Textos: Sab 6, 12-16; 1 Tess 4, 13-18; Mateus
25, 1-13
Evangelho (Mt
25,1-13): Naquele tempo, disse Jesus aos
discípulos esta parábola: «O Reino dos Céus pode ser comparado a dez moças que,
levando suas lamparinas, saíram para formarem o séquito do noivo. Cinco delas
eram descuidadas e as outras cinco eram previdentes. As descuidadas pegaram
suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes, porém, levaram
jarros com óleo junto com as lâmpadas. Como o noivo demorasse, todas acabaram
cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um alvoroço: O noivo está
chegando. Ide acolhê-lo! Então todas se levantaram e prepararam as lâmpadas. As
descuidadas disseram às previdentes: Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas
lâmpadas estão se apagando. As previdentes responderam: De modo algum, pois o
óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar dos
vendedores. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam
preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E a porta se
fechou. Por fim, chegaram também as
outras e disseram: Senhor! Senhor! Abre-nos a porta! Ele, porém, respondeu: Em
verdade vos digo: não vos conheço! Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem
a hora».
«O
noivo está chegando. Ide acolhê-lo»
Rev. P. Anastásio URQUIZA Fernández MCIU (Monterrey, México)
Hoje somos
convidados a refletir sobre o fim da existência; trata-se de uma advertência do
Bom Deus ao respeito do nosso fim último; não brinquemos, portanto, com nossa
vida. «O Reino dos Céus pode ser comparado a dez moças que, levando suas lamparinas,
saíram para formarem o séquito do noivo» (Mt 25,1). O Fim de cada pessoa,
dependerá do caminho que escolha; a morte é uma consequência da vida -prudente
ou descuidada- que tenha levado neste mundo. As moças descuidadas são as que
têm escutado a mensagem de Jesus, mas não a praticaram. As moças previdentes,
são as que têm traduzido a mensagem em sua vida, por isso entraram ao banquete
do Reino.
A parábola, é
uma chamada de atenção muito importante. «Vigiai, pois não sabeis o dia, nem a
hora» (Mt 25,13). Não deixem nunca a lâmpada da fé se apagar, porque qualquer
momento pode ser o último. O Reino já está aqui. Acendam as lâmpadas com o óleo
da fé, da fraternidade, e da caridade mutua. Nossos corações, cheios de luz,
nos permitirão viver na autêntica alegria aqui e agora. Os que moram ao nosso
redor ver-se-ão também iluminados e conhecerão o gozo da presença do Noivo
esperado. Jesus nos pede que nunca nos falte esse óleo em nossas lâmpadas.
Por isso,
quando o Concílio Vaticano II, que escolhe na Bíblia as imagens da Igreja,
refere-se a esta comparação do noivo e da noiva, e pronuncia estas palavras: «A
Igreja, também é descrita como esposa imaculada do Cordeiro imaculado, a quem
Cristo amou e entregou-se por ela para santificá-la, a uniu com Ele num pacto
eterno, e incessantemente alimenta e cuida dela. Livre de toda mácula, quis ela
unida a Ele e submissa pelo amor e a fidelidade».
«Vigiai, porque não
sabeis o dia nem a hora.»
Pe. Antonio Rivero L. C.
S. Josafat, bispo e mártir |
Dado que é
incerto o dia em que chegará o Senhor para nos pedir contas da nossa vida é de
prudentes e sábios viver em vigilância perene agora, com a lâmpada da fé acesa,
cheia do azeite da nossa caridade ou boas obras.
O ano
litúrgico se encaminha ao seu fim e a Palavra de Deus nos convida neste domingo
a dirigir o olhar da fé “às coisas últimas”. É coisa de sábios meditar nas
coisas que vão vir (primeira leitura). Esta dimensão do além (escatológica) tem
que estar sempre no nosso orçamento existencial: teremos na hora da morte a
lâmpada da nossa fé acesa, as contas exatas e saldadas, e com o azeite da
caridade a tope para alimentar a lâmpada? Depois da morte, já não podemos
encher a lâmpada.
Em primeiro
lugar, olhemos estas virgens do evangelho de hoje. São ignorantes e
desprevenidas. Por isso fazem quatro coisas inúteis: pedem às outras que as
salvem – já não é tempo-; saem de noite para buscar vendedores -é um absurdo-;
chegam quando a porta já está fechada -obvio- e gritam – sem ser escutadas-:
“Senhor, Senhor, abre-nos”. Resultado? “Não vos conheço”. Moral da história?
Temos que estar preparados para a segunda vinda de Cristo e não estar perdendo
azeite da nossa lâmpada durante o caminho da vida por negligencia, por estar
brincando no carrossel da fortuna e com os dados do prazer. Eu, como são Paulo,
sim creio na segunda vinda (segunda leitura). E por isso quero estar preparado
e acordado. E quero ajudar os outros a preparar-se comigo. Desta maneira,
quando vier o Senhor nos encontrará com a lâmpada da fé acesa, com o azeite da
caridade derramando-se por essa lâmpada, com a consciência tranquila e com a
paz na alma esperando o abraço de Deus.
Em segundo
lugar, olhemos a Cristo, aqui apresentado como o Esposo, pois o que lá teremos
e saborearemos serão as bodas eternas com o nosso Salvador e os seus amigos que
se mantiveram fiéis à aliança. A metáfora das bodas simboliza a relação de
amor, de índole nupcial, que se realiza entre Deus e cada um de nós. Por que
este Esposo Cristo chega tarde, de improviso? Por que esse grito na noite?
Cristo abre a porta às virgens sensatas que estavam acordadas e tinham tudo
preparado e entram na festa de bodas. E a porta se fecha detrás delas. Puderam
entrar porque encheram de azeite os seus frascos, e assim impediram que a
caridade, que é a chama da alma, se extinguisse. Não podemos dormir. Um
automobilista não pode permitir-se o luxo de dirigir dormindo; um médico não
pode se ausentar de uma operação delicada e ir embora para dormir; um piloto de
avião não pode converter a sua cabina num salão dormitório. Um só instante de
sono seria fatal para tais pessoas e causaria um desastre nunca justificável.
Assim na nossa vida cristã.
Finalmente, o
que está dizendo para nós esta parábola tão repleta de lições? Justamente isto:
primeiro que estamos na vida para ir para a eternidade, isto é, esse encontro
com Cristo que está já preparando esse banquete de bodas definitivo, pois aqui
na terra o banquete da Eucaristia é através do sinal e do véu do sacramento;
não percamos a rota; segundo, que temos que encher sempre a lâmpada da nossa fé
com o azeite da caridade e do amor, pois só assim Jesus nos reconhecerá e
daremos com a porta no meio da escuridão do caminho; finalmente, que se não
fazemos isto entraremos desgraçadamente dentro do grupo dos ignorantes e fátuos
e seremos excluídos do banquete e escutaremos de Cristo: “Não te conheço”. Com
isto, o Senhor nos está alertando que junto com a possibilidade da salvação
final, existe a possibilidade da condenação eterna, que muitos hoje querem
negar, tendo como escudo este sofisma: “Deus é tão bom, que não permitirá que
ninguém se condene”. Deus é sério. “De Deus ninguém zomba. O que o homem
semear, isso colherá” (cf. Gal 6,7). Se estivemos brincando com a lâmpada da fé
comprando outras velas no supermercado das seitas, talvez se quebre. Quem não
alimentar essa lâmpada com a caridade, se apagará.
Para refletir: As minhas malas estão prontas para a
última viagem a Deus? Cuido a lâmpada da minha fé cristã e católica, íntegra e
incontaminada? Levo o azeite da caridade para repor durante o trajeto à
eternidade?
Para rezar: Senhor, fazei-me sensato. Senhor,
ajudai-me para não tropeçar durante o caminho e deixar cair a minha lâmpada.
Senhor, que caminhe feliz e radiante durante o trajeto a Vós, ajudando os meus
irmãos que precisam de mim, compartilhando o azeite da minha fé e do meu amor,
antes que seja tarde demais. Vinde, Senhor Jesus!
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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