Textos: Is 61, 1-2.10-11; 1 Tess 5, 16-24; Jo
1, 6-8.19-28
Evangelho
(Jo 1,6-8.19-28): Veio um homem, enviado
por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho
da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas
veio para dar testemunho da luz. Este é o testemunho de João, quando os judeus
enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar: «Quem és tu?».
Ele confessou e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Cristo». Perguntaram:
«Quem és, então? Tu és Elias?» Respondeu: «Não sou». — «Tu és o profeta?» —
«Não», respondeu ele. Perguntaram-lhe: “Quem és, afinal? Precisamos dar uma
resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu
sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!’ -
conforme disse o profeta Isaías». Eles
tinham sido enviados da parte dos fariseus, e perguntaram a João: «Por que,
então, batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?» João lhes
respondeu: «Eu batizo com água. Mas entre vós está alguém que vós não conheceis:
aquele que vem depois de mim, e do qual eu não sou digno de desatar as correias
da sandália!» Isso aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João
estava batizando.
«Mas entre vós está
alguém que vós não conheceis»
Rev. D. Joaquim MESEGUER García (Sant Quirze del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Hoje,
durante o Advento, recebemos um convite à alegria e à esperança: «Vivei sempre
contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta
é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo» (1Tes 5,16-18). O Senhor
está próximo: «Minha Filha, teu coração é o céu para Mim», lhe diz Jesus a
Santa Faustina Kowalska (e, com certeza, o Senhor queria repetir a cada um dos
seus filhos). É um bom momento para pensar em tudo o que Ele fez por nós e
agradecer.
A
alegria é uma característica essencial da fé. Sentir-se amado e salvo por Deus
é um grande gozo; saber que somos irmãos de Jesus Cristo que deu sua vida por
nós é o motivo principal da alegria cristã. Um cristão abandonado à tristeza
terá uma vida espiritual raquítica, não chegará a ver tudo o que Deus fez por
ele e, portanto, será incapaz de comunicá-lo. A alegria cristã brota da ação de
graças, sobretudo pelo amor que o Senhor nos manifesta; cada domingo o faz
comunitáriamente ao celebrar a Eucaristia.
O
Evangelho nos apresenta a figura de João Batista, o precursor. João gozava de
grande popularidade entre as pessoas simples; mas, quando lhe perguntam, ele
responde com humildade: «Pois, então, quem és? Perguntaram-lhe eles. És tu
Elias? Disse ele: Não o sou. És tu o profeta? Ele respondeu: Não.» (cf. Jo
1,21); «João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós
não conheceis. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar
a correia do calçado.» (Jo 1,26-27). Jesus Cristo é Aquele a quem esperamos;
Ele é a Luz que ilumina o mundo. O Evangelho não é uma mensagem estranha, nem
uma doutrina entre tantas outras, e sim, a Boa Nova que completa o sentido de
toda vida humana, porque nos foi comunicada pelo próprio Deus que se fez homem.
Todo cristão está chamado a confessar a Jesus Cristo e a ser testemunha de sua
fé. Como discípulos de Cristo, estamos chamados a contribuir como o dom da luz.
Más além dessas palavras, o melhor testemunho, é e será o exemplo de uma vida
fiel.
Alegrai-vos!
Pe. Antonio Rivero, L.C.
A
verdadeira alegria na vida é Jesus que com o seu nascimento vem para dissipar
as trevas do pecado e nos envolver na sua luz maravilhosa.
A
Igreja chama este domingo “Domingo gaudete”, isto é, domingo do “Alegrai-vos”.
Recebe este nome pela primeira palavra em latim da antífona de entrada, que
diz: Gaudéte in Domino semper: íterum dico, gaudéte (“Estai sempre alegres no
Senhor, repito, estai sempre alegres” Flp 4, 4.5). As trevas que cobriam o
Antigo Testamento começaram a dissipar-se com a luz- tênue ainda- dos profetas.
Depois brilhou a tocha precursora- João-. Até que finalmente amanheceu Cristo,
Sol nascido do alto para iluminar os que estavam sentados nas trevas da morte.
A primitiva Igreja nutriu a sua piedade nesta ideia de Cristo- Luz. E tal
piedade cristalizou numa fórmula do Concílio de Nicéia insertada no Credo:
“Creio em um só Senhor Jesus Cristo…, Deus de Deus, Luz da Luz”. E com a sua Luz
veio a alegria (segunda leitura, evangelho).
Em
primeiro lugar, alegremo-nos, porque se aproxima o nosso Salvador e Libertador.
Do que nos salva? (1 leitura). Das correntes e dos grilhões que, quem sabe,
atam a nossa alma e por isso não é livre para se relacionar na oração humilde
com esse Deus da Salvação. Dos medos que nos paralisam e não nos deixam
descobrir que esse Salvador é Pai e Amigo e Companheiro de caminho à
eternidade. Das tristezas que nos afogam que nos impedem de sorrir ao
experimentar a ternura deste Deus Libertador que vem com os despojos da sua
vitória na mão depois de uma luta terrível contra o inimigo da nossa alma. Das
falsas expectativas, utopias e piscares de olhos que nos faz este mundo e os
nossos sonhos fátuos, que nos apresentam o seguimento de Cristo como um caminho
de rosas, de êxitos e reconhecimentos, quando na realidade sabemos que devemos
segui-lo pelo caminho da cruz, do esforço, mas com Ele do nosso lado. Vem para
nos salvar de tudo isso: das falsas ideologias, de esperanças disfarçadas, dos
sistemas socioeconômicos escravizadores e desumanos, dos nossos ridículos e
devoradores egoísmos, vaidades e ambições. Salvação completa, de corpo e alma e
espirito (segunda leitura).
Em
segundo lugar, alegremo-nos porque volta a nascer o Sol de justiça que lança a
sua luz sobre o nosso mundo. Aonde quer chegar com a sua luz? Quer chegar até a
nossa Igreja nesta hora fatídica, mas ao mesmo tempo entusiasmante e
desafiadora, da sua história para que continue guardando com zelo e carinho o
depósito da fé sem permitir elixires doces ou misturas esquisitas. Chegar neste
mundo que se ufana das suas conquistas cientificas, à margem de Deus e
inclusive em contra de Deus; e a única coisa que pretende é ser vagalume para
si mesmo. Chegar às nossas famílias hoje bombardeadas e cujos escombros não nos
permitem ver a beleza desta igreja doméstica. Chegar aos nossos jovens que se
preparam para um matrimônio fiel e feliz, para que tenham a luz e o
discernimento para dar esse nobre passo no projeto de vida matrimonial segundo
os desígnios de Deus. Chegar aos nossos seminaristas e sacerdotes para que
descubram ou redescubram a beleza da vocação de entrega alegre e gozosa ao
Senhor no celibato pelo Reino dos céus, e não busquem outras compensações
mundanas e álibis, que nunca os farão felizes por levar uma vida de duas caras
e não acorde com a sua consagração a Deus em santidade de vida. Chegar aos
nossos anciãos, para que a Luz de Cristo lhes encha de esperança e consolo nesta
etapa dourada da sua existência e possam vislumbrar a eternidade no ocaso da
sua vida. Chegar aos nossos irmãos mais pobres e desfavorecidos, para que essa
Luz de Cristo entre nos corações de todos os que podem socorrê-los material,
espiritual, moral e psicologicamente. E, enfim, a luz de Cristo quer chegar a
todos: crianças, artistas, comunicadores, literatos; da mesma maneira com que o
sol manda os seus raios a todos, assim Cristo. Só que quem não abrir a janela
ficará na escuridão.
Finalmente,
alegremo-nos porque a Palavra de Deus se encarna e acampará entre nós. O que
nos dirá essa Palavra? Deus é Amor e é Pai. Bem-aventurados os pobres, os
mansos, os sofridos, os que têm fome e sede da Vontade de Deus, os puros, os
misericordiosos, os pacificadores, os perseguidos. “Amai-vos uns aos outros
como eu vos tenho amado”, repartindo o pão com o necessitado, enxugando as
lágrimas daquele que chora, consolando o que está triste, animando o que está
desanimado e perdoando o inimigo.
Para
refletir:
Vivo alegre na minha vida
cristã? Quem é a fonte da minha alegria? Já abri de par em par as portas da
minha existência à luz de Cristo ou tenho algumas janelas fechadas onde não
entrou ainda esta Luz de Cristo? Quais: afetividade, vontade, sentimentos,
êxitos, fracassos…?
Para
rezar: Senhor, enchei-me da vossa alegria e
da vossa luz. Senhor, que eu seja portador da vossa alegria e da vossa luz ao
redor dos que convivem comigo. Que a minha alegria seja funda e profunda,
fundamentada em Vós.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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