Sto Antônio Maria Claret, Bispo |
Evangelho
(Lc 12,35-38): Naquele tempo, o Senhor
disse aos seus discípulos: Ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as
lâmpadas acesas. Sede como pessoas que estão esperando seu senhor voltar de uma
festa de casamento, para lhe abrir a porta, logo que ele chegar e bater.
Felizes os servos que o Senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade,
vos digo: ele mesmo vai arregaçar sua veste, os fará sentar à mesa e passará
para servi-los. E caso ele chegue pela meia-noite ou já perto da madrugada,
felizes serão, se assim os encontrar!
«Sede como pessoas que
estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento»
Rev. D. Miquel VENQUE i To (Barcelona, Espanha)
Hoje é
necessário reparar nessas palavras de Jesus: Sede como pessoas que estão
esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir a porta,
logo que ele chegar e bater (Lc 12,36) Que alegria descobrir que, apesar de ser
pecador e pequeno, eu próprio abrirei a porta ao Senhor quando ele chegar! Sim,
no momento da minha morte serei eu quem abra a porta ou a feche, ninguém o
poderá fazer por mim. Persuadamo-nos que Deus nos pedirá contas não apenas
pelas nossas ações e palavras, mas também pela forma como utilizamos o tempo (S.
Gregório Nazianzeno).
Estar à
porta e com os olhos abertos é uma orientação-chave e, ao meu alcance. Não me
posso distrair. Estar distraído é esquecer o objetivo, querer ir para o céu mas
sem uma vontade operativa; é fazer bolas de sabão sem um desejo comprometido e
avaliável. Ter posto um avental significa estar na cozinha, preparado até ao
último detalhe. O meu pai, que era agricultor, dizia que não se pode semear se
a terra não está no momento; para fazer uma boa semeadura é necessário passear
pelo campo e tocar nas sementes com atenção.
O cristão
não é um náufrago sem bússola, ele sabe de onde vem, para onde vai e como
chegar; conhece o objetivo os meios para ir e as dificuldades. Ter isto em
conta nos ajudará a vigiar e a abrir a porta quando o Senhor nos avise. A
exortação à vigilância e à responsabilidade repetem-se com frequência na
predicação de Jesus por duas razões óbvias: porque Jesus nos ama e nos vela; o
que ama não adormece. E, porque o inimigo, o diabo, não para de nos tentar. O
pensamento do céu e do inferno não nos poderá distrair nunca das nossas
obrigações da vida presente, mas é um pensamento saudável e encarnado, e merece
a felicitação do Senhor: E caso ele chegue pela meia-noite ou já perto da
madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!(Lc 12,38). Jesus, ajuda-me a
viver atento e vigilante cada dia, amando-te sempre.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Por meio da parábola o evangelho de hoje traz uma
exortação à vigilância.
* Lucas 12,35: Exortação à
vigilância
"Estejam
com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas”. Cingir-se significava amarrar
um pano ou uma corda ao redor da veste talar, para que ela não atrapalhasse os
movimentos do corpo. Estar cingido significava estar preparado, pronto para
ação imediata. Na véspera da saída do Egito, na hora de celebrar a páscoa, os
israelitas deviam estar cingidos, isto é, preparados, prontos para poder partir
imediatamente (Ex 12,11). Quando alguém ia trabalhar, lutar ou executar uma
tarefa ele se cingia (Ct 3,8). Na carta aos Efésios, Paulo descreve a armadura
de Deus e diz que os rins devem estar cingidos com o cíngulo da verdade (Ef
6,14). As lâmpadas deviam estar acesas, pois a vigilância é tarefa tanto para o
dia como para a noite. Sem luz não se anda na escuridão da noite.
* Lucas 12,36: A parábola
Para
explicar o que significa de estar cingido, Jesus conta uma pequena parábola.
“Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de
casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta”. A
tarefa de aguardar a chegada do patrão exige uma vigilância constante e
permanente, sobretudo quando é de noite, pois, o patrão não tem hora marcada.
Ele pode voltar a qualquer momento. O empregado deve estar atento, vigilante
sempre!
* Lucas 12,37: Promessa de
felicidade
“Felizes
dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a
vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá”.
Aqui, nesta promessa de felicidade, os papéis se invertem. O patrão se torna
empregado e começa a servir ao empregado que virou patrão. Evoca Jesus na
última ceia que, mesmo sendo senhor e mestre, se fez servidor e empregado de
todos (Jo 13,4-17). A felicidade prometida tem a ver com o futuro, com a
felicidade no fim dos tempos, e é o oposto daquilo que Jesus prometeu numa
outra parábola que dizia: “Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a
terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo:
Venha depressa para a mesa? Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepare-me
o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai
comer e beber'? Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe
havia mandado? Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes
mandarem fazer, digam: Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos
fazer" (Lc 17,7-10).
* Lucas 12,38: Repete a promessa de
felicidade
“E caso ele
chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os
encontra!” Repete a promessa de felicidade que exige vigilância total. O patrão
pode voltar meia noite, três da madrugada, ou qualquer outra hora. O empregado
deve estar acordado, cingido, pronto para poder entrar em ação.
Para um confronto pessoal
1) Somos empregados de Deus. Devemos estar cingidos, de
prontidão, atentos e vigilantes, vinte e quatro horas por dia. Você está
conseguindo? Como faz?
2) A promessa de felicidade futura é a inversão do
presente. O que isto nos revela sobre a bondade de Deus para conosco, para
comigo?
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