Bto Bartolomeu Fanti Presbítero de nossa Ordem |
1ª Leitura (Is
25,6-10a): Sobre este monte, o Senhor do
Universo há de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos,
um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos.
Sobre este monte, há de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que
envolvia todas as nações; Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus
enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o
opróbrio que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele
dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem
pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão
do Senhor pousará sobre este monte».
Salmo Responsorial: 22
R. Habitarei para sempre na casa do
Senhor.
O Senhor é
meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às
águas refrescantes e reconforta a minha alma.
Ele me guia
por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales
tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo: o vosso cajado e
o vosso báculo me enchem de confiança.
Para mim
preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e
o meu cálice transborda.
A bondade e
a graça hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa
do Senhor para todo o sempre.
Aleluia. O Senhor vem
salvar o seu povo: felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
Aleluia.
Evangelho (Mt
15,29-37): Partindo dali, Jesus foi para as
margens do mar da Galileia, subiu a montanha e sentou-se. Grandes multidões iam
até ele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros
doentes. Eles os trouxeram aos pés de Jesus, e ele os curou. A multidão ficou
admirada, quando viu mudos falando, aleijados sendo curados, coxos andando e
cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. Jesus chamou seus discípulos
e disse: «Sinto compaixão dessa multidão. Já faz três dias que estão comigo, e
não têm nada para comer. Não quero mandá-los embora sem comer, para que não
desfalecem pelo caminho». Os discípulos disseram: «De onde vamos conseguir, num
lugar deserto, tantos pães que possamos saciar tão grande multidão?» Jesus perguntou:
«Quantos pães tendes?» Eles responderam: «Sete, e alguns peixinhos». Jesus
mandou que a multidão se sentasse pelo chão. Depois tomou os sete pães e os
peixes, deu graças, partiu-os e os deu aos discípulos, e os discípulos os
distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram saciados; e encheram sete
cestos com os pedaços que sobraram.
«Quantos pães tendes?
Eles responderam: Sete, e alguns peixinhos»
Rev. D. Joan COSTA i Bou (Barcelona, Espanha)
Hoje,
contemplamos no Evangelho a multiplicação dos pães e peixes. Muitas pessoas
—comenta o evangelista Mateus — «iam até ele» (Mt 15,30) ao Senhor. Homens e
mulheres que necessitam de Cristo, cegos, coxos e doentes de todo tipo, assim
como outros que os acompanhavam. Todos nós também temos necessidade de Cristo,
de sua ternura, do seu perdão, da sua luz, da sua misericórdia... Nele acha-se
a plenitude do humano.
O Evangelho
de hoje nos ajuda a dar-nos conta, também, da necessidade de homens que
conduzam outros a Jesus Cristo. Os que levam os doentes a Jesus para que os
cure são imagem de todos aqueles que sabem que o maior ato de caridade para com
o próximo é aproximá-lo a Cristo, fonte de toda a Vida. A vida de fé exige,
portanto, a santidade e o apostolado.
São Paulo
exorta a ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (cf. Fl 2,5). Nosso relato
mostra como é o coração: «Sinto compaixão dessa multidão» (Mt 15,32). Não pode
deixá-los porque estão famintos e fatigados. Cristo busca o homem em toda a
necessidade e faz-se encontrado. Que bom é o Senhor conosco! e que importantes
somos as pessoas diante dos seus olhos! Só em pensá-lo dilata-se o coração
humano cheio de agradecimento, admiração e desejo sincero de conversão.
Esse Deus
feito homem, que tudo pode, e que nos ama apaixonadamente e a quem necessitamos
em tudo e para tudo —«sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,5) — precisa,
paradoxalmente, também de nós: esse é o significado dos sete pães e os poucos
peixes que usará para alimentar a multidão do povo. Se nos déssemos conta de
como Jesus se apoia em nós, e do valor que tem tudo o que fazemos para Ele, por
pequeno que seja, nos esforçaríamos mais e mais para Lhe corresponder com todo
o nosso ser.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
O evangelho
de cada dia é como o sol que se levanta. Sempre o mesmo sol, todos os dias, a
alegrar a vida e a fertilizar as plantas. O maior perigo é a rotina. A rotina
mata o evangelho, e apaga o sol da vida.
* São sempre os
mesmos elementos que compõem o quadro do evangelho: Jesus, a montanha, o mar, a
multidão, os doentes, os necessitados, os problemas da vida. Apesar de já bem
conhecidos, como o sol de cada dia, estes mesmos elementos sempre trazem uma
nova mensagem.
* Como Moisés,
Jesus sobe a montanha e o povo reúne ao redor. Eles trazem consigo seus
problemas: os doentes, os coxos, aleijados, cegos, mudos, tantos... Não são os
grandes, mas os pequenos. Eles são o começo do novo povo de Deus que se reúne
ao redor do novo Moisés. Jesus cura a todos.
* Jesus chama os
discípulos. Ele sente compaixão do povo que não têm o que comer. Para os
discípulos, a solução deve vir de fora: “Onde conseguir pão para tanta gente?”
Para Jesus, a solução deve vir de dentro do povo: “Quantos pães vocês têm?” – “Sete
e uns peixinhos”. Com este pouco Jesus matou a fome de todos, e ainda sobrou.
Se houvesse partilha hoje, não haveria fome no mundo. Sobrava, e muito!
Realmente, um outro mundo é possível!
* A narração da
multiplicação dos pães evoca a eucaristia e dela revela o valor, ao dizer:
“Jesus tomou o pão em suas mãos, deu graças, o partiu e deu aos seus
discípulos”.
Para um confronto pessoal
1. Jesus teve compaixão. Existe compaixão em mim pelos
problemas da humanidade? Faço algo?
2. Os discípulos esperam a solução de fora. Jesus
desperta para a solução de dentro. E eu?
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