sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Segunda-feira da 26ª semana do Tempo Comum


S. Jerônimo,
Doutor da Igreja
1ª Leitura (Zc 8,1-8) -  A palavra do Senhor dos exércitos foi manifestada nos seguintes termos: 'Isto diz o Senhor dos exércitos: Tomei-me de forte ciúme por Sião, consumo-me de zelo ciumento por ela. Isto diz o Senhor: Voltei a Sião e habitarei no meio de Jerusalém; Jerusalém será chamada Cidade Fiel, e o monte do Senhor dos exércitos, Monte Santo. Isto diz o Senhor dos exércitos: Velhos e velhas ainda se sentarão nas praças de Jerusalém, cada qual com seu bastão na mão, devido à idade avançada; as praças da cidade se encherão de meninos e meninas a brincar em suas praças. Isto diz o Senhor dos exércitos: Se tais cenas parecerem difíceis aos olhos do resto do povo, naqueles dias, acaso serão também difíceis aos meus olhos? - diz o Senhor dos exércitos. Isto diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu vou salvar o meu povo da terra do oriente e da terra do pôr-do-sol: eu os conduzirei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; serão meu povo e eu serei seu Deus, em verdade e com justiça.

Salmo Responsorial - Sl 101, 16-18. 19-21. 29.22-23 (R. 17)
R. O Senhor edificou Jerusalém, e apareceu na sua glória!

As nações respeitarão o vosso nome, * e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém * e aparecer com gloriosa majestade,
ele ouvirá a oração dos oprimidos * e não desprezará a sua prece. R.

Para as futuras gerações se escreva isto, * e um povo novo a ser criado louve a Deus.
Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, * e o Senhor olhou a terra do alto céu,
para os gemidos dos cativos escutar * e da morte libertar os condenados. R.

Assim também a geração dos vossos servos + terá casa e viverá em segurança, * e ante vós se firmará sua descendência.
Para que cantem o seu nome em Sião * e louve ao Senhor Jerusalém,
quando os povos e as nações se reunirem * e todos os impérios o servirem. R.

Aleluia. Veio o Filho do Homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate de muitos.  Aleluia.

Evangelho (Lc 9,46-50): Surgiu entre os discípulos uma discussão sobre qual deles seria o maior. Sabendo o que estavam pensando, Jesus pegou uma criança, colocou-a perto de si e disse-lhes: «Quem receber em meu nome esta criança, estará recebendo a mim mesmo. E quem me receber, estará recebendo Aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior». Tomando a palavra, João disse: «Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome, mas nós lhe proibimos, porque não anda conosco». Jesus respondeu: «Não o proibais, pois quem não é contra vós, está a vosso favor».

«Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior»

Prof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL (Roma, Italia)

Hoje, caminho de Jerusalém em direção à paixão, «surgiu entre os discípulos uma discussão sobre qual deles seria o maior» (Lc 9,46). Cada dia os meios de comunicação e também nossas conversas estão cheias de comentários sobre a importância das pessoas: dos outros e de nós mesmos. Esta lógica só humana produz, freqüentemente, desejo de vitoria, de ser reconhecido, apreciado, correspondido, e a falta de paz, quando estes reconhecimentos não chegam.

A resposta de Jesus a estes pensamentos -até mesmo comentários- dos discípulos, lembra o estilo dos antigos profetas. Antes das palavras estão os gestos. Jesus «pegou uma criança, colocou-a perto de si» (Lc 9,47). Depois vem o ensinamento: «aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior» (Lc 9,48). -Jesus, por que custa tanto aceitar que isto não é uma utopia para as pessoas que não estão implicadas no tráfico de uma tarefa intensa, na qual não faltam os golpes de uns contra os outros, e que, com a tua graça, podemos vivê-lo todos? Se o fizéssemos, teríamos mais paz interior e trabalharíamos com mais serenidade e alegria.

Esta atitude é também a fonte da onde brota a alegria, ao ver que outros trabalham bem por Deus, com um estilo diferente do nosso, mas sempre assumindo o nome de Jesus. Os discípulos queriam impedi-lo. Em troca, o Mestre defende aquelas outras pessoas. Novamente, o fato de sentir-nos filhos pequenos de Deus facilita-nos a ter o coração aberto para todos e crescer na paz, na alegria e na gratidão. Estes ensinamentos valeram à Santa Teresinha de Lisieux o titulo de Doutora da Igreja: em seu livro História de uma alma, ela admira o belo jardim de flores que é a Igreja, e está contenta de perceber-se uma pequena flor. Ao lado dos grandes santos -rosas e açucenas- estão as pequenas flores -como as margaridas ou as violetas- destinadas a dar prazer aos olhos de Deus, quando Ele dirige o seu olhar à terra.

Reflexão

• Iluminando o texto.
Se Lucas já havia apresentado a convergência das pessoas em torno Jesus para de reconhecê-lo na fé, para escutá-lo e assistir suas curas, agora se abre uma nova etapa em seu itinerário público. A pessoa de Jesus não monopoliza a atenção das multidões, mas ele é apresentado como aquele que está lentamente é tirado dos seus para ir ao Pai. Este itinerário inclui a viagem para Jerusalém. E enquanto faz esta viagem, Jesus revela-lhes o destino que o espera (9,22). Depois ele se transfigura diante deles, como que para indicar o ponto de partida do seu "êxodo" de Jerusalém. Mas imediatamente após a luz experimentada no evento da transfiguração, Jesus começa novamente a anunciar sua paixão deixando os discípulos na incerteza e perturbação. As palavras de Jesus sobre o evento de sua paixão, "o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens", encontram nos discípulos incompreensões (9,45) e medo silencioso (9,43).

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