
Salmo Responsorial
(Salmo 8, 4-5.6-7.8-9)
R. Como é admirável o
vosso nome em toda a terra, Senhor, nosso Deus!
Quando
contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes,
que
é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes
dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes;
destes-lhe
poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:
Ovelhas
e bois, todos os rebanhos, e até os animais selvagens,
as
aves do céu e os peixes do mar, tudo o que se move nos oceanos.
Aleluia! O que nela se
gerou é fruto do Espírito Santo; Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome
de Jesus. Aleluia!
Evangelho
(Lc 2,21-24): Completados que foram os oito dias
para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha
chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno. Concluídos os dias da
sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o
apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: “Todo
primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. E para oferecerem o
sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
«Foi-lhe posto o nome
de Jesus»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
S. Ciríaco Elias Chavara Presbítero de nossa Ordem |
Hoje,
dentro do ciclo do Natal, celebramos o próprio Nome de Jesus. A veneração deste
Santíssimo Nome surgiu no séc. XIV. São Bernardino de Siena e os seus
discípulos difundiram esta devoção: «Este é aquele santíssimo nome desejado
pelos patriarcas, esperado com ansiedade, suplicado com gemidos, invocado com
suspiros, requerido com lágrimas, dado ao chegar a plenitude da graça» (S.
Bernardino).
Depois
de diversas vicissitudes litúrgicas, S. João Paulo II restabeleceu esta
celebração no missal romano. Neste dia – precisamente - os jesuítas celebram o
título da sua “Companhia de Jesus”.
É
próprio das pessoas – anjos e homens, quer dizer, seres espirituais –
distinguir-se na sua singularidade única com um nome próprio. Porém o caso de
Deus é especial: propriamente, não lhe convém nenhum nome. Ele, pela sua
infinita perfeição está acima de tudo e de todos, está acima de todos os nomes
(cf. Fil 2,9), é o Inefável, é o Inominável…
Contudo,
pela sua infinita Misericórdia, debruçou-se sobre o homem e até aceitou ter um
“nome próprio”. A primeira revelação do seu nome foi feita por Ele próprio no
deserto quando Moisés lhe pediu: «’Quando me perguntarem qual é o teu nome, que
lhes responderei?’ Deus respondeu a Moisés: ‘Eu sou aquele que sou’» (Ex 3,
13-14).
Enquanto
nós temos de dizer que “sou homem”, “sou mulher”, “sou arquiteto”… (temos de
especificar de muitas maneiras o que somos), Deus - pelo contrário -
simplesmente “É”. Portanto, podíamos dizer que “Eu sou aquele que sou” é o nome
filosófico que de algum modo se adapta a Deus.
Porém,
na sua generosa condescendência, Deus Filho encarnou para nos salvar: Ele é
perfeito Deus e perfeito homem. E, como tal, os seus pais «puseram-lhe o nome
de Jesus» (Lc 2,21). “Jeshua” significa “Deus salva”. Aqui está um Nome - o
Santíssimo Nome de Jesus - que merece toda a veneração e total respeito. Assim
o indica o segundo mandamento da Lei de Deus… E assim nos ensinou o próprio
Jesus: «Pai-Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso Nome…».
Santíssimo Nome de Jesus
Felipe Aquino
Por
isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos
os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos
infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é
Senhor (Fil 2, 9-11).
A
Igreja celebra oito dias após o Natal, em 3 janeiro, de acordo com o “Diretório
da Liturgia” da CNBB, a festa do Santíssimo Nome de Jesus; porque oito dias
depois de seu Nascimento, São José O circuncidou e lhe colocou o nome de Jesus,
conforme o Anjo tinha dito à Virgem Maria:
O
anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis
que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1,
30-31).
E
assim foi cumprido conforme a Lei de Moisés: Completados que foram os oito dias
para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o Nome de Jesus, como lhe tinha
chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno (Lc 2, 21).
O
Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu; tanto assim que o Arcanjo Gabriel o
confirma em sonho a São José: Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor
lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José,
filho de Davi, não
temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito
Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo de seus pecados (Mt 1, 20-21). Cabia ao pai dar o nome para
o filho no costume judaico.
E
o Anjo deixou bem claro a José a razão deste nome: “porque ele salvará o seu
povo de seus pecados”. A palavra “Jesus”, em hebraico, quer dizer: “Deus Salva”
ou “Salvador”.
No
momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus,
que exprime ao mesmo tempo Sua identidade e missão. Uma vez que “só Deus pode
perdoar os pecados” (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito
homem, “salvará seu povo dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus
recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens. O Filho do
Homem tem poder de perdoar pecados na terra (Mc 2, 10). Ele pode dizer ao
pecador: Teus pecados estão
perdoados (Mc 2,5). E o Senhor transmite esse poder aos homens, os Apóstolos (Jo 20,21-23) para que o exerçam em seu Nome.
A
Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora
é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do “nome acima de
todo nome”. Os espíritos maus temem Seu nome, e é em nome d’Ele que os
discípulos de Jesus operam milagres, pois tudo o que pedem ao Pai em Seu nome o
Pai lhes concede. É no nome de Jesus que os enfermos são curados, é em Seu nome
que os mortos ressuscitam, os coxos andam, os surdos ouvem, os leprosos ficam
curados… Esse nome bendito tem poder!
Depois
que o pecado atingiu a humanidade, somente o Nome do Deus Redentor pode salvar
o homem. E este nome é Jesus. É pelo Nome de Jesus que os Apóstolos operaram
maravilhas, pois Ele lhes tinha dito: Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu Nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se
beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e
eles ficarão curados (Mc 16,17-18). Portanto, o Nome Santo de Jesus tem poder e
deve ser invocado com respeito, veneração
e fé.
Após
o milagre do aleijado na porta do Templo, os fariseus e doutores da lei
quiseram impedir os Apóstolos de pregar em Nome de Jesus: Todavia, para que
esta notícia não se divulgue mais entre o povo,
proibamos com ameaças,
que no futuro falem a alguém
nesse Nome. Chamaram-nos e ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem
ensinassem em nome de Jesus
(At 4, 17-18).
Mas
eles se negam a deixar de pronunciar este santo Nome, porque sabem que não há
salvação em nenhum outro: Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra
angular. Em nenhum outro há
salvação, porque
debaixo do céu nenhum outro
nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4, 11-12).

O
nome do Deus Salvador era invocado uma só vez por ano pelo sumo sacerdote para
a expiação dos pecados de Israel, depois dele aspergir o propiciatório do Santo
dos Santos com o sangue do sacrifício. O propiciatório era o lugar da presença
de Deus. Quando São Paulo diz de Jesus que “Deus o destinou como instrumento de
propiciação, por seu próprio Sangue” (Rm 3,25), quer afirmar que na humanidade
deste último “era Deus que em Cristo reconciliava consigo o mundo” (2Cor 5,19).
O
Nome de Jesus está no cerne da oração cristã. Todas as orações litúrgicas são
concluídas pela fórmula “por Nosso Senhor Jesus Cristo…”. A “Ave-Maria” culmina
no: “e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. O nome de Jesus está no
centro da Ave-Maria; o Rosário é centrado no Nome de Jesus, por isso tem poder.
A
oração oriental denominada “oração a Jesus” diz: “Jesus Cristo, Filho de Deus
Vivo, Senhor, tem piedade de mim, pecador”. Numerosos cristãos, como Santa
Joana d’Arc, morreram tendo nos lábios apenas o nome de Jesus.
Que
nós possamos também hoje e sempre pronunciar com fé e devoção este nome doce e
santo, que tem poder, como aquele cego de Jericó, que clamou com fé e ficou
curado: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”
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