
Salmo
Responsorial: 18
R. Senhor, Vós tendes
palavras de vida eterna.
A
lei do Senhor é perfeita, ela reconforta a alma; as ordens do Senhor são
firmes, dão sabedoria aos simples.
Os
preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; os mandamentos do Senhor são
claros e iluminam os olhos.
O
temor do Senhor é puro e permanece para sempre; os juízos do Senhor são
verdadeiros, todos eles são retos.
São
mais preciosos que o ouro, o ouro mais fino; são mais doces que o mel, o puro
mel dos favos.
Aleluia. Felizes os
que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto
pela perseverança. Aleluia.
Evangelho
(Mt 13,18-23): Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: «Vós, portanto, ouvi o significado da parábola do semeador. A todo
aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o
que foi semeado em seu coração; esse é o grão que foi semeado à beira do
caminho. O que foi semeado nas pedras é quem ouve a palavra e logo a recebe com
alegria; mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega tribulação ou
perseguição por causa da palavra, ele desiste logo. O que foi semeado no meio
dos espinhos é quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da
riqueza sufocam a palavra, e ele fica sem fruto. O que foi semeado em terra boa
é quem ouve a palavra e a entende; este produz fruto: um cem, outro sessenta e
outro trinta».
«Vós, portanto, ouvi o
significado da parábola do semeador»
P. Josep LAPLANA OSB Monge de Montserrat (Montserrat,
Barcelona, Espanha)
Hoje,
contemplamos a Deus como um lavrador bom e magnânimo, que semeia com as mãos cheias.
Não poupou nada para a redenção do homem, mas gastou tudo em seu próprio Filho,
Jesus Cristo, que como grão enterrado (morte e sepultamento) converteu-se em
nossa vida e ressurreição graças à sua santa Ressurreição.
Deus
é um agricultor paciente. Os tempos pertencem o Pai, porque só Ele sabe o dia e
a hora (cf. Mc 13,32) de ceifar e de separar os grãos da palha. Deus espera.
Também nós temos de esperar, sincronizando o relógio da nossa esperança com o
desígnio salvador de Deus. Diz São Tiago «Olhai o agricultor: ele espera com
paciência o precioso fruto da terra, até cair a chuva do outono ou da
primavera» (Tg 5,7). Deus espera a colheita fazendo-a crescer com a sua graça.
Nós tampouco não podemos dormir, mas devemos colaborar com a graça de Deus prestando
a nossa cooperação, sem pôr obstáculos a esta ação transformadora de Deus.
O
cultivo de Deus que nasce e cresce assim na terra é um fato visível em seus
efeitos; podemos vê-los nos milagres autênticos e nos exemplos clamorosos de
santidade de vida. Há muita gente que depois de haver escutado todas as
palavras e o ruído deste mundo, tem fome e sede de ouvir a autêntica Palavra de
Deus, ali onde ela se encontra viva e encarnada. Há milhões de pessoas que
vivem a sua pertença a Jesus Cristo e à Igreja com o mesmo entusiasmo inicial
do Evangelho, pois a palavra divina «encontra a terra onde germinar e dar
fruto» (São Agostinho); o que temos que fazer é levantar a nossa moral e olhar
o futuro com olhos de fé.
O
êxito da colheita não se encontra nas nossas estratégias humanas nem no
marketing, mas na iniciativa salvadora de Deus “rico em misericórdia” e na
eficácia do Espírito Santo, que pode transformar as nossas vidas para que demos
frutos saborosos de caridade e de contagiosa alegria.
Reflexão
•
Ouvir e compreender. É sempre Jesus quem conduz os discípulos no caminho certo
para a compreensão da parábola. No futuro, será a Igreja a ser guiada através
dos discípulos para a compreensão da Palavra de Jesus. Na explicação da
parábola, os dois verbos "ouvir" e "entender" aparecem em
13,23: “A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende." É
na compreensão onde o discípulo que ouve cada dia a Palavra de Jesus se distingue
das multidões que só a escutam ocasionalmente.
•
Impedimentos à compreensão. Jesus refere-se, principalmente, à resposta
negativa que seus contemporâneos dão à sua pregação do reino dos céus. Esta
resposta negativa está ligada a impedimentos de vários tipos. O terreno da
beira do caminho é aquele que os pedestres tornaram endurecido e aparece
totalmente negativo: "Todo mundo sabe que não serve para nada lançar a
semente no caminho: não há as condições necessárias para o crescimento. Depois
as pessoas passam, pisoteiam e destroem a semente. A semente não se lança em
qualquer parte” (Carlos Mesters). Antes de tudo está a responsabilidade pessoal
do indivíduo: acolher a Palavra de Deus no próprio coração; se ao contrário cai
em um coração "endurecido", teimoso em suas convicções e na
indiferença, se oferece campo ao maligno que acaba completar por completar esta
atitude persistente de fechamento à Palavra de Deus.
O
solo pedregoso. Se o primeiro obstáculo é um coração insensível e indiferente,
a imagem da semente que cai sobre pedras, sobre rochas e entre os espinhos,
indica o coração imerso em uma vida superficial e mundana. Estes estilos de
vida são a energia que impedem que a Palavra dê frutos. Ele dá um vislumbre de
ouvir, mas logo se torna bloqueado, não só pelas provações e tribulações
inevitáveis, mas também para o envolvimento do coração nas preocupações e
riqueza. A vida não profunda e superficial provoca a instabilidade.
A
boa terra é o coração que ouve e compreende a palavra; esta dá frutos. Esse
desempenho é o trabalho da Palavra em um coração acolhedor. Trata-se de uma
compreensão dinâmica, que se deixa envolver pela ação de Deus presente na
Palavra de Jesus. A compreensão da sua Palavra permanecerá inacessível se
negligenciarmos o encontro com ele e não o deixamos que dialogue conosco.
Para
um confronto pessoal
1.
A escuta da Palavra de Deus, te leva à compreensão profunda ou permanece apenas
como um exercício intelectual?
2.
És coração acolhedor e disponível, dócil para chegar a uma compreensão plena da
Palavra?
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