ORAÇÃO PREPARATÓRIA:
Senhor,
todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem
todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os
exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para
vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de
santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos
olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos
efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos
do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao
abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa
bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA:
Evangelho (Jo 15,9-11): «Como meu Pai me ama,
assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu
Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja
em vós, e a vossa alegria seja completa».
«Como meu Pai me ama, assim também
eu vos amo»
Rev. D. Lluís RAVENTÓS i
Artés (Tarragona, Espanha)
Hoje, ouvimos outra vez a intima confidência que
Jesus nos faz na Quinta-feira Santa: «Como meu Pai me ama, assim também eu vos
amo» (Jo 15,9). O amor do Pai ao Filho é grande, terno, íntimo. Lemo-lo no
livro dos Provérbios, quando afirma que antes de começar as obras «junto a ele
estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante dele» (Prov 8,30). Desse
jeito Ele nos ama e, o anunciando profeticamente nesse livro, acrescenta que
«brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias junto aos
filhos dos homens» (Prov 8,31).
O Pai ama ao Filho, e Jesus não deixa de nos di-lo:
«Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço
sempre o que é do seu agrado» (Jo 8,29). O Pai proclamou bem forte no Jordão,
quando ouvimos: «Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição» (Mc
1,11) e, mais tarde no Tabor: «Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o» (Mc
9,7).
Jesus respondeu: «Abba», Pai! Agora revela-nos,
«como meu Pai me ama, assim também eu vos amo». E nós, o que vamos fazer? Pois,
mantermos no seu amor, cumprir os seus mandamentos, amar à vontade do Pai. Não
é esse o exemplo que Ele nos dá? «Eu faço sempre o que agrada Ele».
Mas nós, que somos débeis, inconstantes, covardes, e
— porque não di-lo — maus, perderemos, pois sua amizade para sempre? Não, Ele
não permitirá que sejamos tentados por cima de nossas forças! Mas, se acaso nos
apartamos de seus mandamentos, peçamos lhe a graça de voltar como o filho
pródigo à casa do Pai e acudir ao sacramento da Penitência para receber o perdão
de nossos pecados. «Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Disse-vos essas
coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa»
(Jo 15,9.11).
Reflexões de Frei Carlos Mesters,
O.Carm.
São Felix, presbítero |
* O
evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao
evangelho de ontem e trazendo mais luz para aplicar a comparação da videira à
vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Ela passa por momentos
difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que produza mais frutos.
*
João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria.
Jesus permanece no amor do Pai observando os
mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os
mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com
que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus
mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do
meu Pai e permaneço no seu amor”. É
nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria:
“Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de
vocês seja completa”.
*
João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.
O mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns
aos outros como ele nos amou!" (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo
Testamento. O critério antigo era: "Amarás o teu próximo como a ti
mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é: "Amai-vos uns aos outros como
eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje:
"Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!"
*
João 15,14-15 Amigos e não empregados
"Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu
mando", a saber, a prática do amor até a doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo
para a vida dos discípulos e das discípulas. Ele diz: "Não chamo vocês de
empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão.
Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!"
Jesus não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo
que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade:
chegarmos à total transparência, ao ponto de não haver mais segredos entre nós
e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a
experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os
primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles
"eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
*
João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu.
Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos
encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que
permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso
trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A
última recomendação: "Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!"
*
O Símbolo da Videira na Bíblia.
O povo da Bíblia cultivava videiras e produzia bom
vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e danças. Foi daí que se
originou o cântico da vinha, usado pelo profeta Isaías. Ele compara o povo de
Israel com uma videira (Is 5,1-7; 27,2-5; Sl 80,9-19). Antes dele, o profeta Oséias
já tinha comparado Israel a uma vinha exuberante que quanto mais produzia
frutos, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1). Este tema foi também
utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha bastarda (Jr 2,21), da
qual seriam arrancados os ramos (Jr 5,10; 6,9). Jeremias usa estes símbolos
porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada pelos invasores (Jr
12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o símbolo da videira
para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Ele contou três parábolas
sobre a videira: 1) A videira queimada que já não serve mais para coisa
alguma (Ez 15,1-8); 2) A videira falsa plantada e protegida por duas
águias, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez
17,1-10). 3) A videira destruída pelo vento oriental, imagem do
cativeiro da Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por
Jesus em várias parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois
filhos que devem trabalhar na vinha (Mt 21,33-32); os que arrendaram uma vinha,
não pagaram ao dono, espancaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45);
a figueira estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os ramos (Jo
15,1-17).
Para
confronto pessoal
1. Somos
amigos e não empregados. Como vivo isto no meu relacionamento com as pessoas?
2. Amar como
Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal do amor?
ORAÇÃO
(COMPOSTA
POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO):
Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar
tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a
Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão, alcançai-me de Jesus a
graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver
servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna
dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus
Cristo atendei-nos.
Deus Pai dos Céus tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Mãe da Igreja,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Esperança dos carmelitas,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha das famílias,
Rainha da paz,
Rainha e esplendor do Carmelo,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
tende misericórdia de nós.
V. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS
Infundi,
Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela
anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso
Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da
ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de igual confiança, eu corro e venho a
vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó
Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo
encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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