Bta. Maria Teresa de São José
Virgem de nossa Ordem, fundadora das
Irmãs Carmelitas do Divino
Coração de Jesus.
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1ª Leitura (Ef 5,21-33): Irmãos: Sede
submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos
maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça
da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a
Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. Maridos,
amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Ele
quis santificá-la, purificando-a no batismo da água pela palavra da vida, para apresentá-la a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem
coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem os maridos amar as
suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
Ninguém, de fato, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta
cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por
isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa
só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja.
Portanto, cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher respeite o
marido.
Salmo Responsorial: 18
R.
Felizes os que esperam no Senhor.
Feliz de ti, que temes
o Senhor e andas nos seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos, serás
feliz e tudo te correrá bem.
Tua esposa será como
videira fecunda no íntimo do teu lar; teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa.
Assim será abençoado o
homem que teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor: vejas a prosperidade de
Jerusalém todos os dias da tua vida.
Aleluia. Bendito sejais, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os mistérios do
reino. Aleluia.
Evangelho (Lc 13,18-21): Naquele tempo,
Jesus dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo?
É como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu jardim: cresceu,
tornou-se um arbusto, e os pássaros do céu foram fazer ninhos nos seus ramos.
Jesus disse ainda: Com que mais poderei comparar o Reino de Deus? É como o
fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até tudo
ficar fermentado.
«A que é semelhante o Reino de Deus»
+
Rev. D. Francisco Lucas MATEO Seco (Pamplona, Navarra, Espanha)
Hoje, os textos da
liturgia, mediante duas parábolas, põem diante de nossos olhos uma das
características próprias do Reino de Deus: é algo que cresce lentamente - como
um grão de mostarda - mas que chega a ser grande ao ponto de oferecer refúgio
às aves do céu. Assim o manifestava Tertuliano: Somos de ontem e enchemos
tudo! Com essa parábola, Nosso Senhor exorta à paciência, à fortaleza e à
esperança. Essas virtudes são particularmente necessárias a aqueles que se
dedicam à propagação do Reino de Deus. É necessário saber esperar a que a
semente plantada, com a graça de Deus e com a cooperação humana, vá crescendo,
aprofundando suas raízes na boa terra e elevando-se pouco a pouco até
converter-se em árvore. Faz falta, em primeiro lugar, ter fé na virtualidade
-fecundidade-contida na semente do Reino de Deus. Essa semente é a Palavra; é
também a Eucaristia, que se semeia em nós mediante a comunhão. Nosso Senhor
Jesus Cristo se comparou a si mesmo com : verdade, em verdade vos digo; se o
grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer produz muito
fruto;(Jo 12,24).
O Reino de Deus
prossegue Nosso Senhor, é semelhante, é semelhante ao fermento que uma mulher
tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada (Lc
13,21). Também aqui se fala da capacidade que tem a levedura de fazer fermentar
toda a massa. Assim sucede com: o resto de Israel, de que se fala no Antigo
Testamento: o resto salvará e fermentará a todo o povo. Seguindo com a
parábola, só é necessário que o fermento esteja dentro da massa, que chegue ao
povo, que seja como o sal capaz de preservar da corrupção e de dar bom sabor a
todo alimento (cf. Mt 5,13). Também é necessário dar tempo para que a levedura
realize seu labor.
Parábolas que animam a
paciência e a esperança; parábolas que se referem ao Reino de Deus e à Igreja,
e que se aplicam também ao crescimento deste mesmo Reino em cada um de nós.
Reflexão
Outubro - Mês Missionário |
Entre as várias
narrativas parabólicas que Lucas coloca ao narrar a caminhada de Jesus para
Jerusalém, apenas estas duas se referem ao reino de Deus. Esse reino tem uma
grande expansão no mundo, graças à pregação dos discípulos. Os modestos começos
do ministério de Jesus têm um grande desenvolvimento: a sua palavra que ecoa no
mundo inteiro e da qual todos recebem vida, é comparável à árvore cósmica de
Daniel (4, 7ª-9), cuja imagem é evocada no crescimento do arbusto de mostarda
(vv. 18s.).
Outra característica
do reino de Deus é a sua força intrínseca, que realiza um crescimento
qualitativo no mundo. Como um pouco de fermento escondido na massa inerte de
farinha provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização
animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo, sem qualquer
discriminação.
As parábolas sobre o
Reino animam-nos à confiança e à paciência. À confiança, porque o Senhor nos
revela que o reino de Deus cresce em nós. É semelhante a uma pequena semente,
mas tem uma grande força, semelhante à de um pouco de fermento que faz levedar
três medidas de farinha. O fermento não se vê, mas atua em segredo, tal como a
semente está escondida na terra, mas está viva e pode dar origem a uma grande
árvore.
O Reino tem, pois, uma
grande força dinâmica. Ora, esta força está em nós, porque Deus está em nós,
atua em nós para transformar a nossa vida. Por enquanto não vemos o que faz:
está escondido, é segredo, mas certamente faz grandes coisas.
A única condição é
misturar o fermento em todas as medidas de farinha, como faz a mulher ao
amassar. Fora de comparações: devemos guardar em nós este fermento e misturá-lo
na nossa vida na oração, na reflexão, na decisão firme; devemos amassar sempre
em nós o bom trigo do Evangelho com a nossa vida, não separar a nossa vida da
palavra do Senhor, confrontar-nos em todas as situações com as propostas de
Jesus, com a sua presença em nós.
O fermento é, também,
o pão eucarístico que cada dia nos é oferecido. Recebendo o Corpo real de
Cristo, podemos deixar-nos transformar em cada vez mais, e mais profundamente,
no Corpo Místico de Cristo.
Acolhendo em nós a Palavra e o Pão, podemos caminhar com confiança e paciência rumo à santidade e
pôr-nos ao serviço do Senhor, «contribuir para instaurar o reino da justiça e
da caridade cristã no mundo» (Cst. 32), para que, «a comunidade humana,
santificada pelo Espírito Santo, se torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rom
15,16)» (Cst. 31). Assim seremos fermento, luz, sal, testemunhas da «presença
de Cristo» entre os homens e do «Reino de Deus que vem» (Cst. 50) ou, «com a
graça de Deus, pela nossa vida religiosa, dar um testemunho profético,
empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade em Jesus Cristo» (Cst
n. 39).
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