Textos: Jn 3, 1-5.10; 1 Cor 7, 29-31; Mc 1,
14-20
Evangelho
(Mc 1,14-20): Depois que João foi preso,
Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa Nova de Deus: «Completou-se o
tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova».
Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e o irmão Então
disse-lhes: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». E eles,
imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo um pouco adiante, viu
também Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão, João, consertando as redes no
barco. Imediatamente, Jesus os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu no barco
com os empregados, puseram-se a seguir Jesus.
«Convertei-vos e crede
na Boa Nova»
+ Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona,
Espanha)
Hoje,
a Igreja convida-nos a nos converter e, com Jesus nos diz: «Convertei-vos e
crede na Boa Nova» Por tanto, devemos fazer o que nos diz Jesus Cristo,
corrigindo e melhorando o que seja necessário.
Toda
ação humana conecta com o desígnio eterno de Deus sobre nós e com a vocação a
escutar Jesus, segui-lo em tudo e para tudo e, proclamá-lo tal como o fizeram
os primeiros discípulos, tal como o fizeram e procuramos fazê-lo milhões de
pessoas.
Agora
é a oportunidade de encontrar a Deus em Jesus Cristo; agora é o momento de
nossa vida que empalma com a eternidade feliz ou desgraçada; agora é o tempo
que Deus nos oferece para encontrar-nos com Ele, viver como seus filhos e fazer
que os acontecimentos diários tenham a carga divina que Jesus Cristo —com sua
vida no tempo — lhes imprimiu.
Não
podemos perder a oportunidade presente! Esta vida mais ou menos comprida no
tempo, mas sempre curta, pois «a figura deste mundo passa» (1Cor 7,31). Depois,
uma eternidade com Deus e com seus fiéis na vida e felicidade plenas, ou longe
de Deus —com os infiéis—na vida e infelicidade totais.
Assim,
as horas, os dias, os meses e os anos, não são para mal gastá-los, nem para
aposentar-se e passá-los sem pena nem glória com um simples “vamos indo”. São
para viver —aqui e agora— o que Jesus proclamou no Evangelho salvador: viver em
Deus, amando-o todo e a todos. E, assim os que amaram —Maria, Mãe de Deus e
nossa Mãe; os santos; os que foram fiéis até o fim da vida terrenal— puderam
escutar: «‘Parabéns, servo bom e fiel! (...): Vem participar da alegria do teu
senhor!’» (Mt 25,23).
Convertamo-nos!
Vale a pena! Amaremos, e seremos felizes desde agora.
Cristo chama uns quantos
para que o ajudem, no corpo e na alma, na obra da salvação, às vinte quatro
horas do dia, os sete dias da semana e os doze meses do ano.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Sta Inês, virgem e mártir |
No
domingo passado o Senhor fazia uma pergunta aos que o seguiam: “Quem buscais?”.
Hoje lhes fala com um imperativo categórico e uma promessa: “segui-me e eu
farei de vós pescadores de homens”. Deus chamou também Jonas e lhe deu uma
missão: “Vai a Nínive e anuncia a mensagem que eu te indicarei” (primeira
leitura). Missão que urge, pois a vida é curta (segunda leitura).
Em
primeiro lugar, quem é o que os chama? Jesus, o Filho do Deus Vivo, o Messias,
o Senhor, o Mestre, o bom Pastor, o Pão da vida, a Luz do mundo, o Caminho e a
Verdade e a Vida. Jesus, o filho de Maria, a de Nazaré que lhe deu carne e
batimento humano. Jesus, o grande Pescador de homens, lançado neste mar da vida
para salvar dos dentes dos tubarões o que pronunciar o seu nome e o aceitar
como único Redentor, subindo na cabotagem da sua Igreja, cujos primeiros
remadores são estes discípulos de Galileia. Sim, é Jesus de Nazaré quem os
escolhe; esse Jesus pobre, austero, livre, confiante na Providência divina. Não
lhes promete coisas nem dinheiro, pois o dinheiro em mãos dos consagrados pode
ser perigoso, criar dependência humana, rebaixar a dependência divina,
corromper a austeridade de vida. E se não, que fale a história de algumas
ordens religiosas: a sua corrupção ou relaxamento sempre por causa da sua
riqueza. Muito melhor livres, sozinhos, distintos e distantes. E se não, que
fale Jesus por nós.
Em
segundo lugar, e quem chama? Não filósofos, nem sábios, nem arquitetos, nem
sumos sacerdotes ou escribas. Não. Chama pobres pescadores. Não eram mendigos,
mas sim trabalhadores; iam à sinagoga nos sábados, mas não pisaram a escola nos
dias da sua vida; não tinham gota de sangue azul nas suas artérias nem um
centavo no bolso nem outro horizonte de vida que os montes, os ventos e as
ondas do seu lago natal. Eram proletários, esses que parecem agradar a Deus e
temos que tomar em consideração a quantidade desses que Ele elege! Dessa
pedreira Cristo tirou uns apóstolos que deram a sua vida por Ele. Arquimedes
disse três séculos antes de Jesus: “dá-me um ponto de apoio e eu moverei a
terra”. E a alavanca não funcionou. Jesus disse: “dá-me doze simples pescadores
e mudarei o mundo”. Foi êxito seguro. Pescadores com barcos e quilhas bem
chacoalhadas, as suas redes remendadas, as suas cheias de calos, o seu coração
no ar e dependendo da providência. Chamou esses com amor e livremente.
Finalmente,
por que e para que os chama? O porquê está bem claro: porque os amou antes da
nossa criação, não pelos seus méritos, que não tinham; e sim muitos deméritos
para que não os escolhesse. E para que, bem diz a famosa canção de Cesáreo
Gabarain: “Lá na praia eu larguei o meu barco, junto a Ti buscarei outro mar”.
Para isso, nada mais e nada menos para isso: lançar-se ao mar no mesmo barco de
Jesus para pescar muitos peixes e assim não ser devorados pelos tubarões das
ideologias da moda e das falácias do mundo, e atrai-los para o mar de Jesus;
pois são peixes que o sangue redentor de Cristo ganhou e limpou e formou no
esplêndido cardume. Um mar amplo e espaçoso onde terá abundantes peixes de
todos os tamanhos e cores: peixes miúdos e grandes; peixes esquálidos e
saudáveis; peixes que estão no barco da educação, dos hospitais, dos asilos de
anciãos, e em todas as periferias existenciais. Mas também um mar que terá-como
tudo na vida-as suas ondas fortes, os seus momentos de calma. Um mar, onde por
momentos soprarão os ventos das monções e dos mormaços que parecem que vão nos
asfixiar, mas também ventos alísios que nos adormecem na mediocridade; e os
glaciares, os que buscarão nos congelar. Um mar cheio de desafios e de piratas
e de sereias. Porém, um mar onde Jesus guia o barco e está no timão. O que
temer, quem temer? Por isso, quem é escolhido por Cristo como pescador de
homens deve rezar todos os dias a oração de santo Inácio de Loiola: “Tomai,
Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento; tudo
o que sou e possuo. Vós me destes tudo, a Vós, Senhor, devolvo tudo. Tudo é
vosso, disponde de mim como quiserdes. Dai-me o vosso amor e a vossa graça e
isto me basta…”.
Para
refletir:
se fui eleito pelo Senhor
para ser pescador de homens, estou feliz e agradecido com Ele? Deixei Cristo no
timão do meu barco? Lanço as redes com toda a minha arte e com a confiança
posta no Senhor que vai dentro do meu barco? Prefiro ir a alto mar ou fico na
margem do medo e da preguiça?
Para
rezar: Senhor, obrigado por ter me escolhido.
Limpai as minhas redes. Restaurai os meus remos. Tomai o timão do meu barco.
Convosco, estou feliz. Se me derdes abundantes peixes, estou feliz. Se quiserdes
que experimente a esterilidade, também estarei feliz. Com tal de ir contigo, o
que mais me importa? Contente, Senhor, contente, como santo Alberto Hurtado.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO