S. Alberto, Patriarca de Jerusalém Legislador de nossa Ordem |
1ª
Leitura (1Tim 3,1-13): Caríssimo: É digna de fé esta
palavra: Quem aspira a um cargo de governo na Igreja aspira a uma nobre função.
Mas quem exerce esse cargo deve ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio,
ponderado, digno, hospitaleiro, capaz de ensinar, não dado ao vinho, nem
violento, mas condescendente, pacífico e desinteressado. Deve governar bem a
sua casa, mantendo os filhos submissos com toda a dignidade, pois quem não sabe
governar a própria casa, como poderá cuidar da Igreja de Deus? Não deve ser um
recém-convertido, não aconteça que se encha de orgulho e venha a incorrer na
mesma condenação do diabo. Além disso, deve gozar de boa fama entre os de fora,
para não cair no descrédito e em alguma cilada do diabo. Os diáconos devem
igualmente ser dignos, homens de palavra, não propensos ao excesso de bebidas
nem a lucros desonestos; e conservem o mistério da fé numa consciência pura.
Sejam primeiro postos à prova; depois, se não houver nada a censurar-lhes,
poderão exercer o diaconado. As suas mulheres devem igualmente ser dignas, não
maldizentes, mas sóbrias e fiéis em tudo. Não se casem os diáconos mais que uma
vez; governem bem os filhos e a própria casa. Porque aqueles que exercem bem o
seu ministério alcançam uma posição honrosa e uma firme confiança, fundada
sobre a fé em Cristo Jesus.
Salmo
Responsorial: 100
R. Andarei no caminho
perfeito.
Quero
cantar a bondade e a justiça: a Vós, Senhor, entoarei salmos. Quero seguir o
caminho perfeito: quando vireis ao meu encontro?
Viverei
na inocência do coração no interior da minha casa. Não porei diante de meus
olhos qualquer ação perversa.
Quem
às ocultas calunia o seu próximo, hei de reduzi-lo ao silêncio. Ao de olhar
altivo e coração soberbo, não o poderei suportar.
Tenho
os olhos postos na gente leal da minha terra, para que esteja sempre ao meu
lado. Só aquele que segue o caminho perfeito poderá ser meu servo.
Aleluia. Apareceu no
meio de nós um grande profeta: Deus visitou o seu povo. Aleluia.
Evangelho
(Lc 7,11-17): Naquele tempo, Jesus foi a uma
cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão iam com ele.
Quando chegou à porta da cidade, coincidiu que levavam um morto para enterrar,
um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a
acompanhava. Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: «Não
chores!» Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Ele
ordenou: «Jovem, eu te digo, levanta-te!». O que estava morto sentou-se e
começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e
glorificavam a Deus dizendo: «Um grande profeta surgiu entre nós», e: «Deus
veio visitar o seu povo». Esta notícia se espalhou por toda a Judeia e pela
redondeza inteira.
«Jovem, eu te digo,
levanta-te!»
+ Rev. D. Joan SERRA i Fontanet (Barcelona, Espanha)
S. Hildergardis, Virgem e Doutora |
Hoje
se encontram duas comitivas. Uma comitiva que acompanha à morte e a outra que
acompanha à vida. Uma pobre viúva seguida por seus familiares e amigos, levava
o seu filho ao cemitério e de repente, vê a multidão que ia com Jesus. As duas
comitivas se cruzam e se param, e Jesus lhe diz à mãe que ia enterrar o seu
filho: «Não chores» (Lc 7,13). Todos ficam olhando Jesus, que não permanece
indiferente a dor e ao sofrimento daquela pobre mãe, mas, pelo contrário, se
compadece e lhe devolve a vida ao seu filho. E, é que encontrar a Jesus é
encontrar a vida, pois Jesus disse de si mesmo: «Eu sou a ressurreição e a
vida» (Jo 11,25). São Bráulio de Saragoça escreve: «A esperança da ressurreição
deve-nos confortar, porque voltaremos a ver no céu a quem perdemos aqui».
Com
a leitura do fragmento do Evangelho que nos fala da ressurreição do jovem de
Naim, poderia salientar a divindade de Jesus e insistir nela, dizendo que
somente Deus pode voltar um jovem à vida; mas hoje preferiria salientar a sua
humanidade, para não ver Jesus como um ser alheio, como um personagem tão
diferente de nós, ou como alguém tão excessivamente importante que não nos
inspire a confiança que pode nos inspirar um bom amigo.
Os
cristãos devemos saber imitar Jesus. Devemos pedir a Deus a graça de ser Cristo
para os demais. Tomara que todo aquele que nos veja, possa contemplar uma
imagem viva de Jesus na terra! Quem via São Francisco de Assis, por exemplo,
via a imagem viva de Jesus. Os santos são aqueles que levam Jesus nas suas
palavras e obras e imitam seu modo de atuar e a sua bondade. A nossa sociedade
precisa de santos e você pode ser um deles no seu lugar.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
17 de setembro - Impressão das Chagas de São Francisco |
* Lucas 7,11-12: O
encontro das duas procissões
“Jesus
foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande
multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para
enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia
com ela”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras consegue pintar o quadro
tão bonito do encontro das duas procissões: a procissão da morte que sai da
cidade e acompanha a viúva que leva seu filho único para o cemitério; a
procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus. As duas se encontram
na pequena praça junto à porta da cidade de Naim.
* Lucas 7,13: A
compaixão entra em ação
“Ao
vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: Não chore!" É a
compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa literalmente
“sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com ela, sentir com
ela a dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder da vida sobre a
morte, poder criador.
* Lucas 7,14-15:
"Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!"
Jesus
se aproxima, toca no caixão e diz: "Jovem, eu lhe ordeno,
levante-se!" O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à
sua mãe”. Às vezes, na hora de um grande sofrimento provocado pelo falecimento
de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele tempo, quando Jesus andava
pela terra havia esperança de não perder uma pessoa querida, pois Jesus poderia
ressuscitá-la”. Elas olham o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim
como um evento do passado que apenas suscita saudade e uma certa inveja. A
intenção do evangelho, porém, não é suscitar saudade nem inveja, mas sim
ajudar-nos a experimentar melhor a presença viva de Jesus em nós. É o mesmo
Jesus, capaz de vencer a morte e a dor da morte, que continua vivo no meio de
nós. Ele está hoje conosco e, diante dos problemas e do sofrimento que nos
abatem, ele nos diz: “Eu lhe ordeno: levante-se!”
* Lucas 7,16-17: A repercussão
“Todos
ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta
apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo." E a notícia do fato
se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza”. É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt
18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e o protetor das
viúvas” (Sl 68,6; cf. Judite 9,11).
Para um confronto
pessoal
1) Foi a compaixão que levou Jesus a
ressuscitar o filho da viúva. Será que o sofrimento dos outros provoca em nós a
mesma compaixão? O que faço para ajudar o outro a vencer a dor e criar vida
nova?
2) Deus visitou o seu povo. Percebo as
muitas visitas de Deus na minha vida e na vida do povo?
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