequer de amor ou gratidão. Se, portanto, Jesus, ao
visitar-nos, permanece de mãos atadas, é devido à nossa tibieza. Quem ousaria
receber uma alta patente da terra com o pouco caso com que recebemos
diariamente o Rei do Céu?
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Divino Salvador, quero fazer ato de desagravo por todas as minhas
Comunhões tíbias e sem devoção. Viestes
a mim um sem-número de vezes. Agradeço-vos de coração e quero, para o futuro,
ser-vos fiel. Dai-me o vosso Amor e de nada mais precisarei.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
OITAVA ESTAÇÃO: JESUS CONSOLA AS PIEDOSAS MULHERES
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Tendo o Salvador por missão, nos dias de sua Vida mortal,
consolar os aflitos e os abandonados, quer ser fiel a este dever até no meio
dos maiores sofrimentos. Ao aproximarem-se as piedosas mulheres que choravam suas
dores e sua Paixão, esquece-se de Si mesmo para enxugar-lhes as lágrimas. Que
excesso de bondade!
Jesus, no seu divino Sacramento, raramente tem quem o venha
consolar do abandono dos seus, dos crimes de que é objeto. Permanece só, dia e
noite. Se seus olhos ainda pudesse chorar, quantas lágrimas não derramaria pela
ingratidão dos seus filhos, pelo desamparo em que o deixam. Se seu Coração
ainda pudesse sofrer, quantos tormentos não havia de padecer, vendo-se
abandonado até pelos próprios amigos! Mas, pelo contrário, apenas nos chegamos
a Ele, acolhe-nos com bondade, ouve-nos as queixas, presta atenção à nossa
miséria, contada, por vezes, longa e egoisticamente, esquecendo-se a si mesmo
para consolar-nos, para refazer-nos.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Divino Salvador, por que procuro eu tantas vezes as consolações
humanas, em lugar me dirigir a vós? Quanto deve isto ferir-vos o Coração, tão
cioso do meu! Sede, Jesus, na vossa Eucaristia, o único consolo, o único
confidente de minha alma. Uma palavra, um olhar todo de bondade bastam-me.
Possa eu amar-vos de todo coração, e então, fazei de mim o que quiserdes.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
NONA ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Que sofrimento nessa terceira queda de Jesus! O peso da Cruz
esmaga-o e os esforços cruéis dos seus carrascos mal conseguem levantá-lo. Jesus,
antes de ser elevado na Cruz, quer cair uma terceira vez e assim dizer-nos de
certo modo quanto sente por não poder fazer a volta do mundo com a Cruz às
costas.
Jesus virá a mim, em Viático, pela última vez antes de
deixar eu também esta terra de exílio. Não me recuseis, Senhor, tão preciosa
graça — a mais preciosa de todas, o complemento de todas as outras. Seja-me
dado, porém, receber-vos piedosamente nessa derradeira Comunhão tão cheia de
amor! Quão terrível é a queda de Jesus ao cair pela última vez no coração dum
moribundo impenitente que, a todos os pecados passados, acrescenta o crime do
sacrilégio e recebe indignamente aquele que vai brevemente julga-lo, profanando
o Viático de sua salvação. Quão doloroso lhe deve ser encontrar-se num coração
que o detesta, num espírito que o despreza, num corpo de pecado todo entregue a
satanás. E que julgamento terão esses desgraçados? Só a idéia faz tremer.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Perdão, Senhor, perdão por eles. Rogamo-vos por todos os moribundos.
Dignai-vos conceder-lhes a Graça de morrer em vossos braços depois de vos ter
recebido dignamente no santo Viático.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
DÉCIMA ESTAÇÃO: JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Quanto deve sofrer Jesus nesse despojamento cruel e
desumano! Arrancam-lhe as vestes presas às suas Chagas, que novamente se rasgam
e se abrem.Quanto deve sofrer na sua modéstia, vendo-se tratado como não se
ousaria tratar um escravo vil e miserável, que morre pelo menos na mortalha em
que será enterrado.
Jesus é ainda despojado de suas vetes no seu estado
sacramental. Não contente de vê-lo despojado, pelo Amor que nos tem, da glória
de sua Divindade e da beleza de sua Humanidade, seus inimigos despojam-no ainda
da honra que lhe dá o culto, saqueando as Igrejas, profanando os vasos
sagrados, o mesmo Tabernáculo e lançando-o por terra. Está entregue às suas
mãos sacrílegas, Ele o Rei e o Salvador de todos os homens, tal qual no dia de
sua crucifixão. Deixando-se despojar de tudo na Eucaristia, quer Jesus
reduzir-nos ao estado de pobreza voluntária que não tem mais apego a nada, para
então revestir-nos de sua Vida e de suas Virtudes.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó Jesus - Eucaristia, sede vós meu único bem!
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO: JESUS É PREGADO NA CRUZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Por quantos e tão horríveis tormentos passa Jesus ao ser
crucificado! Só um milagre do seu poder o faz suportar tudo, sem cair morto.
No Calvário, Jesus está pregado num madeiro inocente e puro.
Na Comunhão indigna, é crucificado pelo pecador num corpo de pecado. É atar um
corpo vivo a um cadáver em decomposição! No Calvário, Jesus é crucificado por
inimigos declarados. Aqui pelos seus próprios filhos numa hipócrita devoção. No
Calvário, só é crucificado uma vez. Aqui o é todos os dias à por inúmeros
cristãos!
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ó meu Salvador, perdão pela mortificação dos meus sentidos, que ora
expiais mui cruelmente! Quereis pela vossa Eucaristia crucificar minha
natureza, imolar incessantemente o velho homem e unir-me à vossa Vida
crucificada e ressuscitada. Fazei, Senhor,
que me entregue, pois, todo a vós, sem reserva e sem condições.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO: JESUS MORRE NA CRUZ
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus morre para nos redimir. E sua derradeira graça é o
perdão aos seus carrascos. Seu derradeiro dom, todo de amor, é sua santíssima
Mãe. Seu derradeiro desejo, a sede de sofrer. Seu derradeiro ato, o abandono de
sua Alma e de sua Vida nas mãos do seu Pai.
Na divina Eucaristia, Jesus continua a me testemunhar o
mesmo amor que me testemunhou na morte.
Imola-se, todas as manhãs, no Santo Sacrifício da Missa, para depois
perder sua existência sacramental no coração daquele que o recebe, e, se cair
num coração pecaminoso, morrer pela sua condenação. Da sua Hóstia Santa, ele me
oferece as graças de minha Redenção, o preço de minha salvação, mas, querendo
que eu participe de tudo, pede-me para morrer com Ele e por ele.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Concedei-me tão grande Graça, ó meu Deus — a Graça da morte ao pecado,
e a mim mesmo, a Graça de não mais viver senão para vos amar na vossa
Eucaristia.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO: JESUS É ENTREGUE À SUA MÃE
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus é descido da Cruz e entregue nos braços de sua Mãe,
que o aperta junto ao seu Coração, oferecendo-o a Deus, qual Vítima de
salvação.
Cabe-nos, agora, oferecer Jesus, Vítima no Altar e nos
corações, tanto por nós mesmos como por aqueles que nos são caros.
Pertence-nos, é nosso. Deus Pai no-lo dá e Ele dá-se a si mesmo, para que
frutifique em nossa alma. Que desgraça, se tal Dom, de infinito valor, não
realizar o seu fim no meu coração, devido à minha indiferença! Ofereçamo-lo em união com Maria e
roguemos a essa tão boa Mãe que o venha oferecer conosco.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Ò Pai Eterno aceitai o Vosso Divino Filho, Jesus, pelas mãos de Maria
Santíssima, como vítima pela nossa salvação.
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO: JESUS É DEPOSITADO NO SEPULCRO
D. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus quer passar pela humilhação do túmulo, ficando
entregue à guarda de soldados inimigos, de quem prisioneiro ainda é.
É na Eucaristia, porém, que Jesus de fato está sepultado. Em
vez de ficar três dias, fica para sempre entregue à nossa guarda. Constituiu-se
nosso Prisioneiro de Amor. O corporal envolve-o, qual outro sudário. A lâmpada
arde ante seu Altar qual luz à entrada da sepultura. O silêncio de morte reina
em redor. Jesus, entrando em nosso coração pela Comunhão, quer ainda
sepultar-se em nós. Saibamos, pelo menos, preparar-lhe uma sepultura honrosa,
nova, pura, inteiramente livre de todo afeto terreno e embalsamemo-lo com o
perfume das nossas virtudes. Cheguemo-nos a Ele por aqueles que não se chegam,
honrando-o e adorando-o no seu tabernáculo, consolando-o na sua prisão. E para
tal peçamos-lhe a graça do recolhimento, e da morte ao mundo, a fim de levarmos
uma vida toda escondida na Eucaristia.
P: Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus
Cristo, Nosso Senhor.
T: Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
Oh! Meu Jesus, venho adorar-Vos, consolar-Vos e honrar-Vos por aqueles
que não o fazem, e peço-Vos a graça do recolhimento e da morte ao mundo
P: Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito bem
impressas
R: As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória, nas intenções do Santo Padre.
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