40 anos da morte do Papa João Paulo I |
1ª Leitura (Co 3,1-11):
Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua
hora debaixo do céu: Há tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para
plantar e tempo para arrancar; tempo para matar e tempo para curar, tempo para
demolir e tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir, tempo para
gemer e tempo para dançar; tempo para atirar pedras e tempo para juntá-las,
tempo para se abraçar e tempo para se separar; tempo para ganhar e tempo para
perder, tempo para guardar e tempo para deitar fora; tempo para rasgar e tempo
para coser, tempo para calar e tempo para falar; tempo para amar e tempo para
odiar, tempo para a guerra e tempo para a paz. Que aproveita ao homem com tanto
trabalho? Tenho observado a tarefa que Deus atribuiu aos homens, para nela se
ocuparem. Ele fez todas as coisas apropriadas ao seu tempo e pôs no coração do
homem a sucessão dos séculos, sem que ele possa compreender o princípio e o fim
da obra de Deus.
Salmo Responsorial: 143
R.
Bendito seja o Senhor, rochedo do meu refúgio.
Bendito seja o Senhor,
meu refúgio, meu amparo e minha cidadela, meu baluarte e meu libertador, meu
escudo e meu abrigo.
Que é o homem, Senhor,
para que dele cuideis, o filho do homem para pensardes nele? O homem é
semelhante ao sopro da brisa, os seus dias passam como a sombra.
Aleluia. O Filho do homem veio para
servir e dar a vida pela redenção dos homens. Aleluia.
Evangelho (Lc 9,18-22):
Jesus estava orando, a sós, e os discípulos
estavam com ele. Então, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros
ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou». Mas Jesus perguntou:
«E vós, quem dizeis que eu sou?». Pedro respondeu: «O Cristo de Deus». Mas ele
advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: «É necessário o
Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e
escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar».
«Quem dizem as multidões que eu
sou?(...) E vós, quem dizeis que eu sou?»
Rev.
D. Pere OLIVA i March (Sant Feliu de Torelló, Barcelona, Espanha)
Hoje, no Evangelho, há
dois interrogantes que o mesmo Maestro formula a todos. O primeiro interrogante
pede uma resposta estatística, aproximada: «Quem dizem as multidões que eu
sou?» (Lc 9,18). Faz que giremos ao redor e contemplemos como resolvem a
questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, os
familiares mais próximos... Olhamos o entorno e sentimo-nos mais ou menos
responsáveis ou próximos -depende dos casos- de algumas dessas respostas que
formulam quem têm relação conosco e com nosso âmbito, as pessoas... E a
resposta diz-nos muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos consciência
daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado. Ajuda-nos a
sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além...
Há uma segunda
interrogação que pede por nós: «E vós, quem dizeis que eu sou?» (Lc 9,20). É
uma questão fundamental que chama à porta, que mendiga a cada um de nós: uma
adesão ou uma rejeição; uma veneração ou uma indiferença; caminhar com Ele e
Nele ou finalizar numa aproximação de simples simpatia... Esta questão é
delicada, é determinante porque nos afeta. Que dizem nossos lábios e nossas
atitudes? Queremos ser fiéis àquele que é e dá sentido ao nosso ser? Há em nós
uma sincera disposição a segui-lo nos caminhos da vida? Estamos dispostos a
acompanhá-lo à Jerusalém da cruz e da glória?
«É um caminho de cruz
e ressurreição (...). A cruz é exaltação de Cristo. Disse-o Ele mesmo: Quando
seja levantado, atrairei a todos para mim. (...) A cruz, pois, é glória e
exaltação de Cristo» (São André de Creta). Dispostos para avançar para Jerusalém?
Somente com Ele e Nele, verdade?
Reflexões de Frei Carlos Mesters,
O.Carm.
* O evangelho de hoje retoma o mesmo
assunto do evangelho de ontem: a opinião do povo sobre Jesus. Ontem, era a
partir de Herodes. Hoje, é o próprio Jesus que faz um levantamento da opinião
púbica e os apóstolos respondem dando a mesma opinião de ontem. Em seguida, vem
o primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
*
Lucas 9,18: A pergunta de Jesus depois da oração.
“Certo dia, Jesus
estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus
perguntou: Quem dizem as multidões que eu sou?". No evangelho de Lucas, em
várias oportunidades importantes e decisivas Jesus aparece rezando: no batismo
quando assume sua missão (Lc 3,21); nos 40 dias no deserto, quando vence as
tentações do diabo com a luz da Palavra de Deus (Lc 4,1-13); na noite antes de
escolher os doze apóstolos (Lc 6,12); na transfiguração, quando com Moisés e
Elias conversa sobre a paixão em Jerusalém (Lc 9,29); no horto, quando enfrenta
a agonia (Lc 22,39-46); na cruz, quando pede perdão pelo soldado (Lc 23,34) e
entrega o espírito a Deus (Lc 23,46).
*
Lucas 9,19: A opinião do povo sobre Jesus
“Eles responderam:
"Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros
acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou." Como Herodes,
muitos achavam que João Batista tivesse ressuscitado em Jesus. Era crença comum
que o profeta Elias devia voltar (Mt 17,10-13; Mc 9,11-12; Ml 3,23-24; Eclo
48,10). E todos alimentavam a esperança da vinda do profeta prometido por
Moisés (Dt 18,15). Resposta insuficientes.
*
Lucas 9,20: A pergunta de Jesus aos discípulos.
Depois de ouvir as
opiniões dos outros, Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Pedro
respondeu: “O Messias de Deus!” Pedro reconhece que Jesus é aquele que o povo
está esperando e que vem realizar as promessas. Lucas omite a reação de Pedro
tentando dissuadir Jesus de seguir pelo caminho da cruz e omite também a dura
crítica de Jesus a Pedro (Mc 8,32-33; Mt 16,22-23).
*
Lucas 9,21: A proibição de revelar que Jesus é o Messias de Deus
“Então Jesus proibiu
severamente que eles contassem isso a alguém”. Eles estão proibidos de revelar
ao povo que Jesus é o Messias de Deus. Por que Jesus proibiu? É que naquele
tempo, como já vimos, todos esperavam a vinda do Messias, mas cada um do seu
jeito: uns como rei, outros como sacerdote, outros como doutor, guerreiro,
juiz, ou profeta! Ninguém parecia estar esperando o messias servidor, anunciado
por Isaías (Is 42,1-9). Quem insiste em manter a ideia de Pedro, isto é, do
Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender e nunca chegará a tomar a
atitude do verdadeiro discípulo. Continuará cego, como Pedro, trocando gente
por árvore (cf. Mc 8,24). Pois sem a cruz é impossível entender quem é Jesus e
o que significa seguir Jesus. Por isso, Jesus insiste novamente na Cruz e faz o
segundo anúncio da sua paixão, morte e ressurreição.
*
Lucas 9,22: O segundo anúncio da paixão
E Jesus acrescentou:
"O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos
chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no
terceiro dia". A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém
pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no
caminho do serviço, desde a Galileia até Jerusalém. O Caminho do seguimento é o
caminho da entrega, do abandono, do serviço, da disponibilidade, da aceitação
do conflito, sabendo que haverá ressurreição. A cruz não é um acidente de
percurso, mas faz parte deste caminho. Pois num mundo, organizado a partir do
egoísmo, o amor e o serviço só podem existir crucificados! Quem faz da sua vida
um serviço aos outros, incomoda os que vivem agarrados aos privilégios, e
sofre.
Para
um confronto pessoal
1) Acreditamos todos em Jesus. Mas um
entende Jesus de um jeito, outro o entende de outro jeito. Qual é, hoje, o
Jesus mais comum no modo de pensar do povo?
2) Como a propaganda interfere no meu
modo de ver Jesus? O que faço para não cair na arapuca da propaganda? O que,
hoje, nos impede de reconhecer e de assumir o projeto de Jesus?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO