sexta-feira, 23 de março de 2018

VIA SACRA


V. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
R. Amém.

Na morte de Cristo descobrimos a prova definitiva do amor infinito do Pai para com o mundo. Por meio da Paixão do Filho de Deus alcançámos a salvação. Meditar com devoto recolhimento e piedade os mistérios da Paixão e Morte de Nosso Senhor é um compromisso sincero para alcançar uma profunda e contínua conversão interior.

Oremos: Deus, nosso Pai, que a luz da vossa graça ilumine a nossa contemplação e oração, ao percorrermos a estações do caminho da Cruz do Vosso Filho, concedei-nos fortaleza para sabermos avançar sempre pelos passos de Jesus Cristo, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

1ª- Estação: Jesus no horto das oliveiras

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de S. Marcos (Mc 14, 32-36): Chegaram a uma propriedade chamada Getsêmani e Jesus disse aos seus discípulos: ficai aqui, enquanto eu vou orar. Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então: a minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai. Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível se afastasse dele aquela hora. Jesus dizia: Abba, Pai, tudo Te é possível: afasta de mim este cálice. Contudo, não se faça o que eu quero, mas o que tu queres.

Getsêmani é o horto das oliveiras, o horto da angústia, o horto do sono dos discípulos… No Getsêmani, Jesus experimenta o quanto é difícil a obediência, a aceitação da vontade do Pai. No Getsêmani, os discípulos dormem enquanto Jesus ora. Os discípulos são incapazes de velar e acompanhar a agonia de Jesus, a sua solidão, a sua aceitação do cálice amargo da Paixão.

Oremos: Senhor Jesus, que assumis a dor, aceitais o sofrimento e superais a última tristeza, concedei-nos sensibilidade e vigilância para Vos acompanharmos sempre, nos irmãos que sofrem ou estão tristes e abandonados. Dai-nos a fortaleza necessária para beber, seguindo o Vosso exemplo, o cálice da vontade divina. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

2º Estação – Jesus, atraiçoado por Judas, é preso

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (Mc 14, 43-46): Ainda Jesus estava a falar quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e anciãos. Logo que chegou aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo: “Mestre”. Então deitaram-lhe as mãos e prenderam-no.

É terrível sentir-se atraiçoado, vendido por um amigo. Nunca se poderá justificar a primazia do dinheiro sobre o amor. Judas esteve na ceia com Cristo e em companhia dos Apóstolos; ninguém adivinhava o que ele ia fazer. E saiu para a noite negra da traição. Judas deu um falso beijo para entregar o Mestre, prostituindo o sinal nobre do amor. Beijou para atraiçoar.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, a vossa agonia debaixo da oliveira, árvore da paz, termina com o barulho e o tumulto da traição, e a prisão. Nós vos pedimos fidelidade no amor, constância no bem e verdade na palavra. Livrai-nos sempre da traição e do engano. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.



3ª Estação: Jesus é condenado pelo Sinédrio

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (14, 55.60-64): Os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam. O sumo-sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus: “não respondes nada ao que eles depõem contra ti?” “És Tu o Messias, Filho do Deus bendito?” Jesus respondeu-lhe: “ Eu sou”. Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte.

O Sinédrio, o grande Concelho de anciãos, sacerdotes e escribas, reunido em assembleia extraordinária, num lugar onde não era costume e a uma hora não habitual, decide a morte de Jesus. Um tribunal, sinal de justiça, atua injustamente condenando o justo. A inocência é declarada culpada. Querer condenar à morte, falsear testemunhos, fazer calar o que interpela pela sua coerência e pureza de vida, tem sido e é atitude frequente.

Oremos: Senhor Jesus, calado diante do tribunal, condenado à morte, esbofeteado e cuspido: que grande lição de silencio e de humildade nos dais, a nós que falamos tanto e julgamos negativamente! Concedei-Nos a graça de viver em perdão, de nunca condenar ninguém e de não nos escandalizarmos facilmente. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

4ª Estação – Jesus é negado por Pedro

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (14, 66-72): Estando Pedro em baixo no átrio, aquecendo-se, veio uma das criadas e ao ver Pedro disse-lhe: “tu também estavas com o Nazareno, com Jesus” Ele, porém negou, dizendo: “nem sei nem entendo o que dizes.” Saindo fora, ao vestíbulo, cantou um galo. Tendo a criada visto Pedro outra vez, disse aos presentes: “este é dos d’Ele.” Ele novamente negou. Tendo passado um pouco, disseram-lhe os presentes: “na verdade, tu és um dos d’Ele, pois és galileu.” Ele começou a fazer imprecações e a jurar: “não conheço Esse Homem de Quem falais”. Nesse momento o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro recordou-se do que Jesus lhe tinha dito: “antes que o galo cante duas vezes, tu já Me terás negado três vezes.” E começou a chorar.

Na noite da Paixão, diante de um tribunal de mulheres e soldados, cheio de medo e suor, Pedro negou publicamente a sua ligação com o Nazareno. Pedro, tu que ouviste o canto do galo, tu que choraste a tua negação, não ouves os gritos dos cobardes, dos que negam para não serem condenados? Não vês os negadores de sempre, a quem a alma treme no corpo?

Oremos: Senhor Jesus, a luz serena e bondosa dos Vossos olhos penetrou na noite; os Vossos olhos luminosos cruzaram-se com os olhos envergonhados de Pedro. Concedei-nos que sejamos sinceros e fortes na debilidade das nossas lágrimas, e que saibamos chorar a nossa cobardia, para podermos voltar a ver o Vosso rosto. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

5ª Estação: Jesus é julgado por Pilatos

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (15, 9-15): Pilatos perguntou à multidão: “querem que solte o Rei dos judeus?” O povo, porém, incitado pelos príncipes dos sacerdotes, gritava: “solta-nos Barrabás”. Pilatos de novo perguntou: “que quereis que eu faça ao Rei dos judeus?” Eles gritaram: ”crucifica-O!” Então Pilatos disse: “que mal é que ele praticou?” Contudo eles ainda mais forte gritaram: “crucifica-O!” Então Pilatos, querendo agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás. E depois de ter mandado chicotear Jesus, entregou-O para que O crucificassem.

Pilatos quis manter a ordem no meio de um povo desordeiro, e quis também salvar um inocente. As duas coisas eram opostas. Os gritos da multidão impressionavam-no. E embora lavasse as mãos diante do povo, acabou por ser culpado do assassinato de um inocente. Pilatos, curioso por saber o que é a verdade, não a descobre diante de Cristo que Se cala… Pilatos quis agradar ao povo, libertando um homicida e condenando à morte Quem tinha vindo para dar a vida por todos.

Oremos: Senhor Jesus, que do tribunal religioso fostes levado à presença da autoridade política para serdes condenado; Vós que passastes pela vida fazendo o bem e pregando a Boa Nova da salvação, sois entregue aos invejosos para serdes crucificado. Livrai-nos da hipocrisia de lavarmos as mãos perante a injustiça; que, seguindo o Vosso exemplo em todas as circunstancias, sempre salvemos e nunca condenemos. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

6ª Estação – Jesus é flagelado e coroado de espinhos

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (Mc 15, 16-19): Os soldados conduziram-no para dentro do átrio, isto é, ao pretório, convocando toda a corte. Revestiram-no então com um manto de púrpura, e cingiram-Lhe a cabeça com uma coroa tecida de espinhos. Então começaram a saudá-lo, dizendo: “salve, ó rei dos judeus.” Ao mesmo tempo batiam-Lhe com uma cana na cabeça, cuspiam-Lhe e pondo-se de joelhos faziam-lhe reverências.

Refinadíssima tortura a que padeceu Cristo: tortura da flagelação e da comédia sangrenta. Os açoites terminam em coroação de espinhos. Que infâmia esta a dos soldados! Que escárnio de falsas homenagens! A comédia das genuflexões, os golpes na cabeça e os escarros no rosto. À dor moral une-se a dor física.

Oremos: Senhor Jesus, Cristo das injúrias, flagelado, ultrajado, escarnecido, coroado de espinhos. Quanta paciência temos para aprender diante da vossa imagem preso à coluna, e perante a comédia dos que não têm compaixão! Iluminai-nos com o Vosso amor, para que nunca flagelemos ninguém, nem coroemos de espinhos, nem façamos pouco dos débeis, nem exerçamos a violência física. Vós, o paciente, que sois Deus com o Pai, na unidade do espírito Santo.
R. Amém.

7ª Estação: Jesus carrega com a cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (Mc 15, 20-21): Tendo-O escarnecido, os soldados tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas próprias roupas. Depois levaram-No dali, para o crucificarem.

Sobre os ombros de Jesus colocaram, colocamos todos, a Cruz. O seu peso é duro, mas é-o sobretudo pelo seu fim. O Filho de Deus caminha com a Cruz às costas para salvar os filhos dos homens. A Cruz de Cristo é bem diferente das cruzes de adorno, de poder e de honra que nós, homens, colocamos uns aos outros. A árvore seca do patíbulo converte-se em árvore verde de vida.

Oremos: Senhor Jesus, Mestre no alto da Cruz, Sacerdote do único sacrifício, ensinai-nos a sermos vossos discípulos, a saber tomar a nossa própria cruz, a seguir-Vos sempre. Dai-nos a verdadeira sabedoria, para sabermos aceitar e entender a cruz como caminho necessário para a glória. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.



8ª Estação – Jesus é ajudado pelo cireneu a levar a cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (Mc 15, 21):. Obrigaram então um certo homem que passava, vindo do campo, chamado Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, a levar a cruz.

Ninguém queria ajudar Jesus, não houve voluntários. O Cireneu é obrigado pelos soldados a levar a Cruz de um condenado à morte. Há muitos “cireneus” forçados, que se compram ou alugam, mas não o fazem por compaixão. Ser cireneu é não recusar a cruz do irmão, é entender o evangelho do sofrimento, é ser solidário com o homem humilhado.

Oremos: Senhor Jesus, ao carregardes com a Cruz de todos os homens, tivestes que ser ajudado pelo Cireneu no Vosso caminho para o Calvário. Dai-nos entranhas de misericórdia, ensinai-nos a levar a cruz e fazei que nunca deixemos abandonados à beira do caminho da vida os homens com a suas cruzes. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.




9ª Estação – Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Lucas (Lc 23, 27-28): Seguia-O uma grande multidão de povo e de mulheres que O choravam e O lamentavam. Voltando-se para elas, disse-lhes Jesus: “ filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”.

Choravam as mulheres de Jerusalém e Jesus repreendeu as suas lágrimas, com estranhas palavras de advertência. Não precisam de chorar com lamentos estéreis aqueles que não aliviam nenhuma dor do mundo. Todos somos convidados a chorar com realismo sobre nós mesmos, e nunca ser carpideiras dos outros. O pranto do cristão deve ser o arrependimento, a justa penitência, a conversão.

Oremos: Senhor Jesus, que nos olhais com amor e Vos compadeceis de todos, perdoai os nossos falsos lamentos. Fazei que saibamos chorar a secura das nossas vidas egoístas, para florescermos com frutos de amor sincero. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.


10ª Estação: Jesus é crucificado

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Marcos (Mc 15, 23-26): Depois de O terem crucificado repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte a fim de ver a quem tocava cada parte. Era a hora tercia quando O crucificaram. O motivo da Sua condenação estava assim inscrito: “Rei dos Judeus”.

Chegou a hora da crucifixão: Jesus é pregado na Cruz e é levantado ao alto. Os seus braços estendidos entre o céu e a terra traçam o sinal indelével da aliança. A árvore seca da cruz tinge-se de púrpura do Sangue divino. Sempre é difícil entender a loucura da cruz, absurda para o mundo e salvação para o cristão. Doce árvore onde começa a vida, com um peso tão doce no seu exterior.

Oremos: Senhor Jesus, crucificado pelos nossos crimes, exaltado no calvário do mundo para redimir a todos: na Cruz nós Vos reconhecemos como nosso Salvador. Nós Vos bendizemos e adoramos no patíbulo da Cruz, sinal de vitória e de triunfo. Concedei-nos que saibamos aceitar as nossas cruzes de cada dia. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Amém

11ª Estação: Jesus promete o seu reino ao bom ladrão

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Lucas (Lc 23, 39-42): Um dos malfeitores que tinham sido crucificados com Ele insultava-O, dizendo: “porventura não és Tu o Messias? Salva-Te, pois, a Ti mesmo e a nós também.” O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o, dizendo: “não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Conosco fez-se justiça, pois recebemos o justo castigo dos nossos crimes, porém, este nada de mau praticou”. E dizia: “Jesus, quando chegares ao teu Reino lembra-Te de mim”. Jesus respondeu-Lhe: “em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”.

Cristo é crucificado entre malfeitores, a sua última companhia são dois ladrões. Aparente confusão do bem com o mal! O vento do Calvário envolve e fustiga as três cruzes. As palavras sinceras perante a morte são sempre solenes, e sobretudo o último pedido: “Lembra-te de mim quando chegares ao Teu reino”. O bom ladrão descobriu o Crucificado na sua própria cruz. E Jesus morre salvando: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”.

Oremos: Senhor Jesus, crucificado em estranha companhia, insultado e invocado na agonia. Nós Vos pedimos, como o bom ladrão, que não nos esqueçais, que não nos abandoneis no fim, que tenhais piedade de nós e nos leveis para a casa do Pai. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.


12ª estação: Jesus crucificado, a Mãe e o Discípulo

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São João (19, 25-27): Junto da cruz de Jesus, estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria de Magdala. Ao ver sua mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe”. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa.

No alto do Gólgota, junto da cruz de Jesus, recortam-se as silhuetas da Mãe e do discípulo. Os retábulos das nossas igrejas coroam-se com estas mesmas imagens. Tudo é alto na cruz. Muda e imóvel, junto do patíbulo, está a Mãe Dolorosa, vendo morrer o Filho abandonado. E desde então remediou-se a solidão da Mãe e a orfandade de todos: nós somos os filhos regenerados, os filhos nascidos na dor.

Oremos: Senhor Jesus, que antes de morrer nos fizestes a última grande doação, nós Vos damos graças pela Mãe Dolorosa, que é a nossa melhor consolação e herança. Nós Vos pedimos para estar sempre, como Maria e João, ao pé da Cruz, pois só os fortes devem sofrer junto de Deus. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

13ª Estação: Jesus morre na cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de S. Marcos (Mc 15, 33-36): Jesus exclamou com voz forte: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e deu-Lhe a beber. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.

Todo o moribundo experimenta a sombra da angústia e da solidão, o abandono total. Mas, o Pai poderá abandonar o Filho? O brado de Jesus é um brado misterioso, de sofrimento total, de esperança contra toda a esperança. Os lábios de Jesus confessam outro mistério; a sede do Seu corpo é sede divina.

Oremos: Senhor Jesus, Vós morrestes para nos dar a vida; com a Vossa morte reconciliastes tudo, na Vossa morte aprendemos a lição suprema do amor. Depois da vossa morte, já tem sentido a nossa morte. Tende compaixão de todos os mortos! Ensinai-nos a saber viver para saber morrer como Vós. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.


14ª Estação: Jesus é depositado no sepulcro

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Lucas (Lc 23, 50-54): Um membro do Conselho, chamado José, homem reto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus e, descendo-o da cruz, envolveu-O num lençol e depositou-O num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e já brilhavam as luzes do sábado.

No fim da tragédia, há este remate de ternura e dramatismo; Jesus é sepultado, para que o Seu corpo não ficasse exposto e entregue à noite. Jesus é despregado e descido da cruz. O lençol conhece o último contato da pele, já tranquila, maltratada, de Jesus. O corpo de Jesus vai estrear um sepulcro. Tudo faz silêncio, terrível silêncio. O silêncio de Deus. E pelas frestas da pedra rolada para a entrada do sepulcro sai o aroma do corpo ungido de Cristo, o aroma da iminente ressurreição.

Oremos: Senhor Jesus, meditámos a Vossa Paixão, contemplámos a Vossa Morte, chegámos ao Vosso sepulcro. Vós que estivestes três dias sepultado, concedei-nos a graça de entender que a nossa vida e a nossa morte é uma espera da ressurreição gloriosa. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

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