Textos: Ap 11, 19; 12, 1-6.10; 1 Cor 15, 20-27; Lc 1, 39-56
São Bernardo, Abade e Doutor da Igreja |
«A minha alma engrandece o Senhor, e
meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»
Dom Josep ALEGRE Abade de Santa Mª Poblet (Tarragona,
Espanha)
Hoje
celebramos a solenidade da Assunção de Santa Maria em corpo e alma aos Céus.
«Hoje diz São Bernardo sobe ao Céu a Virgem cheia de glória e enche de gozo os
cidadãos celestes». E acrescentará essas preciosas palavras: «Que presente mais
maravilhoso nossa terra envia hoje ao Céu! Com esse gesto sublime de amizade
que é dar e receber se fundem o humano e o divino, o terreno e o celeste, o
humilde e o nobre. O fruto mais escolhido da terra está aí, de onde procedem as
melhores dádivas, e as oferendas, de maior valor. Elevadas às alturas, a Virgem
Santa esbanjará suas graças aos homens».
A primeira
graça é a Palavra, que Ela soube guardar com tanta fidelidade no coração e
fazê-la frutificar desde seu profundo silêncio acolhedor. Com esta Palavra em
seu espaço interior, gerando a Vida em seu ventre para os homens, «Maria partiu
apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela
entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel» (Lc 1,39-40). A presença de Maria
fez a alegria transbordar: «Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o
menino pulou de alegria no meu ventre» (Lc 1,44), exclama Isabel.
Principalmente,
nos faz o dom de seu louvor, sua mesma alegria feita canto, seu Magnificat: «A
minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador...» (Lc 1,46-47). Que presente mais formoso nos devolve hoje o céu com
o canto de Maria, feito Palavra de Deus! Neste canto achamos os indícios para
aprender como se fundem o humano e o divino, o terreno e o celeste, e chegar a
responder como Ela ao presente que nos faz Deus em seu Filho, através de sua
Santa Mãe: para ser um presente de Deus para o mundo e, amanhã, um presente de
nossa humanidade a Deus, seguindo o exemplo de Maria, que nos precede nesta
glorificação à qual estamos destinados.
“Não estamos feitos para
a morte, mas para a vida, para a ressurreição”
Pe. Antonio Rivero L. C.
Beato Georg Häfner
Presbítero, Mártir e Terceiro Carmelita
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Hoje celebramos a festa do primeiro ser humano- Maria- que, depois
de Cristo seu Filho, experimentou a vitória total contra a morte, também
corporalmente. Não estamos feitos para a morte, mas para a vida, para a ressurreição
(segunda leitura).
Este foi o
último dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1 novembro de 1950: “Pronunciamos,
declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de
Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta
em corpo e alma à glória celestial”. Depois de ter lutado contra todos os
inimigos da nossa alma (primeira leitura) e graças a que Cristo venceu o último
inimigo- a morte- (Segunda leitura), Deus nos concederá a ressurreição do nosso
corpo.
Em primeiro
lugar, o que significa que Maria foi elevada al céu em corpo e alma? Maria,
como primeira seguidora de Jesus, é a primeira cristã e a primeira salvada pela
Páscoa do seu Filho; participa já da vitória do seu Filho, e é elevada à glória
definitiva em corpo e alma. O motivo deste privilégio formula bem o prefácio de
hoje: “com razão não quisestes, Senhor, que conhecesse a corrupção do sepulcro
a mulher que, por obra do Espírito, concebeu no seu seio o autor da vida, Jesus
Cristo”. Por que este privilégio? Porque Ela foi radicalmente dócil na sua vida
respondendo com um “sim” total à sua vocação, desde a humildade radical
(evangelho). Ela esteve presente com Jesus, até o final, lutando contra o dragão
que queria devorar o seu Filho (primeira leitura).
Em segundo
lugar, o que significa para nós esta festa? Em Maria se condensa o nosso
destino. Da mesma maneira que o seu “sim” foi representante do nosso, também o
“ sim” de Deus para Ela, glorificando-a, é um “sim” para todos nós, que somos
os seus filhos. Sinala o destino que Ele nos prepara, se vencermos os dragões
do mal que nos cercam (segunda leitura) e se caminharmos na fé e na humildade
como Maria (evangelho). O nosso destino é a ressurreição final em corpo e alma,
como Maria que a obteve antes, como prêmio pela sua fé, humildade e pela sua
vida sem pecado, e para poder abraçar o seu querido Filho e preparar junto como
Ele um lugar para nós.
Finalmente,
esta festa nos infunde esperança e otimismo na nossa vida. O destino da nossa
vida não é a morte, porém a vida. Toda a pessoa humana, corpo e espírito, está
destinada à vida. O nosso corpo tem, pois, uma grandíssima dignidade; não
podemos profaná-lo nem manchá-lo. O que Deus fez em Maria, fará também em nós.
Cremos nisso. Esperamos. Desejamos. A nossa história terá um final feliz. Não
terminamos no sepulcro, mas na ressurreição do nosso corpo. E a Eucaristia que
recebemos semanalmente ou diariamente é a antecipação do que será a nossa
glória futura: “quem come a minha Carne e bebe o meu Sangre, tem vida eterna e
eu o ressuscitarei no último dia”. A Eucaristia é como a semente e a garantia
da vida imortal para os seguidores de Jesus. O que Maria conseguiu- a
glorificação definitiva-, nós também conseguiremos, como fruto da Páscoa de
Cristo.
Para refletir: ao pensar na ressurreição final,
encho-me de alegria e otimismo por saber pela fé que o meu destino é a vida e
não a morte no sepulcro? Já aqui na terra estou semeando as sementes da
imortalidade e da ressurreição no meu corpo, comungando o Corpo de Cristo na
Eucaristia? Esta festa de Maria me convida a levar uma vida de santidade, de
fé, de humildade e de amor?
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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