Textos:
Atos 14, 21b-27; Ap 21, 1-5a; Jo 13, 31-33a.34-35
Evangelho (Jo
13,31-33a.34-35): Depois que Judas saiu, Jesus disse:
«Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus
foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará
logo. Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Eu vos dou um novo
mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis
amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se
vos amardes uns aos outros».
«Vós deveis amar-vos
uns aos outros»
Rev. D. Jordi CASTELLET i Sala (Sant Hipòlit de
Voltregà, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus
convida-nos a amar-nos uns aos outros. Também neste complexo mundo em que
vivemos, complexo tanto no bem como no mal em que se misturam e amalgamam.
Frequentemente temos a tentação de olhar o como uma fatalidade, uma má noticia
e, pelo contrário, os cristão fomos encarregados de aportar, num mundo violento
e injusto, a Boa Nova de Jesus Cristo.
Na verdade,
Jesus diz-nos que «vós deveis amar-vos uns aos outros como eu vos amei» (Jo
13,34). E uma boa forma de nos amar-nos, um modo de pôr em prática a palavra de
Deus é anunciar, a toda a hora, em todos os lugares, a Boa Nova, o Evangelho
que não é outra coisa que o próprio Jesus Cristo.
«Levamos
este tesouro em recipientes de barro» (2Cor 4,7). Qual é esse tesouro? O da
Palavra, o do próprio Deus, e nós somos os recipientes de barro. Mas este
tesouro é uma preciosidade que não podemos guardar apenas para nós, mas devemos
difundi-lo: «Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações (...)
Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco
todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,19-20). De fato —escreveu o Santo
Padre— «quem encontrou verdadeiramente a Cristo não pode tê-lo apenas para si,
deve anunciá-lo».
É com esta
confiança que anunciamos o Evangelho; façamo-lo com todos os meios disponíveis
e em todos os lugares possíveis: com a palavra, com as obras e com o
pensamento, através do jornal, pela Internet, no trabalho e com os amigos...
«Seja a vossa amabilidade conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo»
(Flp 4,5).
Por tanto,
e como nos recalca o Papa João Paulo II, temos que utilizar as novas
tecnologias, sem olhares, sem vergonhas, para dar a conhecer a Boa Nova da
Igreja de hoje, sem esquecer que apenas com pessoas afáveis, apenas trocando o
nosso coração, conseguiremos que também mude o nosso mundo.
A caridade é a
contrassenha e a novidade do cristianismo.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Nas
leituras de hoje o adjetivo novo saiu cinco vezes. Quatro vezes na segunda
leitura, e uma vez no evangelho. O antigo- antônimo de novo- já terminou (2ª
leitura). É o chamado a viver uma vida nova na fé. Mas sobretudo, viver o
mandamento novo da caridade. Aqui está a novidade e a contrassenha do cristão:
“amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Em primeiro
lugar, este presente da caridade é fruto da Páscoa e procede do coração de
Cristo entregado para a nossa salvação. Só Cristo pôde nos oferecer este
presente, que trouxe diretamente do céu e o confiou a nós antes de partir de
novo para o Pai, uma vez terminada a sua missão aqui na terra. Para isso,
Cristo no batismo teve que mudar o nosso coração de pedra e colocar em nós um
coração de carne, teve que purificar e limpar as nossas veias e artérias,
dilatar o nosso ventrículo e aurícula. Nesse dia colocou em nós uma válvula
divina para podermos amar como Ele nos ama: com um amor universal,
misericordioso, delicado, bondoso. E graças à Eucaristia, outro dos dons do
Cristo Pascal, o Espírito nos comunicará a força do amor de Cristo. Perguntemos
aos santos e aos mártires: a Santo Estevão, a Santa Inês, a Santo Inácio de
Antioquia, a São Maximiliano Maria Kolbe, a Santa Maria Goretti, ao beato
Miguel Pro, etc.
S. Celestino V, Papa |
Finalmente,
o Catecismo da Igreja Católica no número 1856 assinala a importância vital da
caridade para a vida cristã. Nesta virtude se encontram a essência e o núcleo
do cristianismo, é o centro da pregação de Cristo e é o mandado mais importante
(cf. Jo 15, 12; 15,17; Jo 13, 34). Não se pode viver a moral cristã deixando de
um lado a caridade. A caridade é a virtude rainha, o mandamento novo que Cristo
nos deu, portanto é a base de toda espiritualidade cristã. É o distintivo dos
autênticos cristãos. A caridade é a virtude sobrenatural pela qual amamos Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor a Deus. É a virtude
por excelência porque o seu objeto é o mesmo Deus e o motivo do amor ao próximo
é o mesmo: o amor a Deus. Porque a sua bondade intrínseca, é a que nos une mais
a Deus, fazendo-nos parte de Deus e dando-nos a sua vida (cf. 1 Jo 4, 8). A
caridade dá vida a todas as outras virtudes, pois é necessária para que estas
se dirijam a Deus. Sem a caridade, as outras virtudes estão como mortas. A
caridade não termina com a nossa vida terrena, na vida eterna viveremos
continuamente a caridade. São Paulo menciona sobre a caridade em 1 Cor. 13,13;
e 13,87. Ao falar da caridade, tem que falar do amor. O amor “não é um
sentimento bonito” ou a carga romântica da vida. O amor é buscar o bem do
outro. A caridade é mais do que o amor. O amor é natural. A caridade é
sobrenatural, algo do mundo divino. A caridade é possuir em nós o amor de Deus.
É amar como Deus ama, com a sua intensidade e com as suas características. A
caridade é um dom de Deus que nos permite amar na medida superior às nossas
possibilidades humanas. A caridade é amar como Deus, não com a perfeição com
que Ele o faz, mas sim com o estilo que Ele tem. Referimo-nos a isto quando
dizemos que estamos feitos à imagem e semelhança de Deus, por termos a
capacidade de amar como Deus.
Sto Ivo, Presbítero |
Para rezar: nada melhor do que o Hino de São
Francisco, onde se resume a essência do amor.
Fazei-me um
instrumento da vossa paz.
Onde houver
ódio que eu leve o vosso amor;
Onde houver
injúria que eu leve o vosso perdão, Senhor;
Onde houver
dúvida que que leve a fé.
Mestre,
fazei que eu procure mais
Consolar
que ser consolado;
Compreender
que ser compreendido;
Amar que
ser amado.
Fazei-me um
instrumento da vossa paz;
Que eu leve
esperança por onde for
Onde houver
escuridão que eu leve a luz
Onde houver
sofrimento que eu leve o vosso gozo, Senhor.
Fazei-me um
instrumento da vossa paz;
É perdoando
que se é perdoado;
É dando que
Vós nos dais;
E é
morrendo que se vive para a vida eterna.
Fazei-me um
instrumento da vossa paz.
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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