terça-feira, 7 de janeiro de 2020

III Domingo do Tempo Comum


Textos: Isaías 8, 23 – 9, 3; 1 Cor 1, 10-13.17; Mateus 4, 12-23.

Evangelho (Mt 4,12-23): Quando soube que João tinha sido preso, Jesus retirou-se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia, no território de Zabulon e de Neftali, para cumprir-se o que foi dito pelo profeta Isaías: «Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região além do Jordão, Galileia, entregue às nações pagãs! O povo que ficava nas trevas viu uma grande luz, para os habitantes da região sombria da morte uma luz surgiu». Daí em diante, Jesus começou a anunciar: “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo». Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam no barco, com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Ele os chamou. Deixando imediatamente o barco e o pai, eles o seguiram. Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo.

«Jesus percorria toda a Galileia»

Rev. D. Josep RIBOT i Margarit (Tarragona, Espanha)

Hoje, Jesus dá-nos uma lição de “santa prudência”, perfeitamente compatível com a audácia e a valentia. Efetivamente, Ele —que não tem medo em proclamar a verdade— decide se retirar, ao conhecer que — como já o tinham feito com João Batista — seus inimigos querem lhe matar: «Sai daqui, porque Herodes quer te matar» (Lc 13,31). — Se aquele que passou fazendo o bem, os seus detratores tentaram lhe danar, não se estranhe que também você sofra persecuções, como nos anunciou o Senhor.

«Quando soube que João tinha sido preso, Jesus retirou-se para a Galileia» (Mt 4,12). Seria imprudente desafiar os perigos sem um motivo proporcionado. Apenas na oração discernimos quando o silêncio ou inatividade —deixar passar o tempo— são sintomas de sabedoria, ou de covardia e falta de fortaleça. A paciência, ciência da paz, ajuda a decidir com serenidade nos momentos difíceis, se não perdemos a visão sobrenatural.

«Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo» (Mt 4,23). Nem as ameaças, nem o medo ao que dirão ou as possíveis críticas podem nos retrair de fazer o bem. Aqueles que estamos chamados a sermos sal e luz, operadores do bem e da verdade, não podemos ceder diante a chantagem da ameaça, que tantas vezes não passará de ser um perigo hipotético ou meramente verbal.

Decididos, audazes, sem procurar desculpas para postergar a ação apostólica para “depois”. Dizem que «o “depois” é o advérbio dos vencidos». Por isso, São Josemaria recomendava, «uma receita eficaz para seu espírito apostólico: Planos concretos, não de sábado a sábado, senão de hoje para amanhã (...)».

Cumprir a vontade de Deus, ser justos em qualquer ambiente e, seguir o ditame da consciência bem formada exige uma fortaleça que devemos de pedir para todos, porque o perigo da covardia é grande. Peçamos a nossa Mãe do Céu que nos ajude a cumprir sempre e, em tudo a vontade de Deus, imitando sua fortaleça ao pé da Cruz.

A missão salvadora de Cristo é universal, ou seja, veio para salvar a todos.

P. Antonio Rivero, L.C.

O Filho de Deus, Jesus, que tem sua identidade de Servo (mensagem do último domingo), precisa de colaboradores para levar adiante a missão salvífico universal confiada pelo Pai (Evangelho), que é de luz (primeira leitura) de amor e de união (segunda leitura).

Em primeiro lugar, Jesus começa sua missão salvífico universal não na Jerusalém sagrada e religiosa, nem na pacífica Judeia, mas na Galileia dos gentios, onde havia uma mistura de raças e um trânsito de civilizações, mistura de judeus e pagãos. Galileia estava “na fronteira” e ali aconteciam ultrajes, delírios e descrenças. A escolha deste cenário nos sugere que Jesus oferecerá uma salvação universal. Jesus é apresentado como luz (primeira leitura), como o amor como salvação para todos. Ninguém é excluído.

Em segundo lugar, como a missão salvífico universal de Jesus é difícil, quer a livre e amorosa colaboração dos homens para que lhe ajudem. Portanto, os chama com amor e confiança. Eles respondem livremente deixando tudo para segui-lo. E têm que ir e evangelizar, como nos diz o Papa Francisco em sua exortação, não a lugares fáceis, mas a lugares “incômodos, e isto sem demora, sem repugnância e sem medo” (Evangelii Gaudium, 23), “primereando” no amor (Id.24) e levando a palavra de ordem de conversão a Jesus (Evangelho) e vínculo mútuo que quebra tudo partidarismo eclesial (segunda leitura).

Finalmente, para esta missão salvífico universal Jesus nos convidou a todos os batizados para sermos seus colaboradores. Cristo passa através das escolas, das fábricas, das legislaturas, nas estradas, e convida a todos para segui-lo e espalhar seu evangelho, cada um segundo a sua capacidade e de acordo com sua vocação peculiar. Alguns como leigos – a maioria -, outros como religiosos e outros como sacerdotes. Como batizados somos chamados a apoiar esta missão salvífico universal de Cristo, sendo profetas que anunciam a Cristo e à Sua Palavra e denunciam, a partir do evangelho, o que fere a Deus e aos irmãos; sacerdotes que sabem oferecer os seus sofrimentos e alegrias, e reis para servir a todos e lutar contra o pecado em seus corações e nos corações dos outros. Para isso temos que deixar nosso barco, nossas redes, nossos pais e talvez possibilidades boas e legítimas (Evangelho).

Para refletir: se Cristo me chamasse hoje a me comprometer com mais seriedade em sua missão salvífico universal, responderia que “sim” ou “não”? Que coisas me prendem ao meu barco e minhas redes? Estou revestido da luz e do amor de Jesus para transmiti-lo aos outros.

Para qualquer sugestão ou dúvida, podem se comunicar com o padre Antônio neste e-mail: arivero@legionaries.org

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