Textos: Is 63, 16-17.19; 64, 2-7; 1Co 1, 3-9;
Mc 13, 33-37
Evangelho
(Mc 13,33-37): Naquele tempo, disse
Jesus aos discípulos: «Cuidado! Ficai atentos, pois não sabeis quando chegará o
momento. É como um homem que, ao viajar, deixou sua casa e confiou a
responsabilidade a seus servos, a cada um sua tarefa, mandando que o porteiro
ficasse vigiando. Vigiai, portanto, pois não sabeis quando o senhor da casa
volta: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Não aconteça que,
vindo de repente, vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos:
vigiai!».
«Ficai atentos, pois não
sabeis quando chegará o momento»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Hoje,
neste primeiro domingo de Advento, a Igreja começa a recorrer um novo ano
litúrgico. Entramos, portanto, em dias de especial expectativa, renovação e
preparação.
Jesus
adverte que ignoramos «quando chegará o momento» (Mc 13,33). Sim, nesta vida
existe um momento decisivo. Quando será? Não o sabemos. O Senhor nem quis
revelar o momento que deverá ocorrer o fim do mundo.
Enfim,
tudo isso nos conduz a uma atitude de expectativa e de conscientização: «Não
aconteça que, vindo de repente, vos encontre dormindo» (Mc 13, 36). O tempo
nesta vida é um tempo para a entrega, para o amadurecimento de nossa capacidade
de amar; não é um tempo para o divertimento. É um tempo de “noivado” como preparação
para o tempo de “bodas” no mais além, em comunhão com Deus e com todos os
santos.
Mas
a vida é um constante começar e recomeçar. O fato é que passamos por muitos
momentos decisivos: provavelmente cada dia, cada hora e cada minuto hão de se
transformar em um tempo decisivo, onde nos espera o Senhor. «Na nossa vida, na
vida dos cristãos, a conversão primeira — esse momento único, que cada um lembra
e no qual fizemos claramente aquilo que o Senhor nos pede—é importante; mas
ainda são mais importantes e, mais difíceis, as sucessivas conversões» (São
Josemaria).
Neste
tempo litúrgico nos preparamos para celebrar o grande “advento”: a vinda do
Nosso Amo. “Natal”, “Nativistas”: Tomara que cada jornada de nossa existência
seja um “nascimento” à vida de amor! Talvez resulte que fazendo de nossa vida
um permanente “Natal” seja a melhor maneira de não dormir. Nossa Mãe Santa
Maria vela por nós!
Alertas! Vigiai!
Pe. Antonio Rivero, L.C.
S. Francisco Xavier, Presbítero |
A
partir de hoje até o dia do Batismo do Senhor, o domingo seguinte à Epifania,
percorreremos com a fé e o amor seis semanas litúrgicas de “tempo forte” nas que
celebramos a Boa Notícia: a vinda do Senhor. Advento é um tempo anual para
contemplar a vinda de Cristo ao mundo, esperá-la, desejá-la, prepará-la nas
nossas vidas e, em definitiva, celebrá-la. A vinda histórica de Cristo, que
comemoramos no Natal, deixa em nós o desejo de uma vinda mais plena. Por isso
dizemos que no Advento celebramos uma tríplice vinda do Senhor:
(1) a histórica, quando assumiu a nossa
mesma carne para fazer presente no mundo a Boa Notícia de Deus;
(2) a que se realiza agora, cada dia, através
da Eucaristia e dos outros sacramentos, e através de tantos sinais da sua
presença, começando pelos sinais dos irmãos, e dos irmãos pobres;
(3) e finalmente, a vinda definitiva, no
final dos tempos, quando chegará à plenitude o Reino de Deus na vida eterna.
O
que necessitamos? Estar atentos e vigilantes na esperança, preparar e limpar o
coração, e acolhê-lo com alegria, como João Batista, Maria e José. Vinde,
Senhor Jesus, e não demoreis!
O
Nosso Amo, que foi de viagem e quem vemos com a fé, pode voltar para casa em
qualquer momento. Nós, servidores deste Amo, devemos estar preparados
(evangelho) para recebê-lo quando chegar e prestar contas da administração dos
seus bens e dons (segunda leitura) que nos confiou com tanta confiança e amor.
Não endureçamos o nosso coração, afastando-nos dos seus mandamentos e conselhos
dados para a fiel administração destes bens (primeira leitura).
Em
primeiro lugar, alertas e vigiai! Preparemo-nos para a Parusia, que será a
manifestação gloriosa do Senhor no final dos tempos. Maranatha. Vem, Senhor
Jesus! Era o grito dos primeiros cristãos, proclamando sua fé e esperança em
Jesus ressuscitado junto com o desejo de que o Senhor se mostrasse publicamente
como Rei da Igreja, das nações e do universo, como juiz que dá a vitória aos
bons e permite a caída dos maus. A Igreja-e nós com ela- espera este
acontecimento com impaciência, deseja ansiosamente o Advento final, a redenção
consumada, em retorno em glória, o dia do Senhor, o fim do exílio e a entrada
definitiva na eternidade. A Igreja- esposa que nunca deixa de suspirar pelas
suas bodas eternas, que nunca se cansa de desejar o seu encontro definitivo com
o Esposo, tal como deixa transparecer nos textos da liturgia do Advento: não
tardes, já está perto, já está aqui. Com quais atitudes devemos nos preparar
para este Advento final? Com esperança gozosa, com os nossos olhos fixos na
eternidade, agradecidos no coração por todos os bens que Deus pôs em nossas
mãos e com o esforço em cuidá-los e fazê-los produzir em obras de caridade, de
justiça, humildade e pureza (primeira leitura).
Em
segundo lugar, alertas e vigiai! Preparemo-nos para comemorar um ano mais o
Natal e renová-lo no nosso coração. Com quais atitudes? Dado que o Natal
condensa em si o passado (Belém) e o futuro (Parusia), temos que vivê-lo na
firmeza da fé que nos levará à vigilância e à sobriedade (evangelho). Primeiro,
firmes na fé para não deixarmo-nos levar da onda das falsas ideologias e dos
erros do tempo (ideologia de gênero, manipulação da linguagem genética,
confusão doutrinal deliberada, propensa ao imanentismo e ao mito do progresso
indefinido e do paraíso na terra…) e não perder nunca de vista a pátria
definitiva. E segundo, sendo sóbrios e vigilantes para usar e não abusar das
coisas deste mundo, não criar raízes de querências exageradas nesta terra,
porque a figura deste mundo desaparece. Assim passaremos pelos bens temporais
sem perder os eternos.
Finalmente,
alertas e vigiai! Preparemo-nos para descobrir a vinda escondida de Cristo
nesse pobre que encontramos no nosso caminho ou que toca a porta da nossa casa;
nesse irmão que nos feriu, nessa cruz da doença que se cravou no nosso corpo,
nessa noite escura da nossa alma quando não vemos perspectiva na vida ou não
sentimos Deus. Com quais atitudes preparar-nos para descobrir a vinda de Cristo
aqui? Estejamos com os olhos abertos de bons samaritanos, com o coração
sensível que capta como um sismógrafo os batimentos do coração do necessitado e
com as mãos abertas à caridade efetiva e generosa.
Para
refletir:
Como devo viver o
Advento? Como ajudar a viver o Advento os meus familiares e amigos? Qual
presente eu quero levar para Cristo no Natal para fazê-lo sorrir?
Para
rezar: Vinde, Senhor Jesus! Vinde aos nossos
corações, renascendo na festa do Natal. Vinde no final dos tempos, clausurando
a história do mundo com o vosso amor. Porém, vinde também agora na Eucaristia,
neste sacramento que devemos celebrar “até voltardes”. E quando entrardes nas
nossas almas depositai a semente da esperança. Fazei que não tiremos o
passaporte definitivo neste mundo passageiro. Que a vossa Mãe Santíssima nos
tome pela mão para não nos perdermos neste caminho à eternidade.
Para
entender o evangelho de São Marcos
O
evangelista que nos acompanhará neste ciclo B será são Marcos. É o evangelho mais breve dos quatro. Marcos
centra todo o seu livro na pessoa de Jesus, na sua conduta, nos seus fatos e no
que Ele disse, na sua personalidade, nos conflitos que teve com as autoridades
do seu tempo, na sua estreita relação com os discípulos. Não pretende
sistematizar a sua doutrina, mas apresentar a sua pessoa, as suas relações e
intenções. Apresenta Jesus como uma figura viva e humana, mas claramente como
Messias e Filho de Deus. E apresenta também a vida da comunidade cristã: as
suas preocupações e suas dificuldades, e os seus esforços por compreender e
seguir Jesus. Por isso apresenta o Messias que prega, que cura, que livra do
mal, mas ao mesmo tempo é perseguido e humilhado, e que no final triunfará na
sua ressurreição.
Retrata
também, narrando a atitude dos primeiros discípulos, o perfil dos bons
seguidores de Jesus. Em todo o evangelho se descreve a estreita relação de
Jesus com os seus discípulos, os quais Ele acompanha no seu lento processo de
maduração e de mudança de mentalidade, e os que Ele envia para uma missão
continuadora da sua missão.
Marcos
apresenta estes discípulos, homens e mulheres, como modelos para as seguintes
gerações. Também nós, no século XXI, vemo-nos refletidos neles: pessoas de boa
vontade, que tentamos crer e seguir Jesus, porém fracos, lentos para
compreendermos a identidade e as intenções do Mestre e, nos momentos claves,
covardes.
Seguir
Cristo é difícil, são Marcos nos faz entender isto. Temos que aceitar a cruz. É
preciso ser cristãos também nos momentos difíceis.
O
evangelho de Marcos nos interpela. Não nos conta, para curiosidade histórica, o
que aconteceu naqueles tempos. Porém, provoca-nos continuamente a pensar: o que
Jesus está me dizendo neste episódio, com estas palavras? O que devemos mudar para ser verdadeiro
seguidor de Cristo?
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre
Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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